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Tutoria 10 - sistema visual

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1 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
TUTORIA 10 
SISTEMA VISUAL 
 
- Luz é energia eletromagnética emitida na forma de 
ondas. 
- Vivemos em um turbulento mar de radiação 
eletromagnética. Essas ondas colidem com os objetos, 
sendo absorvidas, espalhadas, refletidas e desviadas. 
- Devido à natureza das ondas eletromagnéticas e suas 
interações com o ambiente, é possível, ao sistema 
visual, extrair informação acerca do mundo. 
- A importância da visão é pelo fato de que cerca da 
metade do córtex cerebral humano está envolvido com 
a análise do mundo visual. 
- O sistema visual dos mamíferos começa no olho. No 
fundo do olho, encontra-se a retina, que contém 
fotorreceptores especializados na conversão de 
energia luminosa em atividade neural. 
- O resto do olho atua como uma câmera fotográfica, 
formando imagens nítidas do mundo sobre a retina. 
Como uma câmera, o olho ajusta-se automaticamente 
às diferenças de iluminação e focaliza 
automaticamente objetos de interesse. 
 
PROPRIEDADES DA LUZ 
- A luz é a radiação eletromagnética que é visível para 
nossos olhos. A radiação eletromagnética pode ser 
descrita como uma onda de energia. 
- Radiações de alta frequência têm maior energia - são 
exemplos os raios gama, emitido pelos raios X e 
empregados em técnicas de imagem. 
- Radiações emitidas em baixas frequências possuem 
menor energia, são exemplos as ondas de rádio e as de 
radar. 
 
- Apenas uma pequena parte do espectro 
eletromagnético é detectável por nosso sistema visual; 
A luz visível consiste em comprimentos de onda entre 
400 e 700 nm. 
- O estudo dos raios de luz é a óptica: 
• Reflexão: é causada pela luz que incide sobre 
uma superfície e retorna para dentro do 
mesmo meio. 
• Absorção: é a transferência de energia da luz 
para uma partícula ou superfície. 
• Refração: é a modificação que pode ocorrer na 
direção de raios de luz quando esses passam 
de um meio transparente para outro. (as 
imagens formam-se no olho por refração) 
 Os meios transparentes do olho 
promovem a refração dos raios 
luminosos para, assim, formar 
imagens sobre a retina. 
 
ANATOMIA DOS OLHOS 
 
 
→ Pupila: é a abertura que permite que a luz 
entre no olho e alcance a retina. 
→ Íris: a íris contém dois músculos que podem 
alterar o tamanho da pupila. A pigmentação 
da íris origina aquilo que chamamos a cor dos 
olhos. 
→ Esclera: constitui o “branco dos olhos. 
 
2 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
→ Córnea: recobre a pupila e a íris, e é formada 
por uma superfície vítrea transparente. Está 
em continuidade com a esclera. 
→ Músculos extra-oculares: são três pares de 
músculos que movimentam o globo ocular. 
→ Nervo óptico: reúne os axônios da retina, 
saindo por sua parte posterior e alcançando o 
encéfalo. 
→ O globo ocular situa-se em um compartimento 
ósseo do crânio, chamado de órbita ocular. 
 
➢ ANATOMIA DO FUNDO DOS OLHOS: 
 
- Podemos ver o fundo dos olhos (retina) por um 
aparelho, o oftalmoscópio. 
- Na retina encontramos vasos sanguíneos que se 
originam-se de uma região circular clara, chamada 
papila óptica. 
- É da papila óptica, que também as fibras do nervo 
óptico deixam a retina (e saem do olho). 
- A sensação de luz não pode ocorrer na papila óptica, 
pois não existem fotorreceptores nesse lugar, e 
também não pode ocorrer onde estão os grandes vasos 
sanguíneos, pois os vasos lançam sombras sobre a 
retina. 
- No centro da retina, há uma região mais escura, com 
um aspecto amarelado. Essa é a mácula lútea parte da 
retina dedicada à visão central. 
- Ainda temos a fóvea, um ponto escuro. Marca o 
centro da retina e serve de referência anatômica. 
• Retina nasal – parte da retina que se situa mais 
próxima ao nariz. 
• Retina temporal – parte da retina que se situa 
mais próxima as temporas. 
 
➢ ANATOMIA DO OLHO SECCIONADO: 
 
- A córnea não apresenta vasos sanguíneos e é nutrida 
pelo fluido situado por detrás dela, o humor aquoso. 
- A secção transversal também revela o cristalino, uma 
estrutura transparente localizada por detrás da íris. 
- Mudanças no formato do cristalino permitem que 
nossos olhos ajustem o foco para diferentes distâncias 
visuais. 
- O cristalino também divide o interior do olho em dois 
compartimentos contendo fluidos diferentes. O humor 
aquoso, situado entre a córnea e o cristalino. E o 
humor vítreo, mais viscoso e gelatinoso, situado entre 
o cristalino e a retina - sua pressão mantém esférico o 
globo ocular. 
 
FORMAÇÃO DA IMAGEM PELOS OLHOS 
- O olho coleta raios de luz emitidos ou refletidos por 
objetos no ambiente e os focaliza sobre a retina para 
formar imagens. 
➢ REFRAÇÃO PELA CÓRNEA: 
- Os raios de luz que atingem a superfície curvada da 
córnea convergem na parte posterior do olho; apenas 
aqueles que cruzam pelo centro do olho passam 
diretamente para a retina, sem qualquer mudança na 
direção. 
 
 
3 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
- As coisas parecem borradas quando abrimos os olhos 
sob a água, por que a interface água-córnea é incapaz 
de produzir a focalização de uma imagem. Uma 
máscara de mergulho restaura a interface ar-córnea e, 
consequentemente, o poder refrator do olho. 
 
➢ ACOMODAÇÃO PELO CRISTALINO: 
 
- O cristalino contribui com cerca de uma dúzia de 
refrações adicionais para a formação de uma imagem 
nítida de um ponto distante. 
- O cristalino está envolvido na formação de imagens 
claras e nítidas de objetos próximos. 
- À medida em que os objetos se aproximam, os raios 
de luz oriundos de um determinado ponto não são 
mais paralelos, acabando por divergirem. Logo, um 
poder de refração maior é necessário para focalizá-los 
na retina. Esse poder adicional de focalização é 
fornecido pela mudança no formato do cristalino, um 
processo chamado de acomodação. 
- Os músculos ciliares formam um anel ao redor do 
cristalino e durante a acomodação, os músculos ciliares 
se contraem e engrossam, consequentemente, o 
cristalino, devido a sua elasticidade natural, torna-se 
mais arredondado. 
- Essa capacidade de acomodação modifica-se com a 
idade. Uma criança pequena pode focalizar objetos 
próximos a seu nariz, enquanto muitos adultos de 
meia-idade não conseguem focalizar objetos a uma 
distância menor do que o comprimento de um braço. 
Felizmente, lentes artificiais podem compensar esse e 
outros defeitos da óptica do olho. 
 
➢ REFLEXO PUPILAR: 
- A pupila também contribui para as qualidades ópticas 
do olho por meio do ajuste contínuo a diferentes 
intensidades de luz no ambiente. 
- Esse reflexo pupilar da luz direta envolve conexões 
entre a retina e os neurônios do tronco encefálico que 
controlam os músculos que contraem a pupila. 
- Uma propriedade interessante desse reflexo é que ele 
é consensual, isto é, se a luz atingir apenas um olho, 
provocará a constrição das pupilas de ambos os olhos. 
Se as pupilas não apresentarem o mesmo tamanho, e 
a ausência do reflexo pupilar consensual para a luz, é 
considerada um sinal de algum distúrbio neurológico 
grave que envolva o tronco encefálico. 
- A constrição da pupila aumenta a profundidade do 
foco. 
 
➢ CAMPO VISUAL: 
- A estrutura dos olhos e sua localização em nosso 
crânio limitam quanto podemos ver do mundo em um 
determinado momento. 
- O campo de visão é a extensão de espaço que o olho 
vê quando está parado olhando para frente. Num ser 
humano, cuja visão seja considerada normal, 
o campo visual cobre cerca de 180 graus. 
 
➢ ACUIDADE VISUAL: 
- Acuidade visual é a capacidade do olho para distinguir 
detalhes espaciais, ou seja, identificar o contorno e a 
forma dos objetos. 
- A acuidade visual depende de fatores ópticos e 
neurais: da nitidez que a imagem chega na retina, da 
saúde das células retinianas e da capacidade de 
interpretação do cérebro. 
 
ANATOMIA DA RETINA 
 
 
4 
Tutoria NeurologiaI 
Vitória Trindade - 2020 
- A via mais direta para o fluxo da informação visual 
parte dos fotorreceptores rumo às células bipolares e, 
daí, para as células ganglionares. 
Fotorreceptores → cél. bipolares → cél. ganglionares 
- As células ganglionares disparam potenciais de ação 
em resposta à luz, e esses impulsos se propagam, via 
nervo óptico, para o resto do encéfalo. 
- As únicas células sensíveis à luz na retina são os 
fotorreceptores. 
 
- A retina apresenta uma organização laminar, ou seja, 
as células estão organizadas em camadas. Porém, as 
camadas estão aparentemente ordenadas ao contrário 
– a luz deve atravessar o humor vítreo, as células 
ganglionares e bipolares antes de atingir os 
fotorreceptores. 
- Um dos motivos para essa disposição “invertida” das 
camadas celulares é a posição do epitélio pigmentar, 
situado logo abaixo dos fotorreceptores, com seu 
papel crítico na manutenção dos fotorreceptores e dos 
fotopigmentos. O epitélio pigmentar também absorve 
qualquer luz que atravesse completamente a retina, 
minimizando assim a reflexão da luz no fundo do olho, 
o que borraria a imagem. 
- Camada de Células Ganglionares: camada mais 
interna, que contém os corpos celulares das células 
ganglionares. 
- Camada Nuclear Interna: contém os corpos celulares 
das células bipolares, e também, as células horizontais 
e amácrinas. 
- Camada Nuclear Externa: contém os corpos celulares 
dos fotorreceptores. 
- Camada dos Segmentos Externos dos 
Fotorreceptores: contém os elementos sensíveis à luz 
da retina. 
- Camada Plexiforme Interna: localizada entre a 
camada de células ganglionares e a camada nuclear 
interna, na qual estabelecem contatos sinápticos entre 
células ganglionares, bipolares e amácrinas. 
- Camada Plexiforme Externa: localizada entre as 
camadas nucleares interna e externa, onde os 
fotorreceptores estabelecem contatos sinápticos com 
células bipolares e horizontais. 
 
➢ ESTRUTURA DO FOTORRECEPTOR: 
- Cada fotorreceptor apresenta quatro regiões: um 
segmento externo, um segmento interno, um corpo 
celular e um terminal sináptico. 
 
 
 
5 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
- Dois tipos de fotorreceptores são encontrados na 
retina, que são facilmente distinguíveis pelo formato 
de seus segmentos externos: 
• Bastonetes: apresentam um segmento 
externo longo e cilíndrico contendo muitos 
discos. 
• Cones: apresentam um segmento externo 
mais curto e que gradualmente diminui de 
espessura, contendo um menor número de 
discos membranosos. 
- O maior número de discos e a maior concentração de 
fotopigmentos nos bastonetes os tornam 1.000 vezes 
mais sensíveis à luz do que os cones. 
- Em um ambiente com iluminação noturna apenas os 
bastonetes contribuem para a visão, por outro lado, 
em ambientes com iluminação diurna são os cones que 
realizam a maior parte do trabalho. 
- Bastonetes e cones diferem também em outros 
aspectos. Todos os bastonetes contêm o mesmo 
fotopigmento, mas há três tipos de cones, cada qual 
com um pigmento diferente. 
 
➢ DIFERENÇAS NAS REGIÕES DA RETINA: 
- A retina periférica possui muito mais bastonetes do 
que cones. Nessa região, também há uma alta relação 
de fotorreceptores para células ganglionares. 
(+ bastonetes e + cel. ganglionares) 
- O efeito combinado desse arranjo é que a retina 
periférica é mais sensível à luz, pois os bastonetes são 
especializados para baixa intensidade luminosa. 
- Isso ocorre porque a visão durante o dia requer cones 
e porque uma boa acuidade visual requer que a razão 
entre fotorreceptores e células ganglionares seja baixa. 
A região da retina mais altamente especializada para a 
visão de alta resolução é a fóvea (única a não conter 
bastonetes, sendo que todos os seus fotorreceptores 
são cones). 
 
FOTOTRANSDUÇÃO 
- Os fotorreceptores convertem energia luminosa em 
alterações do potencial de membrana. 
 
 
➢ FOTOTRANSDUÇÃO DOS BASTONETES: 
- Um neurônio típico em repouso tem um potencial de 
membrana de cerca de –65 mV. 
- ESCURIDÃO: quando em completa escuridão, o 
potencial de membrana do segmento externo do 
bastonete é de cerca de –30 mV. Essa despolarização é 
causada pelo influxo constante de Na+ através de 
canais especiais no segmento externo da membrana. 
• Esse movimento de cargas positivas através da 
membrana é chamado de corrente do escuro. 
• Os canais de sódio têm sua abertura 
estimulada por um segundo mensageiro 
intracelular chamado monofosfato de 
guanosina cíclico (GMPc). 
(Escuridão → rodopsina desativada → proteína G 
desativada → formação do GMPc → abertura dos 
canais de sódio → entrada de Na+ → despolarização da 
célula) 
 
- LUMINOSIDADE: a luz reduz a quantidade de GMPc, 
o que determina o fechamento dos canais de Na+ e o 
potencial de membrana torna-se mais negativo 
(hiperpolariza). 
• A resposta hiperpolarizante à luz é iniciada 
pela absorção da radiação eletromagnética 
pelo fotopigmento localizado nas membranas. 
• Nos bastonetes, esse pigmento é denominado 
rodopsina e sua proteína receptora é 
denominada opsina. 
(Luminosidade → rodopsina ativada → proteína G 
ativada → transforma GMPc em GMP → fecha os 
canais de sódio → hiperpolarização da célula) 
 
6 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
 
 
➢ FOTOTRANSDUÇÃO DOS CONES: 
- Há queda dos níveis de GMPc nos bastonetes até um 
ponto em que a resposta à luz torna-se saturada e a luz 
adicional não mais promove qualquer 
hiperpolarização. 
- Assim sendo, a visão durante o dia depende 
inteiramente dos cones, cujos fotopigmentos 
necessitam de maior nível de energia para sofrerem 
desbotamento. 
- O processo de fototransdução nos cones é 
praticamente o mesmo que aquele que ocorre nos 
bastonetes, a única diferença é o tipo de opsinas da 
membrana do cone. 
- Cada cone em nossas retinas contém uma das três 
opsinas que conferem aos fotopigmentos diferentes: 
• Fotopigmento azul: ativação máxima se dá 
pela luz com comprimentos de onda de 430 nm 
• Fotopigmento verde: ativação máxima ocorre 
com comprimentosde onda ao redor de 530nm 
• Fotopigmento vermelho: ocorre com 
comprimentos de onda por volta de 560 nm. 
 
→ DETECÇÃO DE CORES: 
- As cores que percebemos são determinadas 
principalmente pelas contribuições relativas de cada 
tipo de cone para o sinal na retina. 
- Cada cor do arco-íris, incluindo o branco, poderia ser 
criada pela mistura de uma proporção adequada de luz 
vermelha, verde e azul. De acordo com essa teoria, o 
encéfalo atribui cores com base em uma comparação 
da leitura (fotométrica) dos três tipos de cones. 
- Quando todos os tipos de cones são igualmente ativos 
percebemos o “branco”. 
 
- Várias formas de cegueiras para cores resultam no 
caso de deficiências de um ou mais dos tipos de 
fotopigmentos dos cones. 
 
ADAPTAÇÃO AO ESCURO E A CLARIDADE 
- Essa transição da visão diurna, com base nos cones, 
para a visão noturna, com base nos bastonetes, não é 
instantânea: leva cerca de 20 a 25 minutos. 
- Esse fenômeno é denominado adaptação ao escuro, 
onde a sensibilidade à luz aumenta um milhão de vezes 
ou mais durante esse período. 
- A adaptação ao escuro explica-se por diversos fatores, 
o mais óbvio deles é a dilatação das pupilas, que 
permite que mais luz penetre no olho. 
- Quando o olho adaptado ao escuro retorna para um 
ambiente com luz brilhante, torna-se 
temporariamente saturado. Isso explica o que ocorre 
logo que você sai para fora de casa em um dia bonito. 
- Durante os próximos 5 a 10 minutos, os olhos sofrem 
uma adaptação à claridade, invertendo as alterações 
na retina que ocorreram durante a adaptação ao 
escuro. 
 
- A capacidade do olho de adaptar-se a mudanças na 
intensidade da luz depende de alterações na 
concentração de cálcio dentro dos cones. 
- Quando você sai de um cinema escuro para um dia 
luminoso, os cones estão inicialmente 
hiperpolarizados.A constrição das pupilas ajuda um 
pouco, reduzindo a luz que entra no olho. 
- A mudança mais importante, no entanto, é uma 
despolarização gradual da membrana, de retorno a um 
potencial de aproximadamente –35 mV. 
 
7 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
- Os canais de sódio dependentes de GMPc admitem 
cálcio. No escuro, o Ca2+ entra nos cones e promove um 
efeito inibitório na enzima (guanilato ciclase) que 
sintetiza o GMPc. 
- Quando os canais dependentes de GMPc se fecham, 
o fluxo de Ca2+ para dentro dos fotorreceptores é 
reduzido e como resultado, mais GMPc é sintetizado, 
pois sua enzima de síntese está menos inibida. (vira um 
ciclo) 
 
O PROCESSAMENTO NA RETINA 
- Os fotorreceptores, assim como outros neurônios, 
liberam neurotransmissores quando despolarizados 
(escuro). O transmissor liberado pelas células 
fotorreceptoras é o aminoácido glutamato. 
- LEMBRETE: os fotorreceptores estão despolarizados 
no escuro e se tornam hiperpolarizados com a luz. 
Logo, os fotorreceptores liberam menos 
neurotransmissores na presença da luz do que no 
escuro. Assim, o escuro, e não a luz é o estímulo 
preferido pelo fotorreceptor. 
 - Na camada plexiforme externa, cada fotorreceptor 
efetua contatos sinápticos com dois tipos de células 
retinianas: as células bipolares e as células horizontais. 
- As células bipolares podem ser divididas em duas 
classes, com base em suas respostas ao glutamato 
liberado pelos fotorreceptores: 
• Células bipolares do tipo OFF: apresentam 
canais de cátions ativados por glutamato, que 
medeiam um clássico potencial excitatório, no 
qual despolariza a membrana pelo influxo de 
íons Na+. (Desliga – fica escuro) 
• Células Bipolares do tipo ON: apresentam 
receptores acoplados a proteínas G e 
respondem ao glutamato com uma 
hiperpolarização. (liga – fica claro) 
- O campo receptivo de uma célula bipolar é a área da 
retina onde, em resposta à estimulação pela luz, ocorre 
uma alteração do potencial de membrana da célula. O 
campo receptivo de uma célula bipolar é constituído 
por duas porções: 
• Centro do campo receptivo: uma área circular 
de retina, que proporciona aferências diretas 
do fotorreceptor. 
• Periferia do campo receptivo: uma área da 
retina adjacente que proporciona aferências 
via células horizontais. 
 
 
- A resposta do potencial de membrana de uma célula 
bipolar à luz, no centro do campo receptivo, é oposta 
àquela promovida pela luz na periferia. Se a iluminação 
do centro causa despolarização da célula bipolar (uma 
resposta ON), então a iluminação da periferia causará 
uma hiperpolarização antagônica dessa célula. 
- A organização dos campos receptivos em centro-
periferia passa das célulasbipolares para as 
ganglionares por meio das sinapses na camada 
plexiforme interna. 
 
SINAIS DE SAÍDA DA RETINA 
- A única fonte de sinais de saída da retina para o resto 
do encéfalo são os potenciais de ação provenientes das 
células ganglionares. 
- Células ganglionares com centro-ON e com centro-
OFF recebem aferências dos tipos correspondentes de 
células bipolares. 
- Uma célula ganglionar com centro-ON (luz) será 
despolarizada e responderá com uma potenciais de 
ação quando um pequeno ponto de luz for projetado 
sobre o centro de seu campo receptivo. Da mesma 
forma, uma célula com centro-OFF responderá para 
um ponto escuro projetado sobre o centro de seu 
 
8 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
campo receptivo. 
- As células ganglionares são sensíveis principalmente 
a diferenças na iluminação que ocorrem dentro de seus 
campos receptivos. 
→ CENTRO OFF (despolariza no escuro) → PERIFERIA 
ON (hiperpolariza na luz) 
→ CENTRO ON → PERIFERIA É OFF 
- Centro off iluminado (hiperpolariza) → periferia on 
iluminada (hiperpolariza) → frequencia dos potenciais 
de ação diminui. 
- Centro off escuro (despolariza) → periferia on 
iluminads (hiperpolarização) → aumento dos 
potenciais de ação 
- Centro off escuro (depolariza) → periferia on escuro 
(despolariza) → potenciais de ação intermediários 
 
 
➢ CÉLULAS GANGLIONARES: 
- Na retina humana, distinguem-se dois tipos principais 
de células gânglionares: 
• Células ganglionares do tipo M: que são 
grandes – cerca de 5%. 
• Células ganglionares do tipo P: menores - 
constituem cerca de 90% da população de 
células ganglionares. 
• Células ganglionares do tipo não-M-e-não-P: 
cerca de 5% restante, porém não muito bem 
caracterizadas. 
- As propriedades de resposta visual das células do tipo 
M diferem daquelas das do tipo P em vários aspectos: 
• Elas têm maiores campos receptivos, 
conduzem potenciais de ação mais 
rapidamente no nervo óptico e são mais 
sensíveis a estímulos com baixo contraste. 
- Enquanto que as células do tipo P: 
• Respondem com uma descarga sustentada que 
persiste enquanto persistir o estímulo. 
 
PROJEÇÃO RETINOFUGAL 
- A via neural que sai do olho, a começar pelo nervo 
óptico, é chamada de projeção retinofugal (que parte 
da retina). 
Olho → nervo óptico → quiasma óptico → trato 
óptico → encéfalo. 
 
- No quiasma óptico, os axônios que se originam nas 
porções nasais das retinas cruzam de um lado para o 
outro. O cruzamento de um feixe de fibras é chamado 
de decussação. 
- Após a decussação os axônios das projeções 
retinofugais formam os tratos ópticos. 
 
➢ HEMICAMPO DIREITO E ESQUERDO: 
- O campo visual completo é toda a região do espaço 
que pode ser vista com ambos os olhos olhando 
diretamente para a frente. 
 
 
9 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
- A parte que tanto o olho direito quanto o esquerdo 
conseguem ver simultaneamente é chamado de 
campo visual binocular. 
 
→ ALVOS DO TRATO ÓPTICO: 
• Um pequeno número de axônios do trato 
óptico desprendem-se para estabelecer 
conexões sinápticas com células no 
hipotálamo. 
• 10% do restante continuam após atravessar o 
tálamo, indo inervar o mesencéfalo (tronco 
encefálico). 
• A maior parte inervará o corpo geniculado 
lateral (NGL) do tálamo dorsal. E os neurônios 
do NGL originam axônios que se projetaram 
para o córtex visual primário. (Essa projeção do 
NGL para o córtex é chamada de radiação 
óptica) 
Obs. Lesões em qualquer lugar da projeção retinofugal 
do olho ao NGL, e daí para o córtex visual, causam 
cegueira. 
✓ Uma transecção do nervo óptico esquerdo tornaria 
uma pessoa cega apenas do olho esquerdo. 
✓ Transecção do trato óptico esquerdo causaria 
cegueira no campo visual direito. 
✓ Uma transecção no quiasma óptico afetaria apenas 
as fibras que cruzam a linha média. 
 
 
 
 
→ ALVOS NÃO TALÂMICOS DO TRATO ÓPTICO: 
• Como dissemos, algumas células ganglionares 
da retina enviam axônios para inervar outras 
estruturas que não o NGL. 
• Projeções diretas a uma parte do hipotálamo 
têm um papel importante na sincronia de uma 
variedade de ritmos biológicos – incluindo 
sono e vigília – com o ciclo diário de claro-
escuro. 
• Também, projeções diretas para uma parte do 
mesencéfalo chamada de área pré-tectal, que 
controla o tamanho da pupila e certos tipos de 
movimentos oculares. 
• E cerca de 10% das células ganglionares na 
retina projetam-se para colículo superior, onde 
um determinado conjunto de neurônios 
ativados controla os movimentos do olho e da 
cabeça para trazer a imagem desse ponto no 
espaço para a fóvea. 
 
➢ NÚCLEO GENICULADO LATERAL: 
- Os neurônios do NGL recebem impulsos sinápticos de 
células ganglionares da retina, e a maior parte dos 
neurônios do geniculado projeta um axônio para o 
córtex visual primário via radiação óptica. 
- A separação dos neurônios do NGL em camadas 
sugere que vários tipos de informação oriundos da 
retina são mantidos separados. 
• Axônios provenientes de células ganglionares 
do tipo M, do tipo P e do tipo não-M-e-não-P 
estabelecem sinapses em células de diferentes 
camadas do NGL. 
• No NGL direito,os axônios do olho direito 
estabelecem sinapses em células do NGL nas 
camadas 2, 3 e 5. Os axônios do olho esquerdo 
 
10 
Tutoria Neurologia I 
Vitória Trindade - 2020 
estabelecem sinapses em células nas camadas 
1, 4 e 6. 
 
 
➢ CÓRTEX ESTRIADO: 
- O córtex visual primário é a área 17 de Brodmann, que 
se localiza no lobo occipital do cérebro. 
- Outros termos igualmente utilizados para designar o 
córtex visual primário são V1 e córtex estriado. 
- O córtex estriado, em particular, apresentam corpos 
celulares neuronais arranjados em cerca de meia-dúzia 
de camadas. 
- As camadas celulares são designadas usando-se 
numerais romanos VI, V, IV, III e II. Axônios oriundos do 
NGL terminam em diversas camadas corticais, mas 
principalmente na camada IVC.

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