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DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS Lactente, sexo feminino, 1 mês e 24 dias, aleitamento materno exclusivo. Genitora relata que aos 20 dias de vida começou apresentar lesões no rosto, couro cabeludo e regiões de fraldas. Fez uso de Trok-N, Cetoconazol e Nistatina creme. Antecedentes: parto normal, vacinas do calendário básico. Pai histórico de alergia alimentar e dermatite seborreica. Ao exame físico: presenta de lesões em região de fraldas, inserção capilar, flexoras de membros e umbigo. Paciente encaminhada com suspeita de imunodeficiência. Após exame, suspeitou-se de alergia alimentar. Tinha tomado a vacina BCG e apresentava gânglio axilar edemaciado a direita. Nos casos de reação à BCG é importante levar em consideração o quadro de imunodeficiência. • 4 meses de idade; • Aleitamento materno exclusivo; • Tentou voltar com leite na dieta materna – piora das lesões; Paciente teve melhora com a suspenção do leite de vaca na dieta e uso de corticoide tópico. A dermatite atópica é multifatorial, o que revela seu grande problema. Na maioria das vezes não encontramos um agente etiológico único que proporcione a melhora efetiva do quadro de dermatite daquele paciente. • Doença inflamatória cutânea crônica de etiologia multifatorial que se manifesta clinicamente sob a forma de eczema. • Doença crônica e recidivante que acomete principalmente pacientes da faixa etária pediátrica. • Doença hereditária. • Eczema atópico. Eritema mal definido, edema e vesículas no estágio agudo e, no estágio crônico, por placa eritematosa bem definida, descamativa e com grau variável de liquenificação. EXTRÍNSECA OU ALÉRGICA • Sensibilização a antígenos do meio ambiente; • Níveis elevados de IgE; • História familiar de atopia; • Corresponde a 70 a 80% dos casos de DA DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS INTRÍNSECA OU NÃO ALÉRGICA • Início tardio ➔ É mais comum na infância – início após os 3 meses de idade: o (3-7% adultos) o (15-25% crianças) ➔ Países desenvolvidos: aumento 10-20% últimos 30 anos; ➔ 60% no primeiro ano de vida; ➔ 80% das crianças tem DA leve; ➔ 70% melhora na infância tardia – idade pré-escolar e escolar; RISCO PARA PERSISTÊNCIA História familiar de DA e sensibilização a aeroalérgenos. Então, no caso de um paciente que é sensibilizado e o médico caracteriza bem essa sensibilidade, não só pelos exames, mas por toda história avaliada, é possível caracterizar que é uma sensibilização ao alérgeno. O gráfico a seguir demonstra alta prevalência de DA com sensibilização a alimentos e na vida adulta com sensibilização aos aeroalérgenos. Com regressão de asma e rinite alérgica. ➔ História familiar; ➔ IgE aumentada no Cordão umbilical; ➔ Dizigóticos (15%); Monozigóticos (77%); ➔ Classe social alta; ➔ Zona Urbana; ➔ Criança (Masculino) Adulto (Feminino); ➔ História familiar; ➔ Ambiente ➔ Respostas imunológicas (IgE elevada: LTh2; LTh1) ➔ Genética (CROMOSSOMO 3q12: IL- 13, IL-5, IL-4 e GM-CSF) ➔ Disfunção da barreira cutânea (MUTAÇÃO NO GENE DA FILAGIRNA, ALTERAÇÃO NO EXTRATO CÓRNEO, PERMEABILIDADE DO EXTRATO) ➔ Infecções DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS Evita que o paciente tenha prurido cutâneo, visto que a agressão ativa a produção de citocina e favorece a instalação bacteriana com produção de superantígenos e consequentemente estimulando a ativação leucocitária. Do lado esquerdo um paciente sem DA com a pele intacta, sem lesão, íntegra. Do lado direito o paciente tem DA que não tem lesão, mas observa-se que tem alteração da barreira cutânea, as células estão perdendo líquido causando um processo inflamatório clínico, mesmo sem apresentar lesão. PRURIDO XEROSE ECZEMA IRRITABILI DADE QUERAT OSE PILAR HIPERLINEARI DADE PALMAR PREGA DE DENNIE- MORGAN SINAL DE HERTTO G DISTRIBUIÇÃ O DAS LESÕES LACTENTE: FACE, COURO CABELUDO, PESCOÇO, TRONCO E SUPERFÍCIES ESTENSORAS DOS MEMBROS. INFANTIL: SUPERFÍCIES FLEXORAS DOS MEMBROS, NÁDEGAS E RAIZ POSTERIOR DAS COXAS. ADOLESCENTE E ADULTO: SUPERFÍCIES FLEXORAS DOS MEMBROS, COURO CABELUDO, PESCOÇO, TRONCO, MÃOS, PUNHOS, TORNOZELOS, MAMILOS E PÁLPEBRAS. De acordo com a faixa-etária é possível pensar em dermatite atópica e dermatite seborreica. DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS CARACTERÍSTICA ESSENCIAL→ PRURIDO nos últimos 12 meses (ou relato pelos pais) → PELO MENOS 3 dos seguintes achados clínicos: ➔ História de pele ressecada nos últimos 12 meses; ➔ História pessoal de rinite ou asma (ou parentes de primeiro grau em crianças menores de 4 anos); ➔ Início dos sintomas antes dos dois anos (também considerando antes dos 4 anos); ➔ História de lesões em regiões flexuriais (antecubital, poplítea, tornozelos, pescoço ou peritorbital); ➔ Dermatite na região flexura visível (em menores de 4 anos, incluir região malar, fronte e superfície extensora de membros). O diagnóstico é essencialmente clínico. ➔ Critérios de diagnóstico de Hanifin e Rajka o (3 maiores e 3 menores) ➔ Hemograma – Eosinofilia ➔ IgE total – elevada ➔ IgE específica – in vitro ou in vivo o Valor predito negativo 90% e valor predito positivo 50%. ➔ Biópsia – Diagnóstico diferencial DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS – ➔ DA Leve: 0-14 pontos; ➔ DA moderada: 15-40 pontos; ➔ DA grave: maior que 41 pontos; De acordo com a região o paciente vai pontuando de acordo com o que está sendo observado, a região e a faixa- etária. Dermatite atópica, bebê inferior esquerdo apresenta acometimento da face, mas o centro maxilofacial está preservado. Bebê superior direito com comprometimento da face, mas também do centro maxilofacial, o que pode gerar suspeita de dermatite seborreica facial. DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS SÍNDROME DE WISKOTT-ALDRICH ➔ Infecções por Staphylococcus aureus (impetignização) ➔ Dermatite herpetiforme: grave e disseminada – vírus herpes simples (>3%) ➔ Molusco contagioso: crianças e adolescentes com DA ➔ Colonização por fungos: DA de cabeça e pescoço – Malassezia sympodialis. ➔ Dermatite de contato: sensibilizantes de emolientes, antissépticos etc. ➔ Educação, orientação do paciente mostrando a doença que ele apresenta. ➔ Controlar ambiente que o paciente mora, avaliando os agravantes. ➔ Restaurar epitélio ➔ Inflamação ➔ Afastar os desencadeantes o Fatores irritantes o Agentes infecciosos o Aeroalérgenos o Alérgenos alimentares o Fatores emocionais (estresse) ➔ Hidratação e restauração da barreira cutânea ➔ Tratamento farmacológico o Corticoides tópicos o Inibidores da calcineurina o Tratamento sistêmico ➔ Diminuem a gravidade da DA; ➔ Reduzem perda de água; ➔ Sempre após o banho; ➔ Escolha individualizada; ➔ Evitar sensibilizantes e irritantes; Devem ser líquidos com pH ácido. O hipoclorito reduz a infecção cutânea de bactérias e fungos. HIDROSTERIL – 40 GOTAS POR LITROS DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS Paciente provavelmente tinha infecção fúngica que foi descontaminada pelo banho de solução de hipoclorito. BANDAGENS ÚMIDAS ➔ Uso de bandagens e roupas dealgodão/gaze ➔ Usado com o tempo de contato com tratamentos tópicos ➔ Melhor absorção, diminui o prurido cutâneo ➔ Barreira física anti-prurido ➔ Melhora a perda de água MAIS RECOMENDADOS PELO PROFESSOR: Mometasona, Fluocinolona. ➔ ANTIBIÓTICOS TÓPICOS ➔ ANTIBIÓTICOS: ORAL OU PARENTERAL ➔ CORTICOIDE ORAL ➔ FOTOTERAPIA o UVA o UVA + UVB o FOTOQUIMIOTERAPIA ▪ Eritema ▪ Pigmentação ▪ Foto pigmento ▪ Câncer de pele o IMUNOSSUPRESSORES SITÊMICOS ▪ Ciclosporina ▪ Metotrexato ▪ Azatioprina ▪ Micofelanato AO EXAME: lesões eritemato- pruriginosas difusas. EXAMES ANTERIORES: IgE total 47 UI/mL Biopsia de pele: dermatite crônica perivascular superficial inespecífica com esponnsigiose focal. Conduta: 1. Metrotexato 10mg/semana 2. Sabonete líquido – Dove baby 3. Loratadina 4. Hidratante DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS Se eu acho que a lesão está associada a ingesta de leite, na retirada, o paciente irá melhorar. Depois provoca através da introdução do alimento verifica-se a piora do quadro. CONDUTA: 1. Dieta – manter exclusão apenas de carne de frango e ovo; 2. Orientações gerais sobre cuidados de pele – hidratação intensa, sabonete adequado e tempo de banho; 3. Mometasona creme; 4. Zyxem 20 gostas à noite, Avamys spray nasal 5. Aerolin spray – nas crises. CONDUTA: 1. Mantive; 2. Metotrexate 7,5 mg/semana LINFONODOS PALPÁVEIS 1. Mantive tudo; 2. Suspendo Metotrexato devido a melhora clínica; 3. Colho sorologias – negativas. 4. Melhora das lesões – ALTA DO AMBULATÓRIO. IMUNOBIOLÓGICOOS CONDUTA: 1. Dieta – mante exclusão do leite – liberamos sem mudança; 2. Orientações gerais sobre cuidados de pele – hidratação intensa, sabonete adequado e tempo de banho; 3. Mometasona creme; 4. Hidroxizina, Loratadina... 5. Metotrexate 7,5mg/semana – SEM RESPOSTA 6. Ciclosporina: 0,25/2,5mL – SEM RESPOSTA TRATAMENTO – ANTI-HISTAMÍNICOS Primeira geração: Sedação e irritação Dexclorfeniramina e Hidroxizina Segunda geração DERMATITE ATÓPICA GRADUANDOS: TARCÍSIO & SHAYARA – CURSO: MEDICINA – TURMA: 81B – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOA ACS