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A SAE NA SAÚDE MENTAL Saúde Mental Prof. Ms. Bianca Leal Profª. Margareth Campêlo e Rocha Aula3 • Enfermagem = controlar, disciplinar e reeducar o sofrimento psíquico • Enfermagem = estabelece e legitima a vigilância e o confinamento como principais instrumentos da assistência • Década 50 - incorporada a atenção psiquiátrica entre um dos benefícios no conjunto da assistência médica dos previdenciários (restrito ao interior dos asilos) • Década 50 - transformações na prática psiquiátrica na Europa e EUA O NASCIMENTO DA PSIQUIATRIA E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA NO BRASIL • Ações de enfermagem - centradas na estratégia de segregação e confinamento – incompatível com mudanças • Ações de enfermagem - ação ampliada • Cuidado doentes hospitalizados - ocupa-se também dos conflitos e das inadaptações - a atenção aos sadios • Objeto da enfermagem torna-se mais complexo e amplo = saúde mental Considerações necessárias: • discurso comunitário - a prática ainda busca âncora no modelo hospitalar • predominância de explicações biológicas e psicológicas sobre a causalidade das doenças mentais • Predominância do cuidado correlato à instalação de terapêuticas medicamentosas AS ATUAIS MUDANÇAS NA SAÚDE MENTAL E OS REFLEXOS NA ASSISTÊNCIA DE EMFERMAGEM ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL Enfermagem – relação terapêutica, desenvolve processos terapêuticos • Antes: formação psiquiatria – scricto biológica • Atual: borra fronteiras (psicologia, filosofia, antropologia, sociologia) – recorte da psiquiatria Novos Paradigmas • Equipe Interdisciplinar • Posicionamento Político • Referenciais científicos ampliados ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL Novos Paradigmas • Competência • Atitude política (conhecer situação país, conhecer a realidade de sua profissão – mudar) • Conhecimento teórico (referenciais científicos) • Pensamento crítico • Investimento cognitivo (técnica) • Investimento afetivo (emocional) • Investimento cultural (global) ENFERMAGEM E REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL • Recuperação da capacidade de gerar sentido • Cidadania • Vínculos • Poder contratual • História - sonhos = Pensar Projeto de Vida TRIPÉ família, rede social e trabalho (escola) • Funções independentes – “tarefas psicoterapêuticas” • Conhecer processo terapêutico de si próprio • Atividades comunitárias – vistas a autonomia SAE Exige a competência em: • Comunicação terapêutica • Relacionamento terapêutico Problemas organizados por prioridade Planejamento – considerar discussão em equipe Impressos no prontuário ou descrição em prontuários (acessível a equipe inter) PRIMEIRA ETAPA SEGUNDA ETAPA TERCEIRA ETAPA QUARTA ETAPA QUINTA ETAPA Investigação Diagnóstico de Enfermagem Planejamento Implementação Avaliação (TANNURE, M.C.; PINHEIRO, A. M. CARVALHO, D. V., 2013, p. 29) SAE Investigação • Sujeito, família, outros, comportamento, exame psíquico, etc Diagnóstico (NANDA, CIAP, CIPESC, CIPE) • Problemas, dificuldades, facilidades, desejos, etc – conhecer sujeito (cotidiano do serviço e da vida) • EX: 1)P.H. menino de 8 anos/ mudança de medicação e HD (?) 2) L.S. Adolescente 15 anos/ agitação psicomotora – garganta inflamada • Planejamento – PTS (equipe) ***Auxiliares compõem conjuntamente - equipe Avaliação Enfermeiro: local? Tempo? • Implementação - cotidiano atividades de auto cuidado, intervenções biopsicossociais, atendimento compartilhado, medicação (preparação e administração -vínculo), dispensação semanal (parceria com a farmácia), sinais vitais, reposição hidroeletrolítica, desintoxicação. SAE SAE • Avaliação Cotidiano Contínuo Dinâmico Envolver pessoas significativas Privativo do enfermeiro - Equipe Exemplo 1. SAE Exemplo 1. SAE Exemplo 2. SAE Exemplo 2. SAE Exemplo 3. SAE Exemplo 3. SAE Exemplo 4. SAE F. F. A., sexo masculino, 23 anos, solteiro, natural de Jacurutú. Refere tratamento desde 11/06/2008, como paciente ambulatorial. Foi admitido no CAPSIII no dia 16/07/2009, procedente de sua residência, para dar seqüência ao seu tratamento por estar apresentando crise de reagudização clínica, com sintomas de agressividade e agitação. Já esteve internado em outras ocasiões devido a problemas psiquiátricos (Hospital DIA em Caxias - MA). Vive com a mãe, a irmã e o irmão em casa própria de taipa. Não tem vida social ativa e apresenta dificuldade de relacionamento familiar. Em casa o paciente faz uso de medicamentos há mais ou menos 05 anos, mas a acompanhante não soube especificar quais. Relata não ter nenhum antecedente pessoal mórbido. É totalmente independente na satisfação das seguintes necessidades básicas: respirar, comer e beber, eliminar, movimentar-se, vestir-se e despir-se. Desconhece exatamente o seu peso e a sua altura, apresenta um bom estado de hidratação e nutrição. Acompanhante relata que ele faz três refeições diárias, sem restrição de qualquer alimento de acordo com as possibilidades e também não faz uso de substâncias psicoativas (álcool, tabaco ou outras drogas). Na sua história familiar existem antecedentes psiquiátricos (irmã com transtornos mentais). Mostrou-se calmo e calado durante toda a entrevista de enfermagem. Tem bom padrão de higiene, toma banho diariamente. A sua história patológica pregressa é de Esquizofrenia. • Diagnóstico de Enfermagem: Processo familiar interrompido. Enfrentamento ineficaz. Manutenção do lar prejudicado. Processo de pensamento perturbado. • Intervenção: Observar os padrões de comunicação dessa família; Avaliar o grau de sofrimento; Avaliar os sistemas de apoio existente fora da família; Avaliar o modo de enfrentamento; Determinar os padrões de comunicação; Ajudar o cliente a cooperar com o plano de tratamento estabelecido; Avaliar os fatores causadores; Ajudar o cliente a reconhecer que suas próprias ações podem ser respostas ao medo pessoal, à dependência ou ao sentimento de impotência; Identificar os sentimentos envolvidos quando há o comportamento violento; Ajudar o cliente a diferenciar entre realidade e alucinações/ilusões; Avaliar o grau do distúrbio da orientação, da atenção, da capacidade de seguir instruções, de comunicar- se e a conveniência das respostas; Observar os comportamentos que possam indicar a possibilidade de violência e tomar as medidas apropriadas; Implementação: Terapia familiar, aproximação paciente X família; Planejar um relacionamento breve, freqüente e sem exigências; Apoio Psicológico; Planejar atividades simples e individuais, baseadas na realidade; Planejamento de apoio, através de oficinas; Estabelecer esquema rotineiro para atividades da vida diária; Evitar focalizar, ou reforçar pensamento de desconfiança ou delírios; Identificar e responder às necessidades emocionais subjacentes à pensamentos de desconfiança ou delírios; Tratar as alucinações do paciente, explicando que entende o que ele diz, mas deixando claro que não ver o que ele vê; Encorajar o cliente de forma gradativa a interagir em situações ameaçadoras; Possibilitar ao cliente o maior grau possível de autonomia e controle, dentro dos limites do contexto terapêutico. Usar com cuidado o contato físico, para não considerá-lo ameaçador. • Evolução: Observar se o cliente identifica sentimentos internos de ansiedade e usa medidas adaptativas aprendidas para reduzir a ansiedade; Observar se o cliente segue o esquema rotineiro para as atividades da vida diária; Observar se o cliente demonstra um comportamento apropriado em situações sociais; Observar se o cliente comunica-se sem evidências de pensamento dissociado; Observar se a aproximação do cliente X família teve evolução; Observar se o cliente apresenta delírios, alucinações; e ilusões sob controle; Observar se o cliente demonstra melhor interação social com as outras pessoas; Observar se o cliente apresenta menor desconfiança e raiva em dados momentos; Observar se o cliente participa do plano de tratamento e do atendimento de acompanhamento. Percepção das Auxiliares de Enfermagem acercadas dificuldades/desafios com relação ao trabalho em equipe interdisciplinar • Insegurança no CUIDADO se não compartilhado • Cumprimento efetivo na realização do protocolo de contenção • Falta de comando assertivo/objetivo em situações de crise • Falta de conhecimento teórico que permita sair do “empírico” • Carga horaria X ser terapêutico Enfermeira • Não ter conhecimento validado por não ser “psi” (profissional intersetorial) • Ser OUVIDO - Ser considerado • Gostar do trabalho em Saúde mental • Estar em constante aprendizado, pensamento crítico • Enfermeira – Maior possibilidade de produção de vida do sujeito Percepção das Auxiliares de Enfermagem acerca das facilidades com relação ao trabalho em equipe interdisciplinar Referências • Stefanelli, MC. Enfermagem Psiquiatrica em suas dimensões assistênciais. Manole. 2008. • Machado, AL. Colvero L. et al. Saúde Mental: Texto de referência para auxiliares e técnicos de enfermagem. Difusão. 2009. • Travelbee, J. Intervention in Psychiatric nursing. Philadelphia: FA Davis Company, 1979. • Entrevistas em supervisão de enfermagem em diversos serviços de saúde mental e fiscalização do COREN
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