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PODER GERAL DE CAUTELA - DEPOIS DA LEI 13.964/2019 - CPP

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DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
1 ANA PAULA OLIVEIRA 
 
 
 
Falar sobre o poder geral de cautela, após as decisões do STF e STJ sobre 
as prisões preventivas ex ofício. 
 
A princípio cabe-nos analisar o que seria o poder geral de cautela, posto 
que o código de processo penal com o advento das alterações trazidas pela lei 
12.403/2011 ampliou de forma significativa as hipóteses de medidas cautelares 
que podem ser aplicadas, de forma que o rol passou a ter caráter taxativo 
abrangendo variadas situações cautelares, o que já era motivo de discussão 
acerca do tema, posto que ao se tratar de restrição no âmbito dos direitos das 
liberdades individuais consagrados pela constituição federal de 1988, não era 
visto como conveniente nem proporcional sua interpretação ampla, no sentido 
discricionário e não legislativo em sentido estrito. 
Sob este aspecto, leciona o prof. Aury Lopes Jr. 
 
“No processo penal, forma é garantia. Logo, não há espaço para 'poderes 
gerais', pois todo poder é estritamente vinculado a limites e à forma legal. 
O processo penal é um instrumento limitador do poder punitivo estatal, de 
modo que ele somente pode ser exercido e legitimado a partir do estrito 
respeito às regras do devido processo." 
 
Dadas as explanações gerais sobre o tema proposto, vejamos as 
alterações provocadas no código de processo penal trazidas pela lei 
13.964/2019 (pacote anticrime). 
Antes da lei em comento, a redação do código de processo penal, trazia sobre 
as medidas cautelares, a seguinte redação: 
Art.282 – As medidas cautelares previstas neste título deverão ser 
aplicadas observando-se a: 
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, 
por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do 
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). - REVOGADO 
 
 
INSTITUIÇÃO UNINASSAU – GRUPO SER 
CURSO DIREITO 
SEMESTRE 6º - NOITE 
ALUNO ANA PAULA DA SILVA OLIVEIRA 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
2 ANA PAULA OLIVEIRA 
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, 
o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu 
assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em 
cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, 
parágrafo único). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). REVOGADO 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, 
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da 
ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade policial. REVOGADO 
 
Após a lei 13.964/2019, os textos dos trechos acima sofreram mudanças 
com a supressão do termo “de ofício”, ou seja, houve a retirada da previsão de 
conversão da prisão em flagrante em preventiva pelo juiz de ofício. Ver como 
consta a atual redação: 
 
 
“Art. 282. ................................................................................................. 
 
.................................................................................................................. 
 
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das 
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação 
da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. 
 
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, 
o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou 
do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, 
em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo 
único do art. 312 deste Código. 
 
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, 
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do 
Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação 
da autoridade policial. ” (NR) 
 
O atual texto retira do magistrado a possibilidade de mesmo verificadas 
as hipóteses trazidas no art. 312, decretar a prisão preventiva de oficio, 
deixando assim, claro a primazia do sistema acusatório. 
 
Vejamos abaixo, de forma esquematizada as mudanças trazidas com o 
advento da lei 13.964/2019 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
3 ANA PAULA OLIVEIRA 
 
Neste diapasão pacificou-se o entendimento entre os tribunais (STJ) e 
(STF) no sentido que o poder de cautela dos magistrados restringe-se ao que 
está imposto estritamente na lei, respeitando a nova redação, prevalecendo que 
atualmente o juiz somente poderá decretar prisão preventiva mediante 
provocação, não mais usando de discricionariedade mesmo que respeitando 
todos os requisitos do Art. 312, do CPP. Não há que se falar em poder geral de 
cautela, em virtude dessa generalidade ora já mitigada com a lei 12.403, de 
2011, tornou-me mais estrita ainda com as novas medidas trazidas pela lei 
13.964/2019, do pacote anticrime que impõe aos juízes maiores limites quanto a 
estas medidas. 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Antes da lei 13.964/2019 Atualmente depois da lei 13.964/2019 
Art. 282 § 2o As medidas cautelares 
serão decretadas pelo juiz, de ofício 
ou a requerimento das partes ou, 
quando no curso da investigação 
criminal, por representação da 
autoridade policial ou mediante 
requerimento do Ministério Público. 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art 282 § 2º As medidas cautelares 
serão decretadas pelo juiz a 
requerimento das partes ou, quando no 
curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou 
mediante requerimento do Ministério 
Público. 
 
§ 4o No caso de descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas, o 
juiz, de ofício ou mediante 
requerimento do Ministério Público, de 
seu assistente ou do querelante, 
poderá substituir a medida, impor 
outra em cumulação, ou, em último 
caso, decretar a prisão preventiva (art. 
312, parágrafo único). (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4º No caso de descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas, o juiz, 
mediante requerimento do Ministério 
Público, de seu assistente ou do 
querelante, poderá substituir a medida, 
impor outra em cumulação, ou, em último 
caso, decretar a prisão preventiva, nos 
termos do parágrafo único do art. 312 
deste Código. 
 
Art. 311. Em qualquer fase da 
investigação policial ou do processo 
penal, caberá a prisão preventiva 
decretada pelo juiz, de ofício, se no 
curso da ação penal, ou a 
requerimento do Ministério Público, do 
querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial 
“Art. 311. Em qualquer fase da 
investigação policial ou do processo 
penal, caberá a prisão preventiva 
decretada pelo juiz, a requerimento do 
Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da 
autoridade policial.” 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
4 ANA PAULA OLIVEIRA 
Fontes: 682: Turmas do STJ divergem sobre a possibilidade de o juiz converter de ofício 
a prisão em flagrante em preventiva - Meu site jurídico (editorajuspodivm.com.br), O poder 
geral de cautela no processo penal - Migalhas, STJ - Notícias: Quinta Turma altera entendimento 
e anula conversão de ofício da prisão em flagrante para preventiva 
 
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2020/12/09/682-turmas-stj-divergem-sobre-possibilidade-de-o-juiz-converter-de-oficio-prisao-em-flagrante-em-preventiva/
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2020/12/09/682-turmas-stj-divergem-sobre-possibilidade-de-o-juiz-converter-de-oficio-prisao-em-flagrante-em-preventiva/
https://www.migalhas.com.br/depeso/265851/o-poder-geral-de-cautela-no-processo-penal
https://www.migalhas.com.br/depeso/265851/o-poder-geral-de-cautela-no-processo-penal
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/22102020-Quinta-Turma-altera-entendimento-e-anula-conversao-de-oficio-da-prisao-em-flagrante-para-preventiva.aspxhttps://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/22102020-Quinta-Turma-altera-entendimento-e-anula-conversao-de-oficio-da-prisao-em-flagrante-para-preventiva.aspx

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