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ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 03/03/2021 • É a principal fonte de informação para o encéfalo sobre o meio externo, funcionamento do meio interno e também a posição e o movimento dos segmentos corporais no espaço. • conduzem os estímulos aos centros suprassegmentares, iniciam em uma terminação nervosa diferenciada denominada receptor, onde ocorre a conversão de um estímulo sensorial em um potencial de ação. • As grandes vias sensitivas consistem em cadeias neuronais unindo receptores ao córtex. • O processamento de informação ocorre de forma hierárquica. NEURÔNIOS: • Neurônio I – geralmente localizado fora do sistema nervoso central, em um gânglio sensitivo do tipo pseudounipolar, onde sua bifurcação em “T” apresenta um prolongamento central que penetra no sistema nervoso central pela raiz dorsal de um nervo espinal ou através de um nervo craniano e um prolongamento periférico que se une ao receptor. • Neurônio II – localizado na coluna posterior da medula espinal ou em núcleos dos nervos cranianos do tronco encefálico, onde seus prolongamentos cruzam o plano mediano, participando da formação de um feixe ou lemnisco. • Neurônio III – localizado no tálamo (núcleo ventral posterolateral ou núcleo ventral posteromedial), com seus prolongamentos chegando à área somestésica do córtex cerebral. ELEMENTOS • Receptor: é sempre uma terminação nervosa sensível ao estímulo que caracteriza a via. Existem receptores especializados para cada uma das modalidades de sensibilidade. A conexão deste receptor, por meio de fibras específicas, com uma área específica do córtex, permite o reconhecimento das diferentes formas de sensibilidade (discriminação sensorial); • Trajeto periférico: compreende um nervo espinhal ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a estes nervos. • Trajeto central: em seu trajeto pelo sistema nervoso central, as fibras que constituem as vias aferentes se agrupam em feixes (tratos, fascículos, lemniscos), de acordo com suas funções. • Area de projeção cortical: está no córtex cerebral ou no córtex cerebelar; no primeiro caso, a via nos permite distinguir os diversos tipos de sensibilidade, e é consciente; no segundo caso, ou seja, quando a via termina no córtex cerebelar, o impulso não determina qualquer manifestação sensorial e é utilizado pelo cerebelo para realização de sua função primordial de integração motora; a via é inconsciente. • Os receptores de dor são terminações nervosas livres. • Existem duas vias principais através das quais os impulsos de dor e temperatura chegam ao cérebro: -Via filogeneticamente mais recente, neoespinotalâmica, constituída pelo trato espinotalâmico lateral, que vai diretamente ao tálamo; - Via paleoespinotalâmica, que é mais antiga, e é constituída pelo trato espino-reticular, e pelas fibras retículo-talâmicas (via espino-retículo-talâmica). VIA NEOESPINOTALÂMICA • Via clássica de dor e temperatura • Constituída basicamente pelo trato espinotalâmico lateral, envolvendo uma cadeia de três neurônios • Através dessa via, chegam ao córtex cerebral impulsos originados em receptores térmicos e dolorosos situados no tronco e nos membros do lado oposto. • Responsável pela sensação de dor aguda e bem localizada na superfície do corpo – dor em pontada VIA PALEOESPINOTALÂMICA • Constituída por uma cadeia de neurônios em numero maior que a neoespinotalâmica. • Alguns neurônios III, situados na formação reticular, projetam- se para as amigdalas, contribuindo para os componentes efetivo da dor. • Não tem organização somatotópica, responsável pelas dores pouco localizadas, dores profunda do tipo crônico – caracterizadas por dor em queimação. Grandes vias aferentes - sensitivas Informações principais Vias conscientes (cerebrais) mostram conexões formadas por três neurônios Vias inconscientes (cerebelares) temos dois neurônios. Vias de dor e temperatura ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 03/03/2021 • Os receptores de pressão e tato são tanto os corpúsculos de Meissner como os de Ruffini. • As ramificações dos axônios em torno dos folículos pilosos são receptores táteis • Os impulsos chegam ao córtex originados nos receptores de pressão e tato situados no tronco e nos membros • Os impulsos se tornam consciente em nível talâmico. • Enquanto os receptores proprioceptivos são os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos, os receptores do trato epicrítico são os corpúsculos de Ruffini e Meissner. • Os receptores para sensibilidade vibratória são os corpúsculos de Vater-Pacini. • Por meio do tato epicrítico e a propriocepção consciente é possível reconhecer a forma e o tamanho dos objetos colocados na mão. • Os impulsos que seguem essa via se tornam conscientes em nível cortical. (ANGELO MACHADO; LUCIA MACHADO HAERTEL, 2013; JOTZ et al., 2017; MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016) Via de pressão e tato protopático neoespinotalâmica tato protopático Via de propriocepção consciente, tato epicrítico e vibração ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 03/03/2021 • Reflexo é uma sequência de ações automática, rápida e involuntária que ocorre em resposta a um determinado estímulo. Alguns reflexos são naturais e outros são aprendidos/ adquiridos. • Reflexo espinal: Quando a integração ocorre na substância cinzenta da medula espinal. • Reflexo craniano: quando a integração acontece no tronco encefálico. • reflexos somáticos: contrações musculares • reflexos autônomos (viscerais): envolvem respostas dos músculos lisos, dos músculos cardíacos e das glândulas • Os impulsos nervosos que se propagam em direção ao SNC, dentro dele ou para fora dele seguem padrões específicos, dependendo do tipo de informação, de sua origem e de seu destino. A via seguida pelos impulsos nervosos que produzem um reflexo é conhecida como arco reflexo. • Reflexo ipsolateral – reflexos monossinápticos COMPONENTES DO ARCO REFLEXO • Receptor sensitivo: a terminação distal de um neurônio sensitivo (dendrito) ou de uma estrutura sensitiva associado exerce a função de receptor sensitivo. Ela responde a um estímulo específico – modificação dos ambientes interno ou externo – por meio da geração de um potencial graduado chamado de potencial gerador Se um potencial gerador atinge o limiar de despolarização, ele irá gerar um ou mais impulsos nervosos no neurônio sensitivo. • Neurônio sensitivo: os impulsos nervosos se propagam, a partir do receptor sensitivo, pelo axônio do neurônio sensitivo até as terminações axônicas, que estão localizadas na substância cinzenta da medula espinal ou do tronco encefálico. Nestes pontos, interneurônios enviam impulsos nervosos para a área do encéfalo responsável pela percepção consciente de que aconteceu um reflexo. • Centro de integração: uma ou mais regiões de substância cinzenta no SNC atuam como um centro de integração. No tipo mais simples de reflexo, o centro de integração é uma simples sinapse entre um neurônio sensitivo e um neurônio motor. A via reflexa que apresenta apenas uma sinapse no SNC é chamada de arco reflexo monossináptico. Os centros de integração são mais frequentemente compostos por um ou mais interneurônios, os quais podem transmitir impulsos para outros interneurônios ou para um neurônio motor. Um arco reflexo polissináptico envolve mais de dois tipos de neurônios e mais de um tipo de sinapse no SNC. • Neurônio motor: impulsos gerados pelos centros de integração se propagam para fora do SNC em um neurônio motor que se estende até a parte do corpo que executará a resposta. • Efetor: a parte do corpo que responde ao impulso nervoso motor, como um músculo ou uma glândula, é chamada de efetor. Esta resposta é conhecida como reflexo. Se o efetor é um músculo esquelético, o reflexo é chamado de reflexo somático. Se o efetor é um músculo liso, um músculo cardíacoou uma glândula, então o reflexo é conhecido como reflexo autônomo. • O reflexo de estiramento causa a contração de um músculo esquelético (o efetor) em resposta a seu estiramento. • Ocorre por meio de um arco reflexo monossináptico. • Ele pode acontecer pela ativação de um único neurônio sensitivo, que faz uma sinapse no SNC com um único neurônio motor. • Os reflexos de estiramento podem ser gerados através da percussão de tendões ligados a músculos nas articulações do cotovelo, punho, joelho e tornozelo 1. Um discreto estiramento muscular estimula receptores sensitivos no músculo, chamados de fusos musculares. Os fusos controlam as mudanças no comprimento do músculo. 2. Em resposta ao estiramento, o fuso muscular gera um ou mais impulsos nervosos que se propagam em um neurônio sensitivo somático da raiz posterior do nervo espinal até a medula espinal. 3. Na medula espinal (centro de integração), o neurônio sensitivo faz uma sinapse excitatória com um neurônio motor no corno anterior, ativandoo. 4. Se o estímulo é suficientemente intenso, um ou mais impulsos nervosos são gerados no neurônio Reflexos e arcos reflexos Informações básicas Reflexo do estiramento ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 03/03/2021 motor e se propagam por seu axônio, o qual se estende da medula espinal até a raiz anterior, passando pelos nervos periféricos, até o músculo estimulado. As terminações axônicas do neurônio motor formam junções neuromusculares (JNM) com as fibras musculares esqueléticas do músculo estirado. 5. A acetilcolina liberada pelos impulsos nervosos na JNM dispara um ou mais potenciais de ação musculares no músculo estirado (efetor), fazendo com que este se contraia. Assim, o estiramento muscular é seguido pela contração muscular, a qual diminui o estiramento. • reflexo ipsolateral: os impulsos nervosos sensitivos entram na medula espinal pelo mesmo lado que os impulsos nervosos motores saem. • Todos os reflexos monossinápticos são ipsolaterais. • Monossináptica: apenas dois neurônios e uma sinapse • ocorre, ao mesmo tempo, um arco reflexo polissináptico para os músculos antagonistas. Este arco envolve três neurônios e duas sinapses. Um axônio (ramo) colateral do neurônio sensitivo do fuso muscular também faz sinapse com um interneurônio inibitório no centro de integração. Por sua vez, o interneurônio faz sinapse com um neurônio motor que em geral estimula os músculos antagonistas, inibindo-o. Desse modo, quando o músculo estirado se contrai durante um reflexo de estiramento, os músculos antagonistas relaxam. Esta conformação, na qual os componentes de um circuito neural simultaneamente causam a contração de um músculo e o relaxamento de outro, é chamada de inervação recíproca. • Inervação recíproca: evita conflitos entre músculos com funções opostas e é vital para a coordenação dos movimentos corporais. • Atua como um mecanismo de retroalimentação para controlar a tensão muscular por meio do seu relaxamento, antes que a força do músculo se torne intensa o suficiente para romper seus tendões. • Pode anular este reflexo quando a tensão é excessiva, fazendo com que você deixe cair no chão um objeto muito pesado, por exemplo. • O reflexo tendinoso é ipsolateral. • Órgãos tendinosos: receptores sensitivos responsáveis por este reflexo, os quais se situam dentro de um tendão, próximo a sua junção com o ventre muscular. • Os órgãos tendinosos detectam e respondem a modificações na tensão muscular causadas por estiramento passivo ou contração. 1. À medida que a tensão aplicada sobre um tendão aumenta, o órgão tendinoso (receptor sensitivo) é estimulado (despolarizado até seu limiar). 2. São gerados impulsos nervosos que se propagam para a medula espinal através de um neurônio sensitivo. 3. Na medula espinal (centro de integração), o neurônio sensitivo ativa um interneurônio inibitório que faz sinapse com um neurônio motor. 4. O neurotransmissor inibitório hiperpolariza o neurônio motor, diminuindo a geração de impulsos nervosos. 5. O músculo relaxa e alivia o excesso de tensão. • à medida que aumenta a tensão no órgão tendinoso, aumenta a frequência de impulsos inibitórios • o reflexo tendinoso protege o tendão e o músculo de lesões por tensão exagerada. Reflexo tendinoso ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 03/03/2021 • envolve um arco polissináptico 1. Quando você pisa no prego, ocorre a estimulação dos dendritos (receptor sensitivo) de um neurônio sensível à dor. 2. A seguir, este neurônio sensitivo gera impulsos nervosos, os quais se propagam em direção à medula espinal 3. Na medula espinal (centro de integração), o neurônio sensitivo ativa interneurônios que se estendem por vários níveis medulares. 4. Os interneurônios ativam neurônios motores em vários segmentos medulares. Consequentemente, os neurônios motores geram impulsos nervosos, que se propagam em direção às terminações axônicas. 5. A acetilcolina liberada pelos neurônios motores causa a contração dos músculos flexores da coxa (efetores), o que proporciona a retirada da perna. Este reflexo é protetor, pois a contração dos músculos flexores afasta o membro da fonte de um potencial estímulo danoso. • É ipsolateral: os impulsos aferentes e eferentes se propagam no mesmo lado da medula espinal. • Afastar o membro superior ou inferior de um estímulo doloroso envolve a contração de mais de um grupo muscular • Reflexo intersegmentar: um único neurônio sensitivo pode ativar uma série de neurônios motores, estimulando, assim, mais de um efetor • Reflexo monossináptico de estiramento envolve músculos que recebem impulsos nervosos de apenas um segmento medular. REFLEXO EXTENSOR CRUZADO • auxilia na manutenção do equilíbrio 1. Quando você pisa no prego, ocorre a estimulação do receptor sensitivo de um neurônio sensível à dor no pé direito. 2. A seguir, esse neurônio gera impulsos nervosos que se propagam para a medula espinal. 3. Na medula espinal (centro de regulação), o neurônio sensitivo ativa uma série de interneurônios que fazem sinapse com neurônios motores de vários segmentos do lado esquerdo da medula espinal. Desse modo, os sinais álgicos aferentes cruzam para o outro lado por meio de interneurônios do mesmo nível medular, bem como por meio de interneurônios situados vários níveis acima e abaixo do ponto de entrada na medula espinal. 4. Os interneurônios estimulam neurônios motores, em vários segmentos medulares, que inervam músculos extensores. Os neurônios motores, por sua vez, geram mais impulsos nervosos, os quais se propagam em direção às terminações axônicas. 5. A acetilcolina liberada pelos neurônios motores causa a contração dos músculos extensores da coxa (efetores) do membro inferior esquerdo não estimulado pela dor. Assim, o peso pode ser deslocado para o pé que deve agora sustentar o corpo inteiro. • Arco reflexo contralateral: os impulsos sensitivos entram por um lado da medula espinal e os impulsos motores saem pelo lado oposto. Desse modo, o reflexo extensor cruzado sincroniza a extensão do membro contralateral com a retirada (flexão) do membro estimulado. A inervação recíproca acontece tanto no reflexo de retirada quanto no extensor cruzado. • Devido à inervação recíproca, um grupo muscular se contrai enquanto o outro relaxa. Reflexos de retirada e extensor cruzado ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 03/03/2021 REFÊRENCIAS ANGELO MACHADO; LUCIA MACHADO HAERTEL. Neuroanatomia funcional. 3. ed. [s.l: s.n.]. v. 1 JOTZ, G. P. et al. NEUROANATOMIA CLÍNICA E FUNCIONAL. 1. ed. [s.l: s.n.]. MARIEB, E. N.; WILHELM, P. B.; MALLATT, J. Anatomia Humana. 7. ed. São Paulo: [s.n.]. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. [s.l: s.n.].
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