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Tutoria 9 - sentidos - olfato e paladar

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1 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
TUTORIA 9 
SENTIDOS: OLFATO E PALADAR 
 
- Gustação e olfato têm uma tarefa similar: detectar 
substâncias químicas do ambiente. Eles têm uma 
conexão forte e direta com as nossas mais básicas 
necessidades internas, incluindo sede, fome, emoção, 
sexo e certas formas de memória. 
- Entretanto, os sistemas de gustação e olfato são 
separados e diferentes, desde as estruturas e os 
mecanismos de seus receptores químicos até a 
organização de suas conexões centrais e seus efeitos 
sobre o comportamento. 
GUSTAÇÃO 
- Os humanos se desenvolveram como onívoros 
comendo, conforme as circunstâncias, com isso, um 
sensível e versátil sistema de gustação foi necessário 
para distinguir entre novas fontes de alimentos e 
possíveis toxinas. 
- Com isso podemos perceber que, temos uma 
preferência inata por alimentos doces, satisfeita pelo 
leite materno e uma rejeição por substâncias amargas, 
pois muitos tipos de venenos são amargos. 
- Entretanto, a experiência pode ser modificada 
fortemente e podemos aprender a tolerar e gostar do 
amargor de substâncias. 
- Outro ponto é que o corpo tem a capacidade para 
reconhecer a deficiência de certos nutrientes e 
desenvolver um apetite por eles (privação de sal → 
desejo por comida salgada). 
 
➢ OS SABORES BÁSICOS: 
- Os quatro sabores básicos são: salgado, azedo (ácido), 
doce e amargo. Um quinto sabor, menos familiar, seria 
o umami, que, em japonês, significa “delicioso”. Ele é 
definido pelo gosto do aminoácido glutamato, mais 
conhecido na culinária como glutamato monossódico. 
- Como podemos perceber os incontáveis sabores dos 
alimentos? → Cada alimento ativa uma diferente 
combinação de sabores básicos, ajudando a torna-lo 
único. 
- Muitos alimentos têm um sabor distinto como 
resultado da soma de seus sabor e aroma, percebidos 
simultaneamente. 
- Sem o sentido do olfato, a mordida em uma cebola 
pode ser facilmente confundida com uma mordida em 
uma maçã. Outras modalidades sensoriais podem 
contribuir para uma experiência gustativa única, como, 
textura, temperatura e a sensação de dor, essencial 
para se perceber o sabor picante e estimulante. 
- Para distinguir o sabor único de um alimento, nosso 
cérebro combina informações sensoriais acerca de seu 
sabor, aroma e tato. 
 
ÓRGÃOS DA GUSTAÇÃO 
- A experiência nos diz que degustamos com a língua, 
mas outras áreas da boca, como o palato, a faringe e a 
epiglote, também estão envolvidas. 
 
- A ponta da língua é a mais sensível para o sabor doce, 
o fundo para o amargo, e as bordas laterais para o 
salgado e o azedo. Entretanto, isso não significa que 
sentimos o sabor “doce” apenas na ponta da língua. 
- Espalhados sobre a superfície da língua, estão 
pequenas projeções denominadas papilas: filiformes, 
valadas e fungiformes. Cada papila tem de um a vários 
botões gustativos. 
 
 
2 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
 
- Uma pessoa, normalmente possui entre 2.000 e 5.000 
botões gustativos. 
- Cada botão gustativo tem de 50 a 150 células 
receptoras gustativas, que constituem apenas 1% do 
epitélio lingual. 
- No botão gustativo também encontramos as células 
basais e um conjunto de axônios aferentes. 
 
➢ ESTIMULAÇÃO DOS BOTÕES GUSTATIVOS: 
- Concentrações muito baixas de alimento não são 
percebidas pelos botões gustativos, porém, a partir de 
uma concentração crítica, que é chamada de limiar de 
concentração, o estímulo passa a evocar uma 
percepção do sabor. 
- Em concentrações um pouco acima do limiar, as 
papilas tendem a ser sensíveis a apenas um sabor 
básico, por exemplo, doce e amargo. 
- Entretanto, quando as concentrações dos estímulos 
gustativos são aumentadas, a maioria das papilas 
torna-se menos seletiva. 
- Uma papila que responde apenas ao doce quando 
todos os estímulos são fracos, ela pode também 
responder ao ácido e ao salgado, se os estímulos se 
tornarem mais fortes. 
 
➢ CÉLULAS RECEPTORAS GUSTATIVAS: 
- A parte quimicamente sensível de uma célula 
gustativa é seu terminal apical, onde possuem finas 
extensões, denominadas microvilosidades, que se 
projetam ao poro gustativo (uma pequena abertura na 
superfície da língua onde a célula gustativa é exposta 
aos conteúdos da boca). 
- As células receptoras gustativas não são consideradas 
neurônios. Entretanto, elas fazem sinapses com os 
terminais dos axônios gustativos aferentes, na base 
dos botões gustativos. 
 
- As células do botão gustativo sofrem um constante 
ciclo de crescimento, morte e regeneração; a vida 
média de uma célula gustativa é de cerca de 2 semanas. 
- Quando os receptores gustativos são ativados por 
uma substância química, seu potencial de membrana 
muda, geralmente por despolarização (potencial do 
receptor), podendo disparar potenciais de ação. 
- A despolarização da membrana promove a abertura 
de canais de Ca+ dependentes de voltagem. O cálcio 
entra no citoplasma, desencadeando a liberação de 
neurotransmissores (identidade desconhecida) que 
desencadeia um potencial de ação comunicando os 
sinais gustativos ao tronco encefálico. 
- Mais de 90% das células receptoras respondem a dois 
ou mais sabores básicos. 
 
 
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Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
- Um exemplo é a célula 2, a qual produz uma 
despolarização, tanto ao estímulo salgado (NaCl), 
quanto ao ácido (HCl). Entretanto, as outras células 
gustativas e seus axônios correspondem a outras 
repostas preferenciais. 
- O fato é que a resposta depende do mecanismo 
particular de transdução presente em cada célula. 
 
TRANSDUÇÃO GUSTATIVA 
- Transdução: é o processo pelo qual um estímulo 
ambiental causa uma resposta elétrica em uma célula 
receptora sensorial. 
➢ SABOR SALGADO: 
- O sabor do sal é principalmente o gosto do cátion Na+ 
e sua concentração precisa ser relativamente alta para 
que se possa percebê-lo. 
- Células gustativas sensíveis para salgado possuem um 
canal seletivo ao Na+. Como exemplo, quando você 
come uma sopa de galinha, a concentração de Na+ 
aumenta do lado de fora da membrana → O Na+ então 
se difunde a favor do gradiente, para dentro da célula 
→ a entrada provoca a despolarização da membrana → 
causando a abertura dos canais de sódio e cálcio 
dependentes de voltagem → desencadeando a 
liberação do neurotransmissor sobre o axônio 
gustativo. 
 
➢ SABOR AZEDO: 
 
 
• Segundo: os íons de hidrogênio podem ligar-se 
e bloquear os canais de K+. Quando a 
permeabilidade de membrana ao K+ decresce, 
a membrana despolariza. 
 
➢ SABOR AMARGO: 
 
- Se um alimento tem sabor 
azedo, é por causa de sua alta 
acidez (baixo pH). Ácidos, 
como o HCl, dissolvem-se em 
água e liberam hidrogênio. 
Portanto, os prótons são os 
agentes causadores da 
sensação de acidez e azedume. 
- O hidrogênio afeta os 
receptores gustativos de duas 
maneiras: 
• Primeiro: os H+ podem 
entrar pelos canais de 
sódio sensíveis a 
amilorida (fármaco), 
pelo mesmo canal que 
medeia o sabor 
salgado (despolariza). 
Fármaco amilorida → 
anti-hipertensivo e 
diurético. 
Este fármaco bloqueia os 
canais de sódio da 
membrana, porém, não 
bloqueia os canais de 
sódio dependentes de 
voltagem. 
- Os estudos relacionados 
aos sabores doce, 
amargo e umami 
avançaram após a 
descoberta de duas 
famílias de genes – T1R e 
T2R. Esses genes 
codificam vários 
receptores gustativos 
acoplados a proteína G. 
- Devido ao fato de que 
cada célula gustativa 
pode enviar somente um 
tipo de sinal ao seu nervo 
aferente, a substância 
química que se liga a um 
dos 30 receptores para o 
sabor amargo, irá 
desencadear a mesma 
resposta que se ligar a 
outro receptor. 
 
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Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
- A resposta gustativa leva ao encéfalo que a substância 
amarga é ruim e para não confiar. Logo, o sistema 
nervoso aparentemente não distingue uma substância 
amarga de outra.- Quando uma substância química se liga a um receptor 
para o sabor amargo, doce ou umami, ativa uma 
proteína G → essa estimula a enzima fosfolipase C → 
essa produz um mensageiro intracelular o IP3 (inositol 
trifosfato) → que ativa um tipo especial de canal iônico 
que se abre permitindo a entrada de Na+ → 
despolarizando a célula que → causa a abertura dos 
canais de cálcio dependentes de voltagem → 
desencadeando a liberação de um neurotransmissor → 
estimulando o axônio aferente. 
Obs. O IP3 também pode induzir a liberação de cálcio 
dos estoques intracelulares. 
 
➢ SABOR DOCE: 
- Existem muitos estímulos doces diferentes, alguns 
naturais e outros artificiais. Surpreendentemente, 
todos são detectados pela mesma proteína receptora 
gustativa. 
- Os receptores para o estímulo doce assemelham-se 
aos receptores para o estímulo amargo, por serem 
receptores acoplados a proteínas G, mas eles diferem 
pelo fato de que os receptores para o estímulo doce 
são formados por duas proteínas associadas. 
- Um receptor para o estímulo doce requer dois 
membros muito da família de receptores T1R: T1R2 e 
T1R3. Se algum desses dois membros estiver ausente, 
um animal pode não perceber o sabor doce. 
- Depois da ligação aos dois receptores o processo que 
ocorre é o mesmo, ou seja, ativa exatamente o mesmo 
sistema de segundo mensageiro (fosfolipase C) que os 
receptores para o estímulo amargo. 
- Por esse motivo, não confundimos as substâncias 
químicas que estimulam o sabor amargo com as que 
estimulam o sabor doce. A razão é que as proteínas que 
formam o receptor estimulado pelo sabor amargo e 
aquelas que formam o receptor para o sabor doce são 
expressas em células gustativas diferentes. 
 
➢ SABOR UMAMI: 
- Fazem parte os alimentos ricos em aminoácidos 
(proteínas). 
- O processo de transdução para o umami é idêntico ao 
que ocorre para o sabor doce, com uma exceção – o 
receptor para o estímulo umami, assim como o 
receptor para o estímulo doce, é composto por dois 
membros da família de proteínas T1R, mas, nesse caso, 
é T1R1 + T1R3. 
- Ambos os receptores para os estímulos umami e doce 
utilizam a proteína T1R3, portanto, é a outra proteína 
T1R que determina se o receptor é sensível a 
aminoácidos ou ao sabor doce. 
 
VIAS CENTRAIS DA GUSTAÇÃO 
- Fluxo da informação gustativa: botões gustativos → 
para os axônios gustativos → e daí para o tronco 
encefálico → depois subindo ao tálamo → finalmente, 
chegando ao córtex cerebral. 
- Três nervos cranianos contêm os axônios gustativos 
primários e levam a informação gustativa ao encéfalo: 
• Nervo facial (VII) – inerva os 2/3 anteriores da 
língua e o palato. 
• Nervo glossofaríngeo (IX) – parte posterior da 
língua. 
• Nervo vago (X) – inerva as regiões em volta da 
garganta, ou seja, glote, epiglote e faringe. 
- Todos os axônios dos nervos gustativos entram no 
tronco encefálicos e estabelecem sinapse no núcleo 
gustativo (parte do núcleo do trato solitário) no bulbo. 
 
- Neurônios do núcleo gustativo estabelecem sinapses 
com um subgrupo de neurônios do núcleo ventral 
póstero-medial (núcleo VPM) do tálamo → o VPM 
envia axônios ao córtex gustativo. 
vitor
Realce
 
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Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
- As vias gustativas direcionadas para o tálamo e córtex 
são ipsilaterais (mesmo lado) aos nervos cranianos que 
as suprem. 
- Lesões no núcleo VPM do tálamo ou no córtex 
gustativo, como resultado de um acidente vascular 
cerebral, por exemplo, podem causar ageusia - perda 
da percepção gustativa. 
 
➢ CODIFICAÇÃO NEURAL DA GUSTAÇÃO: 
- Receptores gustativos individuais são seletivamente 
sensíveis a classes particulares de estímulo. Entretanto, 
muitos deles são grosseiramente ajustados ao 
estímulo, isto é, eles não são muito específicos em suas 
respostas. 
- A resposta de uma única célula gustativa é 
frequentemente ambígua com relação ao alimento, ou 
seja, são pouco específicas. 
- Se um receptor gustativo tem dois mecanismos de 
transdução diferentes, ele irá responder a dois tipos de 
estímulos gustativos, embora ele ainda possa 
responder mais fortemente a um deles. 
- Cada célula receptora faz sinapse com o axônio 
gustativo primário, que recebe sinais de vários outros 
receptores, daquela papila e de papilas vizinhas. Isso 
significa que um axônio pode combinar a informação 
gustativa de várias papilas. 
- Se um desses receptores é mais sensível ao estímulo 
azedo, e outro, ao estímulo salino, então o axônio 
responderá ao sal e ao azedo. Esse padrão de resposta 
continua se repetindo até chegar ao encéfalo. 
- No caso da gustação, os receptores não são sensíveis 
a todos os estímulos gustativos; a maioria responde de 
forma ampla – ao salgado e ao azedo, mas não ao 
amargo e ao doce, por exemplo. 
- Um alimento ativa um determinado conjunto de 
neurônios, em que alguns respondem com disparos 
muito fortes, alguns com disparos moderados, e ainda 
outros não respondem. 
- Ainda é relevante na identificação do alimento, 
neurônios ativados pelo olfato, pela temperatura e por 
aspectos da textura do alimento; 
 
 
OLFATO 
- O olfato se combina com a gustação para ajudar-nos 
a identificar alimentos e aumentar nossa satisfação 
com muitos deles. Contudo, também pode alertar 
sobre o perigo de algumas substâncias (comida 
estragada) ou lugares (cheios de fumaça). 
- O olfato é também um modo de comunicação, ou 
seja, substâncias químicas liberadas pelo corpo, 
denominadas feromônios são importantes sinais para 
comportamentos reprodutivos e podem também ser 
usados para demarcar territórios. 
 
ÓRGÃO DO OLFATO 
 
 
- Nós cheiramos com uma pequena e fina camada de 
células no alto da cavidade nasal, denominada epitélio 
olfativo. 
- O epitélio olfativo tem três tipos celulares principais: 
• As células receptoras olfativas – são os 
locais da transdução, formada por axônios 
próprios que penetram o sistema nervoso 
central. 
• As células de suporte – são similares à glia 
e auxiliam na produção de muco. 
axônio 
dendrito 
 
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Vitória Trindade - 2020 
• Células basais – funcionam como células 
tronco, dando origem a novas células 
receptoras olfativas. 
- As células receptoras olfativas crescem, morrem e 
regeneram-se em um ciclo que dura cerca de 4 a 8 
semanas. 
 
- O muco, produzido pelas células de suporte, consiste 
em uma solução aquosa contendo 
mucopolissacarídeos (longas cadeias de açúcares), 
uma variedade de proteínas (incluindo anticorpos, 
enzimas e proteínas capazes de ligar odorantes) e sais. 
→ Os anticorpos são cruciais porque as células olfativas 
podem ser uma rota direta para alguns vírus (como o 
vírus da raiva) e bactérias entrarem no encéfalo. 
- A área da superfície do epitélio olfativo humano tem 
apenas cerca de 10 cm2. O epitélio olfativo de certos 
cães pode passar de 170 cm2, e os cães possuem 100 
vezes mais receptores por centímetro quadrado do que 
os humanos. 
 
➢ NEURÔNIOS RECEPTORES OLFATIVOS: 
 
- Parte de baixo - neurônios receptores olfativos têm 
um único dendrito fino, que termina com uma pequena 
dilatação na superfície do epitélio. A partir dessa 
dilatação, há vários cílios longos e finos que se 
estendem para dentro da camada de muco. 
- Parte de cima - há um axônio muito fino e não-
mielinizado. Os axônios olfativos constituem o nervo 
olfativo (primeiro nervo craniano). Esses nervos, 
quando deixam o epitélio, penetram em uma fina placa 
óssea denominada placa cribiforme e, então, rumam 
para o bulbo olfatório. 
Os axônios olfativos são frágeis e, durante um 
traumatismo, como um soco no rosto, podem ser 
seccionados permanentemente pelas forças entre a 
placa cribiforme e os tecidos vizinhos, o resultado é a 
anosmia, a incapacidade de perceber odores. 
 
TRANSDUÇÃO OLFATIVA 
 
- Toda a transdução olfativa ocorre nos cílios das 
células receptoras olfativas:• Substâncias odoríferas presentes no muco 
→ se ligam aos receptores odoríferos da 
membrana 
• Ocorre a estimulação da proteína G → que 
ativa a enzima adenilato ciclase. 
• A adenilato ciclase → ativa a formação de 
ATP em AMPc → o AMPc liga-se a canais 
de cátions específicos. 
• Ocorre a abertura dos canais de cátion e a 
entrada de Na+ e Ca2+ → O Ca2+ circulante 
regula a abertura dos canais de cloro, que 
saem da célula. 
• Esse fluxo leva a despolarização da 
membrana e um potencial receptor que irá 
se propagar ao longo do axônio até o SNC. 
- Mesmo na presença contínua da substância odorífera, 
a resposta olfativa diminui. Isso ocorre porque a 
resposta do receptor em si se adapta à substância 
odorífera em cerca de um minuto. A diminuição da 
resposta, apesar da presença continuada de um 
estímulo, é chamada de adaptação. 
- Os humanos têm aproximadamente 350 genes que 
codificam proteínas funcionais de receptores. Cada 
célula receptora olfativa expressa apenas uma 
pequena parte dos 1.000 tipos de receptores 
conhecidos. Logo, há cerca de 1.000 tipos de células 
vitor
Realce
 
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Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
receptoras olfativas, cada uma identificada pelo gene 
de receptor que ela expressa. 
- O epitélio olfativo está organizado em algumas 
grandes zonas, e cada zona contém células receptoras 
que expressam um diferente subconjunto de genes 
para receptores. 
 
➢ COMO AS CÉLULAS RECEPTORAS DIFERENCIAM 
OS DIFERENTES ESTÍMULOS ODORÍFEROS: 
 
- Cada proteína receptora liga-se a diferentes 
substâncias odoríferas e, portanto, a célula receptora é 
mais ou menos sensível a esses estímulos. 
- Algumas células são mais específicas para a estrutura 
química das substâncias odoríferas às quais elas 
respondem, mas, em geral, cada receptor é ativado de 
maneira bastante inespecífica. 
- A concentração da substância odorífera é também 
importante, e, quanto mais estímulos, mais fortes 
tendem a ser as respostas produzidas. 
 
VIAS CENTRAIS DO OLFATO 
 
- A camada que recebe os sinais em cada bulbo contém 
cerca de 2.000 estruturas esféricas denominadas 
glomérulos olfativos. 
- Dentro de cada glomérulo, cerca de 25.000 terminais 
de axônios olfativos primários (das células olfativas), 
que fazem contato com dendritos de 100 neurônios 
olfativos de segunda ordem. 
- Cada glomérulo recebe sinais de apenas um tipo 
determinado de células receptoras. Isso significa que o 
arranjo dos glomérulos dentro do bulbo é um mapa 
muito ordenado dos genes e, por consequência, um 
mapa da informação odorífera. 
 
- Muitas estruturas encefálicas recebem conexões 
olfativas. Os axônios de saída dos bulbos olfatórios 
estendem-se através dos tratos olfatórios e projetam-
se diretamente para vários alvos 
- Entre os alvos mais importantes estão a região 
primitiva do córtex cerebral, denominada córtex 
olfativo, e algumas estruturas vizinhas no lobo 
temporal. 
 
➢ CÓDIGO OLFATIVO DE POPULAÇÃO: 
 
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- O sistema olfativo, assim como o gustativo, usa as 
respostas de uma grande população de receptores 
para codificar um estímulo específico. 
- Quando apresentamos um odor cítrico, nenhuma das 
três células receptoras pode distingui-lo claramente de 
outros estímulos. Entretanto, examinando-se a 
combinação de respostas das três células, o encéfalo 
pode distinguir o odor cítrico do floral, da hortelã e da 
amêndoa. 
- Usando tal codificação, o sistema olfativo com 1000 
receptores diferentes pode ser hábil para reconhecer 
dezenas de milhares de diferentes odores. 
 
DOENÇAS DO OLFATO 
- O olfato pode apresentar alguns distúrbios que 
afetam a sensibilidade e capacidade de percepção de 
cheiros e odores. 
- As doenças do olfato podem interferir na degustação 
dos aromas de bebidas e comidas, ou ainda na 
identificação de substâncias químicas e gases. 
- Patologias associadas ao olfato: 
• Anosmia: representa a perda total ou parcial 
do olfato. (perdeu, já era). 
• Hiposmia: é a baixa sensibilidade olfativa. (a 
sensibilidade diminui, mas pode voltar). 
• Hiperosmia: é a sensibilidade excessiva aos 
odores, afetando principalmente as mulheres 
grávidas. 
• Cacosmia: sensação de odores desagradáveis 
que pode ser subjetiva quando só o indivíduo 
sente ou objetiva quando o indivíduo e outras 
pessoas sentem. 
→ A cacosmia é uma condição alterada 
de cheiro em que a pessoa aprecia ou 
se sente atraída por cheiros 
desagradáveis. O indivíduo em causa 
sente odores desagradáveis em 
situações em que o restante das 
pessoas percebe odores normais ou 
mesmo não percebem nenhum odor. 
• Fantosmia: sensação de odores que não 
existem, intermitente ou constante, os odores 
são geralmente descritos como pútridos (ovos 
podres ou fezes). Pode surgir como aura de 
epilepsia (momentos antes da epilepsia) ou em 
portadores de neurite gripal. (alucinação 
olfatória). 
Obs. A anosmia e hiposmia, podem ser classificadas de 
acordo com o acometimento: 
✓ Intranasal: que impedem a passagem de partículas 
odoríferas até a zona olfatória, ou lesam as 
terminações nervosas olfatórias → (pólipos, 
hipertrofia dos cornetos, rinite alérgica crônica, 
atrofias de mucosa nasal e uso de cocaína); 
✓ Extranasal intracraniana: → pode ser causada por 
um tumor de lobo frontal, trauma, meningite, 
oclusão vascular cerebral (AVC), esclerose 
múltipla, miastenia gravis, Parkinson, hidrocefalia 
e etc. 
✓ Extranasal extracraniana: → Pode ser causada por 
diabetes melitus, hipoparatireoidismo, déficit de 
vitamina A, hipotireoidismo, hepatite e etc. 
- Apesar de inúmeras doenças, desordens, drogas e 
intervenções cirúrgicas podem influenciar a função 
olfatória, aproximadamente 2/3 dos casos de anosmia 
e hiposmia crônica são devidos a infecções de vias 
aéreas superiores, trauma nasal e doenças dos seios 
paranais. 
- Principais causas de doenças olfativas: 
• Doença nasal obstrutiva (23%) → É a causa 
mais comum de distúrbio olfatório. 
→ A porção inferior do corneto médio 
funciona como reguladora do fluxo 
aéreo para a região olfatória, 
obstrução nesta área por edema, 
pólipos, tumores, deformidades 
ósseas ou cirurgias podem diminuir ou 
eliminar a habilidade olfatória. 
→ Pode ocorrer, também, por com 
infecções agudas e exposição a 
alérgenos, onde os pacientes referem 
perda progressiva e gradual da 
olfação. 
→ Também, existem pacientes com 
anosmia, cuja habilidade olfatória 
melhora com uso de esteróides 
sistêmicos. 
 
• Pós IVAS (infecção das vias áreas superiores) 
(19%) → Na maioria em indivíduos entre 40 e 
60 anos de idade e se resolve em 1 a 3 dias. 
→ Ocorre mais frequentemente 
hiposmia que anosmia, entretanto, em 
pequeno grupo de indivíduos a olfação 
não normaliza. 
 
9 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
→ Um terço recupera-se 
espontaneamente com ou sem 
tratamento. 
 
• Pós TCE (trauma crânio encefálico) (15%) → 
Em adultos a perda da olfação é de 5-10%, já 
em crianças é de 1,3-3,2%. 
→ Em geral o grau de perda está 
associado à severidade do trauma. 
→ O início da perda geralmente é 
imediata, alguns pacientes só 
percebem após alguns meses. 
 
• Envelhecimento → O limiar olfatório diminui 
com a idade (1% ao ano), sendo esse efeito 
menor nas mulheres que nos homens. 
→ Os idosos tem uma taxa maior de 
declínio da olfação para uns odores do 
que para outros. 
→ Esta diminuição olfatória se deve ao 
processo fisiológico de envelheciment 
 
• Exposição à tóxicos → a perda olfatória pode 
ocorrer em dias ou anos, pode ser reversível ou 
permanente. 
→ O grau de lesão estar relacionado ao 
tempo de exposição, à concentração e 
toxicidade do agente. 
→ São exemplos de drogas que afetam a 
olfação: Anfetaminas, Antibióticos, 
Cocaína, Derivados de petróleo 
Dióxido sulfúrico, Etanol, Formaldeido 
Metais pesados, Metanol, Monóxido 
de carbono, Nicotina e etc. 
 
DOENÇASDA GUSTAÇÃO 
- Doenças do paladar: 
• Ageusia: perda do paladar. 
• Disgeusia: distorção ou diminuição do paladar, 
podendo mesmo atingir a perda total do 
sentido do sabor. 
- A gustação pode afetar: 
• Afta 
• Deficiência de vitamina B12 
• Deficiência de zinco 
• Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) 
• Herpes 
• Ingestão de medicamentos 
• Nariz entupido 
• Problemas de saúde bucal 
• Tabagismo 
 - O paladar pode ser afetado em casos de lesões do 
nervo facial. Já no caso de distúrbios gustativos 
permanentes, estes podem sobrevir após paralisia 
facial de Bell. 
- Disfunções do paladar e do olfato frequentemente 
ocorrem juntas, pois as anormalidades do paladar se 
devem geralmente a disfunção olfativa. 
- Pacientes idosos desenvolvem por vezes disgeusia de 
origem obscura que pode ocasionar anorexia e perda 
de peso. 
- A sensibilidade gustativa aumentada ocorre em 
pacientes com doença de Addison, deficiência da 
hipófise e fibrose cística. 
Obs. Feromônios em Humanos 
✓ Odores podem ter influência sobre as emoções e 
evocar memórias. 
✓ Cada um de nós tem um diferente conjunto de 
odores que marca nossa identidade tão 
precisamente quanto o fazem nossas próprias 
impressões digitais ou nossos genes. Variações no 
odor corporal são provavelmente determinadas 
geneticamente. 
✓ Cães de caça podem ter dificuldade para distinguir, 
pelo cheiro, gêmeos idênticos, mas não têm 
dificuldade para distinguir irmãos fraternos. 
✓ Crianças já com seis dias de idade mostram uma 
clara preferência pelo cheiro do peito de sua 
própria mãe quando comparada a outras mães 
lactantes. 
✓ Mulheres que passavam muito tempo juntas 
frequentemente tinham ciclos menstruais 
sincronizados. Esse efeito é possivelmente 
mediado por feromônios.

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