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ATIVIDADE 1 - EMPREENDEDORISMO

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1.1.1 O papel do empreendedor
Numa visão mais ampla, o empreendedor é a pessoa que identifica oportunidades, as explora e as desenvolve, seja na criação de um negócio, na construção de uma carreira ou como empregado
O empreendedor tem um papel crucial no desenvolvimento da economia e da sociedade como um todo. Aqueles que abrem seu próprio negócio geram empregos e melhoram a distribuição de renda, já os empreendedores que são funcionários, são responsáveis por auxiliar as empresas a atingirem seus objetivos. Os empreendedores fazem a história e mudam o mundo em redor deles com as suas ações, criam modelos de negócios novos e inovadores, como, por exemplo, o Google.
Ao longo da história, os empreendedores sempre existiram e foram destaques na sociedade, acumulando grandes fortunas e atraindo a atenção das pessoas. Porém, recentemente, cada vez mais pessoas estão buscando a opção pelo empreendedorismo. E qual será o motivo dessa procura? Alguns fatores parecem estar diretamente relacionados com isso, como nos apontam Baron e Shane (2007): 
· grande destaque na mídia de empreendedores de sucesso com uma imagem bastante positiva e atraente, fazendo com que estes empreenderes assumam um papel de herói (ou heroína) numa época que existem poucas figuras de destaque, ao contrário do que foi no passado;
· mudança no entendimento entre patrões e empregados com relação ao vínculo trabalhista. Antes, ser um funcionário que desempenhasse bem sua função garantia uma estabilidade empregatícia. Hoje com as crises econômicas e os cortes e reestruturações nas empresas, os empregados são menos fieis aos seus empregos e passam a questionar se não estariam melhores trabalhando por conta própria;
· a segurança de um emprego, com o salário garantido na conta, deixou de ser um valor importante, especialmente para os mais jovens. Muitos passam a preferir um estilo de vida mais independente em detrimento da segurança o emprego.
· 
Mesmo com a crise econômica iniciada em 2014, empreender é o desejo de muitos brasileiros
Um conjunto de programas e ações estruturais tem colaborado para a difusão do espírito do empreendedorismo no Brasil. Esse processo tem início em 1994 com a estabilização econômica com o Plano Real, passando pelo lançamento do Programa Brasil Empreendedor em 1999, pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa de 2006 e a criação do Micro Empreendedor Individual (MEI) em 2008
Destaca-se também a participação do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) na promoção da educação empreendedora e na capacitação e orientação para os pequenos e microempresários por todo país.
Mesmo com todo este suporte, a vida do empreendedor no Brasil não é fácil. Os principais fatores limitantes estão relacionados com a burocracia, a carga tributária e a infraestrutura
Melhorar o cenário do empreendedorismo no Brasil depende de uma evolução das políticas públicas do governo, mas também de um melhor entendimento do processo de empreender, dos fatores de sucesso, dos tipos de empreendedorismo, entre outros.
Conceituando Empreendedorismo:
“definir empreendedorismo é um desafio perpétuo, dada a ampla variedade de pontos de vista para estudar o fenômeno”.
Breve histórico do empreendedorismo
O primeiro registro de uso do termo “empreendedor” é atribuído ao economista de origem franco-irlandesa Richard Cantillon, em 1755, que definiu como sendo um indivíduo que assume riscos. Esta definição diferenciava o empreendedor do capitalista, aquele que fornecia o capital 
Nesse período, meados do século XVIII, a Inglaterra estava iniciando o processo da Revolução Industrial que acabou se alastrando pela Europa, surgindo os primeiros empreendedores segundo este conceito: pessoas que pegavam os recursos emprestados com os capitalistas para produzir algo novo. Antes disso, os empreendedores era basicamente os comerciantes, principalmente, aqueles que se aventuravam pelos mares em busca de novas rotas de comércio, como Cristóvão Colombo
Já em 1814, outro economista francês, Jean-Baptiste Say (1767-1832) utilizou a palavra empreendedor se referindo ao indivíduo que transfere recursos de um setor cuja produtividade é baixa para outro de produtividade maior, sendo muito importante para o funcionamento do sistema econômico. Nesse sentido, o empreendedor era o intermediário entre as classes produtoras e entre estas e os clientes (MARIANO; MAYER, 2011). No ano de 1871, o economista austríaco Carl Menger (1840 – 1921) agregou à definição de empreendedor a ideia de que seria aquele que se antecipa às necessidades futuras.
No final do século XIX e início do século XX, com a produção em massa e a linha de montagem, o termo empreendedor passou a ser associado com imaginação e inovação.
Saiba que esse período é marcado pelo surgimento de grandes empreendedores, que arriscaram tudo e conseguiram enriquecer e montar empresas que prosperam até os dias de hoje. O fundador da Ford Motor Company, Henry Ford (1863-1947), se destaca não só pelo sucesso da sua empresa, mas também por ser o expoente de uma nova produção em massa e da linha de montagem. Outro que se destacou mais por sua habilidade de inovação e criação de novos produtos foi Thomas Edison (1847–1931), fundador da Edison General Electric Company, que deu origem a General Electric Company (GE). Entre suas invenções se destacam: lâmpada elétrica incandescente, câmera cinematográfica, fonógrafo e bateria.
O capitalismo no início do século XX é então impulsionado pela inovação e progresso tecnológico resultado do trabalho dos empreendedores. Os principais economistas nesse período voltam a discutir o conceito de empreendedorismo Com isso são identificadas três teorias dinâmicas do empreendedorismo (RAE, 2007):
· Kirzner (Escola Austríaca): O empreendedor reativo é um agente de ajuste na economia de mercado.
· Schumpeter (Escola Alemã): O empreendedor inovador é uma agente das mudanças econômicas.  
· Leibenstein (Escola de Chicago): O empreendedor causa mudança incremental e gradual por meio da gestão da empresa. 
Schumpeter é um dos principais autores da definição moderna do empreendedorismo, descrevendo o empreendedor como um inovador e não alguém que busca somente o lucro, que está engajado na destruição criativa rompendo o fluxo circular da economia de mercado baseada na produção e consumo, que tende a um equilíbrio de preços, por meio da introdução de novos produtos e processos que substituem os produtos e empresas existentes que se tornam marginais ou não competitivas. Para ele, o empreendedor é um líder que possui qualidades como intelecto, determinação, iniciativa, visão de futuro e, especialmente, intuição. Aqui vale destacar intuição como sendo a capacidade de ver coisas numa forma que depois de um tempo se provam verdadeiras, aprendendo no seu mundo natural e social de maneira que suas ações podem ser calculadas de forma simples e confiável (RAE, 2007; CHIAVENATO, 2012). Para Kirzner, o empreendedor é como um oportunista alerta, que está sempre atento a oportunidades de lucro no curto prazo que ocorrem devido a um desequilíbrio no mercado, onde as habilidades de velocidade do movimento e de tomada de decisão astuta são essenciais. A atividade do empreendedor envolve ações criativas de aprendizagem de descoberta e que o empreendedor supera outros no mercado, pois possui uma habilidade superior para perceber e agir nas oportunidades.
o empreendedorismo está diretamente relacionado a assumir riscos, e o comportamento do empreendedor é de geralmente abrir mão de sua carreira e segurança em nome de uma ideia, investindo tempo e dinheiro em um futuro incerto
Na segunda metade do século XX, começaram os primeiros estudos apontando que poderia existir o empreendedorismo dentro de uma organização, que foi denominado de intraempreendedorismo. Percebeu-se que o empreendedor coorporativo tem características e habilidades similares ao empreendedor que cria um negócio.
Leite (2008) considera os anos 80 como a década do empreendedorismo, com a percepção pela sociedade da importância
do empreendedor para o desenvolvimento das nações.
Outro fenômeno ainda mais recente é a criação das startups, pequenas empresas de tecnologia que buscam desenvolver produtos e serviços escaláveis, que tem atraindo ainda mais pessoas para o empreendedorismo.
Considera o empreendedorismo como um passo em direção à conquista da liberdade. Se antes era expresso na criação (ou no intraempreendedorismo) de grandes corporações, hoje se observa a força empreendedora nos pequenos negócios. Com isso, a partir da década de 90, um número cada vez maior de pessoas tem escolhido o autoemprego.
Na busca de uma definição final para o empreendedorismo, RAE (2007) considera que os conceitos tradicionais de empreendedor incluem: uma pessoa que cria organizações e uma pessoa que conhece e age para explorar uma oportunidade, porém não incluem a criatividade, as mudanças e as incertezas envolvidas na atividade do empreendedor. As teorias processuais ou dinâmicas assumem que a incerteza existe e dão ao empreendedor a chance de criar e explorar as oportunidades de inovação e lucro.
Se o empreendedorismo é visto como um processo, ele consiste de uma pessoa, da busca por oportunidades de mercado, comportamento inovador e da junção dos recursos necessários para explorar essas oportunidades.
o Empreendedor é uma pessoa criativa marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-se para detectar oportunidades de negócios. Um empreendedor continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor.
Breve histórico do empreendedorismo no Brasil:
Inicialmente, o empreendedorismo no Brasil no período colonial era baseado na agricultura e no extrativismo. 
Provavelmente o primeiro grande empreendedor brasileiro seja Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), mais conhecido com Barão de Mauá. Após observar o impacto da Revolução Industrial na Inglaterra, ele retornou ao Brasil decidido a investir na industrialização do país. Barão de Mauá investiu em negócios diversos, tendo construído a primeira ferrovia brasileira, a primeira fundição de ferro e o primeiro estaleiro, além de ter sido banqueiro. Em seu auge, teve sob seu controle 8 das 10 maiores empresas brasileiras na época.
No final do século XIX, tem início o período industrial, que abre espaço para muitos empreendedores, imigrantes ou nacionais, que têm a oportunidade de atingir um novo status na sociedade. O empreendedorismo brasileiro é marcado pela criação e crescimento de empresas originadas em grupos familiares, como a família Matarazzo, das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.
Série:
Os gigantes do Brasil
 
Livro:
O segredo de luísa
Perspectiva econômica:
A relação entre o desenvolvimento econômico e o empreendedorismo.
o empreendedorismo é um motor para o desenvolvimento econômico. Baseado em uma série de dados estatísticos dos Estados Unidos, que mostram o impacto do empreendedorismo nas economias da sociedade, como por exemplo:
· elevado corte de vagas de emprego nas grandes corporações americanas e, mesmo assim, queda na taxa de desemprego;
(pessoas se demitindo e mesmo assim a taxa de desemprego despencando)
· a cada ano mais de 600 mil empresas são abertas e este número duplicou nos últimos 20 anos;
· uma em cada oito pessoas trabalham por conta própria nos EUA;
· crescimento no número de cursos de empreendedorismo no país.
O resultado confirmou a hipótese, pois nas regiões onde havia mais empreendedorismo tanto o Produto Interno Bruto (PIB) quanto a sua variação eram maiores. O empreendedorismo é, portanto, um elemento importante para explicar o desempenho econômico regional.
Impactos e resultados do empreendedorismo:

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