Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 FUNDAMENTOS DO PSICODIAGNÓSTICO O psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica feito com propósito clínico. É um processo que visa IDENTIFICAR FORÇAS E FRAQUEZAS NO FUNCIONAMENTO PSICOLÓGICO, com foco na existência ou não de psicopatologia. Considera os parâmetros os limites da variabilidade normal. O psicodiagnóstico derivou da psicologia clínica, introduzida por Lighter Witmer em 1896. PESQUISADOR CONTRIBUIÇÃO PARA O PSICODIAGNÓSTICO Binet Propôs a utilização do exame psicológico, por meio de medidas intelectuais, como coadjuvante da avaliação pedagógica. Cattell Primeiras provas de testes mentais Galton Introduziu o estudo das diferenças individuais Kraepelin Da escola pré-dinâmica da psiquiatria. Notabilizou por seu sistema de classificação dos transtornos mentais. Lighter Witmer Introduziu o psicodiagnóstico (derivou a psicologia clínica) A tradição psicométrica ficou melhor sedimentada pela difusão das escalas de Binet, seguidas pela criação dos testes do exército americano Alfa e Beta. Psicometrista Tende a valorizar os aspectos técnicos da testagem. Psicólogo Clínico Emprego do psicodiagnóstico e outras estratégias para avaliar o sujeito de forma sistemática, científica, orientada para a resolução de problemas. 2 Kraepellin e Freud caracterizaram bem a diferença entre estados neuróticos e psicóticos, dentre os transtornos. Tal distinção foi considerada adequada porque parecia combinar 5 aspectos da psicopatologia, simultaneamente: Sintomas descritivos; Causação presumida; Psicodinâmica; Justificação para hospitalização; Recomendação sobre tratamento. Caracterização do Processo Definição Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, sua função é entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso. O psicodiagnóstico parte de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou infirmadas através de passos predeterminados e com objetivos precisos. O Plano de Avaliação O plano de avaliação é estabelecido com base nas perguntas ou hipóteses iniciais, definindo-se não só quais os instrumentos necessários, mas como e quando utilizá-los. 3 Selecionada e administrada uma bateria de testes, obtêm-se dados que devem ser interrelacionados com as informações da história clínica, da história pessoal ou com outras, a partir do elenco das hipóteses iniciais, para permitir uma seleção e uma integração, norteada pelos objetivos do psicodiagnóstico, que determinam o nível de inferência que deve ser alcançado. Objetivo O processo do psicodiagnóstico pode ter um ou vários objetivos, dependendo dos motivos alegados ou reais do encaminhamento e/ou consulta, que norteiam o elenco de hipóteses iniciais formuladas, e delimitam o escopo da avaliação. Psicometria Se o examinador se restringe a tal objetivo, seria denominado de psicometrista. O psicólogo clínico que não perde a referência da pessoa do examinado, dificilmente iria se restringir a tal objetivo, porque analisaria escores dos subtestes, bem como diferenças inter e intrateste, que são suscetíveis de interpretação. Então teria condições de identificar forças e fraquezas no funcionamento intelectual. No caso, o objetivo do exame seria de descrição. Avaliação Psicológica Especificação Classificação simples O exame compara a amostra de comportamento do examinado com os resultados de outros sujeitos da população, com condições demográficas equivalentes. Os resultados são quantitativos. Descrição Ultrapassa a classificação simples, pois interpreta diferentes escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente. Ex.: avaliação neuropsicológica. Classificação nosológica Hipóteses iniciais são testadas, com critérios diagnósticos. Resultados do exame descritivo, da história clínica e da história pessoal permitem atender ao objetivo de classificação nosológica. A contribuição da classificação nosológica, além de facilitar a comunicação entre profissionais, contribui com o levantamento de dados epidemiológico de uma comunidade. 4 Diagnóstico Diferencial São investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou à natureza da patologia. O psicólogo investiga irregularidades e inconsistências do quadro sintomático e/ou dos resultados dos testes para diferenciar categorias nosológicas e nível de funcionamento. Avaliação Compreensiva É determinado o nível de funcionamento da personalidade são examinadas as funções do ego em especial a de insight, condições do sistema de defesa, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos. Envolve algum tipo de classificação, já que a determinação do nível de funcionamento é especialmente importante para a indicação terapêutica. Entendimento Dinâmico Permite chegar a explicações de aspectos comportamentais, a antecipação de fontes de dificuldades na terapia e à definição de focos terapêuticos. Pode ser considerado como uma forma de avaliação compreensiva, já que enfoca a personalidade de maneira global, mas pressupõe um nível mais elevado de inferência clínica. Prevenção Procura identificar precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de força fraquezas do ego, e sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes. Não pressuposto maior profundidade no levantamento de certos indícios de possível patologia, apenas para dar fundamentação ao desenvolvimento de programas preventivos, com grupos maiores. Prognóstico Determina o curso provável do caso. Depende fundamentalmente da classificação nosológica. Pode avaliar condições que possam ter influência no curso do transtorno. Perícia Forense Fornece subsídios para questões sobre insanidade, competência para o exercício como cidadão. O Exame do Estado Mental é um Teste Descritivo. É um tipo de recurso diagnóstico que envolve a exploração da presença de sinais e sintomas, eventualmente utilizando provas muito simples, não–padronizadas, para a estimativa sumária de algumas funções, como atenção e memória. Constitui um exame subjetivo. 5 Responsabilidade O diagnóstico psicológico pode ser realizado: a) Pelo psicólogo e psiquiatra, exceto como classificação simples. b) Psicólogo clínico utiliza o modelo psicológico (psicodiagnóstico), incluindo técnicas e testes privativos desse profissional. c) Pela equipe multiprofissional desde que cada profissional utilize seu modelo próprio. O psicodiagnóstico surge como conseqüência do advento da psicanálise. Comportamentos Específicos Os comportamentos específicos do psicólogo podem ser relacionados com os objetivos do psicodiagnóstico: a) Determinar motivos do encaminhamento, queixas e outros problemas iniciais; b) Levantar dados de natureza psicológica, social, médica, profissional ou escolar; c) Colher dados sobre a história clínica e histórica pessoal, procurando reconhecer denominadores comuns com a situação atual, do ponto de vista psicopatológico e dinâmico; d) Realizar o exame do estado mental do paciente; e) Levantar hipóteses iniciais e definir os objetivos do exame; f) Estabelecer um plano de avaliação; g) Estabelecer um contrato de trabalho com o sujeito ou responsável; h) Administrar testes e outros instrumentos psicológicos; i) Levantar dados qualitativos e quantitativos; j) Selecionar, organizar e integrar todos os dados significativos para os objetivos do exame; k) Comunicaros resultados (entrevista de devolutiva, relatório, laudo,....). l) Encerrar o processo. 6 Passos do diagnóstico a) Levantamento de perguntas relacionadas com os motivos da consulta e definição das hipóteses iniciais e dos objetivos do exame; b) Planejamento, seleção e utilização de instrumentos de exame psicológico; c) Levantamento quantitativo e qualitativo dos dados; d) Integração de dados e informações e formulação de inferências pela integração de dados, tendo as hipóteses iniciais e os objetivos do exame; e) Comunicação dos resultados, orientação sobre o caso e encerramento do processo. .
Compartilhar