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Alterações na distribuição de fluido entre o plasma e o interstício são mais comumente manifestadas como edema, que consiste em um acúmulo do excesso de fluido intersticial. O edema ocorre através de quatro mecanismos principais: aumento na permeabilidade microvascular; aumento na pressão hidrostática intravascular; diminuição na pressão osmótica intravascular; e diminuição na drenagem linfática. Aumento da permeabilidade vascular: comumente associado a uma reação microvascular inicial a estímulos inflamatórios ou imunológicos. Esses estímulos induzem a liberação localizada de mediadores que causam vasodilatação e o aumento na permeabilidade microvascular (histamina, bradicinina). Os aumentos imediatos na permeabilidade são induzidos por mediadores que causam contração das células endoteliais e aumento dos espaços interendoteliais. A liberação subsequente de citocinas induz a reorganização do citoesqueleto das células endoteliais, que resulta em retração das células endoteliais e aumento contínuo dos espaços interendoteliais. O movimento de fluido intravascular através desses espaços para o interstício resulta em edema localizado, que pode diluir um agente inflamatório. Muitos casos progridem para o vazamento de proteínas plasmáticas e emigração de leucócitos como eventos iniciais na formação de exsudato inflamatório agudo. Aumento da pressão hidrostática intravascular: é mais frequente em função de um aumento do volume de sangue na microvasculatura. Isto pode ser em razão do resultado de um aumento ativo no fluxo sanguíneo para a microvasculatura (hiperemia -> ativa), tal como ocorre com inflamação aguda. Mais comumente ela resulta de acúmulo passivo de sangue (congestão -> passiva), frequentemente causado por insuficiência cardíaca ou compressão venosa localizada ou obstrução. Os aumentos no volume e na pressão microvascular causam aumento na filtração e redução ou até reversão na absorção de fluido de volta para os vasos. Quando a pressão hidrostática aumentada afeta uma porção localizada da microvasculatura, o edema é localizado. No caso de insuficiência cardíaca, congestão e pressão hidrostática aumentadas podem ocorrer no sistema venoso portal (insuficiência cardíaca direita) causando ascite; no sistema venoso pulmonar (insuficiência cardíaca esquerda), causando edema pulmonar; ou em ambos os sistemas venosos (insuficiência cardíaca generalizada), causando edema generalizado. O edema generalizado pode resultar em redução do volume de plasma circulante e hipoperfusão renal, que ativa uma variedade de respostas compensatórias que regulam o volume. O volume plasmático é aumentado através da retenção de sódio induzida pela ativação das vias da renina-angiotensina-aldosterona e retenção de água mediada pelo hormônio antidiurético (ADH), liberado em seguida à ativação dos receptores intravasculares de volume e de pressão. A sobrecarga no volume intravascular resultante complica a dinâmica da distribuição de fluido que acompanha a insuficiência cardíaca. Mecanismos compensatórios para manter a volemia: Retenção de Na (renina- angiotensina-aldosterona) e Retenção de H20 (Hormônio antidiurético). Diminuição da pressão osmótica intravascular: resulta da redução da concentração de proteínas plasmáticas, particularmente a albumina. A hipoalbuminemia reduz a pressão osmótica coloidal intravascular, resultando em aumento da filtração de fluido e diminuição da absorção, culminando com edema. A hipoalbuminemia pode ser resultado de redução na produção de albumina pelo fígado ou excesso de perda do plasma. A redução na produção hepática ocorre mais comumente em função de uma escassez de proteína adequada para a via sintética como resultado de desnutrição ou má absorção intestinal de proteínas. Menos frequente, doença hepática severa com diminuição na massa de hepatócitos ou deficiência na função dos hepatócitos pode resultar em produção inadequada de albumina. A perda da albumina do plasma pode ocorrer em doenças gastrointestinais caracterizadas por perda severa de sangue, tal como aquelas causadas por parasitismo. Enfermidade renal, com perda da função glomerular e/ou tubular, pode resultar em perda de albumina na urina e diluição da albumina restante ocasionada pela retenção de sódio e volume de fluido intravascular expandido. A exsudação plasmática que acompanha queimaduras severas é uma causa menos frequente de perda de albumina. Em razão da natureza sistêmica da hipoalbuminemia, o edema causado pela diminuição na pressão osmótica intravascular tende a ser generalizado. Diminuição na drenagem linfática: reduz a habilidade do sistema linfático em remover o pequeno excesso de fluido que normalmente se acumula no interstício durante a troca de fluidos entre o plasma e o interstício. Isso pode ocorrer em função da compressão dos vasos linfáticos por inchaço inflamatório ou neoplásico, constrição de vaso linfático causado por fibrose ou bloqueio de um vaso linfático por trombo. O edema ocorre uma vez que a capacidade dos linfáticos danificados é excedida e fica localizado em uma área atingida pelo vaso linfático afetado. Um exemplo de patologia é a Elefantíase. Barreiras físicas controlam as trocas: Fluidos,nutrientes e produtos do metabolismo Membrana plasmática das células: Barreira seletiva que Separa os compartimentos intersticial e intracelular. Sangue arterial rico em nutrientes que se movem a favor do gradiente de concentração para dento do interstício. O CO2 e os produtos do metabolismo gerados pelas células Se acumulam no interstício e se movem a favor do gradiente para dentro do sangue venoso. A distribuição de água entre o plasma e o interstício é determinada pelos diferenciais de pressão osmótica e hidrostática entre os compartimentos. Na e Cl = 84% da osmolaridade total do plasma enquanto que Proteínas plasmáticas suspensas e impermeáveis = < 1% da osmolaridade total do plasma. Mamíferos possuem um total de 70% de Líquidos, onde: 50% interior da célula, 15% são intersticiais e 5% no plasma.O volume destes compartimentos é mantido dentro de limites restritos, existindo um intenso intercâmbio entre eles. Características morfológicas do edema: macroscopicamente o edema é caracterizado em Transudato e Exsudato. Transudato: liquido não inflamatório, densidade baixa, pobre em proteínas e geralmente caracterizado por um fluido transparente a levemente amarelo, que aumenta e expande o interstício afetado. Exsudato: liquido inflamatório, densidade alta, rico em proteínas, coagula, aspecto turvo. Quando o edema ocorre em tecidos adjacentes às cavidades do corpo ou espaços abertos, tais como a luz alveolar, o aumento na pressão intersticial frequentemente força o fluido para dentro dessas cavidades e espaços. O resultado pode ser fluido no interior da luz alveolar (edema pulmonar), na cavidade torácica (hidrotórax), no saco pericárdico (hidropericárdio) ou na cavidade abdominal (ascite ou hidroperitônio). Histologicamente, o edema é amorfo, com fluido eosinofílico pálido (coloração de hematoxilina e eosina) em função do conteúdo proteico. O significado clínico do edema é variável, dependendo principalmente de sua localização. O edema subcutâneo resulta em massa flutuante na pele e no subcutâneo, sem o minimo inpacto. Do mesmo modo, a ascite geralmente não tem impacto na função de órgãos abdominais. Em contraste, o edema de um tecido dentro de espaço confinado (Cavidade craniana, Tórax e Saco pericárdio), pode resultar em pressão que resulta em sérias disfunções no órgão. Nessas situações, o edema pode causar implicações imediatas e que ameaçam a vida. O edema pode ser: Localizado: processos inflamatórios, obstrutivos (tumores),queimaduras. Generalizado (em uma grande área tecidual): distúrbios globais a nível de metabolismo hidroeletrolítico. Anasarca:edema generalizado devido à infiltração de líquido seroso no tecido celular subcutâneo de todo o organismo. Equilíbrio de Starling: A quantidade de fluido filtrado para fora dos capilares arteriais é aproximadamente igual a quantidade de fluido que retorna aos capilares venosos. O equilíbrio de Starling é a interação entre a pressão hidrostática, pressão osmótica (oncótica) e o sistema linfático. Intoxicação por Senecio brasiliensis (flor das almas) em ruminantes: emagrecimento, tenesmo, diarreia, agressividade Reticuloperitonite traumática: ocorre quando há á ingestão do corpo estranho, que se aloja no reticulo, perfurando a parede do mesmo.
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