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Introdução ao Sistema Nervoso

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Filogênese do sistema nervoso 
1. Origem de alguns reflexos 
O protoplasma apresenta 3 características importantes: irritabilidade 
(propriedade de ser sensível a um estímulo), condutibilidade (impulso 
formado pela reação ao estímulo é conduzido) e contratilidade 
(encurtamento da célula como resposta). Uma ameba apresenta essas 
três propriedades, mas não se especializou em nenhuma, por isso suas 
reações são rudimentares. Em seres mais complicados, como esponjas, 
algumas células se especializaram na contração e outras na 
irritabilidade e transmissão. Essas células musculares primitivas ficam 
no epitélio dos orifícios da esponja. Com o aparecimento de metazoários 
mais complicados, as células musculares se tornaram mais internas e, 
na superfície, células com mais irritabilidade e condutibilidade formaram 
os primeiros neurônios. 
Com o aparecimento de receptores e algumas melhorias, formou-se um 
sistema nervoso difuso, que foi substituído por um sistema nervoso 
central em anelídeos e platelmintos. No epitélio da superfície de uma 
minhoca, há neurônios que, por meio de seus axônios, estão ligados a 
outros neurônios cujos corpos estão em um gânglio do sistema nervoso 
central, Os neurônios da superfície - que recebem estímulos e conduz 
para o SNC - são chamados de sensitivos ou aferentes. Os neurônios do 
gânglio - que conduzem impulso do SNC até o músculo- são chamados de 
motores ou eferentes. A conexão do neurônio sensitivo com o neurônio 
motor se dá pela sinapse. 
 
 
 
 
 
 
2. Reflexos da medula espinal dos vertebrados 
Quando o neurologista bate com seu martelo no joelho de um paciente, a 
perna se projeta para frente. O martelo produz estiramento do tendão, 
que acaba por estimular receptores no músculo do quadríceps, dando 
origem a impulsos nervosos que seguem pelo neurônio sensitivo. O 
prolongamento central destes neurônios penetra na medula e termina 
fazendo sinapse com neurônios motores ai situados. O impulso sai pelo 
axônio do neurônio motor e volta ao membro inferior, onde estimula as 
fibras nervosas do músculo quadríceps, fazendo com que a perna se 
projete para frente . 
Na medula espinal dos vertebrados existe uma segmentação (não tão 
nítida quanto na corda ventral dos anelídeos) evidenciada pela conexão 
dos vários pares de nervos espinhais. Existem reflexos na medula dos 
vertebrados nos quais a parte aferente do arco reflexo se liga à parte 
eferente no mesmo segmento ou segmentos adjacentes. São 
considerados reflexos intrasegmentares, como o reflexo patelar. Mas 
muitos reflexos são intersegmentares, ou seja o impulso aferente chega 
à medula em um segmento e a resposta eferente se origina em 
segmentos distantes, como no “reflexo de coçar” do cão. 
 
3. Evolução dos três neurônios fundamentais do SN 
Neurônio aferente (sensitivo) 
Surgiu na filogênese com função de levar ao SNC informações do meio 
externo, estando em relação com a superfície do animal. Com 
metazoários mais complexos, passaram a levar informações do meio 
interno também. Em anelídeos, o corpo está localizado no epitélio de 
revestimento, sendo unipolar. Provavelmente, com a seleção natural, 
houve a centralização do neurônio sensitivo, sendo que em vertebrados, 
a maioria dos neurônios têm seus corpos em gânglios situados próximos 
ao SNC. Em relação com a extremidade periférica dos neurônios 
sensitivos surgiram receptores capazes de transformar estímulos em 
impulsos. 
Neurônio eferente (motor) 
Sua função é conduzir impulso ao órgão efetuador. O corpo do neurônio 
eferente surgiu dentro do SNC, mas alguns saíram dessa posição 
durante a evolução. Neurônios eferentes que inervam músculos lisos, 
cardíacos ou glândulas têm corpos fora do SNC, em estruturas 
chamadas gânglios viscerais. Eles pertencem ao SN autônomo e são 
chamados de neurônios pós ganglionares. Já os neurônios que inervam 
músculos estriados esqueléticos, têm corpo dentro do SNC. 
Neurônios de associação 
Esse neurônio aumentou o número de sinapses e a complexidade do 
sistema nervoso. Seu corpo permaneceu dentro do SNC, mas seu 
número aumentou muito durante a evolução. Eles constituem a grande 
maioria dos neurônios do SNC dos vertebrados e recebem vários nomes. 
Quando se ligam a apenas neurônios vizinhos são chamados de 
interneurônios. 
 
Desenvolvimento do SN 
 
Na metade da 3ª semana de desenvolvimento, percebemos que o 
embrião possui 3 camadas de células: uma que fica mais dorsal 
(ectoderma), uma mais ao meio (mesoderma) e uma mais ventral 
(endoderma). O sistema nervoso surge das células mais próximas da 
linha mediana do ectoderma (região acima da notocorda). Inicialmente, 
ocorre o espessamento do ectoderma nessa região, formando a placa 
neural. A notocorda tem função importante na indução nessa formação, 
além de estimular as células da linha mediana do ectoderma a se 
diferenciarem. Quando elas fazem isso, elas passam a se invaginar em 
direção ao mesoderma. A placa neural, então, muda sua conformação, 
com elevação das suas bordas laterais (pregas neurais), passando a se 
chamar sulco neural. As pregas neurais vão se aproximando e o sulco 
neural se aprofundando, formando a goteira neural. No final da 4ª 
semana, a goteira neural se aproxima tanto, que se encosta e forma o 
tubo neural. O ectoderma não diferenciado se fecha sobre o tubo 
neural, deixando-o isolado do meio externo. No ponto de fusão das 
pregas neurais, as células migram para as laterais do tubo neural, onde 
forma a crista neural. 
 
 
 
 
 
 
 
Cabe ressaltar que a fusão das pregas começa no ponto médio do sulco 
e depois se estende cranialmente e caudalmente, de modo que no estágio 
inicial, a cavidade do tubo permanece em contato com o líquido 
Introdução ao SNC 
Aferentes: neurônios, fibras ou feixes de 
fibras que trazem impulso ao SN. 
Eferentes: levam impulsos do SN. 
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Região de mesmo nome 
 
amniótico através dos neuroporos rostral (anterior) e caudal 
(posterior). 
 
O tubo neural vai dar origem a estruturas do sistema 
nervoso central, enquanto a crista neural vai dar 
origem a estruturas do sistema nervoso periférico. O 
canal neural vai dar origem aos ventrículos 
encefálicos e ao canal central da medula espinal. 
 
 
1. Crista neural 
Após sua formação, elas se dividem dando origem a diversos fragmentos 
que vão formar os gânglios espinhais, situados na raiz dorsal dos nervos 
espinhais. Neles se diferenciam os neurônios sensitivos, 
pseudounipolares, cujos prolongamentos centrais se ligam ao tubo 
neural, enquanto os prolongamentos periféricos se ligam aos 
dermátomos dos somitos. Ela forma gânglios, nervos, terminações 
nervosas, o plexo mioentérico e os melanócitos da pele. 
 
2. Tubo neural 
A região mais rostral vai formar estruturas diferentes das estruturas na 
região mais caudal. Tudo que está mais rostral vai dar origem às 
estruturas do encéfalo, ao passo que tudo mais distal vai dar origem 
às estruturas da medula espinal. 
Na 4ª semana, o tubo neural rostral (região do encéfalo primitico) vai 
dar origem a 3 vesículas primárias: prosencéfalo, mesencéfalo e 
robencéfalo. A partir delas, ocorre a formação de outras vesículas. 
Na 5ª semana, haverá a formação de vesículas secundárias. O 
prosencéfalo vai dar origem ao telencéfalo (que aumenta bastante seu 
tamanho) e ao diencéfalo (que possui 2 “braços” que formação os 
placoides ópticos). Abaixo desses, o mesencéfalo não altera muito a sua 
estrutura, por isso ele se mantém com o mesmo nome. Por outro lado, o 
rombencéfalo forma outras 2 vesículas: o metancéfalo e o mielencéfalo. 
A partir disso, são formadas as estruturas finais que irão compor as 
estruturas encefálicas: 
 
 
Prosencéfalo 
 
 
Mesencéfalo 
 
 
Robencéfalo 
 
 
O telencéfalo é dividido de acordo com a sua posiçãoem relação aos 
ossos do crânio, por isso é dividido em lobos: lobo frontal, lobo parietal, 
lobo temporal, lobo occipital e o lobo insular, que fica coberto pelos 
outros lobos. 
 
3. E a medula espinal? 
Possui origem no tubo neural caudal. No embrião, a segmentação e 
organização não é em forma de vesículas (como no cérebro), mas sim na 
forma de placas. O acúmulo de células na região mais dorsal é chamada 
de placa alar e o acúmulo de células na região ventral é chamada de 
plana basal. Na linha mediana, está o canal central. 
 
Falhas no fechamento da porção posterior ocasionam mal 
formações como espinhas bífidas e mielomeningoceles. Na 
espinha bífida, a medula e a meninge dura-máter são normais. Nas 
meningoceles, a dura máter sobressai, a medula e as raízes nervosas 
são envolvidas. Defeitos no fechamento do tubo neural podem ainda 
causar anencefalia, caracterizada pela ausência de telencéfalo, crânio e 
meninges. 
 
Divisões do SN 
 
1. Com base em critérios anatômicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O sistema nervoso central (SNC) consiste nas estruturas nervosas 
localizadas dentro do esqueleto axial, sendo elas: a cavidade craniana e o 
canal vertebral. Respectivamente a esses espaços, temos as seguintes 
estruturas que compõem o SNC: o encéfalo e a medula espinhal. Juntos, 
eles formam o neuro-eixo. A estrutura mais cranial, o encéfalo, ainda é 
subdividida em: (1) Cérebro: Formado pela união do telencéfalo com o 
diencéfalo; (2) Cerebelo; (3) Tronco encefálico. 
O sistema nervoso periférico (SNP) é formado pelas as estruturas 
localizadas fora deste esqueleto. Essas estruturas são os nervos, os 
gânglios e as terminações motoras e sensitivas.Nervos são cordões 
esbranquiçados que atuam unindo o SNC aos órgãos periféricos. Podem 
ser nervos cranianos, caso estejam ligados ao encéfalo ou nervos 
espinhais, se estiverem ligados a medula espinhal. Em relação a sua 
funcionalidade, são divididos em: nervos motores, sensitivos ou mistos. 
Os gânglios são aglomerados de corpos neuronais localizados fora do 
SNC. As terminações nervosas, localizadas na extremidade das fibras 
constituintes dos nervos, são divididas: uma motora, formada pela placa 
motora; e uma sensitiva, composta pelos exteroceptores (recebem 
estímulos do meio externo), visceroceptores (recebem estímulos dos 
órgãos internos) e proprioceptores (informam o SNC sobre a posição do 
corpo ou sobre a força necessária para a coordenação). 
 
2. Divisão embriológica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Telencéfalo 
Diencéfalo 
Metancéfalo 
Mielencéfalo 
Hemisférios cerebrais 
Tálamo, hipotálamo e núcleos da 
base 
Ponte e cerebelo 
Bulbo 
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3. Divisão funcional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pode ser dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso 
visceral. Enquanto o primeiro está relacionado com a forma que o 
organismo interage com o meio ambiente externo a ele, o segundo está 
relacionado com o controle das vísceras par a homeostasia corpórea. 
 
Somático: seu componente aferente é responsável por conduzir ao SNC 
os impulsos originados nos receptores periféricos, informando-os 
acerca do mecanismo externo que causou essa irritação. Já o eferente, 
atua levando as informações processadas nos centros nervosos até os 
nossos músculos estriado esqueléticos, realizando os movimentos 
voluntários. 
Visceral: o componente aferente é responsável por conduzir os impulsos 
nervosos originados em nossos visceroceptores até o nosso SNC. Já o 
eferente, atua levando tais impulsos até nossas vísceras, enviando a 
resposta processada em nosso centro nervoso até glândulas, músculos 
lisos ou músculo estriado cardíaco. Esse componente motor é sistema 
nervoso autônomo (SNA) que pode ser dividido em simpático ou 
parassimpático. 
 
4. Divisão com base na segmentação ou metameria 
A segmentação no sistema nervoso é feita a partir da correlação dentre 
as suas estruturas e de suas conexões com os nervos. 
Sistema nervoso segmentar: porções do SNC que estão relacionadas 
diretamente com os nervos, como tronco encefálico e medula e todas as 
estruturas do sistema nervoso periférico. 
Sistema nervoso suprassegmentar: estruturas superiores ao segmentar 
que não possui tal metameria, sendo formado pelo cérebro e cerebelo. 
 
Principais partes do SNC 
 
O cérebro é composto pelo telencéfalo e pelo diencéfalo. 
 
Telencéfalo: consiste em dois hemisférios corticais e na lâmina 
terminal. Cada hemisfério possui 3 polos (frontal, temporal e occipital), 3 
margens (superior, medial e inferior), 5 lobos (frontal, parietal, 
temporal, occipital e insular – sendo o último “escondido” pelo 
parênquima cortical) e 3 faces (dorsolateral, medial e inferior). São 
nessas faces que encontramos sulcos e giros. 
O nosso cérebro é organizado em giros, que são partes do córtex de 
substância cinzenta, delimitados pelas depressões que percorrem o 
córtex cerebral, os sulcos. Profundamente a esse córtex, temos as 
estruturas subcorticais, formadas tanto por substância branca (na qual 
encontramos as fibras das vias ascendentes e descendentes) e por 
substância cinzenta, sendo ela reunida nos núcleos da base (são eles: 
caudado, putâmen, globo pálido, etc.). É no telencéfalo onde estão os 
ventrículos laterais. 
Está relacionado com capacidade cognitivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diencéfalo: é uma estrutura ímpar localizada na porção cerebral mais 
inferior, sendo compreendida pelo: tálamo – um grande centro de 
retransmissão de fibras entre o nosso córtex e estruturas subcorticais; 
hipotálamo – grande regulador da homeostase; subtálamo – que atua no 
circuito motor de forma subsidiária; e epitálamo – relacionado com a 
sincronização do ritmo circadiano. 
Cerebelo: possui dois hemisférios, unidos agora por um vérmis, 
localizado na linha mediana; seu córtex cerebelar é percorrido por 
sulcos, delimitando folhas (e não giros). Se encontra no compartimento 
infratentorial (fossa superior). Estás relacionado à coordenação e ao 
equilíbrio. 
Tronco encefálico: conecta o diencéfalo à medula. Intimamente 
relacionado com o funcionamento da homeostase do corpo. é dividido 
em, no sentido crânio-caudal: mesencéfalo, ponte e bulbo. 
- mesencéfalo: movimentação ocular. 
-ponte: movimentação da face e equilíbrio 
- bulbo: movimentação da língua e respiração 
Ventrículos encefálicos: são cavidades localizadas internamente ao 
encéfalo, revestidas de epitélio epididimário, por onde percorrer o líquor 
cefalorraquidiano (LCR). São em número de quatro cavidades, duas 
pares (ventrículos laterais no telencéfalo, respectivamente no diencéfalo 
e no cebelo) e duas ímpares (terceiro e quarto ventrículo), que são 
ligadas uma as outras por diversos canais, formando o sistema 
ventricular. 
 
Medula: massa cilindroide de tecido nervoso situado dentro do canal 
vertebral da coluna, limitada superiormente pelo bulbo, ao nível do 
forame magno, e inferiormente até a vértebra L2. Formada por fibras 
nervosas . 
 
Tecido nervoso 
 
Compreende basicamente dois tipos celulares: 
Neurônios: célula principal, unidade funcional e estrutural do SNC. 
Recebe e conduz impulso nervoso. 
Neuroglia: não é capaz de conduzir impulso elétrico, mas dão suporte 
estrutural e funcional aos neurônios. 
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-Astrócitos: suporte mecânico e nutrição 
- Micróglia: leucócitos especializados no SNC 
- Oligodendrócitos: produção de mielina 
- Células ependimárias: revestem as cavidades cerebrais e secretam o 
líquor 
- Células da pia-máter: recobrem o tecido nervoso. 
 
1. Neurônio 
1.1 Estrutura: é constituído basicamente por: 
- Corpo celular (pericárdio):centro trófico; núcleo e prolongamentos; 
cromatinas sexuais (feminina condensada e a masculina é desenrolada); 
recebe estímulos. 
- Dendritos: prolongamentos numerosos especializados em receber 
estímulos. 
- Axônio: prolongamento único especializado em conduzir informações 
(músculo, gânglio e outros neurônios); em sua porção final se divide em 
vários ramos. Por contas dos canais iônicos o axônio possui ao seu 
redor um vedamento (bainha de mielina). 
X Pode ter ou não mielina (fibra mielínica e fibra amielínica) X 
A bainha de mielina é um isolamento, quando a célula é despolarizada 
para que a informação seja propagada, o impulso é transmitido pelos 
canais axônicos, a bainha torna o trânsito mais rápido, pulando de 
segmento em segmento a despolarização. 
 
1.2 Classificação funcional: 
Neurônio sensitivo: fibra aferente, trás o impulso. 
Neurôniot motor: fibra eferente, leva o impulso para perfiferia. 
 
1.3 Classificação morfológica 
Multipolares, bipolares, pseudo-unipolares e unipolares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Unipolares são raros em mamíferos 
*Dependendo da sua localização no SNC, ele terá uma morfologia, de 
acordo com sua função. 
 
1.4 Fluxo axosplasmático 
Não é o mesmo que sinapse. Como o citoplasma dos axônios, inclusive do 
terminal axonal, não possui ribossomos, necessários à síntese de 
proteínas, as proteínas axonais são sintetizadas no soma (corpo celular), 
empacotadas em vesículas membranosas e transportadas até o axônio 
pela ação de uma proteína chamada cinesina, a qual se desloca sobre os 
microtúbulos, com gasto de ATP. Esse transporte ao longo do axônio é 
denominado transporte axoplasmático e, como a cinesina só desloca 
material do soma para o terminal, todo movimento de material neste 
sentido é chamado de transporte anterógrado. Além do transporte 
anterógrado, há um mecanismo para o deslocamento de material no 
axônio no sentido oposto, indo do terminal para o soma. Acredita-se que 
este processo envia sinais para o soma sobre as mudanças nas 
necessidades metabólicas do terminal axonal. O movimento neste 
sentido é chamado transporte retrógrado. 
- Um exemplo de tráfego retrogrado é o do vírus da raiva. Ele se infiltra 
na porção terminal e por meio dessa condução, chega ao corpo celular e 
assim para o SNC. 
 
1.5 Sinapses 
Podem sem elétricas ou químicas. 
Elétricas: são mais simples. Permitem a transferência da corrente 
iônica de uma célula para outra. Ocorrem nas junções gap / junções 
comunicantes. As membranas pré-sinápticas (transmissoras do impulso 
nervoso) e pós-sinápticas (eceptoras do impulso nervoso) estão 
separadas por apenas 3 nm. Essa estreita fenda é atravessada por 
proteínas denominadas conexinas. Seis conexinas reunidas formam um 
canal conexon, o qual permite que íons passem diretamente do 
citoplasma de uma célula para o de outra. É bidirecional. 
Químicas: As membranas pré e pós-sinápticas são separadas por uma 
fenda com largura de 20 a 50 nm - a fenda sináptica. O impulso nervoso 
vem pela fibra nervosa, quando chega à fenda sináptica, causa uma 
despolarização das membranas, o que causa a liberação dos 
neurotransmissores, armazenados nas vesículas sinápticas. A 
membrana pós-sináptica apresenta receptores para os 
neurotransmissores. Na membrana pré-sináptica o impulso elétrico se 
torna sinal químico e na membrana pós-sináptica, volta a ser impulso. É 
unidirecional e suscetível a fadiga (vesículas podem acabar, isso 
bloqueia o impulso). É suscetível a agentes químicos e medicações. 
 
Degeneração da fibra nervosa (walleriana) 
É o termo empregado para degeneração de axônios e suas baínhas de 
mielina após secção do nervo, geralmente traumática. Rompida a fibra, 
vão acontecer vários eventos: 
1. Corpo do neurônio incha 
2. Núcleo excêntrico (vai para a periferia) 
3. Cromatina sofre um processo de cromatólise (desaparece) 
4. No segmento proximal da fibra, ela vai se degenerar até os primeiros 
nódulos de Javier (pontos onde há a bainha de mielina) 
5. No segmento distal, a fibra desaparece junto da bainha de mielina 
6. Resta um tubo neural vazio 
 
Regeneração da fibra nervosa 
Ocorre no SNP, muito pouco no SNC. 
Processo no qual: 
1. O corpo celular regride 
2. Núcleo volta para o centro 
3. Cromatina se reorganiza de volta em grânulos 
4. Fibra nervosa começa a emitir brotos/ramos em todas as direções, 
que irão entrar no local da lesão, até que um alcance o tubo neural vazio. 
5. As células que produzem mielina voltam a produzi-la, mielinizando a 
fibra que está crescendo. 
Mas é necessário: Tubo neural inteiro/intacto; lesão pequena; fatores de 
crescimento neuronal; sem inflamação; fisioterapia apropriada. 
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