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F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 1 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO INTRODUÇÃO → O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica pouco frequente que ocorre, principalmente, em mulheres jovens e que acomete múltiplos órgãos e sistemas. → Sua evolução é crônica, caracterizada por períodos de atividade e de remissão (sem manifestações). → A gravidade da doença é variável: desde formas leves e intermitentes até quadros graves e fulminantes. EPIDEMIOLOGIA → Acomete principalmente mulheres jovens em idade fértil (9 mulheres: 1 homem); → Pode se manifestar em qualquer idade, mas principalmente entre 15 e 45 anos; → Mais frequente na raça negra; → 10 a 20% dos pacientes possuem histórico familiar com doenças autoimunes. ETIOLOGIA → A etiologia do LES é desconhecida, mas é provavelmente multifatorial. Diversos estudos sugerem o papel da interação de fatores genéticos, hormonais e ambientais no desenvolvimento das anormalidades imunológicas que caracterizam a patogênese do LES. FISIOPATOLOGIA → LES é resultado da ação de diversos autoanticorpos, produzidos por um desequilíbrio do sistema imunológico. → Quando os autoanticorpos se ligam a seus antígenos (os ‘autoantígenos’), formam-se imunocomplexos que ativam o sistema complemento, dando início ao processo de quimiotaxia e inflamação tecidual. → Ainda não se sabe exatamente o mecanismo responsável pela formação desses autoanticorpos nos pacientes com lúpu, mas como relatado tudo indica que ocorre da relação entre fatores genéticos e ambientais. FATORES GENÉTICOS → Gêmeos univitelinos (14 a 57%); → Parentes de primeiro grau (5 a 12%). → Estudos de associação do genoma humano identificaram 30 a 40 loci em genes com polimorfismo que predispõe ao LES. → As diferentes combinações dos defeitos dos genes podem causar respostas imunológicas e patológicas distintas, resultando em expressões clínicas diferentes. → Os fatores genéticos que conferem a maior taxa de risco para o desenvolvimento do LES são: • Deficiência dos componentes iniciais da cascata do complemento (C1q, C2 e C4); • Deficiência do receptor Fc de imunoglobulinas; • Fator regulador de Interferon (IRF5); • Presença de HDLA-DR2 e DR3; • Deficiência nos mecanismos de autorregulação do sistema imune. Deficiência dos componentes iniciais da cascata do complemento (C1q, C2 e C4): A deficiencia nesse fator reduz a opsonização e o clearance de células apoptóticas, aumento a meia vida deles. A apoptose normal não induz a formação de anticorpos, mas uma ação duradoura facilita o desenvolvimento de autoimunidade. Deficiência do receptor Fc de imunoglobulinas: Reduz o clearance de imunocomplexos, aumentando a meia-vida deles, o que promove seu acúmulo no organismo e facilita a ação patogênica. F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 2 Fator regulador de Interferon (IRF5): Confere aumento na capacidade de produzir interferons do tipo 1 (alfa e beta), o que exacerba o funcionamento da imunidade inata. Presença de HDLA-DR2 e DR3: Predisporem à formação de autoanticorpos. Deficiência nos mecanismos de autorregulação do sistema imune: No LES, pode haver déficit na produção de IL-2, fator transformador beta e outras citocinas que estimulam linfócitos T CD4+ subtipo regulador e CD8+ subtipo inibidor levando a uma ativação exagerada do sistema imune. FATORES AMBIENTAIS → Luz ultravioleta: • Os raios ultravioletas tipo B exercem efeitos imunogênicos nos queratinócitos cutâneos – ou seja, induzem apoptose dessas células, promovem lesão direta do DNA e as tornam mais antigênicas; • Com isso há aumentam a liberação de IL-1, IL-3, IL-6 e TNF-alfa, favorecendo a produção de anticorpos por linfócitos B; • A exposição ao UVB solar explica o comportamento ‘epidêmico’ do lúpus no verão. → Medicamentos: • Diversas drogas foram associadas ao lúpus e chamadas de “lúpus farmacoinduzido”. • O mecanismo responsável é a indução de demetilação do DNA (permitir a expressão exagerada de genes que numa situação normal permaneceriam inativos). → Tabagismo: • Algumas das substâncias presentes no cigarro podem ser implicadas no desenvolvimento de anticorpos anti-DNA. → Exposição à sílica: • A poeira de sílica, encontrada em diversas situações (ex.: manuseio de solos, cimento, fumaça do cigarro) tem a tendência de aumentar a incidência de lúpus. → Agentes Microbiológicos: • Os vírus podem promover modificações antigênicas e simular autoantígenos desencadeando uma doença autoimune. • Contudo, apenas o vírus Epstein-Barr mostrou infecção prévia dos pacientes com LES. • A infecção por HIV inibe algumas doenças autoimunes, como o lúpus e artrite reumatóide, por que ele depleta os linfócitos TCD4+. FATORES HORMONAIS → Relação dos hormônios com as funções imunorregulatórias – testosterona, progesterona, deidroepiandrosterona e a prolactina. → Mulheres c/ uso de contraceptivo contento estrógeno tem um aumento de 50% no risco de desenvolver LES; → Inicio precoce da menarca (idade < ou igual a 10 anos de idade); → Administração de estradiol em mulheres na pós- menopausa dobra o risco; → Em pacientes com LES: • Aumento: estradiol e prolactina; • Baixa: testosterona, progesterona e deidroepiandrosterona. QUADRO CLÍNICO → Os locais afetados mais característicos do LES: • Pele • Articulações • Membranas serosas • Rins • Sistema nervoso central → Independente da forma clínica de apresentação, a maioria dos doentes tem períodos de exacerbações intercalados por períodos de melhora ou inatividade. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS GERAIS F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 3 → Os sintomas gerais são comuns, entretanto, não são característicos de diagnóstico da patologia: → Fadiga – 90% → Febre – 80% → Emagrecimento – 60% MANIFESTAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS → São as manifestações clínicas mais frequentes. → O paciente pode ter poliartrite intermitente ou incapacitante. → Poliartralgia e mialgias. → Rigidez matinal inferior a 1h. → As articulações envolvidas na maioria das vezes são as das mãos, punhos e joelho, entretanto pode haver envolvimento de outras articulações. → Em alguns casos, resultado de doença nos tecidos periarticulares, pode surgir deformidade semelhante às da artrite reumatóide. Entretanto, essa deformidade não é erosiva como a da AR, sendo conhecido como atrofia de Joccoud. Sendo, que essas articulações retomam ao normal transitoriamente quando manipulado. MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS → Comprometimento cutâneo é comum no LES ocorrendo em 70 a 80% dos pacientes. ESPECÍFICAS: → Aguda: • Erupção malar – asa de borboleta: erupção sobre as bochechas e o nariz, que pode ser dolorosa e pruriginosa e que tem piora após exposição solar. (não tem acometimento dos sulcos nasolabiais). • Fotossensibilidade – erupção cutânea eritematosa após exposição a raios solares (UVB) ou luz artificial. • Lúpus bolhoso – erupção cutânea aguda, porém rara. → Subaguda: • Lesões cutâneas eritematodescamativas difusas, não ulcerativas c/ predomínio nos MMSS e parte superior do tronco. A face é poupada. • Além disso, o paciente pode ter erupções que se desenvolve no dorso das falanges, poupando as articulações interfalangianas. → Crônica: • A lesão cutânea crônica é presentada pelo lúpus discoide. • Predomina na face, pescoço e couro cabeludo. Sendo caracterizada por placas eritematosas, infiltrada e hiperpigmentadas, telangectasia e hiperceratose (engrossamento da queratina). • O lúpus deixa sequelas como cicatrizes e alopecia irreversível. NÃO-ESPECÍFICAS: → Alopecia não discoide; → Vasculite cutânea– manifestada com lesões pupúricas. → Fenômeno de Raynaud – causado por vasoespasmo das pequenas artérias digitais manifestando-se com palidez, cianose e rubor nos dedos. → Lúpus profundo – presença de nódulos firmes e dolorosos no tecido subcutâneo, evoluindo com atrofia. → Úlceras mucosas – ocorrem no palato, lábio, septo nasal e vagina, lembrando úlceras aftosas no seu aspecto. MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS ANEMIA → A mais comum é a anemia normocítica normocrômica causada por eritropoese deficitária e disponibilização de ferro bloqueada. → As anemias ferropriva e megaloblástica também são comuns nesses indivíduos TROMBOCITOPENIA LEVE F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 4 → Vai variar de leve a acentuado – associação de anemia imuno-hemolítica + trombocitopenia autoimune. → Está presente em 15% dos casos. LEUCOPENIA AUTOIMUNE → É comumente encontrada, com contagem inferior 4.000mm³. → Também se encontra linfopenia menor que 1.500mm³. → Ambos são critérios de diagnóstico de LES. → A leucopenia e linfopenia contribuem para a imunossupressão da doença OUTRAS MANIFESTAÇÕES Artérias do Baço: O baço pode desenvolver uma forma de fibrose perivascular, apresentando-se com uma lesão histológica nas artérias esplênicas conhecidas como “casca de cebola”, que é considerada como patognomônica do LES. Fator de Coagulação: O lúpus pode cursar com autoanticorpos contra vários dos fatores de coagulação, especialmente o anticorpo antifator VIII (fator anti-hemofílico). O resultado pode ser um distúrbio hemorrágico. MANIFESTAÇÕES RENAIS → O envolvimento renal constitui um dos principais determinantes da morbimortalidade nos pacientes com LES. → As manifestações renais surgem normalmente nos primeiros 2 a 5 anos da doença, e quando surgem como manifestação inicial piora o prognóstico do paciente. → Glomerulonefrite mesangial mínima (classe 1): • Raramente diagnosticada por que os paciente não tem queixas e o exame de urina se apresenta normal. → Glomerulonefrite mesangial proliferativa (classe 2): • Manifesta-se com hematúria e proteinúria, ambas discretas. • A evolução normalmente é benigna. → Glomerulonefrite focal (classe 3): • Acomete menos de 50% dos glomérulos. • Os exames evidenciam hematúria recorrente e proteinúria leve a moderada. • A evolução é benigna. → Glomerulonefrite difusa (classe 4): • É a formas mais comum e grave. • Acometimento de mais de 50% dos glomérulos. • O paciente apresenta hematúria, proteinúria e cilindrúria. • Na evolução o paciente pode ter de HAS até insuficiência renal. → Glomerulonefrite membranosa (classe 5): • Espessamento difuso do capilar glomerular. • A manifestação clínica vai de proteinúria, edema e hiperlipidemia, a hipotensão arterial e alteração da função renal. → Glomerulonefrite esclerosante avançada (classe 6): • Acometimento de mais de 90% dos glomérulos e representa o estágio avançado das glomerulonefrites. • O paciente evolui com insuficiência renal. → Doença vascular: • Ocorre o envolvimento da vasculatura renal e afeta negativamente o prognóstico da doença. • As manifestações mais frequentes são a deposição de imunocomplexos nos vasos. MANIFESTAÇÕES PULMONARES → Ocorre em 50 a 70% dos pacientes; → Acometimento pulmonar, tanto do parênquima quanto da vasculatura, da pleura e do diafragma. → Existem 2 formas de acometimento pulmonar: a forma aguda caracterizada por inflamação alveolar e a forma crônica definida como doença pulmonar intersticial PLEURITE É IMPORTANTE MANIFESTAÇÕES CARDIOVASCULARES PERICARDITE: → Corresponde a 30% das manifestações (+ comum); F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 5 → Não costuma causar grandes repercussões; MIOCARDITE: → Corresponde a 10% das manifestações; → Pode manifestar por taquicardia sinual, taquipneia aos esforços insuficiência cardíaca em casos de acometimentos mais graves. → A miocardite por ser causa de outras disfunções referentes ao lúpus, como HAS, doença renal crônica e até os antimalários. ENDOCARDITE: → Achado anatômico diferente encontrado na valva mitral, apenas no LES – endocardite de Libman. CORONARIOPARTIA: → Pode provocar infarto do miocárdio em mulheres jovens. → Têm sua patogênese desconhecida, mas parece envolver o estado infamatório crônico a que os pacientes lúpicos estão expostos, aumentando a deposição de lipídios oxidados na parede vascular. MANIFESTAÇÕES NEUROPSIQUIÁTRICAS → O lúpus neuropsiquiátrico compreende diversas síndromes neurológicas, envolvendo os sistemas nervosos central, periférico e autonômico, além de síndromes psiquiátricas e psicofuncionais. MANIFESTAÇÕES PSIQUIÁTRICAS → Demência lúpica – ocorre na fase mais avançada e em uma minoria de casos. → Psicose lúpica – manifesta no começo da doença como um quadro de delirium com alucinações auditivas e visuais. MAIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS → Qualquer região do sistema nervoso central ou periférico pode ser comprometida, como parênquima cerebral, meninges, medula, nervos cranianos e periféricos. → Cefaleia – muito comum → Convulsões → AVE isquêmico MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS → Ocorrem em cerca de 25%-40% dos pacientes, sendo que grande parte são queixas inespecíficas, como dor abdominal, náuseas e vômitos. → Pancreatite – devido o aumento da amilase. → Icterícia – consequência de uma hepatite, pancreatite ou hemólise. → Hepatite autoimune – presença de autoanticorpos antimúsculo liso. → Arterite mesentéria; → Enteropatia perdedora de proteínas – caracterizada por edema e hipoalbunemia. MANIFESTAÇÕES OCULARES → As manifestações oculares ocorrem em cerca de 15% dos pacientes com LES. → A mais comum é a ceratoconjuntivite seca. → O tratamento com glicocorticoides pode induzir alterações oculares, como glaucoma e catarata. LÚPUS MEDICAMENTOSO → Um quadro sindrômico semelhante a lúpus pode aparecer em indivíduo sem história prévia sugestiva de LES. → Isso ocorre após uso contínuo determinadas substâncias químicas que geram metabólitos ativos capazes de interferir com seu sistema imunológico. → Os sintomas e as alterações laboratoriais cessam progressivamente após o contato do paciente com a substância ser interrompido. → Alguns fármacos considerados indutores do LES são: alopurinol, captopril, clorpromazina, clonidina, metildopa, penicilina, contraceptivo orais e outros. LÚPUS NEONATAL → O lúpus neonatal é uma síndrome caracterizada por lesões cutâneas, bloqueio cardíaco congênito (BCC) e por outras manifestações como, plaquetopenia e alterações de enzimas hepáticas, sendo essas últimas menos comum. → Ocorrem em fetos e recém-nascidos de mães com anticorpos ligados – devido a passagem F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 6 transplacentária de anticorpos IgG para a circulação fetal. → Regridem espontaneamente em geral até os 6 meses de idade, época em que os anticorpos maternos, transmitidos via transplacentária são metabolizados. EXAMES LABORATORIAIS FATOR ANTINUCLEAR (FAN): → Muito sensível para LES (mais de 98% dos pacientes tem FAN +), podendo ser usado como teste de triagem. → Não tem especificidade – muitos pacientes com outras doenças também podem ter FAN positivo (Síndrome de Sjogren e artrite reumatoide). → Pode ser acrescentada especificidade pelo padrão de imunofluorescência, pelo tipo de autoanticorpo presente. PESQUISA DE CÉLULAS DE LE: → Uma célula LE é um neutrófilo ou macrófago que fagocitou o material nuclear desnaturado de outra célula. → A prova da célula LE é positiva em 80% dos pacientes com LES, porém sua especificidade também é baixa – sendo positivo também para Síndrome de Sjogren, artritereumatoide e outros. → Até pouco tempo atrás a presença da “célula LE” era considerada critério diagnóstico de lúpus, entretanto, atualmente, foi retirada da lista de critérios. (muito difícil de ser realizada) AUTOANTICORPOS ESPECÍFICOS: Anti-DNA: → Estes anticorpos se ligam ao próprio DNA nuclear e podem ser de dois tipos: anti-DNA dupla-hélice e anti-DNA hélice única. → O anti-DNA dupla-hélice é bastante específico para LES (60 A 75%), sendo também um marcador da resposta terapêutica. → O anti-DNA hélice única é inespecífico, e pode estar presente em diversas doenças autoimunes. Anti-Sm: → É uma proteína altamente específica para o LES, sendo considerada o anticorpo mais específico da doença (99%). → Contudo, só está presente em 30% dos casos. Anti-RNP: → É uma ribonucleoproteína. → Está presente em 40% dos casos de LES. Anti-Ro e Anti-La: → São fosfoproteínas de fragmentos de RNA nuclear. → Geralmente eles aparecem em conjunto, sendo o anti-Ro presente em 30% dos casos e o anti-La em apenas 10%. → As gestantes lúpicas anti-Ro positivas têm chance aumentada de parirem filhos com bloqueio cardíaco congênito ou lúpus neonatal, ao transmitirem esses anticorpos para o feto através da placenta. Anti-histonas: → São autoanticorpos voltados contra os diversos tipos de Histonas. → Estes anticorpos estão bastante relacionados ao lúpus induzido por drogas. → Presentes em 95-100% dos pacientes com LES induzido por fármacos e em 70% do pacientes com LES idiopático. Anti-P: → O antígeno P é uma proteína ligada aos ribossomos, do RNAribossômico. → Estão presentes em 20% dos casos de LES. Anticorpos-antimembrana: Esses autoanticorpos se ligam a antígenos da superfície de algumas células. Os principais exemplos são os anticorpos anti-hemácia, anticorpos antilinfócito, anticorpos antiplaqueta e anticorpos antineuronais. F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 7 DIAGNÓSTICO → O diagnóstico deve ser feito por etapas uma vez que não existe uma manifestação clínica patognomônica e não existe nenhum teste ou exame que é padrão ouro. → Com isso usa-se o critério classificatório de SLICC 2012 (Systemic Lupus International Collaborating Clinics): • Para ter o diagnóstico de LES é preciso ter 4 ou mais dos 17 critérios, sendo pelo menos 1 critério clínico e pelo menos 1 critério imunológico. • Ou biópsia renal demonstrando algum dos padrões de nefrite lúpica + positividade para FAN (fator antinuclear) e/ou anti- DNA. TRATAMENTO → O LES pode acometer diversos órgãos e sistemas. As manifestações clínicas variam desde lesões cutâneas e sintomas articulares até síndromes renais, cardíacas, hematológicas e neurológicas graves, que podem levar o paciente ao óbito. → A evolução da doença é imprevisível. Uma paciente que vem há anos se tratando de uma forma cutaneoarticular de lúpus pode voltar com complicações e envolvimento orgânico fatal. MEDIDAS GERAIS → Medidas gerais são importantes para o tratamento, assim como o tratamento medicamentoso. → O que é o lúpus e suas causas. → A existência de vários tipos de evolução clínica com diferentes tratamentos e prognosticos. → Sobre como o estresse (exarceba os sintomas da doença), o repouso (dormir por pelo menos 10h), os exercícios, o tipo de trabalho e lazer, a cirurgia, a gravidez e a exposição aos raios ultravioleta (uso de protetor solar) podem influir na evolução da doença. → Os mitos sobre contágio. (não é uma doença contagiosa) → A importância da prevenção da osteoporose com dieta e vitamina D. → O controle da obesidade e da dislipidemia. → Abolir o uso de cigarros e evitar o álcool. TERAPIA MEDICAMENTOSA → Antimaláricos: • Hidroxicloroquina ou cloroquina – controle das manifestações dermatológicas, da fadiga e artrite. • O paciente deve fazer exame oftalmológico trimestral devido a toxidade acumulativa da cloroquina. • Pacientes com LES em remissão utilizam antimaláricos em doses profiláticas visto que a suspensão dessa medicação se associa a um aumento nas taxas de recidiva da doença. → AINES: • Auxiliar no controle das manifestações musculoesqueléticas (artralgia, artrite, mialgia). • Os efeitos colaterais podem ser meningite asséptica (ibuprofeno), toxicidade hepática e renal, HAS e até risco aumentado de infarto agudo do miocárdio. → Corticoesteroides: • Quando usado em baixas doses – anti- inflamatório. • Quando usado em altas doses – imunossupressão. • Aumenta o risco do paciente desenvolver osteoporose. F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 8 • O principal fármaco utilizado é o metilprednisolona. → Belimumab: • É um anticorpo monoclonar, que inibe a atividade do fator estimulador de linfócitos B que está envolvida na patogênese do lúpus.
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