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usa nenhuma solução. Por outro lado, 60,8% dos domicílios urbanos têm acesso à rede de esgotamento sanitário. O gráfico da Figura 2 demonstra estes dados: Gráfico 2 - Esgotamento sanitário no Brasil Fonte: Funasa (2012) Do mesmo modo, os dados relativos à coleta de resíduos sólidos no meio rural também demonstram a falta de serviços neste sentido, fazendo com que a 31 população rural descarte o lixo de maneira indevida, seja queimando, enterrando ou simplesmente lançando no mato, como expõe Pasquali (2012). O gráfico da Figura 3 ilustra: Gráfico 3 - Destinação dos resíduos sólidos na área rural Fonte: Funasa (2012) Uma das práticas mais comuns na zona rural é a queima do lixo, justamente por não haver um sistema de coleta; contudo, de acordo com Barbosa (2011), esta é proibida por lei porque representa um grande perigo à saúde da população no sentido de liberar substâncias químicas que podem causar câncer, além de poluir o meio ambiente. Outra alternativa utilizada é a deposição dos resíduos sólidos em espaços a céu aberto nos próprios terrenos, como explica Alcântara (2010, p. 15): [...] em áreas rurais, principalmente onde não há coleta domiciliar regular de lixo, os resíduos sólidos produzidos são queimados ou jogados de acordo com a conveniência e distância das residências, gerando depósitos sobre os quais provavelmente não há técnica adequada e cujas práticas de manejo realizadas pela população são desconhecidas. Mattoso (2013) complementa: Além do lixo orgânico domiciliar, os moradores de zonas rurais lidam ainda com resíduos provenientes de atividades como a agricultura e criação de animais. As embalagens de agrotóxicos, sobras de culturas, sucatas de maquinário e dejetos de animais, por exemplo, requerem cuidados especiais. Porém, a falta informação, saneamento e um sistema eficiente de 32 coleta levam muitos agricultores a simplesmente descartar estes materiais ou a adotar práticas perigosas como a queima do lixo. Neste sentido, Darolt (2008) informa que a Lei nº 9.974/00, citada anteriormente, já obrigava os usuários a recolher sacos plásticos, caixas de papelão ou quaisquer outros vasilhames e devolvê-los aos fabricantes por meio de postos de coleta. De acordo com o autor (2008, p. 1): As embalagens de agrotóxicos recolhidas no programa coordenado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) podem ter dois destinos. As que não são laváveis (como sacos plásticos e caixas de papelão) são incineradas e o restante do material coletado é reciclado. A maior parte desse lixo tóxico já está sendo reciclada e vira matéria-prima para produtos como cordas, conduítes corrugados, madeira plástica, sacos plásticos para lixo hospitalar, embalagens para óleo lubrificante, barricas e tampas para embalagens de defensivos agrícolas. Além disso, a Lei nº 12.305/2010, que instituiu a PNRS, veio trazer a responsabilidade compartilhada que, por meio da logística reversa, permite aos habitantes das zonas rurais devolverem pelo menos parte dos resíduos sólidos, como resíduos e embalagens de agrotóxicos e óleos lubrificantes, pilhas, baterias e lâmpadas, conforme já mencionado, de modo que seus distribuidores possam dar- lhes o fim adequado. Além desta inovação, a referida Lei (BRASIL, 2010), em seu art. 47) proíbe expressamente a queima e o lançamento de resíduos sólidos em cursos d’água ou a céu aberto. Como estas práticas citadas, apesar de comuns, são ilegais e, principalmente, danosas ao meio ambiente e ao próprio homem, esforços são empreendidos no sentido de buscar alternativas viáveis ao descarte do lixo a céu aberto ou à sua queima. Para Rouquayrol (1994 apud DEBONI; PINHEIRO, 2010, p. 14), “[...] o meio rural também necessita de atenção e soluções sanitárias corretas [...]” para evitar prejuízos à saúde do homem e a degradação do meio ambiente. Uma das opções enfatizadas, de modo ainda mais produtivo que na zona urbana, é a compostagem, por meio da qual os resíduos orgânicos podem ser, segundo o INMETRO/IDEC (2002, p. 18), “[...] transformados em adubos e rações de animais [...]” em usinas de compostagem ou mesmo nas residências. Colavitti (2003, p. 1) complementa, afirmando que este tratamento permite que o material resultante, ao ser misturado à terra, eleve sua capacidade de retenção de água, favoreça o crescimento de espécies da flora e ainda reduza o volume de resíduos sólidos. 33 Outra opção também valiosa é a sugerida por Mattoso (2013): o uso de biodigestores, sistemas que transformam dejetos de animais em fertilizante natural, num processo mais ou menos semelhante à compostagem, embora mais avançada tecnologicamente: Uma tecnologia bastante econômica e viável para destinar os dejetos provenientes de sistemas agropecuários, como a suinocultura, é o biodigestor, onde os resíduos passam por um processo de decomposição, eliminando os germes e bactérias prejudiciais ao homem e ao meio ambiente. O material restante ao final da decomposição é um excelente biofertilizante. Dentro do biodigestor, forma-se também um biogás que pode ser utilizado em fogões, lamparinas, e até mesmo em aquecimento de granjas. [...] Além de trazer benefícios para o bolso do agricultor, o biodigestor também ajuda a minimizar os impactos das atividades agrícolas no meio ambiente. Retomando o INMETRO/IDEC (2002, p. 17), também na zona rural é importante “[...] economizar os recursos naturais, reutilizar e reciclar os produtos consumidos [...]”, de modo a diminuir a quantidade de lixo produzido e manter a disponibilidade dos recursos que o meio ambiente natural oferece. Em relação às demais fontes de lixo na área rural, Darolt (2008) e Mattoso (2013) dizem que a correta destinação dos resíduos passa pela coleta seletiva e pelo recolhimento por transporte específico, como na cidade, levando o lixo para aterros sanitários ou para reciclagem. Os aterros sanitários, segundo Colavitti (2003) e INMETRO/IDEC (2002), consistem na colocação dos resíduos sólidos em valas impermeabilizadas; em seguida, é feita a compactação, utilizando-se tratores que passam e repassam sobre o material diversas vezes, e a cobertura com terra para evitar o aparecimento de insetos. A reciclagem, por sua vez, transforma resíduos sólidos em novos produtos, utilizando-os como matéria-prima, conforme o INMETRO/IDEC (2002), reduzindo a quantidade de resíduos sólidos nos aterros sanitários, diminuindo “[...] o consumo dos recursos naturais, [...] e a poluição do globo terrestre”, além de proporcionar uma fonte de lucro. Colavitti (2003, p. 1) colabora, exemplificando resíduos sólidos que podem ser reciclados e apresentando as vantagens ambientais e econômicas de tal prática: Metal 34 Reciclável: latas de aço e de alumínio, pregos, parafusos, baldes, panelas (sem cabo), objetos de ferro, bronze, zinco e chumbo Aproveitamento: peças, ferramentas, bacias etc. Economia: se todas as latas de aço consumidas no país anualmente fossem recicladas, sobrariam 8,6 milhões de m3 de espaço em aterros e seriam economizados 240 milhões de kWh de energia elétrica Vidro Reciclável: recipientes em geral, garrafas e copos Aproveitamento: frascos, potes e objetos de decoração Economia: para cada 10% de caco utilizado na produção de vidro (forma como o material é aproveitado), economiza-se 2,5% da energia necessária para a fusão nos fornos industriais Plástico Reciclável: embalagens de refrigerantes, margarina e de materiais de limpeza, copos descartáveis, canos, tubos e sacos plásticos em geral Aproveitamento: brinquedos, tecido, baldes, bacias, peças e acessórios para veículos e materiais de construção Economia: de energia elétrica, em até 50%, com o uso de plástico reciclado de sacolas de supermercado e sacos de lixo para fabricar materiais de plástico Papel Reciclável: