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APOSTILA PARA CAPACITAÇÃO DE GESTORES MUNICIPAIS, 
MICRO E PEQUENOS EMPRESÁRIOS DO SETOR 
AGROINDUSTRIAL E DE SERVIÇOS TÉCNICOS PARA A INDÚSTRIA 
AGROALIMENTAR 
 
 
 
CONVÊNIO Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 
(MDIC) e Prefeitura Municipal de Araraquara 
Processo n. 084353/2009 – Sistema de Gestão de Convênios 
 
 
 
 
 
ASSOCIATIVISMO E 
COOPERATIVISMO 
 
 
 
 
 
 
Parceria entre: 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 4 
BLOCO IV – ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO ............................................................ 6 
1 ASSOCIATIVISMO ............................................................................................................ 6 
1.1 O que é? .............................................................................................................................. 6 
1.2 Características ..................................................................................................................... 8 
1.2.1 Conceito ....................................................................................................................... 8 
1.2.2 Finalidade ..................................................................................................................... 8 
1.2.3 Gestão .......................................................................................................................... 8 
1.2.4 Legislação ..................................................................................................................... 9 
1.2.5 Número de pessoas para se formar uma associação ................................................... 9 
1.2.6 Patrimônio .................................................................................................................... 9 
1.2.7 Remuneração de dirigentes e resultados financeiros .................................................. 9 
1.2.8 Tributação .................................................................................................................. 10 
1.2.9 Contribuições para a União ........................................................................................ 12 
1.2.10 Taxas para a União ................................................................................................... 12 
1.2.11 Impostos para os Estados ......................................................................................... 13 
1.2.12 Taxa para os Estados ................................................................................................ 13 
1.2.13 Impostos para os Municípios ................................................................................... 13 
1.2.14 Taxas para o Município ............................................................................................ 14 
1.3 Tipos de Associação........................................................................................................... 14 
1.4 Para se organizar uma Associação .................................................................................... 16 
1.5 Sugestão de um roteiro para criação de uma Associação ................................................ 17 
1.5.1 Fase 1: Sensibilização ................................................................................................. 17 
1.5.2 Fase 2: Constituição ................................................................................................... 18 
1.5.3 Fase 3: Pré-operacional .............................................................................................. 20 
1.5.4 Fase 4: Operacional .................................................................................................... 20 
2 COOPERATIVISMO ........................................................................................................ 21 
2.1 O que é? ............................................................................................................................ 21 
2.2 Legislação .......................................................................................................................... 21 
2.3 Características e Diferenças entre sociedades cooperativas e outras empresas ............. 22 
2.4 Princípios do cooperativismo ............................................................................................ 23 
2.5 Classificação das cooperativas .......................................................................................... 24 
2.6 Ramos do cooperativismo ................................................................................................. 24 
2.7 Associados (cooperados) ................................................................................................... 29 
2.8 Capital social ...................................................................................................................... 30 
2.9 Órgãos socais ..................................................................................................................... 31 
2.10 Constituição das sociedades cooperativas ...................................................................... 33 
2.10.1 Constituição .............................................................................................................. 34 
2.10.2 Estatuto e ata de constituição .................................................................................. 34 
2.11 Registros .......................................................................................................................... 36 
2.11.1 Registro na Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP: .............................. 36 
2.11.2 Receita Federal ......................................................................................................... 36 
2.11.3 Secretaria da Fazenda do Estado ............................................................................. 37 
2.12 Previdência Social ............................................................................................................ 37 
2.13 Prefeitura Municipal........................................................................................................ 37 
2.14 Registro na OCESP ........................................................................................................... 38 
2.15 Outros registros e autorizações ...................................................................................... 38 
2.16 Autorização para funcionamento, controle e fiscalização .............................................. 38 
2.17 Escrituração das cooperativas ......................................................................................... 39 
3 DIFERENÇAS ENTRE ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS ..................................................... 39 
4 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 42 
EQUIPE TÉCNICA .............................................................................................................. 44 
PRINCIPAIS PARCEIROS .................................................................................................... 45 
ANEXO – BLOCO III .......................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
APRESENTAÇÃO 
 
O conjunto de apostilas aqui oferecidas é resultado de mais de doze meses 
de atividades, de pesquisa e de diálogo com uma grande diversidade de agentes, 
públicos e privados, pessoas físicas e jurídicas, que passaram a compor uma rede de 
apoio ao desenvolvimento local na região Centro Paulista. Essas atividades estiveram 
abrigadas sob o projeto de capacitação de empreendedores locais e de micro e 
pequenas empresas, notadamente integrantes de cadeias agroalimentares, apoiado 
pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio - MDIC.As apostilas foram concebidas com o propósito de documentar os 
principais conhecimentos, adquiridos e disseminados pela equipe da pesquisa, ao 
longo do período de execução do projeto. Além de servirem como instrumentos de 
registro dos conhecimentos, a expectativa depositada é de que as apostilas possam 
servir de guias para processos futuros de melhoria do desempenho de 
empreendimentos e de micro e pequenas empresas atuantes na região de abrangência 
do projeto, além de virem a se constituir em instrumentos de apoio à formulação e à 
implementação de políticas públicas de promoção do desenvolvimento local. 
A decisão pela publicação das apostilas ao final das atividades do projeto 
resultou da convicção de que a pesquisa, em seu curso, acrescentaria importantes 
contribuições de conhecimentos, que seriam dignos de registro. 
Os conteúdos das apostilas estão dispostos em quatro blocos 
complementares. O primeiro e segundo bloco abrangem conteúdos de caráter mais 
técnico e direcionados a empreendimentos das cadeias agroalimentares: o primeiro, 
abordando aspectos da produção orgânica em três segmentos produtivos tratados 
com centralidade ao longo das atividades do projeto, o da apicultura, o da produção 
da cachaça e o da horticultura, esta última sobretudo por meio do uso das técnicas da 
hidroponia; o segundo, tratando da integração da pequena agricultura familiar aos 
programas do governo federal conhecidos como PAA e Merenda Escolar (PNAE). O 
terceiro e quarto (pertencente a este volume) bloco abordam questões relativas à 
organização e à formalização de empreendedores, seja individual ou coletivamente. As 
apostilas para esse fim tratam, a primeira, dos procedimentos para a adesão às 
diretivas da Lei do MEI (Microempreendedor Individual) e a segunda, dos desafios, 
5 
 
medidas e passos para o Associativismo e o Cooperativismo. 
Devem ser registrados os créditos e os agradecimentos às seguintes 
instituições, pela gentil liberação de parte dos conteúdos das apostilas, para 
reprodução: Banco do Povo Paulista – conteúdos da apostila de apoio à gestão; 
SEBRAE/SP – conteúdos da apostila de apoio ao microempreendedor individual; 
SEBRAE/MG – conteúdos da apostila de associativismo e cooperativismo; ao Sistema 
Integrado de Resposta Técnica – SIRT/UNESP de Araraquara e ao Núcleo de Pesquisa 
em Desenvolvimento Local – NPDL do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA, 
pela liberação de pessoal técnico para a coleta de informações para as apostilas de 
agricultura orgânica e políticas públicas (PAA e PNAE). 
 
 
6 
 
BLOCO IV – ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO 
 
 
1 ASSOCIATIVISMO 
 
1.1 O que é? 
 
Associação, em um sentido amplo, é qualquer iniciativa formal ou informal 
que reúne pessoas físicas ou outras sociedades jurídicas com objetivos comuns, 
visando superar dificuldades e gerar benefícios para os seus associados. Associação é 
uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de seus interesses. Sua 
constituição permite a construção de melhores condições do que aquelas que os 
indivíduos teriam isoladamente para a realização dos seus objetivos. 
A associação então é a forma mais básica para se organizar juridicamente 
um grupo de pessoas – físicas ou jurídicas – para a realização de objetivos comuns. 
Esquematicamente, pode representar as associações como sendo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As associações assumem os princípios de uma doutrina que se chama 
associativismo e que expressa a crença de que juntos pode-se encontrar soluções 
melhores para os conflitos que a vida em sociedade apresenta. Esses princípios são 
reconhecidos no mundo todo e embasam as várias formas que as associações podem 
assumir: OSCIP, cooperativas, sindicatos, fundações, organizações sociais, clubes. O 
que irá diferenciar a forma jurídica de cada tipo de associação são basicamente os 
SOCIEDADE 
MERCADO 
Benefícios 
ASSOCIAÇÕES 
PESSOAS 
EMPRESAS 
Objetivos e 
necessidades 
7 
 
objetivos que se pretende alcançar. Os princípios do associativismo reconhecidos em 
praticamente todo o mundo são: 
 Adesão voluntária e livre – As associações são organizações voluntárias, abertas 
a todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar as 
responsabilidades de sócio, sem discriminação social, racial, política, religiosa e 
de gênero. 
 Gestão democrática pelos sócios – As associações são organizações 
democráticas, controladas por seus sócios, que participam ativamente no 
estabelecimento de suas políticas e na tomada de decisões. Homens e 
mulheres, eleitos como representantes, são responsáveis para com os sócios. 
 Participação econômica dos sócios – Os sócios contribuem de forma equitativa 
e controlam democraticamente as suas associações. Os sócios destinam 
eventual superávit para os seus objetivos por meio de deliberação em 
assembleia geral. 
 Autonomia e independência – As associações são organizações autônomas de 
ajuda mútua, controlada por seus membros. Entrando em acordo operacional 
com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de 
origem externa, devem fazê-lo de forma a preservar seu controle democrático 
pelos sócios e manter sua autonomia. 
 Educação, formação e informação – As associações devem proporcionar 
educação e formação aos sócios, dirigentes eleitos e administradores, de modo 
a contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento. Eles deverão informar o 
público em geral, particularmente os jovens e os líderes formadores de opinião, 
sobre a natureza e os benefícios da cooperação. 
 Interação – As associações atendem a seus sócios mais efetivamente e 
fortalecem o movimento associativista trabalhando juntas, por meio de 
estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais. 
 Interesse pela comunidade – As associações trabalham pelo desenvolvimento 
sustentável de suas comunidades, municípios, regiões, estados e país por meio 
de políticas aprovadas por seus membros. 
 
8 
 
1.2 Características 
 
1.2.1 Conceito 
 
Associações são pessoas jurídicas formadas pela união de pessoas que se 
organizam para a realização de atividades não econômicas, ou seja, sem finalidades 
lucrativas. Nessas entidades, o fator preponderante são as pessoas que as compõem. 
São entidades de direito privado e não público. 
 
1.2.2 Finalidade 
 
 Defesa e promoção dos interesses das pessoas (físicas e/ou jurídicas) que a 
constituíram. 
 As associações, de acordo com a sua finalidade, podem ser classificadas em 3 
grupos principais: 
1) Aquelas que têm por fim o interesse pessoal dos próprios associados, sem 
objetivo de lucro, como as sociedades recreativas ou literárias. 
2) As que têm objeto principal a realização de uma obra estranha ao interesse 
pessoal dos associados, e que fique sob a dependência da associação ou se 
torne dela autônoma, por exemplo, as associações beneficentes. Embora seus 
associados possam visar interesse pessoal, sua finalidade primordial é a de 
prover uma obra de caridade em benefício de terceiros. 
3) As associações que têm por finalidade principal ficarem subordinadas a uma 
obra dirigida autonomamente por terceiras pessoas. 
 
 
1.2.3 Gestão 
 
Por seus princípios doutrinários as associações se baseiam na autogestão. 
Por meio de assembleia geral dos sócios, são definidas as políticas e linhas de ação da 
instituição, bem como se elege uma diretoria que será responsável pela administração 
da associação. 
9 
 
1.2.4 Legislação 
 
As associações estão regulamentadas tanto na Constituição Federal, 
quanto no Novo Código Civil. Em ambos, estão descritas as leis que regem o modelo 
em nosso país e que embasam sua organização. Em alguns Estados pode-se encontrar 
legislação específica para atender uma ou outra especificidade estadual, mas qualquer 
que seja a legislação deverá estar subordinada as leis federais. Abaixo estão descritos 
os locais na Constituição e no Novo Código Civilonde estão os artigos relacionados ao 
tema: 
 Constituição Federal (artigo 5o, XVII A XXI, e artigo 174, § 2o). 
 As Associações estão disciplinadas no Novo Código Civil, Lei nº 10.406/2002, 
artigos 51 a 63. 
 
1.2.5 Número de pessoas para se formar uma associação 
 
A legislação não estabelece um número mínimo para se organizar uma 
associação, em princípio bastariam duas pessoas. Na prática, porém, esse número 
mínimo seria de dez pessoas, pois é o número necessário para preencher os cargos do 
Conselho de Administração e Conselho Fiscal que o Novo Código Civil exige que sejam 
formados. 
 
1.2.6 Patrimônio 
 
Formado por taxa paga pelos associados, doações, fundos e reservas. Não 
possui capital social. 
 
1.2.7 Remuneração de dirigentes e resultados financeiros 
 
 Não remuneram seus dirigentes nem distribuem sobras entre seus associados, 
conforme princípio das instituições sem fins lucrativos. 
 São mantidas por meio da contribuição dos sócios ou de cobrança pelos 
serviços prestados; contratos e acordos firmados com empresas e agências 
10 
 
nacionais e internacionais; doações, legados e heranças; rendimentos de 
aplicações de seus ativos financeiros e outros, pertinentes ao patrimônio sob a 
sua administração; recebimento de direitos autorais etc. 
 
1.2.8 Tributação 
 
A tributação das associações é um dos maiores complicadores para esse 
tipo de instituição, principalmente por não haver indicações claras sobre todos os 
tributos (tributo inclui impostos, taxas e contribuições), pelas várias possibilidades de 
atuação das associações e pelo fato de muitos tributos terem legislações diferentes 
nos vários níveis de governo (federal, estadual e municipal). É importante considerar 
ainda as várias alterações que a legislação tributária vai sofrendo ao longo do tempo. 
Existem três tipos de categorias de relações com a obrigação de pagar 
tributos: 
 Na imunidade, a sociedade não é submetida a determinados impostos e taxas 
por força constitucional. É o caso das associações filantrópicas e todas as 
demais sociedades que não tem “renda”. Ficam imunes ao Imposto de Renda 
Pessoas Jurídicas. 
 A não incidência, que é quando o ato realizado não se encaixa no que é 
previsto na legislação correspondente. Por exemplo, a transferência de 
produtos do associado para a sua cooperativa não é considerada “circulação de 
mercadorias”. Por isso, não incide nesta operação o Imposto de Circulação de 
Mercadorias. 
 A incidência, que é quando, genericamente, deve ser recolhido o tributo. Em 
relação à incidência, quatro possibilidades podem ocorrer: 
- O produto é tributado. O imposto (taxa ou contribuição) deve ser recolhido. 
- O produto é, especificamente, não tributado, por força de lei. Neste caso, há 
incidência, mas uma lei livra o produto de determinado imposto. 
- O produto é isento. Neste caso, o produto é tributado, mas uma decisão do 
poder público libera o recolhimento do imposto correspondente. Dos produtos 
da cesta básica, as hortaliças e as frutas são isentas do ICMS por decisão do 
próprio poder público. 
11 
 
- O diferimento ocorre quando o imposto é devido, está presente na nota fiscal, 
mas o mesmo é assumido temporariamente pelo poder público (o governo 
empresta) com a finalidade de incentivar o consumo. É o caso das compras de 
adubo. 
A legislação tributária brasileira é muito confusa: em alguns casos há a 
isenção em um estado e não há em outro, os Estados e Municípios têm autonomia 
para decidir sem seus tributos se efetuam ou não a cobrança. Vamos destacar aqui os 
mais importantes e que afetam as associações diretamente: 
 Impostos Federais 
Imposto sobre importação: Caso a associação importe algum produto. 
Imposto sobre exportação: Caso a associação exporte algum produto. 
Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IRPJ): No caso das 
associações, ocorre a imunidade (são liberadas pela constituição) desde que 
cumpram alguns requisitos, especialmente no que se refere: 
- À não remuneração de dirigentes. 
- À não distribuição de sobras/ganhos financeiros para os seus associados. 
- À aplicação de suas rendas e patrimônio na consecução dos objetivos, em 
território nacional. 
 Cabem também as retenções do imposto na fonte nos pagamentos de salários 
(de empregados cuja remuneração ultrapasse a tabela de IRPF), recolhidas 
mensalmente, bem como os recolhimentos correspondentes sobre eventuais 
ganhos obtidos em aplicações financeiras. 
 É obrigatória a Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa 
Jurídica. 
 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): Ocorre quando a associação 
compra algum produto industrializado (o imposto vem embutido no preço). No 
caso da associação industrializar e vender algum dos seus produtos, dependerá 
do tipo de produto (há produtos que são isentos) para ocorrer o imposto. A 
isenção somente ocorrerá, caso a associação consiga a equiparação com o atual 
regime jurídico da microempresa. 
 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): Pago nas operações de crédito, 
câmbio, seguros e outras aplicações bancárias. 
12 
 
 Imposto Territorial Rural (ITR): Pago sobre eventuais propriedades que a 
associação tenha em área rural. 
 
1.2.9 Contribuições para a União 
 
 Encargos trabalhistas e previdenciários – INSS, FGTS e outros: Em relação à 
folha de pessoal (empregados contratados), a associação recolhe 
aproximadamente 52% de encargos (contribuição patronal, FGTS, férias, 13o 
etc.). 
 Contribuição sobre a produção rural: As associações que eventualmente 
desenvolvem atividades produtivas rurais (como devem fazer todos os 
produtores rurais) pagam 2,5% ao INSS sobre a receita bruta da 
comercialização da produção. 
 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins): Nem as 
associações nem as cooperativas estavam submetidas a esta contribuição nas 
operações com associados. No entanto, uma Medida Provisória recente retirou 
todas as sociedades civis da isenção do Cofins. Agora, é obrigatório o 
pagamento de 3% sobre a receita bruta proveniente da venda de mercadorias e 
serviços, sendo que sobre a mesma podem ser aplicadas algumas deduções. 
Alguns ramos do cooperativismo, seguindo orientações de seus departamentos 
jurídicos, estão fazendo depósito em juízo dessa contribuição, enquanto 
aguardam decisão judicial definitiva sobre o caso. 
 
1.2.10 Taxas para a União 
 
 Taxas Portuárias: Para eventual utilização dos portos no caso de exportação. 
 Taxas de Classificação: Devidas aos Ministérios da Agricultura ou da Saúde para 
inspeção, fiscalização e licenciamento de comercialização de produtos animais 
ou vegetais. No caso da associação ter produtos industrializados, com marca 
própria, deverá registrá-los, conforme o caso, em um dos ministérios acima 
mencionados. 
13 
 
 
1.2.11 Impostos para os Estados 
 
 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). 
 Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). 
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS): De modo geral, o fisco 
estadual vem cobrando o ICMS para a circulação de mercadorias 
(movimentação física de qualquer produto ocasionada por operações 
realizadas no exercício do comércio, da indústria ou da produção de bens 
econômicos) das associações. Alguns estados estabeleceram percentuais 
menores ou mesmo isentaram as operações de associações. Em outros, são 
determinados produtos que são isentos. 
As associações, ao contrário das cooperativas, não contam com a não 
incidência do ICMS nas operações entre associados e a sua entidade. Mas podem ser 
beneficiadas (como também as outras empresas e cooperativas) por políticas estaduais 
e locais que desejam incentivar determinada atividade produtiva, como no caso da 
comercialização de produtos da cesta básica, da venda de artesanato etc. 
 
1.2.12 Taxa para os Estados 
 
 Taxa de registro das associações nos cartórios. 
 
1.2.13 Impostospara os Municípios 
 
 Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU): Pago sobre as propriedades da 
associação na cidade. 
 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN): Há toda uma polêmica a 
respeito do recolhimento do ISSQN. Nos casos em que profissionais vinculados 
à associação já recolhem ISSQN, não há por que repetir o recolhimento. Nos 
demais casos, enquanto não há uma legislação específica, cabe uma alíquota 
(que varia de município para município) sobre os pagamentos de serviços 
14 
 
prestados pela associação. A não ser que consigam negociar com as prefeituras 
uma declaração de não incidência. É que os municípios têm autonomia para 
cobrar ou isentar as associações deste imposto. 
As associações que prestam serviços devem se inscrever nas prefeituras do 
local de suas sedes, requerendo a isenção de ISS se for o caso. 
 Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos: Imposto 
embutido no preço dos combustíveis. 
 Laudêmio: No caso da utilização de terras públicas. 
 Imposto sobre transmissão intervivos de bens imóveis por atos onerosos ou 
acessão física. 
 
1.2.14 Taxas para o Município 
 
 Taxa de Limpeza Pública. 
 Taxa de Iluminação Pública. 
 Outras inúmeras taxas e contribuições dependendo do serviço prestado pelo 
órgão público. 
 
1.3 Tipos de Associação 
 
O termo associação agrega uma série de modelos de organização 
(associações, institutos, clubes etc.) que possuem objetivos e finalidades diferentes 
entre si, mas que se unem nessa nomenclatura por possuírem características básicas 
semelhantes: 
 Reunião de duas ou mais pessoas para a realização de objetivos comuns. 
 Seu patrimônio é constituído pela contribuição dos associados, por doações, 
subvenções etc. 
 Seus fins podem ser alterados pelos associados. 
 Os seus associados deliberam livremente. 
 São entidades do direito privado e não público. 
15 
 
De modo geral, essas organizações não têm na atividade econômica o seu 
objetivo principal, mas a defesa dos interesses de um determinado grupo de pessoas, 
que encontrou na união de esforços uma melhor solução para determinados 
problemas. São organizações com finalidade de: 
 Prestar assistência social e cultural. 
 Atuar na defesa dos direitos das pessoas ou de classes específicas de 
trabalhadores e/ou empresários. 
 Defesa do meio ambiente. 
 Clubes de serviços. 
 Entidades filantrópicas e Religiosas. 
 Clubes esportivos entre outros. 
Alguns tipos mais comuns são: 
 Associações filantrópicas: Reúnem voluntários que prestam assistência social a 
crianças, idosos, pessoas carentes. Seu caráter é basicamente o da assistência 
social. 
 Associações de pais e mestres: Representam a organização da comunidade 
escolar com vistas à obtenção de melhores condições de ensino e integração da 
escola com a comunidade. Em algumas escolas se responsabilizam por parte da 
gestão escolar. 
 Associações em defesa da vida: Normalmente são organizadas para defender 
pessoas em condições marginais na sociedade ou que não estão em condições 
de superar suas próprias limitações. Associação de meninos de rua, aidéticos, 
crianças com necessidades especiais. Ex.: APAE, Alcoólicos Anônimos. 
 Associações culturais, desportivas e sociais: Organizadas por pessoas ligadas 
ao meio artístico, tem objetivos educacionais e de promoção de temas 
relacionados às artes e questões polêmicas da sociedade tais como racismo, 
gênero, violência. Fazem parte desse grupo ainda, os Clubes esportivos e 
sociais. 
 Associações de consumidores: Organizações voltadas para o fortalecimento 
dos consumidores frente aos comerciantes, a indústria e o governo. 
16 
 
 Associações de classe: Representam os interesses de determinada classe 
profissional e/ou empresarial. Ex.: Associações Comerciais, FIEMG. 
 Associações de produtores: Incluem-se as associações de produtores, de 
pequenos proprietários rurais, de artesãos, que se organizam para realização 
de atividades produtivas e ou defesa de interesses comuns e representação 
política. 
 
1.4 Para se organizar uma Associação 
 
O sentido de se organizar uma Associação é a existência de problemas 
concretos para os quais a união das pessoas é a solução mais eficaz para resolvê-los. 
Somar esforços, dinheiro, equipamentos, vontade e desejo de várias pessoas torna 
tudo mais fácil, mais barato e possível de ser realizado. Esse é o fundamento essencial 
do processo associativo: a soma de esforços proporcionando soluções mais eficazes 
para problemas coletivos. 
Nessa perspectiva a formação de um grupo de pessoas conscientes de suas 
responsabilidades e direitos para com a instituição e comprometidas com a realização 
dos objetivos propostos no estatuto é o principal elemento a ser observado. Antes de 
efetivar a organização formal da Associação, é necessário ter o grupo organizado e 
mobilizado para dar a efetiva sustentação ao projeto. 
O caráter de assistência social, cultural, a defesa de interesses de classe, a 
defesa do meio ambiente, temas que compõem o universo dos objetivos das 
associações são atraentes e mobilizadores para despertar o desejo de muitas pessoas 
em participar de uma associação. A questão é que eles sozinhos podem ser 
insuficientes para garantir o sucesso da entidade. Por constituir-se em um processo 
eminentemente coletivo é essencial que as pessoas que compõem a associação 
tenham certeza do que querem pessoalmente com o processo e quais benefícios à 
união do grupo podem gerar para si mesmos ou para a comunidade da qual fazem 
parte. 
Em que pese o aspecto econômico não ser a principal finalidade das 
associações, ela precisará de recursos financeiros para viabilizar seus propósitos, quer 
17 
 
para pagar salários dos empregados, aluguel, telefone ou outros ligados diretamente 
aos seus objetivos estatutários. 
Mesmo que sua ação esteja baseada no trabalho voluntário de seus 
membros haverá necessidades de recursos financeiros para sua operacionalização. 
Assim, ter um estudo de viabilidade econômica é importante para formular as 
estratégias que possibilitarão a captação desses recursos e o funcionamento da 
associação. 
 
1.5 Sugestão de um roteiro para criação de uma Associação 
 
Este roteiro é uma sugestão de alguns pontos a serem seguidos e 
observados buscando organizar um passo a passo orientador, mas deve sempre ser 
considerado na perspectiva da realidade de quem está organizando a associação. Deve 
ser adaptado conforme a necessidade de cada grupo. 
 
1.5.1 Fase 1: Sensibilização 
 
 Contato inicial: Nessa etapa é importante que as pessoas envolvidas tenham o 
maior número possível de informações sobre o tema: Legislação, 
funcionamento, direitos e deveres dos associados, limites e possibilidades das 
associações etc. 
Essas informações deverão ser suficientes para orientar a escolha das 
pessoas em seguirem ou não com o processo organizativo da associação. Caso seja 
positivo o interesse, deixar como tarefa para o grupo, mobilizar um número maior de 
pessoas, considerando que serão necessárias pelo menos 10 associados para organizar 
uma associação. Caso seja possível, organize uma palestra ou discussão com um 
especialista no tema ou com pessoas que já fazem parte de alguma associação bem 
sucedida. 
 Palestra de Sensibilização: Como o nome sugere, o objetivo dessa palestra é o 
de sensibilizar as pessoas para o tema. Já com o grupo reunido a partir da 
tarefa da etapa anterior, esse é o momento de aprofundar a discussão sobre 
18 
 
associação, explorando principalmente aspectos relativos à responsabilidade 
de cada pessoa no processo e a necessidade de se imprimir um caráter 
empresarial e transparente na gestão da associação. 
É fundamental nessa etapa tentar nivelar a compreensão de todos sobre o 
que significa organizar a associação, principalmente as responsabilidades individuais e 
coletivas de todos os envolvidos. 
Caso haja concordânciaem avançar com o trabalho é importante organizar 
entre o grupo, pessoas que ficarão responsáveis por levantar informações sobre a 
legalização da associação, outras que se responsabilizem por estudar a sua viabilidade 
econômica e as necessidades de infraestrutura e recursos financeiros para viabilizá-la. 
 Apresentação dos resultados da etapa anterior: Caso o trabalho tenha 
transcorrido conforme o acordado na fase anterior, o grupo terá levantado 
informações importantes para decidir se organiza ou não a associação. Terá 
conseguido informações sobre a documentação e tramitação legal para 
constituí-la e, principalmente, feito um estudo da viabilidade econômica. 
Com base nessas informações e caso a decisão seja por constituir a 
associação, passa-se para a fase seguinte. 
 
1.5.2 Fase 2: Constituição 
 
 Realização de Assembleia de Constituição: A Assembleia de Constituição é 
uma etapa formal do processo de legalização. É realizada no ato de 
constituição da associação, faz-se necessário à presença de todos os 
associados. Nesta Assembleia será escolhido o nome da associação, sua sede, 
será discutido, definido e aprovado seu estatuto social, sendo também eleitos 
os representantes dos órgãos de direção (Conselho de Administração / 
Diretoria e Conselho Fiscal). Após essa etapa encaminhar a documentação para 
registro. 
 Documentos necessários para regularização da associação: O registro das 
Associações é feito no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Nas cidades 
maiores, provavelmente existe um cartório específico para essa finalidade. Nas 
menores, é feito no cartório de registro geral. 
19 
 
Um aspecto dificultador é o fato de alguns cartórios terem exigências 
especiais que extrapolam o que determina lei. Abaixo, estão relacionados os 
documentos previstos na legislação. Vale orientar que as pessoas que ficarão 
responsáveis por essa tarefa, tenham bastante paciência e estejam preparadas para 
enfrentar um pouco de burocracia. 
De acordo com a Lei nº 6.015/73 (artigos 120 e 121), são necessários os 
seguintes documentos para se registrar uma associação: 
1) Ata de Fundação – Impressa em papel timbrado (se já houver) ou em papel 
ofício, transcrita do livro de atas, mas sem a inclusão do estatuto e sem os erros 
eventualmente cometidos quando foi manuscrita no livro, desde que os erros 
tenham sido devidamente consertados por observação do secretário que a 
escreveu. A ata deve ser assinada pelo representante legal da associação 
(presidente ou outro membro conforme determinar o estatuto); Constar na ata 
que é copia fiel da ata lavrada no livro próprio. 
2) Duas vias dos estatutos – Na íntegra, impressos (separados da ata de 
constituição) com a assinatura do representante legal da associação em todas 
as páginas; deve ser transcrito no livro de atas. 
3) A relação dos associados fundadores e dos membros da diretoria eleita – Com a 
indicação da nacionalidade, do estado civil, da profissão de cada um, o numero 
da RG e CPF. 
4) Ofício encaminhado ao cartório – Solicitando o registro, assinado pelo 
representante legal da associação, com a apresentação do seu endereço 
pessoal e do endereço da sede da entidade. 
De acordo com a Lei nº 9.096/95 e Lei nº 10.406 os seguintes itens devem 
constar dos estatutos: 
1) A denominação, os fins e a sede da associação, bem como o tempo de sua 
duração. 
2) O modo como se administra e representa a sociedade, ativa e passivamente, 
judicial e extrajudicialmente. 
3) Se o estatuto é reformável no tocante à administração, e de que modo. 
4) Se os membros respondem ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. 
20 
 
5) As condições de extinção da pessoa jurídica e, nesse caso, o destino do seu 
patrimônio. 
Com a documentação em ordem o registro será feito. O oficial do cartório 
fará o lançamento da certidão de registro e devolverá uma das vias dos estatutos com 
o número de ordem, livro e folha onde foi lançado. Esse é o registro inicial da 
Associação. 
Ao contrário do que exige a maioria dos cartórios, a lei não prevê a 
necessidade de assinatura de um advogado nas vias dos estatutos. 
O passo seguinte é providenciar o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – 
CNPJ, o que será feito numa Delegacia da Receita Federal. Esse cadastro que permitirá 
a associação realizar transações financeiras, contratos, convênios, contratação de 
empregados. 
Para inscrição no CNPJ, a associação deverá apresentar: 
1) Documento básico de entrada, em duas vias (encontra-se disponível na receita 
federal). 
2) Ficha cadastral da pessoa jurídica (encontra-se disponível na receita federal). 
3) Quadro de associados (o mesmo utilizado para o registro no cartório). 
4) Estatutos sociais registrados em cartório. 
Concluída esta etapa, a associação estará devidamente registrada e pronta 
para entrar em funcionamento. Os demais documentos, livros caixa, registro de 
empregados, deverão ser providenciados juntos com o contador que for escolhido pela 
associação. 
 
1.5.3 Fase 3: Pré-operacional 
 
É a fase da Estruturação: Definição de localização, aquisição de móveis e 
equipamentos, contratação de funcionários, contadores, abertura de conta corrente, 
licenças e alvarás etc. 
 
1.5.4 Fase 4: Operacional 
 
21 
 
 Início das atividades: A partir daqui começam os desafios reais da associação. 
As fases anteriores servirão não apenas como forma de levantar informações 
para constituir ou não a associação, mas também, como laboratório para as 
pessoas aprenderem e desenvolverem sua capacidade de trabalhar juntas em 
torno de um objetivo comum. A expectativa é a de que esse senso já tenha sido 
criado até aqui, o que diminuirá as tensões no dia a dia da instituição. 
 Como toda organização para ser em sucedida, a associação também precisará 
de uma gestão eficiente e comprometida com os propósitos da instituição. 
 
2 COOPERATIVISMO 
 
2.1 O que é? 
 
As cooperativas têm por objetivo aglutinar pessoas que, através do seu 
trabalho, da sua produção ou da sua renda, atuando de forma coletiva e organizada, 
adquirem condições de conquistar espaços dentro da economia globalizada. Vale dizer 
que caso essas pessoas agissem individualmente, dificilmente conseguiriam atingir 
suas metas. 
O artigo 3º, da Lei nº 5.764/71, conceitua a cooperativa como sendo o 
“tipo de sociedade celebrada por pessoas que se obrigam reciprocamente a contribuir 
com bens e serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum 
e sem objetivo de lucro.” Também podemos conceituar a “sociedade cooperativa” 
como a sociedade de pessoas (e não de capitais) com capital variável, que se propõe, 
mediante a cooperação de todos os seus associados (cooperados), ao exercício de 
atividades ou à execução de negócios em proveito deles próprios. A característica 
principal da sociedade cooperativa é a sua finalidade, que é oferecer aos seus 
cooperados melhores condições econômicas e sociais, já que a sociedade (em si) não 
possui finalidade lucrativa. Desta forma, a sociedade serve como instrumento de 
promoção dos interesses de seus membros. 
 
2.2 Legislação 
 
22 
 
A sociedade cooperativa é regulada pela Lei nº 5.764, de 16 de dezembro 
de 1971, modificada parcialmente pela Lei nº 6.981, de 30/03/82, que define a política 
nacional de cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. 
Vale dizer que a legislação cooperativista tem respaldo em vários dispositivos de nossa 
Constituição Federal e Estadual. 
2.3 Características e Diferenças entre sociedades cooperativas e outras 
empresas 
 
As cooperativas se distinguem das demais sociedades pelas seguintes 
características: 
1ª - número ilimitado de associados; 
2ª - variabilidade do capital social, representado por quotas-partes; 
3ª - limitação do número de quotas-partes do capital social para cada associado 
(facultado o critério da proporcionalidade); 
4ª - impossibilidadede cessão de quotas-partes do capital social a terceiros, estranhos 
à sociedade; 
5ª - singularidade de voto; 
6ª - quorum para realização da assembléia geral; 
7ª - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações 
realizadas pelo associado; 
8ª - existência de fundos de reserva para assistência técnica educacional e social; 
9ª - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial, social e de gênero; 
10ª -prestação de assistência aos associados e, se previsto no estatuto, extensível aos 
empregados; 
11ª -área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle, 
operações e prestação de serviços. 
SOCIEDADE COOPERATIVA SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
Sociedade de pessoas. 
Gerar condições de produção e trabalho aos 
cooperados. 
Deliberações: 1 voto por cooperado. 
Participação democrática. 
Quorum nas assembléias: com base no nº de 
cooperados. 
Retorno proporcional das operações realizadas 
pelo cooperado. 
Sociedade de capital. 
Gerar lucro aos acionistas/cotistas. 
Voto proporcional ao nº de ações/cotas. 
O sócio majoritário é quem decide. 
Quorum com base no capital social. 
Dividendos proporcionais à participação no 
capital. 
Regra: número limitado de cotistas. 
As cotas podem ser transferidas aos sócios ou 
23 
 
Número ilimitado de sócios. 
As quotas-partes são intransferíveis a não-
cooperados. 
O objetivo social é exercido pelos cooperados. 
Relação trabalhista entre cooperativa e seus 
empregados. 
Relação civil entre cooperativa e cooperados. 
Não sujeita-se à falência. 
A sociedade não possui fins lucrativos. 
terceiros. 
Em regra, o trabalho é executado pelos 
empregados. 
Relação trabalhista entre empresa e empregados. 
Relação civil entre empresa e sócios/acionistas. 
Sujeita-se à falência. 
Possui fins lucrativos. 
 
Quadro 4 – Diferenças entre sociedades cooperativas e outras empresas 
Fonte: SEBRAE/SP, 2008. 
2.4 Princípios do cooperativismo 
 
São linhas orientadoras através das quais as cooperativas põem seus 
objetivos em prática, cujas regras devem nortear o relacionamento entre cooperados e 
cooperativa, uma vez que sinalizam o verdadeiro espírito do cooperativismo, 
distinguindo-a de outros tipos de empreendimentos econômicos. Pela Aliança 
Cooperativa Internacional - ACI, os princípios cooperativos passaram a ter o seguinte 
entendimento: 
1º - Adesão voluntária e livre: as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a 
todas as pessoas aptas a utilizarem seus serviços e assumirem as responsabilidades 
como membros, sem quaisquer discriminações de nenhuma natureza; 
2º - Gestão democrática pelos membros: as cooperativas são organizações 
democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na 
formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os cooperados, eleitos como 
representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes; 
3º - Participação econômica dos membros: Os cooperados contribuem 
eqüitativamente para o capital da sociedade, controlando-o democraticamente. Este 
patrimônio passa a fazer parte da sociedade e é destinado aos seus objetivos sociais; 
4º - Autonomia e independência da cooperativa: A cooperativa é uma organização 
autônoma de ajuda mútua, controlada pelos seus membros. Em suas relações com 
terceiros deve atuar com total independência, sem qualquer interferência em sua 
autonomia e administração; 
5º - Educação, formação e informação: As cooperativas promovem a educação e a 
formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de 
24 
 
forma que estes possam contribuir cada vez mais eficazmente para o desenvolvimento 
da cooperativa; 
6º - Intercooperação: As cooperativas servem de forma mais eficaz os seus membros e 
dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das 
estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais; 
7º - Interesse pela comunidade: As cooperativas trabalham para o desenvolvimento 
sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros. 
 
2.5 Classificação das cooperativas 
 
 Singulares: constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas físicas e, 
excepcionalmente, por pessoas jurídicas. Caracterizam-se pela associação de 
pessoas que se organizam para satisfazer suas necessidades econômicas, 
sociais e culturais, mediante a cooperação mútua destes na execução dos 
negócios. 
 Cooperativas Centrais ou Federações de Cooperativas: constituídas por, no 
mínimo, 3 (três) Cooperativas Singulares. Visam a organização em comum e em 
maior escala das atividades econômicas e assistenciais das filiadas 
(cooperativas singulares). 
 Confederações de Cooperativas: constituídas por, no mínimo, 3 (três) 
Federações de Cooperativas ou Cooperativas Centrais, e têm por objetivo a 
coordenação das atividades das respectivas filiadas, ainda que de diferentes 
ramos. 
 
2.6 Ramos do cooperativismo 
 
Os 13 ramos do cooperativismo foram definidos, em 04 de maio de 1993, 
com base em modelos da Aliança Cooperativa Internacional - ACI e da Organização das 
Cooperativas da América - OCA. 
25 
 
 AGROPECUÁRIO: A agricultura brasileira tem se desenvolvido e conquistado 
posição de destaque internacional. As cooperativas agropecuárias que reúnem 
milhares de agricultores em todo o país acompanham a evolução desse setor 
que alavanca a economia. Com um contingente superior a um milhão de 
agropecuaristas, as cooperativas agrícolas são responsáveis por boa parte da 
produção de trigo, leite, carne, mel, hortifrutigranjeiros, aguardente, milho, 
soja e seus derivados. Também investem em pesquisas e experimentação para 
garantia do desenvolvimento e aumento da produção. 
 CONSUMO: As cooperativas de consumo estão relacionadas à compra em 
comum de artigos de consumo para seus associados. Ao longo da década de 90, 
o número de cooperativas desse segmento ficou estável. Isto demonstra o 
esforço realizado para manter os espaços já ocupados e competir com as 
grandes redes de super e hipermercados. Tendo em vista a integração com 
outros ramos, o cooperativismo de consumovem realizando estudos e 
promovendo encontros visando a ocupação de seu espaço no contexto 
cooperativista nacional. 
 CRÉDITO: As cooperativas de crédito estão fortalecidas dentro do sistema 
financeiro. Os bancos cooperativos passaram por um processo de consolidação, 
desde a criação e regulamentação do Bansicredi, em 1996, e a autorização para 
funcionamento do Bancoob pelo Banco Central em 1997, ficando assim 
estabelecido, efetivamente, um sistema de crédito exclusivo do 
cooperativismo, promovendo um grande salto para o seu desenvolvimento. O 
cooperativismo de crédito surgiu em 1902. Seu desenvolvimento foi 
caracterizado por vários obstáculos e chegou à década de 90 com uma forte 
credibilidade, se mantendo estável e conquistando seu espaço dentro do 
mercado financeiro. 
 A procura dos serviços prestados pelas cooperativas de crédito vem 
aumentando significativamente, principalmente pelo fato de oferecerem taxas 
de juros e custos de serviços sensivelmente mais baixos, chegando atualmente 
à prestação de serviços bancários completos. Nesse ramo, destacamos as 
cooperativas de créditos rurais (constituídas por produtores rurais); de 
economia e crédito mútuo (constituídas por trabalhadores de empresas 
26 
 
públicas e privadas) e recentemente através da Resolução 3.106, de 
25/06/2003 e 3.140, de 27/11/2003 do Banco Central abriu-se a possibilidade 
da constituição de cooperativas constituídas por micro e pequenas empresas, 
de empresários associados a entidades representativas de classe patronal 
(sindicato ou associações) e as de Livre Admissão de Associados (sistema 
Luzzatti). 
 EDUCACIONAL: Este ramo do cooperativismo espelha bem a realidade do 
ensino brasileiro, tendo em vista que as instituições tradicionais não atendem 
às necessidades básicas da população, ou seja,qualidade educacional com um 
preço justo. As cooperativas educacionais, por serem entidades sem fins 
lucrativos, passaram a constituir uma alternativa para a solução do problema 
do ensino no país. Além de cobrar mensalidades mais baixas, as cooperativas 
permitem que os pais participem de forma mais efetiva da vida escolar de seus 
filhos. Os pais, além do contato direto com os professores, têm a oportunidade 
de participar de um conselho pedagógico ligado à diretoria da cooperativa e ao 
corpo docente. Além das cooperativas constituídas por pais e professores, 
encontramos também outras constituídas somente por professores, as quais 
prestam serviços a escolas, aulas particulares, cursos extra-curriculares etc. 
 ESPECIAL: A Lei nº 9.867, de 10 de novembro de 1999, criou a possibilidade de 
se constituírem cooperativas “sociais” para a organização e gestão de serviços 
sociossanitários e educativos, mediante atividades agrícolas, industriais, 
comerciais e de serviços, contemplando as seguintes pessoas: deficientes 
físicos, sensoriais, psíquicos e mentais, dependentes de acompanhamento 
psiquiátrico permanente, dependentes químicos, pessoas egressas de prisões, 
os condenados a penas alternativas à detenção e aos adolescentes em idade 
adequada ao trabalho e situação familiar difícil do ponto de vista econômico, 
social ou afetivo. A condição de pessoa em desvantagem deve ser atestada por 
documentação proveniente de órgão da administração pública, ressalvando-se 
o direito à privacidade. O estatuto da cooperativa social poderá prever uma ou 
mais categorias de sócios voluntários que lhe prestem serviços gratuitamente, 
e não estejam incluídos na definição de pessoas em desvantagem. Nesse ramo, 
também estão as cooperativas constituídas por pessoas de menor idade ou por 
27 
 
pessoas incapazes de assumir plenamente suas responsabilidades como 
cidadão. 
 HABITACIONAL: Com o objetivo de solucionar o problema da casa própria, 
ainda muito difícil para a maioria da população, uma das soluções tem sido a 
constituição das cooperativas habitacionais, as quais vêm procurando utilizar o 
autofinanciamento visando a aquisição do imóvel pretendido. São os 
integrantes das classes de média e baixa renda, os maiores beneficiários desse 
ramo, uma vez que as linhas de crédito faltando, face aos altos juros praticados 
pelas instituições financeiras. 
 INFRA-ESTRUTURA: São as cooperativas que prestam serviços de eletrificação, 
saneamento e telecomunicações. Buscam atender da melhor forma possível 
uma grande parcela da população que vive isolada e excluída dos serviços de 
infra-estrutura. Com as privatizações, fusões, aquisições e as novas empresas 
que estão surgindo no mercado, vários profissionais qualificados poderão 
aderir ao cooperativismo, propiciando com que o setor se desenvolva mais. É 
promissor o desenvolvimento desse ramo. 
 MINERAL: As cooperativas minerais, através de regras claras e orientação 
adequada, têm contribuído para conscientizar os micromineradores sobre a 
necessidade de preservar o meio ambiente, que trabalhado de maneira correta 
rende resultados satisfatórios para os cooperados e para a comunidade, sem 
danos à natureza. Incluem-se nesse ramo as cooperativas constituídas por 
garimpeiros, quebradores de pedras, trabalhadores na extração de areia, pedra 
e pedregulho, entre outros. Garantem a disseminação de técnicas mais 
atualizadas e racionais de exploração, fortalecendo o setor e gerando 
vantagens para todos. 
 PRODUÇÃO: São cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de 
bens e mercadorias, sendo os meios de produção, propriedade coletiva, através 
da pessoa jurídica. Para os empregados, cuja empresa entra em falência, a 
cooperativa de produção geralmente é uma alternativa viável para manter 
postos de trabalho. Atualmente, cada vez mais os empregados estão 
descobrindo as vantagens de constituir o próprio negócio, deixando de ser 
assalariados para tornarem-se donos de sua empresa - a cooperativa. 
28 
 
 SAÚDE: As cooperativas de saúde estão subdivididas em quatro áreas básicas: 
atendimento médico/hospitalar, odontológico, psicológico e na organização 
dos usuários desses serviços. Com atendimento rápido e confiável, as 
cooperativas de saúde são para os usuários, sinônimo de qualidade e 
credibilidade. Para os profissionais da área a vantagem também é grande, 
possibilitando condições favoráveis para o exercício da profissão e visando uma 
remuneração mais justa. Aos seus cooperados oferecem condições propícias de 
trabalho, investindo na capacitação profissional e cooperativista por meio de 
treinamentos e especializações complementares à formação acadêmica. 
 TRABALHO: Os trabalhadores numa cooperativa de trabalho são, ao mesmo 
tempo, usuários (utilizam-se da cooperativa para, através dela, buscar e/ou 
manter postos de trabalho) e donos do próprio negócio (ingressam com capital 
para constituir a empresa cooperativa). Eles são a própria mão-de-obra, não há 
empregados na atividade fim, é uma autêntica cooperativa autogestionária: 
todos participam, ao mesmo tempo, na gestão e prestação de serviços. 
Possuem uma relevância social e consistem na promoção socioeconômica de 
seus associados. São destaques nesse ramo as cooperativas constituídas por: 
carregadores, vigilantes, trabalhadores da construção civil, garçons, garis, 
cabeleireiros, artistas de teatro, costureiras, coletores de materiais recicláveis, 
auditores, consultores etc. 
 TRANSPORTE: Com a criação em abril de 2002 esse ramo passou a congregar as 
cooperativas que atuam no transporte de passageiros, cargas (líquidas e secas), 
escolares, motos-boy, transportes de veículos etc. Até a data acima essas 
cooperativas pertenciam ao ramo trabalho, mas que pelas suas atividades e 
necessidades na resolução de problemas cruciais, inerentes à área, a 
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, através de Assembléia Geral, 
aprovou a criação desse ramo. 
 TURISMO e LAZER: Criado a partir de abril de 2000, é composto por 
cooperativas que atuam no setor de turismo e lazer. Este ramo está surgindo 
com boas perspectivas de crescimento, pois todos os estados brasileiros têm 
grande potencial para o turismo cooperativo, que visa organizar as 
comunidades para disponibilizarem o seu potencial turístico, hospedando os 
29 
 
turistas e prestando-lhes toda ordem de serviços, e simultaneamente, 
organizar os turistas para usufruírem desse novo processo, mais econômico, 
mais educativo e mais prazeroso. O ramo do turismo e lazer pode contribuir 
significativamente para a geração de oportunidades de trabalho, distribuição 
da renda e preservação do meio ambiente 
 OUTROS: Ramos não-contemplados nos acima mencionados. 
 
 
 
 
2.7 Associados (cooperados) 
 
Em princípio, são pessoas físicas que aderem aos propósitos sociais, que 
desejam participar dos serviços prestados pela sociedade, desde que preencham as 
condições previstas no estatuto, o qual pode restringir o ingresso na cooperativa a 
determinadas atividades, profissões ou qualificações. A relação entre cooperado e 
cooperativa regula-se da seguinte forma: 
 Adesão voluntária e pode ser em número máximo ilimitado, sendo 20 (vinte) 
pessoas o número mínimo de associados nas Cooperativas Singulares; 
 Não poderão os associados ser agentes do comércio ou empresários que 
operem no mesmo campo econômico da sociedade cooperativa; 
 Só serão demitidos da sociedade a seu próprio pedido, podendo, entretanto, 
ser eliminados em virtude de infração legal ou estatutária; 
 A exclusão do cooperado se dá pela dissolução da sociedade, morte, 
incapacidade civil, e por deixar de atender os requisitos estatutários; 
 Não têm vínculo empregatício com a cooperativa, sendo o trabalho dos 
associados prestado em caráter autônomo, o que o torna um trabalhador 
independente. Entretanto, a sociedade pode contratar empregados, caso 
necessitede pessoal para trabalhar em sua administração, por exemplo, 
hipótese em que estes trabalhadores terão os mesmos direitos de um 
trabalhador comum; 
30 
 
 Têm singularidade de voto, e caso aceitem estabelecer qualquer vínculo 
empregatício com a sociedade, os associados perderão o direito de votarem e 
de serem votados; 
 A admissão dos associados é limitada à área das possibilidades de reunião, 
controle, operações e prestações de serviços; 
 Nas cooperativas singulares, o associado não pode exercer seu direito ao voto 
nas assembléias gerais através de representação por meio de mandatários, 
salvo o direito de delegação quando o número de associados exceder a 3.000 
(três mil), ou desde que haja filiados residindo a mais de 50 Km da sede onde se 
realizará a assembléia; 
 Têm direito ao retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às 
operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da 
assembléia geral; 
 Poderão ter a sua responsabilidade social determinada como limitada ou 
ilimitada, mas terceiros só poderão invocá-la depois de juridicamente exigida 
da cooperativa. No caso das obrigações de herdeiros de associado falecido, 
terão suas obrigações para com a cooperativa prescritas em um ano a partir da 
abertura da sucessão. 
A filiação cumpre-se pela assinatura do interessado à ficha de matrícula, 
conjuntamente com o presidente, através da qual a pessoa se transforma em 
cooperado, subscrevendo as cotas-partes e sujeitando-se às normas legais e 
estatutárias. 
 
2.8 Capital social 
 
Para a constituição e início de suas atividades fins, é vital que a cooperativa 
possua capital social suficiente para manter suas instalações, equipamentos etc. A 
seguir, as principais características do capital social: 
 é variável e pode ser constituído com bens e serviços; 
 é dividido em quotas-partes, cujo valor unitário não pode ser superior ao 
salário mínimo vigente; 
31 
 
 as quotas-partes são intransferíveis a terceiros estranhos à sociedade; 
 nenhum dos associados poderá subscrever* mais de 1/3 (um terço) do total 
das quotas-partes, salvo exceções previstas em lei e ligadas ao contexto 
financeiro, quantitativo de produtos, área e tipo de produção; 
 é obrigatória a constituição de um Fundo de Reserva* de até 10% (dez por 
cento) e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social* (FATES). 
(*1) Subscrição, na terminologia comercial, é o meio legal admitido para que se 
obtenha a adesão de pessoas interessadas à constituição das sociedades, as quais 
assumem o compromisso de concorrer com um certo número de cotas-partes para a 
formação do Capital Social. 
(*2) Fundo de Reserva, destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de 
atividades, constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do 
exercício. 
(*3) Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, destinado à prestação de 
assistência aos associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos 
empregados da cooperativa, constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos, das 
sobras líquidas apuradas no exercício. 
 
2.9 Órgãos socais 
 
a) Assembléia Geral: 
 
Atribuições: A Assembléia Geral dos Associados é o órgão supremo da sociedade, 
dentro dos limites legais e estatutários, tendo poderes para decidir os negócios 
relativos ao objeto da sociedade e tomar as resoluções convenientes ao 
desenvolvimento e defesa desta, e suas deliberações vinculam a todos, ainda que 
ausentes e discordantes (art. 38). 
Convocação: As Assembléias Gerais serão convocadas com antecedência mínima de 10 
dias, em primeira convocação, mediante editais afixados em locais apropriados das 
dependências comumente mais freqüentadas pelos associados, publicação em jornal e 
comunicação aos associados por intermédio de circulares. Não havendo, no horário 
32 
 
estabelecido, “quorum” de instalação, as assembléias poderão ser realizadas em 
segunda ou terceira convocações desde que assim permitam os estatutos e conste do 
respectivo edital, quando então será observado o intervalo mínimo de 1 (uma) hora 
entre a realização por uma ou outra convocação (§ 1° art. 38). 
A convocação será feita pelo presidente, ou por qualquer dos órgãos de 
administração, pelo Conselho Fiscal, ou após solicitação não-atendida por 1/5 (um 
quinto) dos associados em pleno gozo dos seus direitos (§ 2° art. 38). 
Quorum de Instalação: Nas Assembléias Gerais o “quorum” de instalação será o 
seguinte: 
I - 2/3 (dois terços) do número de associados, em primeira convocação; 
II - metade mais 1 (um) dos associados em segunda convocação; 
III - mínimo de 10 (dez) associados na terceira convocação, ressalvado o caso de 
cooperativas centrais e federações e confederações de cooperativas, que se instalaram 
com qualquer número (art. 40). 
Quorum das Deliberações: As deliberações nas Assembléias Gerais serão tomadas 
por maioria de voto dos associados presentes com direito de votar (§ 3° art. 38). 
1) Assembléia Geral Ordinária: A Assembléia Geral Ordinária, que será realizada 
anualmente nos 3 (três) primeiros meses após o término do exercício social, deliberará 
sobre os seguintes assuntos que deverão constar da ordem do dia: 
I - prestação de contas dos órgãos de administração acompanhada de parecer do 
Conselho Fiscal, compreendendo: 
a) relatório da gestão; 
b) balanço; 
c) demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das 
contribuições para cobertura das despesas da sociedade e o parecer do Conselho 
Fiscal. 
II - destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes da insuficiência 
das contribuições para a cobertura das despesas da sociedade, deduzindo- se, no 
primeiro caso, as parcelas para os Fundos Obrigatórios; 
III - eleição dos componentes dos órgãos da administração, do Conselho Fiscal e de 
outros, quando for o caso; 
33 
 
IV - quando previsto, a fixação do valor dos honorários, gratificações e cédula de 
presença dos membros do Conselho de Administração ou da Diretoria e do Conselho 
Fiscal; 
V - quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os do art. 46, de competência 
da assembléia extraordinária (art. 44). 
2) Assembléia Geral Extraordinária: 
A Assembléia Geral Extraordinária realizar-se-á sempre que necessário e poderá 
deliberar sobre qualquer assunto de interesse da sociedade, desde que mencionado 
no edital de convocação (art. 45). É de competência exclusiva da Assembléia Geral 
Extraordinária deliberar sobre os seguintes assuntos: 
I - reforma do estatuto; 
II - fusão, incorporação ou desmembramento; 
III - mudança do objeto da sociedade; 
IV - dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liqüidantes; 
V - contas do liqüidante. 
São necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos associados presentes, para que sejam 
válidas as deliberações mencionadas (art. 46 e parágrafo único). 
b) Conselho de Administração ou Diretoria: 
A sociedade será administrada por uma Diretoria ou por Conselho de Administração, 
composto exclusivamente de associados eleitos pela Assembléia Geral, com mandato 
nunca superior a 4 (quatro) anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 
(um terço) do Conselho de Administração (art. 47). Nada impede, porém, que a 
cooperativa contrate terceiros para atuarem como gerentes técnicos ou comercias na 
condição de empregados ou colaboradores. 
c) Conselho Fiscal: 
A cooperativa será fiscalizada por um Conselho Fiscal, composto por 3 (três) membros 
efetivos e 3 (três) suplentes, todos cooperados. A eleição ocorrerá anualmente, sendo 
permitida a reeleição de 1/3 (um terço) de seus componentes. 
 
2.10 Constituição das sociedades cooperativas 
 
34 
 
2.10.1 Constituição 
 
A cooperativa se constitui por meio de assembléia dos associados 
fundadores, por instrumento público ou particular; seus atos constitutivos devem ser 
arquivados na Junta Comercial do Estado da sededa cooperativa, para que adquira 
personalidade jurídica. Acompanhe os passos que os interessados deverão percorrer 
até a legalização da cooperativa com os registros nos órgãos competentes: 
a - Reunião do grupo de interessados: 
• Definição dos objetivos; 
• Escolha de uma comissão de constituição. 
b - Realização de reuniões com os interessados: 
• Determinação de viabilidade econômica; 
• Elaboração de uma minuta do estatuto. 
c - Realização da Assembléia Geral de Constituição: 
• Aprovação do estatuto; 
• Eleição da Diretoria e Conselho Fiscal; 
• Encaminhamento de documentos para legalização. 
 
2.10.2 Estatuto e ata de constituição 
 
O estatuto social deverá ser feito em três vias de igual teor e, após 
aprovação em assembléia, deverá ser registrado na Junta Comercial do Estado. As 
formalidades do Estatuto da cooperativa estão dispostas no artigo 21 da Lei n° 
5.764/71. 
a. a denominação da entidade, a sede, o prazo de duração, a área de ação, o objetivo 
da sociedade, a fixação do exercício social e a data do levantamento do balanço geral; 
b. os direitos e deveres dos associados, a natureza de suas responsabilidades e as 
condições de admissão, demissão, eliminação e exclusão e as normas para a sua 
representação nas assembléias gerais; 
c. o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de quotas-partes a ser subscrito 
pelo associado, o modo de integralização das quotas-partes, bem como as condições 
de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou exclusão do associado; 
35 
 
d. a forma de devolução das sobras aos associados ou do rateio das perdas apuradas 
por insuficiência de contribuição para cobertura das despesas da sociedade; 
e. o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos, com a 
definição de suas atribuições, poderes e funcionamento, a representação ativa e 
passiva da sociedade em juízo ou fora dele, o prazo do mandato, bem como o processo 
de substituição dos administradores e conselheiros fiscais; 
f. as formalidades de convocação das assembléias gerais e a maioria requerida para a 
sua instalação e validade de suas deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas 
tiverem interesse particular, sem privá-los nos debates; 
g. os casos de dissolução voluntária da sociedade; 
h. o modo e o processo de alienação ou oneração dos bens imóveis da sociedade; 
i. o modo de reforma do estatuto; e 
j. o número mínimo de associados. 
A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da assembléia geral 
dos fundadores, constantes na respectiva ata. A ata deverá relatar todos os fatos e 
deliberações ocorridas em assembléia. Deve ser lavrada em três vias de igual teor e ser 
arquivada, juntamente com o estatuto, na Junta Comercial do Estado. A Ata de 
Assembléia Geral deverá declarar, sob pena de nulidade, os seguintes requisitos: 
a. a denominação da entidade, endereço da sede e objeto de funcionamento; 
b. o nome, a nacionalidade, a idade, o estado civil, a profissão e a residência dos 
associados fundadores que assinaram o ato constitutivo, bem como o valor e o 
número de quotas-partes de cada um; 
c. aprovação do estatuto da sociedade; 
d. o nome, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e a residência dos associados 
eleitos para os órgãos de administração, fiscalização e outros. 
As formalidades da Ata da Assembléia de Constituição da Cooperativa 
estão dispostas nos artigos 14 e 15 da Lei n° 5.764/71. A Ata da Assembléia 
Constitutiva será lavrada em livro próprio, sendo que o texto do estatuto pode estar 
contido no próprio texto da ata de constituição, como também pode constituir anexo a 
esta ata, caso em que deve ser rubricado e assinado pelo presidente eleito e por todos 
os fundadores da cooperativa presentes na assembléia e por advogado com registro na 
36 
 
OAB. Quando o estatuto não estiver transcrito na ata de constituição, ou seja, quando 
corporificar documento apartado, deverá ser assinado pelos associados fundadores. 
 
2.11 Registros 
 
2.11.1 Registro na Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP: 
 
Com o registro na junta comercial, a cooperativa passará a ter 
personalidade jurídica e, posteriormente, deverá requerer sua inscrição na Receita 
Federal para obtenção do Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas - CNPJ. Documentos 
exigidos: 
a. 3 (três) vias do estatuto, na forma indicada acima; 
b. 3 (três) vias da Ata de Assembléia Geral de Constituição; 
c. requerimento padrão da JUCESP; 
d. na hipótese de constituição por escritura pública, deverá ser apresentada, em 
substituição às 3 (três) vias do estatuto e da Ata da Assembléia de Constituição, a 
Certidão de Inteiro Teor da Escritura Pública de Constituição; 
e. cópia do CPF e do RG dos diretores eleitos da cooperativa; Ficha de Cadastro - FC em 
2 (duas) vias, modelos 1 e 2; 
f. guia de recolhimento de custas e emolumentos - GARE, de acordo com as tabelas de 
valores divulgadas pela JUCESP; 
g. Lista dos associados. 
 
2.11.2 Receita Federal 
 
a. Ficha Cadastral de Pessoa Jurídica (FCPJ) e Ficha Complementar (FC) – para os 
procedimentos de inscrição no CNPJ; 
b. cópia do CPF, RG e comprovante de residência (contas de água, luz etc., ou extrato 
bancário acompanhado de declaração de residência) de todos os diretores eleitos; 
c. outros documentos que as autoridades competentes pela autorização de 
funcionamento da cooperativa acharem necessários; 
37 
 
d. Lista dos associados. 
 
2.11.3 Secretaria da Fazenda do Estado 
 
Caso a sociedade cooperativa seja contribuinte do ICMS, deverá obter 
inscrição estadual a fim de que possa comercializar seus produtos ou prestar serviços. 
O registro na Secretaria da Fazenda para obtenção da Inscrição Estadual, destinada aos 
contribuintes do ICMS, deve ser feito junto ao Posto Fiscal Eletrônico da Secretaria da 
Fazenda do Estado de São Paulo, na internet, através do endereço 
www.pfe.fazenda.sp.gov.br. 
Conforme dispõe o Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo, 
contribuinte do imposto é qualquer pessoa, natural ou jurídica, que de modo habitual 
ou em volume que caracterize intuito comercial, realize operações relativas à 
circulaçãode mercadorias ou preste serviços de transporte interestadual ou 
intermunicipal ou de comunicação (art. 9º do RICMS). Além desses, o regulamento 
também estabelece outras condições especiais. 
 
2.12 Previdência Social 
 
A cooperativa e os cooperados deverão se inscrever na Previdência Social. 
Consulte o site: www.inss.gov.br. 
 
2.13 Prefeitura Municipal 
 
A cooperativa deverá também se inscrever na prefeitura local de sua sede, 
onde solicitará o alvará de funcionamento e, se for o caso (se prestar algum tipo de 
serviço), obter o Cadastro de Contribuinte Mobiliário - CCM. Consulte a Prefeitura 
local. 
 
http://www.pfe.fazenda.sp.gov.br/
38 
 
2.14 Registro na OCESP 
 
As cooperativas devem se registrar na Organização das Cooperativas do 
Estado de São Paulo - OCESP, mediante requerimento e apresentação dos atos, 
estatutos sociais e alterações posteriores, para usufruírem os serviços prestados pela 
entidade, bem como pelo Serviço Nacional de Aprendizagem em Cooperativismo 
(SESCOOP). Consulte o site: www.ocesp.org.br. 
 
2.15 Outros registros e autorizações 
 
Vale esclarecer que as cooperativas não estão isentas de efetuarem o 
registro nos Conselhos Regionais que regulamentam profissões (CRM, CREA, CRA etc.) 
ou mesmo de obterem autorizações exigidas em função das atividades que 
desenvolvem (IBAMA, CETESB, BACEN, Secretaria da Educação, MEC etc.). 
 
 
 
2.16 Autorização para funcionamento, controle e fiscalização 
 
Apesar de a Lei nº 5.764/71 ter submetido as cooperativas ao controle, 
fiscalização e condicionado o funcionamento de determinados órgãos, a Constituição 
Federal de 1988, no artigo 5º, inciso XVII, declarou que “a criação de associações e, na 
forma da lei, a de cooperativas, independe de autorização,sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento”. Em face de tal dispositivo constitucional, 
entende-se que ficaram parcialmente derrogadas as disposições contidas na Lei nº 
5.764/71 (arts. 17 e 92). A exceção é quanto às cooperativas de crédito que dependem 
de autorização do Banco Central do Brasil (BACEN). Os atos de constituição, reforma 
estatutária, incorporação, fusão e desmembramento das cooperativas, devem, apenas, 
ser apresentados diretamente na Junta Comercial do Estado de sua constituição, sem 
necessidade de aviso prévio ou controle de qualquer outro órgão. 
 
http://www.ocesp.org.br/
39 
 
2.17 Escrituração das cooperativas 
 
As cooperativas devem manter os seguintes livros: 
a. Livro de Matrícula; 
b. Livro de Atas das Assembléias Gerais; 
c. Livro de Atas dos Órgãos de Administração; 
d. Livro de Atas do Conselho Fiscal; 
e. Livro de Presença dos Cooperados nas Assembléias Gerais; 
f. Outros livros fiscais e contábeis obrigatórios. 
 
3 DIFERENÇAS ENTRE ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS 
 
Por ser o associativismo a doutrina básica ou inspiradora dos modelos 
organizativos de base coletiva, costuma haver alguma confusão na hora de escolher 
um modelo ou outro. Essa confusão é maior quando o objetivo da organização envolve 
atividade econômica. 
O objetivo aqui é apresentar as diferenças entre associações e cooperativas 
de modo a possibilitar um melhor entendimento sobre ambas e assim, orientar quanto 
à escolha de um ou outro modelo. 
A diferença essencial está na natureza dos dois processos. Enquanto as 
associações são organizações que tem por finalidade a promoção de assistência social, 
educacional, cultural, representação política, defesa de interesses de classe, 
filantropia; as cooperativas têm finalidade essencialmente econômica, seu principal 
objetivo é o de viabilizar o negócio produtivo de seus associados junto ao mercado. 
A compreensão dessa diferença é o que determina a melhor adequação de 
um ou outro modelo. Enquanto a associação é adequada para levar adiante uma 
atividade social, a cooperativa é mais adequada para desenvolver uma atividade 
comercial em média ou grande escala de forma coletiva. 
Essa diferença de natureza estabelece também o tipo de vínculo e o 
resultado que os associados recebem de suas organizações. 
Nas cooperativas os associados são os donos do patrimônio e os 
beneficiários dos ganhos que o processo por eles organizado propiciará. Uma 
40 
 
cooperativa de trabalho beneficia os próprios cooperados, o mesmo em uma 
cooperativa de produção. As sobras que porventura houverem das relações comerciais 
estabelecidas pela cooperativa podem, por decisão de assembleia geral, serem 
distribuídas entre os próprios cooperados, sem contar o repasse dos valores 
relacionados ao trabalho prestado pelos cooperados ou da venda dos produtos por 
eles entregues na cooperativa. 
Em uma associação, os associados não são propriamente os seus “donos”. 
O patrimônio acumulado pela associação em caso da sua dissolução deverá ser 
destinado à outra instituição semelhante, conforme determina a lei. Os ganhos 
eventualmente auferidos pertencem à sociedade e não aos associados que deles não 
podem dispor, pois os mesmos, também de acordo com a lei, deverão ser destinados à 
atividade fim da associação. Na maioria das vezes os associados não são nem mesmo 
os beneficiários da ação do trabalho da associação. 
A associação tem uma grande desvantagem em relação à Cooperativa, ela 
engessa o capital e o patrimônio, em compensação tem algumas vantagens que 
compensam grupos que querem se organizar, mesmo para comercializar seus 
produtos: o gerenciamento é mais simples e o custo de registro é menor. 
Em sendo o objetivo econômico, o modelo mais adequado é a cooperativa. 
A seguir um quadro organizado pela assistente social Sandra Mayrink Veiga e pelo 
advogado Daniel T. Rech e publicado no livro Associações como construir sociedades 
civis sem fins lucrativos – editora DP&A, que busca mostrar as principais diferenças 
entre os dois modelos: 
 
Critério Associação Cooperativa 
Conceito 
Sociedade de pessoas sem fins 
lucrativos. 
Sociedade de pessoas sem fins 
lucrativos e com especificidade 
de atuação na atividade 
produtiva/comercial. 
Finalidade 
Representar e defender os 
interesses dos associados. 
Estimular a melhoria técnica, 
profissional e social dos 
associados. Realizar iniciativas 
de promoção, educação e 
assistência social. 
Viabilizar e desenvolver 
atividades de consumo, 
produção, prestação de 
serviços, crédito e 
comercialização, de acordo com 
os interesses dos seus 
associados. Formar e capacitar 
seus integrantes para o trabalho 
e a vida em comunidade. 
Legislação Constituição (artigo 5o, XVII a Lei nº 5.764/71. Constituição 
41 
 
XXI, e art 174, § 2o). Código Civil 
– Lei nº 10.406/2002 artigo 51 a 
63. 
(artigo 5o, XVII a XXI, e artigo 
174, par 2o). Código civil – Lei nº 
10.406/2002. 
Constituição Mínimo de duas pessoas. Mínimo de 20 pessoas. 
Legalização 
Aprovação do estatuto em 
assembleia geral pelos 
associados. Eleição da diretoria 
e do conselho fiscal. Elaboração 
da ata de constituição. Registro 
do estatuto e da ata de 
constituição no cartório de 
registro de pessoas jurídicas da 
comarca. CNPJ na Receita 
Federal. Registro no INSS e no 
Ministério do trabalho. 
Aprovação do estatuto em 
assembleia geral pelos 
associados. Eleição do conselho 
de administração (diretoria) e 
do conselho fiscal. Elaboração 
da ata de constituição. Registro 
do estatuto e da ata de 
constituição na junta comercial. 
CNPJ na Receita Federal. 
Inscrição Estadual. Registro no 
INSS e no Ministério do 
trabalho. Alvará na prefeitura. 
Patrimônio/Capital 
Seu patrimônio é formado por 
taxa paga pelos associados, 
doações, fundos e reservas. Não 
possui capital social. A 
inexistência do mesmo dificulta 
a obtenção de financiamento 
junto às instituições financeiras. 
Possui capital social, facilitando, 
portanto, financiamentos junto 
às instituições financeiras. O 
capital social é formado por 
quotas-partes podendo receber 
doações, empréstimos e 
processos de capitalização. 
Representação 
Pode representar os associados 
em ações coletivas de seu 
interesse. É representada por 
federações e confederações. 
Pode representar os associados 
em ações coletivas do seu 
interesse. Pode constituir 
federações e confederações 
para a sua representação. 
Forma de Gestão 
Nas decisões em assembleia 
geral, cada pessoa tem direito a 
um voto. As decisões devem 
sempre ser tomadas com a 
participação e o envolvimento 
dos associados. 
Nas decisões em assembleia 
geral, cada pessoa tem direito a 
um voto. As decisões devem 
sempre ser tomadas com a 
participação e o envolvimento 
dos associados. 
Operações 
A associação não tem como 
finalidade realizar atividades de 
comércio, podendo realizá-las 
para a implementação de seus 
objetivos sociais. Pode realizar 
operações financeiras e 
bancárias usuais. 
Realiza plena atividade 
comercial. Realiza operações 
financeiras, bancárias e pode 
candidatar-se a empréstimos e 
aquisições do governo federal. 
As cooperativas de produtores 
rurais são beneficiadas do 
crédito rural de repasse. 
Abrangência e área de atuação 
Área de atuação limita-se aos 
seus objetivos, podendo ter 
abrangência nacional. Área de 
atuação limita-se aos seus 
objetivos e possibilidade de 
reuniões, podendo ter 
abrangência nacional. 
Área de atuação limita-se aos 
seus objetivos e possibilidade de 
reuniões, podendo ter 
abrangência nacional. 
Responsabilidades 
Os associados não são 
responsáveis diretamente pelas 
obrigações contraídas pela 
associação. A sua diretoria só 
pode ser responsabilizada se 
agir sem o consentimento dos 
associados. 
Os associados não são 
responsáveis diretamente pelas 
obrigações contraídas pela 
cooperativa, a não ser no limite 
de suas quotas-partes e a não 
ser

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