Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR DE COMBATE 2° Fase Cuidados Táticos em Campo protocolo MARC 1 Apresentação e Técnicas de utilização dos materiais do IFAK com base no protocolo M.A.R.C1 desenvolvido e adaptado pelo grupo T.I.G.R.E PCPR “Há uma circulação comum, uma respiração comum. Todas as coisas estão relacionadas.” Hipócrates Acrônimo M.A.R.C • M – MASSIVO • A – AÉREAS • R – RESPIRAÇÃO • C – CALOR Acrônimo I.F.A.K (Kit de Primeiros Socorros Individual) • I – INDIVIDUAL • F – FIRST • A – AID • K – KIT Material básico individual para aplicação do protocolo M.A.R.C-1 Bornal especifico para o acondicionamento do KIT APHC Torniquete homologado pela CoTCCC Gaze com agente hemostático e gaze sem agente Hemostático Bandagem elástica estéril Canola nasofaringe Selo de Tórax de Preferencia Valvulado Manta Aluminada Tesoura ponta romba Luvas descartáveis de nitrilo ASPECTOS LEGAIS PARA O APH DE COMBATE Aspectos Legais Para aplicação do Protocolo MARC1 O prestador de atendimento em combate, que atua EXCEPCIONALMENTE, estará agindo sob o instituto da INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA que caracteriza-se quando age o autor de maneira típica e ilícita, mas não merece ser punido, pois, naquelas circunstâncias fáticas, dentro do que revela a experiência humana, não lhe era exigível um comportamento conforme o ordenamento jurídico, nada mais é do que o baixo grau de reprovação de conduta ante à opinião pública, mesmo que esta seja contrária a uma norma jurídica. Ou seja, o agente pratica um fato que, em tese, é ilegal (típico), porém a sociedade (senso comum) entende e exige que esse agente não seja culpado porque agiu na intenção de proteger um bem jurídico maior (Vida). A sociedade impõe que qualquer outra pessoa, na condição de ser humano dotado de capacidades medianas, agiria da mesma forma, desde que possuísse os mesmos conhecimentos e habilidades do agente. No mesmo viés, está o atendente agindo em ESTADO DE NECESSIDADE Art. 23 e 24 CP, quando atua para salvar de perigo atual (não provocado por sua vontade) direito próprio ou alheio. Nesta segunda hipótese, a próprio ato torna-se lícito, deixando de haver oportunidade para outras discussões legais. Na inexigibilidade de conduta diversa é excluída a culpabilidade, um dos pilares do crime, precedida pelo fato típico e ilícito, sendo a ilicitude afastada nos casos de estado de necessidade. Aspectos Legais Para aplicação do Protocolo MARC1 Também não ocorre o crime de “EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA Art. 282 CP”, já que tal delito exige habitualidade para sua compleição, o que não é o caso do atendimento pré-hospitalar policial, uma vez que o agente, mesmo portando os conhecimentos necessários para tal atendimento, somente o realizará nos casos de extrema necessidade, para socorrer outros agentes públicos que não possam, naquele primeiro momento, gozar de um atendimento médico ou hospitalar tradicional (RT 547/366). O atendimento realizado por policial em outro policial durante situação emergencial, tem o objetivo único de salvaguardar o bem jurídico maior, que é a vida de seu colega. Vale ressaltar que a lei conhecida como lei do ato médico, excetua do rol de atividades privativas do médico: “atendimento à pessoa sob risco de morte iminente”. Portanto, não há razão e tampouco embasamento legal para penalizar ou questionar o policial que realiza atendimento pré-hospitalar em zona de combate. Fonte: artigo científico dos policiais Kawamura (PF) , Nascimento (PRF) e Pinheiro (PCPR). PROTOCOLO MARC SALVAR VIDAS QUE POSSAM SER SALVAS Explicação Breve dos motivos da existência do Protocolo MARC. Através de grande estudo das causas de morte realizado pelos americanos durante a Guerra do Iraque/Afeganistão, foi percebido que das MORTES EVITÁVEIS EM COMBATE: 1° - 91% foram por hemorragias 2° - 7.9% foram por obstrução de via aérea 3° - 1.1% foram por Pneumotórax Hipertensivo (ar dentro da caixa torácica, porém fora do pulmão) Através deste resultado, fica evidente o porquê do "M" de controle de sangramento massivo ser o 1° item do acrônimo! Seguidos por "A" de desobstrução de via aérea, e "R" de respiração para prevenção do pneumotórax hipertensivo. Como tudo na vida, foco é essencial, principalmente no APH de Combate, e por isso o protocolo é feito dessa forma. SANGRAMENTO MASSIVO MARC1 Hemorragia é a perda se sangue do sistema circulatório, devido à ruptura dos vasos sanguíneos, sendo que a gravidade é medida pela quantidade e rapidez que o sangue é perdido. Quando ocorre a perda de sangue, o organismo responde com algumas respostas fisiológicas, mas se a perda for superior a resposta compensatória, diz que o indivíduo encontra-se em choque hipovolêmico; algo muito grave. Porém, caso o indivíduo receba assistência médica imediata, com reposição de volume adequado a perda, esse fato pode ser reversível. ALGUNS SINTOMAS DO CHOQUE HIPLVOLEMICO Taquicardia Alteração nos níveis de consciência, Hipotensão arterial, Pele fria e sudorética, Aumento do tempo do enchimento capilar (maior que 2 segundos) Pulso fino, Podendo ainda apresentar cianose No “M” do acrônimo MARC, observaremos o sangramento massivo e suas formas de contenção, é fundamental identificar o sangramento massivo em uma vítima, isso porque é possível ela ficar inconsciente entre 1 a 3 minutos, e vir a óbito entre 3 a 5 minutos. Para se evitar essa fatalidade deve-se buscar os seguintes pontos : 1) UNIFORME DO COMBATENTE EMPAPADO DE SANGUE 2) POÇA DE SANGUE NO CHÃO 3) FERIMENTO PULSANDO SANGUE. Tal busca deve ser realizada nas extremidades e nas áreas juncionais. Aplicando torniquetes nas primeiras e preenchimento de ferida com gazes de preferencia hemostáticas na segunda. IDENTIFICAÇÃO SANGRAMENTO MASSIVO TECNICAS DE UTILIZAÇÃO DO TORNIQUETE MARC1 O QUE DEVEMOS SABER ANTES DE ADQUIRIMOS UM TORNIQUETE 1. Esperar muito tempo para aplicação do TORNIQUETE é um erro e pode ser fatal; 2. As aplicações de TORNIQUETE devem ser verificadas periodicamente para garantir que a hemorragia está controlada. Se houver sangramento o TORNIQUETE deve ser apertado ou, um 2° TORNIQUETE aplicado; 3. TORNIQUETE causam bastante DOR quando apertados, essa dor não significa que o TQ foi aplicado incorretamente ou que deve ser removido. A dor pode ser tratada com analgésicos. 4. Sempre lembrar de verificar se existem objetos em bolsos ou no corpo da vitima, que possam atrapalhar a aplicação de um torniquete PRINCIPAIS ERROS NO USO DO TORNIQUETE: 1. Não ter um TORNIQUETE comercial eficaz (Homologados pelo CoTCCC) disponível para o uso. 2. Esperar demais para colocá-lo. 3. Não usar um segundo TORNIQUETE quando necessário. 4. USÁ-LO PARA PEQUENOS SANGRAMENTOS 5. Aplicar o TORNIQUETE muito próximo do sangramento, exceção quando aplicado sob fogo inimigo, acima de um sangramento que não é facilmente localizável. Nesse caso, o TORNIQUETE deve ser aplicado "Alto e Apertado", conhecido como "TORNIQUETE EMERGENCIAL" 6. Não apertar o suficiente para controlar o sangramento. 7. Afrouxa-lo periodicamente para permitir o fluxo sanguíneo para a extremidade lesionada. 8. Não verificar se há objetos nos bolsos da vitima antes da aplicação do Torniquete Combat Aplication Tourniquet (CAT) Aprovado pelo CoTCCC Produzido pela North American Rescue, é o torniquete padrão do Exército Americano. A versão mais moderna é o Geração 7, que se diferencia do modelo anterior por ter uma alavanca (windlass) mais grossa e a tarja do lacre cinza ao invés de branco. Parece ser o torniquete de mais rápida autoaplicação, se comparado com os demais. Possui uma ponta vermelha para fácil identificação. Ratcheting Medical Tourniquet (RMT) Tactical – Aprovado pelo CoTCCC Produzido pela m2inc, o RMT é aplicado de maneira ligeiramente dos CAT, pois funciona com um sistema de catracas, apertadas por meio de alavanca, conforme exibido no vídeo. As instruções de uso são escritas nopróprio torniquete permanentemente. Ele depende do auxílio da boca do operador para se auto aplicar em um dos braços. SAM Extremity Tourniquet (SAM-XT) Aprovado pelo CoTCCC Produzido pela SAM Medical, o conceito principal desse torniquete é minimizar o número de voltas necessárias pela alavanca (windlass), graças a um sistema de furos e pinos, semelhante a um cinto, que se prendem ao atingir a melhor pressão. De forma geral, a aplicação é idêntica a dos torniquetes CAT7. Diferente desses, contudo, o SAM tem a alavanca de metal (Alumínio 6061) e não de polímero, o que proporciona maior robustez. SOF-Tactical Tourniquet-Wide (SOFTT-W)- Aprovado pelo CoTCCC O SOF é um torniquete que aparenta mais resistência que os demais aprovados pelo comitê. Ele já está na quarta geração, conta com um sistema de presilha que o distingue dos demais, permitindo abertura total mais rapidamente. O SOF tem dois sistemas de segurança da alavanca, sendo um deles equivalente ao usado no CAT, e o segundo, um triângulo , onde é encaixada a alavanca de alumínio de aviação. Tactical Mechanical Tourniquet (TMT) – Aprovado pelo CoTCCC Produzido pela Combat Medical, o TMT é um torniquete de alavanca semelhante ao SOF ou ao CAT, porém com algumas diferenças. Uma delas é o sistema de travamento: ao invés de ser dois semicírculos, como nos outros modelos, o TMT tem um sistema de encaixe que faz um “click” quando inserido. Ele também é mais largo, minimizando a dor do paciente quando da compressão. TX2 Tourniquet (TX2) / TX3 Tourniquet (TX3) – Aprovado pelo CoTCCC Os torniquetes TX2 e TX3 são produzidos pela RevMedX e recentemente aprovados pelo CoTCCC os dois modelos diferenciam-se entre si exclusivamente pela largura da banda. O TX2 tem 2 polegadas ao passo que o TX3 tem 3 polegadas. Funcionam de forma semelhante aos RMT, com um sistema de catracas ao invés das alavancas do CAT ou SOF, necessitando portanto, também, do uso da boca do operador para autoaplicação em um dos braços. As instruções de uso ficam permanentemente gravadas no próprio torniquete. A largura do torniquete ajuda a minimizar a dor do ferido. Recon Tourniquet – Não aprovado pelo CoTCCC Apesar de não ser um dos modelos recomendados pelo CoTCCC, o Recon Tourniquet, feito pela Recon Medical parece suficientemente confiável. Em alguns pontos, inclusive, até mais do que o clássico CAT. Ele é o torniquete de menor custo desta lista, vendido pela metade do preço que o CAT, por exemplo. Funciona com uma alavanca de metal e possui um furo próximo a extremidade para ajudar o operador a puxar a tira. A aplicação é executada da mesma maneira que o CAT, TMT ou SOF. Técnicas de utilização No protocolo MARC1 usamos as seguintes técnicas com torniquete. TORNIQUETE EMERGENCIAL TORNIQUETE DUPLO REVERSÃO DO TORNIQUETE TORNIQUETE DELIBERADO MANOBRA DE APROXIMAÇÃO Torniquete Emergencial Esta modalidade é a primeira opção de uso na zona quente, onde o operador não tem tempo para avaliar precisamente o que está ocorrendo e onde está o ferimento. Nesta fase, o próprio operador ferido poderá fazer a autoaplicação! CADA OPERADOR SEMPRE DEVERÁ CARREGAR CONSIGO UM KIT (IFAK) COM OS EQUIPAMENTOS ADEQUADOS PARA AUTO ATENDIMENTO EM COMBATE! O “mantra” a ser internalizado no momento da aplicação do torniquete, é: “AA”, de ALTO E APERTADO! Pouco importa onde encontra-se de fato o ferimento, esteja esse em área mais distal ou proximal do membro, NÃO IMPORTA! O torniquete, ainda assim, deverá ser aplicado o mais alto e apertado possível! Você deve estar se perguntando: “mas por qual motivo este é o procedimento?!, eu sempre soube que o Torniquete deveria ser aplicado 4 dedos acima do ferimento!” Explicação: durante o combate (ou logo após o mesmo), fica muito difícil saber com exatidão, onde estão os ferimentos! Lembre-se que neste momento a vitima poderá́ estar ainda em movimento (combatendo, inclusive!), com todos seus equipamentos (fardamento, armamento, colete e demais equipamentos) o que dificulta muito o operador de encontrar onde está o orifício de entrada de uma perfuração por projetil de arma de fogo! Esse é um período de muito “descontrole e confusão”, por isso mesmo, para ser objetivo e reduzir significativamente as possibilidades de erro na ação, opta-se pelo Torniquete denominado EMERGENCIAL, ALTO E APERTADO! Desta forma iremos bloquear o fluxo sanguíneo de todo o segmento do membro que estiver abaixo do Torniquete, pouco importando onde localiza-se – de fato – o trauma E nunca se esquecer de retirar objetos que estejam nos bolsos da vitima que possam atrapalhar na aplicação do Torniquete Torniquete Emergencial Torniquete Duplo TORNIQUETE DUPLO Por vezes, mesmo após a aplicação de um torniquete, o sangramento pode não cessar ou voltar a ocorrer. Nesse momento utilizamos mais um Torniquete para cessar definitivamente o sangramento restante. Esse sangramento pode ocorrer por diversos fatores: Pode ter ocorrido, o afrouxamento da fita do Torniquete, Desgaste do velcro, Ou a artéria atingida é muito calibrosa e mais ‘N” motivos. Independente dos motivos, o fato é que a aplicação de MAIS UM TORNIQUETE deverá ser realizada preferencialmente logo acima do primeiro caso não houver espaço ele poderá ser aplicado ligo abaixo o mais próximo possível do primeiro. É muito importante que as hastes nunca fiquem para dentro da coxa, e na medida do possível que estejam afastadas entre os Torniquetes para facilitar a torção do 2° TORNIQUETE. Torniquete Duplo Reversão OBS: ESSA MANOBRA SÓ SERÁ APLICADA NA FASE DE CUIDADOS PROLONGADOS EM CAMPO TENDO EM VISTA O TEMPO PARA EVACUAÇÃO E NÃO ESTÁ PREVISTO NOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS DA PMPR Utilizamos a reversão caso exista uma janela de tempo maior que 2 horas entre a aplicação do Torniquete e remoção da vitima para um local adequado (hospital). Sendo assim, deveremos partir para a tentativa do tamponamento, o preenchimento do ferimento. Entretanto, é importante salientarmos que não retiraremos o Torniquete Emergencial “ALTO E APERTADO” ou deliberado, apenas afrouxaremos a tensão dele. Essa manobra deve ser feita caso o operador/socorrista não consiga evacuação em 2 horas de trauma (você̂ entra na fase de cuidados prolongados em campo). Ela é feita com o intuito de retirar o torniquete de membro que poderá ser afetado por seu uso prolongado. Em resumo, para A REVERSÃO DO Torniquete, DEVE-SE: 1. Realizar o preenchimento da ferida com gaze (preferencialmente hemostática); 2. Iniciar pressão em cima do material de tamponamento da ferida e libera o torniquete gentilmente; 3. Fazer pressão continua por 1 a 5 min (hemostáticas) ou 5-10 minutos (sem hemostáticos); 4. Observar se o tamponamento está eficaz, se o sangue não extravasa da ferida; 5. Caso esteja estabilizado o sangramento, colocar faixa elástica (Israelense/Olaes) para manter a gaze no lugar. Deixar o torniquete no local original, apenas afrouxando-o, pois SE VOLTAR A SANGRAR, APERTA NOVAMENTE! Vale ressaltar que NÃO REALIZAMOS a Reversão em 3 situações: 1° Vitima em choque; 2° Amputações; 3° Se não conseguirmos acompanhar o ferimento ( se volta a sangrar ). Reversão Manobra de Aproximação ou Transição OBS: ESSA TECNICA SÓ SERÁ APLICADA NA FASE DE CUIDADOS PROLONGADOS EM CAMPO CASO O OPERADOR NÃO TENHA EXITO NA REVERSÃO TENDO EM VISTA O TEMPO PARA EVACUAÇÃO E NÃO ESTÁ PREVISTO NOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS DA PMPR Manobra utilizada para mudar de um TORNIQUETE EMERGENCIAL para um DELIBERADO. Essa manobra só deve ser feita caso o operador não consiga evacuação em 2 horas de trauma (você entra na fase de cuidados prolongados em campo). Ela é feita com o intuito de diminuir a quantidade de membro que poderá ser afetado por um uso prolongado de torniquete, com o intuito de salvar a maior parte viável do membro. Coloca-se um torniquete novo no método deliberado (3-4 dedos do ferimento, diretamente na pele) e aperta-seo torniquete. O Segundo passo é soltar o TORNIQUETE EMERGENCIAL “ALTO E APERTADO” e verificar se o deliberado controla o sangramento. NÃO SE DEVE RETIRAR O EMERGENCIAL, deixa-se frouxo, mas no membro, pois se o deliberado não for eficiente você̂ utiliza o emergencial e o APERTA NOVAMENTE. Portanto, para essa manobra, você necessita de pelo menos dois torniquetes efetivos. Manobra de Aproximação ou Transição Torniquete Deliberado OBS: ESSA MANOBRA NÃO CONSTA NO PROTOCOLO MARC1 COMO UMA OPÇÃO DE PRIMEIRA APLICAÇÃO E SÓ SERÁ APLICADA NA FASE DE CUIDADOS PROLONGADOS EM CAMPO NA MANOBRA CHAMADA APROXIMAÇÃO CONFORME EXPOSTO ACIMA SE O OPERADOR MARC1 NÃO LOGRAR EXITO NA REVERSÃO, FOI ADICIONADO A ESTE MATERIAL ESSE EXEMPLO DE APLICAÇÃO APENAS A TITULO DE CONHECIMENTO E LEMBRANDO NO APH DE COMBATE A REGRA É ALTO E APERTADO Opta-se pelo TORNIQUETE DELIBERADO num segundo momento, quando não mais existir ameaças no teatro de operações ou possibilidade iminente de confronto. Nesse caso, haverá́ a verificação do local onde de fato ocorreu o trauma. Com isso, analisa-se a possibilidade de colocar um novo torniquete 4 dedos acima do ferimento. É importantíssimo destacar que não iremos retirar o 1° Torniquete Emergencial “ALTO E APERTADO”, mas iremos afrouxa-lo (mantendo-o no mesmo lugar), após a correta instalação do segundo Torniquete. Em resumo, para a utilização do Torniquete deliberado, deve-se: 1. Verifique onde, de fato, está o ferimento cujo sangramento é massivo. 0 2. Aplique corretamente o segundo torniquete 4 dedos acima do ferimento. Não aplicar sobre articulações. Se possível aplique sobre a pele, para evitar colocar sobre bolsos q contenham objetos! 3. Após certificar-se que o mesmo está aplicado corretamente, afrouxe levemente o primeiro torniquete instalado (o emergencial, “alto e apertado”), mantendo-o no mesmo local. 4. OBSERVE 0 5. Caso o ferimento volte a sangrar, aperte o TORNIQUETE EMERGENCIAL até cessar o sangramento. Torniquete Deliberado Estudo de caso - Baleado 7,62 Guaira - PR Sobre o acontecido em Guaira PR, gostaria de fazer algumas observações e um relato de segunda mão, pois não estava no local, apenas orientando via telefone. Portanto caso o relato possuam alguns erros, me perdoe quem estava na situação. 0 Após o policial federal ser baleado na perna por um fuzil de calibre 7,62x51 mm, os colegas no barco rapidamente iniciaram os procedimentos de atendimento-hospitalar de combate e aplicaram um torniquete na perna do colega. Usaram um torniquete do próprio ferido (padrão de utilização da maioria de protocolos internacionais) para conter o sangramento. O torniquete não era oficial e não funcionou e o sangramento continuou. O policial pegou o seu torniquete original CAT e aplicou com sucesso parando o sangramento. Deslocaram cerca de 10-15 min de barco até a base onde na retirada do ferido do barco o sangramento recomeçou (o que pode ocorrer depois de cerca de 10 min com os torniquetes), na chegada uma equipe do grupo TIGRE estava no local e ajudou no controle daquele sangramento não tão grande, mas que necessitava de atendimento, colocando um segundo torniquete para controlar o sangramento. 0 Deslocaram para a UPA local, chegando lá, no atendimento médico, cortaram os torniquetes e tentaram fazer pressão direta e curativo compressivo que não estava sendo eficaz, tanto que o médico veio conversar com os policiais que ele estava sangrando bastante e com risco de vida. Os policiais não entenderam, entregaram o colega sem sangramento e agora estava sangrando? Estudo de caso - Baleado 7,62 Guaíra - PR Assim que o colega da federal entrou na sala de emergência e viu o sangramento e que o médico queria transferir o paciente sem o devido controle da hemorragia para um centro maior há 01 hora de distância, perguntou para o médico se eles poderiam entrar e tentar controlar o sangramento. O médico autorizou e ele chamou os operadores do TIGRE (todos os 4 pós-graduados em APH Policial pela ESPC PCPR) que recolocaram o torniquete (2 SOFTT) e preencheram as feridas com gaze de metro com produtos coagulantes (1 CELOX, 1 Combat Gauze e 2 gaze de metro) pois existia uma ferida grande com perda de tecido, também foi utilizado um produto para ajudar EV Transamin. Com esses procedimentos conseguiram controlar o sangramento e mesmo com a libertação do torniquete pela equipe médica para o deslocamento, o preenchimento da ferida foi eficaz. Após um deslocamento grande para Toledo PR e uma transfusão sanguínea lá, foi novamente transferido para um centro maior em Cascavel PR em ambulância do SAMU. Agora estável, mas necessitando de cuidados em UTI e irá passar por cirurgia ortopédica para a fratura do osso, recuperação das feridas e controle de qualquer infecção. Estudo de caso - Baleado 7,62 Guaira - PR Desse relato, temos que aprender algumas lições: 1- Não utilizar torniquetes falsificados!!! 2- no protocolo MARC oriento utilizar o seu torniquete no colega. Exatamente por essas situações, infelizmente não temos a uniformidade de equipamentos em toda a tropa (diferente de lá de fora) e você nunca sabe o que virá do bolso de APH do colega. O seu você sabe que é original e está na validade. 3- a rapidez, a presteza e conhecimento dos colegas da federal que prontamente atuaram e salvaram a vida do colega! Parabéns e orgulho de vocês! 4- Agradecer a humildade do médico em aceitar ajuda dos policiais na sua seara. Eu também não conhecia esses procedimentos quando sai da faculdade de medicina no início dos anos dois mil. Fazendo isso poupou o paciente de perder sangue durante o deslocamento de 1 hora até o hospital que efetivamente salvou o colega novamente. 5- todos temos que treinar! Aprender o que fazer nessas situações complexas onde um amigo, colega e irmão pode perder a vida e nos como policiais podemos prevenir isso. Portanto vá fazer cursos, aprenda e tenha o equipamento correto para salvar vidas na nossa profissão que existe muito risco! 6- Após meus irmãos do TIGRE, que orgulho monstro de vocês! Abnegados ao extremo, competentes e precisos no atendimento. Estava no telefone orientando, mas tudo que falava eles já tinham feito ou estavam no meio do procedimento! Parabéns por salvar mais uma vida! E utilizando equipamentos que compraram com o próprio dinheiro. E por último, não, não vou passar fotos ou vídeos do caso. Ele está sendo estudado para aprendermos mais, mas não vou expor o policial. Texto publicado pelo Doutor Sérgio Maniglia Médico, Operador do Grupo Tigre PCPR em sua Pagina @docmaniglia Torniquetes Genéricos Muitos comentam que torniquetes são caros e por isso optam pelos não homologados: chineses ou copias nacionais de 80 reais! Pior ainda são os q optam pelos improvisados, como os cintos. Na 1° foto podemos perceber que o torniquete homologado aguentou a pressão necessária para o sangramento massivo, enquanto que o Torniquete falso quebrou na 1° tentativa. Na segunda foto a pessoa foi atropelada por um caminhão, esmagando suas duas pernas. Infelizmente existia apenas 1 Torniquete (copia nacional da empresa Fibra Cirúrgica), que falhou durante a aplicação, pois ter se embolou devido à sua baixa qualidade estrutural, 3° foto apenas demonstração de má qualidade de TQ chinês Torniquetes Homologado Um torniquete homologado passa por diversas exigências do Comitê Americano de APH de Combate (CoTCCC), onde são avaliados diversos pontos, como facilidade de aplicação e resistência dos materiais. Atualmente existem diversas opções de torniquetes homologados, q giram em torno de 289 reais por aqui, como os CAT gen 7. Caso queira uma opção mais barata ainda, porém não homologada, indico apenas os Torniquetes RECON 4° geração (17 dólares), que você̂ pode encontrar no Brasil numa faixa de 180 a 200 reais. Dito isso, você arriscaria sua vida ou de um ente querido por 150/200 reais? Portanto, na próxima vez que pensar em economizar, lembre-se: SUA VIDA NÃO TEM PREÇO! HOMOLOGAÇÃOCOTCCC Considerações finais Independente do torniquete que você escolha, o treinamento com o modelo escolhido é fundamental. Ao se recomendar um equipamento para uso em combate, perguntas não usuais ao usuário comum devem ser feitas: 1. Ele tem rápida aplicação? 2. Ele funciona com diversos tipos de pessoas com diversas constituições físicas? 3. O equipamento suporta temperaturas extremas? 4. Ele continuará funcionando quando o socorrido for removido, arrastado ou precisar continuar combatendo? 5. É possível de ser aplicado usando luvas ou mãos ensanguentadas? 6. É possível de ser utilizado no escuro? É impossível conhecer todos os tipos de torniquetes produzidos pelo mercado. Evidentemente o CoTCCC não testa cada um deles. Existem bons torniquetes que podem não ser reconhecidos pelo comitê e não foram abordados neste texto. Lembre-se ainda de que infelizmente existem falsificações desses equipamentos disponíveis no mercado, que não atendem a nenhum padrão normativo e, portanto, devem ser rejeitados de pronto. técnicas de utilização de gazes hemostaticas ou esteril marc1 GAZE ESTERIL Gaze é um tecido têxtil leve, ordinariamente de algodão, muito poroso, estéril (ou esterilizável), de elasticidade, espessura, forma, reticulado e tamanho variáveis, conforme o uso a que se destina. É empregada costumeiramente em curativos e intervenções cirúrgicas, podendo estar impregnada de substâncias, como antissépticos. O tempo de estancamento do sangramento massivo com esse tipo de gaze é relativo porem pode durar até aproximadamente dez minutos. GAZE HEMOSTÁTICA Gaze hemostática é impregnada com substâncias com atividade para potencializar a hemostasia. Utilizada em áreas juncionais onde não é possível a utilização de torniquetes para controle do sangramento. São recomendadas pelas diretrizes TCCC: Combat Gauze, Chito SAM Gauze e Celox Gauze. O tempo de estancamento do sangramento massivo com esse tipo de produto é relativo porem é rápido de 1 a 5 minutos dependendo das especificações do produto utilizado. Quikclot Combat Gauze A QuikClot Combat Gauze é uma gaze macia, branca, estéril e não tecida de 7 x 350cm e dobrada em Z, impregnada com caulim, um mineral inerte que não gera calor. A QuikClot Combat Gauze é embalada individualmente a vacuo resistente ao cotidiano militar e de facil abertura pelo operador. Indicado para controle externo temporário de sangramento traumático, o QuikClot Combat Gauze é flexível e contorna todas as feridas. Eficaz, simples e seguro de usar ao tentar controlar a hemorragia com risco de vida de feridas que não são passíveis de aplicação de torniquete. QuikClot Combat Gauze contém uma linha detectável por raio-x para fácil localização. ChitoSAM ™ 100 O ChitoSAM ™ 100 é um curativo de quitosana não tecido de alto desempenho, hemostático, girado diretamente a partir de quitosana (também chamado de quitosano, é um polissacarídeo catiônico produzido através da desacetilação da quitina, um polissacarídeo encontrado no exoesqueleto de crustáceos, através de um processo de alcalinização sob altas temperaturas derivada de crustáceos ou cascas de caranguejo da neve) Projetado para parar rapidamente o sangramento letal, sua facilidade de uso é extremamente eficaz. Funciona independentemente dos processos normais de coagulação do corpo. Ao contrário da maioria das hemostático curativos que são compostas por uma Gaze que está impregnada ou revestidas com chitosan, o chito- samtm 100 é feito de tecido, 100% chitosan. chito- sam possui muito flexível, o que o torna ideal para um empacotamento do ferimento de entrega. Dimensões: uma tira de gaze: 7,6 x 182 cm e outras medidas de acordo com o modelo escolhido. Celox Gauze/Rapid Funciona com uma compressão de apenas 60 segundos segumdo o fabricante Para rapidamente o sangramento com risco de vida, Ação rápida reduz a perda de sangue Bloqueia o sangramento hipotérmico, como encontrado em lesões traumáticas graves. Para funcionar, a geração atual de agentes hemostáticos requer pelo menos 3 minutos de compressão. A gaze Celox RAPID remove o atraso, acelerando o tempo de preenchimento e reduzindo o tempo de compressão para apenas 60 segundos. O Celox Rapid contém grânulos de quitosana ativados por Chito-R que se ligam ao tecido úmido da ferida. O Chito-R está ligado a uma gaze de alta densidade que é mais rápida que a gaze tradicional. Chito-R forma um gel adesivo que sela a ferida para interromper o fluxo de sangue, acelerando os tempos de compressão. Testes independentes no Celox RAPID mostraram que o produto funciona em lesões letais e reduz significativamente a perda de sangue em comparação com a gaze Quikclot. Além de reduzir o tempo de tratamento e a perda de sangue, um modelo tático de evacuação demonstrou que a gaze Celox RAPID permaneceu no local durante o transporte sem sangramento. Celox Gauze/Rapid APLICAÇÃO DE GAZE DE COMBATE A técnica utilizada é conhecida como preenchimento de ferida. Nada mais é do que preencher a ferida com máximo de gaze disponível, mantendo pressão constante sobre o local do sangramento, com o intuito de que a coagulação ocorra o mais rápido possível. Para preencher a ferida segue o passo a passo: 1- Faça pressão direta sobre o sangramento ao identificá-lo 2- Exponha o ferimento com uma tesoura ponta romba ou com o que tiver na hora 3- Tente identificar o ponto de maior sangramento na ferida e faça pressão direta com o dedo 4- Abra a gaze, e faça uma pequena bola na ponta “Power Ball” 5- Retire o máximo de sangue da cavidade, antes de inserir a gaze 6- Insira a bola com o outro dedo sobre o ponto de sangramento 7- Insira toda a gaze dentro da cavidade usando as pontas dos dedos indicadores para isso, sempre mantenha pressão! 8- Caso uma gaze não preencha toda a ferida, use outra 9- O pedaço q sobrar da gaze, junte-o e deixe em cima da ferida. 10- Mantenha pressão sobre o preenchimento de 1 a 5 minutos aproximadamente com Gaze Hemostáticas dependendo das especificações da marca utilizada e de 5 a 10 minutos aproximadamente se usando gaze estéril sem agente coagulante. Após preencher a ferida perceber que o sangramento continuou, retire toda a gaze e refaça o procedimento descrito acima, com a mesma gaze retirada no ferimento até obter êxito no procedimento. tecnicas de utilização de bandagens elasticas marc1 BANDAGEM ELASTICA DE COMBATE Seu objetivo é auxiliar o controle de hemorragias externas e proteger ferimentos em campo. Rápida e fácil aplicação, sem clipe ou fixação com esparadrapo, no mercado atual podemos encontrar as bandagens Israelenses e as bandagens Olaes entre outras de qualidade similar. Com a sua barra de pressão única, a Bandagem de Emergência fornece uma pressão incomparável à ferida, controlando o sangramento onde todo segundo conta. Padrão de cuidado no Exército Americano desde 2004, a Bandagem de Emergência (frequentemente referida como a “Bandagem Israelense”) fornece múltiplas aplicações para muitas possíveis feridas incluindo amputações, tornando ideal para o tratamento de perda severa de sangue. Construída com materiais duráveis, a bandagem é estéril, acondicionada a vácuo. Os resultados dos estudos da aplicação de pressão conduzido na Universidade do Texas A&M, demonstraram que a barra de pressão da Bandagem de Emergência fornece significativamente mais pressão à uma ferida que uma bandagem comum. Esse tipo de curativo é recomendado no protocolo MARC1, para a fixação de gazes aplicadas em ferimentos com sangramento massivo e para o curativo de ferimentos com pequeno e médio sangramento não sendo massivo, na aplicação sempre lembrar de posicionar a gaze de modo que seja fácil conferir o ferimento periodicamente e sempre que for possível utilizar um ponto de ancoragem para a melhor fixação de bandagem utilizada. Bandagem Israelense Bandagem OLAES Vias Aéreas MARC1 VIAS AÉREAS “A” NO MARC1 DIZ RESPEITO A VIAS AÉREAS: A segunda maior preocupaçãono Protocolo de APH de Combate é a manutenção da via aérea pérvia. Para isso, uma das manobras mais simples e que salvam muitas vidas são: 1) Elevação do mento; 2) Tração da mandíbula. Na elevação do mento realizamos uma leve tração na cabeça da vítima para elevar o queixo, e o puxamos, com o intuito de manter a boca aberta. Na tração de mandíbula, empurramos o osso para frente com o intuito de novamente manter a boca aberta. Com isso evitamos que a “língua caia”, além de podermos visualizar algum corpo estranho que possa sufocar a vítima. Quando a vitima estiver inconsciente ou com muita dificuldade para respirar utilizaremos a CANOLA NASOFARINGEA. VIAS AÉREAS ELEVAÇÃO DO MENTO TRAÇÃO DA MANDÍBULA POSIÇÃO DE SEGURANÇA Na fase “A” do MARC1 ainda devemos colocar a vitima em posição de segurança que nada mais é do que rolar a vítima para uma posição lateralizada, de tal forma que mesmo inconsciente, ficará nesta posição sem o auxílio do socorrista, isso para evitar que a vítima se engasgue com a própria língua, sangue, dentes ou algum corpo estranho, enquanto o socorrista não consegue se dedicar por completo ao atendimento, quer seja por a área ainda estar quente ou qualquer outro motivo. Para realizar a posição de segurança corretamente, deve-se atentar ao posicionamento dos braços e pernas. Caso não seja possível colocar a vítima na posição correta, devido ao momento tático, é possível tentar vira-la com a perna até que o operador possa retornar ao atendimento. Vale ressaltar que girar um combatente equipado e com armamento com o pé é extremamente difícil, portanto, atente-se ao básico: 1) NÃO SE TRANSFORMAR EM UMA NOVA VÍTIMA 2) SALVAR A VIDA QUE PODE SER SALVA POSIÇÃO DE SEGURANÇA Canola Nasofaringea OBS: ESSE PROCEDIMENTO NÃO É MAIS UTILIZADO NO PROTOCOLO MARC1 CONSTA NESTE MATERIAL APENAS PARA CONHECIMENTO DA TÉCNICA LEMBRE-SE O USO INCORRETO DESSA TÉCNICA PODE CAUSAR DANOS INDESEJADOS NA VITIMA. Tubo nasofaringeal confeccionado em PVC ou silicone, anatomicamente ajustável à cavidade nasal; sua ponta distal é biselada, com bordas arredondadas facilitando a introdução. Indicado para facilitar a ventilação das vias aéreas em tratamentos intensivos, na manutenção das vias aéreas superiores na aplicação do protocolo Marc1. Estabelece uma via aérea alternativa durante acidentes ou procedimentos de emergência quando a via orofaríngea está ocluída; Permite que a vitima receba oxigênio continuamente. Para a Utilização deve-se selecionar o tamanho correto do Tubo Nasofaringeal segundo as técnicas médicas atualmente aceitas; Lubrificar levemente o tubo nasofaringeal antes da inserção, com um gel lubrificante solúvel em água; Monitorizar com frequência a posição da via respiratória. Não deve ser utilizado em pacientes com suspeita de fratura da base do crânio, pois existe risco de introdução intracraniana do tubo. Respiração MARC1 Respiração Na letra “R” do acrônimo MARC, entraremos na fase da respiração onde começaremos os cuidados de prevenção e tratamento de Pneumotórax O pneumotórax pode ser caudado por ferimentos por perfurocortantes como disparos de arma de fogo Facadas ou acidentes, quando ocorre um ferimento deste tipo chamamos de pneumotórax traumático, o ar começa a entrar pelo orifício do ferimento e por sua vez ocupa o espaço entre o pulmão e a parede torácica do lado ferido, comprimindo o pulmão e dificultando a respiração podendo ainda fazer com que o coração desloque, levando a alterações nos batimentos cardíacos da vitima podendo levar a morte em poucos minutos. Os principais sinais de pneumotórax são: Dor torácica, Dificuldade respiratória ou Encurtamento da respiração (vitima faz força para respirar, usa os músculos intercostais), Aceleração dos batimentos cardíacos, coloração azulada da pele (cianose), apenas um dos lados do tórax do ferido sobe sendo que o lado mais alto será o tórax ferido (difícil de perceber), fazendo ainda barulho similar à objetos ocos (tambor, bexiga), seu tratamento em campo é feito pela aplicação de selos de tórax no protocolo MARC1 e agulha de descompressão torácica em protocolos mais avançados. PNEUMOTORAX SELOS DE TÓRAX Selo projetado para tratar, selar e fechar as feridas abertas no peito, causadas por disparo de arma de fogo e ou arma branca. Devem apresentar uma aplicação simples e rápida com cola aderente mesmo em áreas com impurezas como sangue e suor. SELO DE TÓRAX VALVULADO SAM CHEST SEAL O SAM® Chest Seal foi projetado para tratar, selar e fechar o peito aberto sob a maioria das circunstâncias. Após uma aplicação simples e rápida, o SAM® Chest Seal adere sem parar – através de calor ou frio extremos, independentemente dos elementos. Atende aos recursos preferidos do CoTCCC. VÁLVULA TRUFLOW™ A válvula de cúpula rígida e levantada do SAM® Chest Seal fornece fluxo de ar unidirecional a partir da cavidade torácica, independentemente da pressão aplicada. As aberturas laterais grandes minimizam a obstrução interna de coágulos sanguíneos ou tecidos moles. Seja no transporte ou na presença de armaduras pesadas, a válvula TRUFLOW ™ continuará a ventilar. ADESIVO SUPERIOR DE HIDROGEL Os profissionais de saúde frequentemente pedem um adesivo forte o suficiente para selar uma ferida coberta de suor, sangue, cabelo, areia, água e outros elementos. O adesivo superior de hidrogel não apenas adere a essas condições, mas, mesmo depois de removê-lo para facilitar a ventilação, a vedação do peito do SAM® irá fechar novamente o ferimento. CRIADO PARA SALVAR VIDAS Maior que outros curativos oclusivos; sua forma oval maximiza a superfície de vedação e sua transparência, elasticidade e conformabilidade garantem uma adesão efetiva. LINGUETA DE APLICAÇÃO DUPLA As linguetas facilitam a colocação e remoção adequadas do adesivo (curativo) e oferecem a capacidade de ventilar a área e vedar novamente. Selo de Tórax Valvulado SAM Chest Seal VÁLVULA TRUFLOW™ Uma válvula unidirecional reforçada permite a circulação de ar da cavidade torácica independentemente da posição do paciente, impedindo a entrada de substâncias e reduzindo obstruções internas causadas por sangue, coágulos ou tecidos moles. CAMADA DE BORDA FINA Sua camada de borda fina resiste a tentativas de descolar ou levantar o curativo, mantendo uma vedação extraordinária. OTIMIZADO PARA A VISÃO NOTURNA A embalagem, a bolsa e o protetor do curativo, otimizados para visão noturna, fornecem um contraste adequado que facilita a visibilidade sob luz normal, condições de pouca luz e à noite (usando um dispositivo de visão noturna. VÁLVULA TRUFLOW™ COM TORNEIRA Uma válvula unidirecional e reforçada permite a circulação de ar da cavidade torácica independentemente da posição do paciente, impedindo a entrada de substâncias e reduzindo obstruções internas causadas por sangue, coágulos ou tecidos moles. Remova o plugue para ativar a válvula TRUFLOW™. EMBALAGEM Com uma vida útil entre as mais duráveis do setor, o selo SAM® toracico estará sempre à sua disposição quando você precisar. SELO DE TÓRAX VALVULADO SAM CHEST SEAL Selo de Tórax Valvulado HyFin Chest Seal Usado no gerenciamento e tratamento de um pneumotórax aberto e / ou tensionado potencialmente causado por um trauma torácico penetrante. Dois selos, cada um embalado individualmente, são projetados para permitir que o usuário aplique um lacre em uma ferida de entrada ou de saída, além de oferecer a opção de aplicar apenas um e armazenar o outro até que seja necessário, conforme a situação exigir. Esse design fornece 3 canais de ventilação, projetados para impedir o fluxo de ar na cavidade torácica durante a inspiração, permitindo que o ar escape pelos canais de ventilação durante a expiração. Os canais de 3 vias são projetados para permitir que o sangue escape e também fornecem um sistema de segurança contra falhas, pois mesmo que dois dos três canais sejam obstruídos, a ventilação é projetada para permanecertotalmente operacional. A tecnologia adesiva fornece aderência superior, pois o Twin Pack HyFin ® Vent Chest Seal é projetado especificamente para superar condições adversas em ambientes austeros, onde a vítima pode estar coberta de sangue, suor, pelos corporais ou outros contaminantes ambientais. Embalado em embalagem de folha dupla compacta, resistente e fácil de abrir, cada embalagem também inclui uma gaze para limpar a superfície da ferida antes da aplicação. O pacote duplo de vedação de tórax HyFin ® para ventilação possui uma grande aba de puxar vermelha para aplicação de remoção e aplicação em uma única etapa, enquanto o apoio transparente facilita o posicionamento fácil sobre a área da ferida, em conformidade com o peito da vitima. Selo de Tórax Valvulado HyFin Chest Seal Selo de Tórax Halo Chest Seal O Selo de Tórax HALO é embalado em pares para tratamento de feridas de entrada e de saída. Cada Chest Seal tem 6 ou 8 polegadas e cria uma vedação oclusiva em torno de ferida. FDA registrado, fabricado nos EUA. Fornece oclusão total - mesmo com excesso de sangue, sujeira, areia, cabelo ou transpiração intensa presente. Ventilável através da elevação de uma aba na vedação. No calor da batalha, o HALO Chest Seal pode fazer a diferença em salvar vidas. Ideal para o tratamento de pneumotórax aberto, este selo também previne o desenvolvimento de pneumotórax hipertensivo resultante de tiros, facadas ou outras lesões torácicas e é projetado especificamente para vítimas com sangramento excessivo, transpiração intensa ou ambientes muito úmidos e extremos. O design exclusivo oferece uma grande aba de puxar que permite uma aplicação fácil e rápida. Um hidrogel altamente agressivo permite que o selo HALO se adapte e adira a todos os contornos do corpo e também evita a contaminação do ferimento. O selo HALO foi testado e projetado para funcionar sob condições extremas. As gamas de temperatura abaixo de 32 ° F / 0 ° C a mais de 140 ° F / 60 ° C. SELO DE TÓRAX HALO CHEST SEAL APLICAÇÃO DO SELO DE TÓRAX. O selo de tórax, nada mais é do que um curativo de 3 pontos manufaturado industrialmente, utilizado para fechar os buracos nesta região. Sua vantagem em relação ao curativo improvisado são: 1) Não ser feito de material de baixa qualidade 2) Rápida aplicação, baixa necessidade de treinamento para aplicar 3) Fácil aderência na pele, inclusive em pacientes molhados ou extremamente suados (em choque, por exemplo) Muitas vezes apenas o cirurgião torácico, no hospital, é quem irá conseguir resolver o problema de um trauma no tórax. Lembre-se que você, necessita de velocidade de aplicação, efetividade do procedimento e certeza de aderência eficaz, mesmo em condições desfavoráveis! Os selos podem ser valvulados ou não-valvulados. Opte sempre por um valvulado, pois esta válvula unidirecional permitirá que o ar/sangue sai de dentro da caixa torácica, porém não volte. O padrão ouro são os com válvulas 3D, devido a capacidade de continuarem funcionando mesmo com a vítima deitada sobre ele. Para aplicar o Selo de Tórax, temos q expor o tórax da vítima, procurar por buracos, E TAMPAR TODOS COM O SELO. Pode-se cortar o selo em pedaços menores, caso a vítima possua múltiplas perfurações, e você não tenha selos suficientes, mas o ideal é q se opte 1 selo por perfuração, devido a válvula. Portanto lembre-se: tampe todos os buracos e não use curativos de 3 pontos improviso, porquê gastam muito tempo e material para serem feitos, além de serem extremamente falhos! Não brinque com sua vida e compre a porra de um selo! MANOBRA DE “BURP” Seguindo na letra “ R” de respiração do protocolo MARC, algo que podemos fazer para expulsar o ar localizado dentro do tórax é a manobra de “Burp”. Esse procedimento não se encontra descrito em nenhum manual, apenas citado. A manobra de “BURP” é recomendada quando os sinais e sintomas de um pneumotórax ocorrem, mesmo após da aplicação se um selo de tórax, e não é possível realizar uma descompressão por agulha, quer seja pelo nível de capacitação do socorrista ou pela falta de equipamento. O “BURP”, nada mais é do que comprimir o tórax da vitima, com o intuito de expulsar o ar pelo buraco do ferimento! Para isso, é necessário realizar o seguinte passo a passo: 1) remover temporariamente o selo de tórax; 2) limpar a ferida com gaze, ou com o dedo 3) tampar boca e nariz da vitima 4) comprimir o tórax em direção a ferida com a mão livre 5) recolocar o selo de tórax calor MARC1 Heat Pack A hemorragia resulta na rápida diminuição da capacidade do corpo em assegurar hemostasia, que junto com a hipotermia, poderá piorar ainda mais o controle do sangramento devido a alterações na cascata de coagulação, culminando em choque e morte COM A TECNOLOGIA CORRETA, TODO CASO DE HIPOTERMIA É TRATÁVEL, RESULTANDO EM SOBREVIVÊNCIA C significa Calor. Calor no contexto do atendimento significa manter o calor do corpo, em outras palavras, evitar a hipotermia. Dentro dos equipamentos que devemos carregar para este fim estão as mantas (aluminizadas, térmicas, etc.) e os heat packs (bolsas de calor), as mantas vocêc consegue em qualquer loja de aventura ou farmácias por um valor bem em conta, para usá-las, sempre lembre de retirar a roupa molhada da vítima e seca-la na medida do possível. As Heat Packs, são um pouco mais difíceis de encontrar no mercado nacional, elas funcionam através de uma reação química que libera calor. O ideal é COLOCÁ-LAS NAS REGIÕES JUNCIONAS (AXILAS E VIRILHAS), juntamente com a manta aluminizada ou térmica. E lembre-se, no atendimento de APH ao trauma, civil ou de combate, calor é vida, e toda esforço deve ser envidado para evitar a hipotermia! Heat Pack COBERTOR ALUMINIZADO A Manta Térmica Aluminizada é um dos principais acessórios de equipamentos para resgate, é usado para manter o aquecimento da vítima, e foi desenvolvido em polietileno aluminizado, que serve como perfeito isolante térmico de baixo peso, pois mantém o calor interno e reflete o calor externo. A Manta Térmica Aluminizada é a prova d’água e vento, esta manta faz parte do dia a dia de profissionais da saúde, SAMU e SIAT. COBERTOR ALUMINIZADO equipamentos importantes do kit aph ifak O kit de APH individual nada mais é do que uma bolsa que contenha os materiais necessários para a execução do Protocolo MARC. A depender do nível do operador (MARC1, 2 ou 3) os kits de APH de combate vão aumentando em materiais para a realização dos procedimentos, mas em geral o IFAK é o kit INDIVUDAL, para ser usado em você mesmo! A doutrina prega que cada operador carregue seu IFAK, para quando necessário, você mesmo ou seus companheiros, utilizarão seu kit NO SEU atendimento. A constituição do kit: 1- Uma bolsa especial que facilite o acesso aos materiais e que acondicione todos os materiais de forma segura 2- Massivo: Torniquete; Gaze c/agente hemostático ou sem agente (ex: S-Rolled da NAR). Preferencialmente ter as duas; Bandagem elástica. 3- Aéreo: Cânula Nasofaringe + vaselina para inserção lembrando que a canola não se aplica atualmente no protocolo MARC1. 4- Respiração: Selo de tórax preferencialmente valvulado + gaze simples pra limpar o ferimento 5- Calor: Bolsa de liberação de calor (hot pack/heatpack) Manta aluminizada. Tesoura ponta romba Tesoura de Resgate especial para APH, destinado ao corte de roupas. Com lâminas ponta romba para evitar ferimentos na vitima no momento da exposição dos ferimentos e com corte liso. A segunda lâmina contem, apoio para o corte semicircular e corte micro serrilhado. Possui olhais de empunhadura confeccionada em plástico para polegar superior e inferior para dedos mínimos, anelar e médio ambidestra. Existem outros modelos de tesouras criados especificamente para a utilização em situações de resgate que otimização o tempo de corte e possuem mais recursos conforme as que serão citadas a seguir, porem de custo elevado Tesoura Leatherman raptor As tesouras LeathermanRaptor apresentam as ferramentas necessárias para que profissionais de resgate possam trabalhar com segurança e rapidez em uma situação de emergência. Desenvolvidas com a contribuição de médicos de operações especiais, paramédicos e profissionais do corpo de bombeiros familiarizados com tesouras padrão, as tesouras Raptor foram criadas com o equilíbrio certo de recursos polivalentes para resposta a emergências, sem um excesso de ferramentas para complicar situações que às vezes ameaçam a vida. Quando se trata de sobrevivência, o Raptor é extremamente eficiente para corte de diversos materiais sem o risco de ferimento da vitima em atendimento. Tesoura Xshear Tesoura que veio com a proposta de competir com a Raptor da Leatherman que pode chegar a valores acima de R$ 1.000,00 no mercado nacional a Xshear tem valores mais atrativos. Ela sai por aproximadamente 39 dólares em sites como amazona ou ebay. Ela e resistente para o corte de vários tipos de materiais, incluindo arame, coturno, farda, dentre outros, Possui suas pontas arredondadas para evitar ferimentos na vitima durante sua utilização em situações emergenciais Luva de procedimentos As luvas possuem formato anatômico, oferecendo total sensibilidade ao tato, e sua lubrificação é feita com finíssimo pó bio- absorvível, na exata quantidade requerida para um perfeito manuseio. De comprovada qualidade, eficiência e segurança, são fabricadas de acordo com principais as normas nacionais e internacionais. Essas luvas pode ser nitrílicas ou de látex, sendo recomendo as nitrílicas por ser antialérgica Fontes Esse material foi editado e produzido, com o aproveitamento de diversas publicações dos seguintes perfis como: @docmaniglia, @resgateemcombate, @odoccaveira, @combatrescue, @tc3_brasil @northamericanrescue, @nardoctor, @doc.filipe. Bem como utilização de descrição de materiais dos próprios sites das marcas dos produtos mencionados nesta apresentação AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer especialmente aos integrantes do COE PMPR, por trazer esses ensinamentos aos policiais de nossa gloriosa corporação e por nos instigar a aprender mais sobre este assunto que já está salvando vidas em nosso Estado, e pela dedicação desses profissionais extremamente empenhados em trazer o que há de melhor na padronização de procedimentos operacionais para a tropa no geral Considerações importantes Algumas das técnicas aqui apresentadas não estão elencadas nos procedimentos operacionais padronizados pela pmpr e só foram expostos com o intuito demonstrativo, este material é apenas para o compartilhamento do assunto e motivação do interesse de policiais pelo tema em questão, as técnicas aqui apresentadas não devem ser aplicadas por operadores não habilitados sem instrução pratica especifica lembrando que um operador do protocolo marc1 precisa passar por uma instrução teórica e pratica de aproximadamente 30 horas, lembrando que existe o protocolo de habilitação especifico em nossa corporação que prepara os operadores para este tipo de atuação, o uso inapropriado e empírico destas técnicas pode trazer danos irreparáveis e danos colaterais não desejados. Este material foi atualizado na data de 27/06/2020, sempre lembre-se de verificar a atualização de protocolos o que é bom hoje pode não ser bom amanha Duvidas? Prática!
Compartilhar