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Fisiologia do sistema renal

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Fisiologia Renal
Introdução
➔ Estruturas do rim
É fato que o principal órgão do sistema renal é o rim, sendo que a maioria
das espécies possuem 2 rins. Isto posto, os rins possuem algumas
estruturas básicas:
- Néfrons: São a principal estrutura dos rins, estando localizados na
região medular. São subdivididos em néfrons de alça curta e
néfrons de alça longa ou justaglomerular. Sua principal função é a
produção de urina.
- Ductos coletores: Pega a urina produzida pelos néfrons e a drena
para a pelve renal.
- Pelve renal: Recebe a urina de várias regiões medulares e a armazena.
- Ureteres: Pegam a urina da pelve renal e drenam para a
bexiga.
- Bexiga: Formada por uma camada de músculos lisos, a
bexiga armazena a urina.
- Uretra: Pega a urina da bexiga e a excreta, ou seja, joga
para fora do corpo.
- Túbulos renais: Responsáveis pela reabsorção de
substâncias importantes do sangue.
- Cápsula de Bowman: É o conjunto de estruturas tubulares
(túbulo proximal e distal) que realizam a filtração.
- Glomérulo: Realiza a filtração, conduzindo o líquido filtrado para o túbulo
contorcido proximal.
- Aparelho justaglomerular: Produz hormônios que regulam a
quantidade de sangue que será filtrado.
- Estruturas vasculares do rim: Arteríola aferente, eferente,
glomérulo e capilares.
➔ Drenagem sanguínea
O sangue entra e sai dos rins através das veias e artérias renais, sendo
que apenas 1% dele vira urina. Isto posto, o sangue entra pela arteríola
1
aferente,que é uma ramificação da artéria renal. Este sangue possui alta pressão e é
encaminhado para os capilares glomerulares, que estão envolvidos nos
túbulos renais e possuem fenestras. As fenestras
permitem que estruturas pequenas e importantes como
água e íons retornem para o sangue e, o que não é
reabsorvido por elas,passa pelos túbulos renais, que
terminam de reabsorver substâncias importantes para o
sangue. Este sangue, agora com baixa pressão, irá para a
veia renal e sairá pela arteríola eferente. Após estes
dois processos de reabsorção, o restante que não foi
reabsorvido pelo sangue (cerca de 1%), cai na cápsula de Bowman, que
irá realizar a filtração para virar urina e ser encaminhada a pelve renal.
Funções do rim
- 1. Regulação do volume do líquido extracelular e da pressão arterial: Como o rim
regula a quantidade de sangue nos vasos,ele automaticamente regula a pressão arterial.
- 2. Regulação da osmolaridade: Controlando H2O e solutos, o rim consegue contribuir
para osmolaridade do corpo. Alguns mecanismos são a sede e a urina, por exemplo.
- 3. Manutenção do equilíbrio iônico: Controlando Na+ (principalmente) e K+ e Ca++, o
rim garante volume líquido extracelular, ou seja, ao “segurar” os íons o rim garante
volume de sangue.
- 4. Regulação do pH: É feita por meio do controle da concentração de H+ e HCO3- no
líquido extracelular.
- 5. Excreção de resíduos: Removem resíduos do metabolismo, a exemplo da creatinina,
de nitrogenados ou urobilinogênio.
- 6. Produção de hormônios: Como a eritropoietina, que vai até os ossos chatos e
estimula a produção de eritrócitos, a renina, que faz a regulação da pressão arterial por
intermédio do sistema renina-angiotensina-aldosterona, e a ativação da vitamina D,
que será usada, por exemplo, na absorção de Ca++ no intestino delgado.
Formação de cálculos renais (urolitíase)
Para que haja a formação de cálculos renais (urólitos), cristais de diversos tamanhos
provindos da alimentação, por exemplo, devem passar pelo ducto coletor e chegar a um
local com urina parada, como na bexiga e na pelve renal. Diante disso, a associação de
cristais + urina parada + pH = cálculos renais. Dado que os cristais podem ser formados
em 2 lugares temos:
- Na bexiga: O urólito trava e fecha a uretra.
- Na pelve renal: O urólito trava e fecha o ureter.
➔ Etapas da formação dos urólitos
Existem diversos tipos de urólitos, como os de oxalato de cálcio, de fosfato de cálcio,de
urato e etc, no entanto, todos seguem 4 etapas similares para sua formação, sendo elas:
2
- 1. Nucleação: Há o aparecimento de cristais, podendo ser homogêneos ou
heterogêneos.
- 2. Crescimento: O cristal cresce e aumenta de tamanho.
- 3. Agregação: Há o agrupamento dos cristais.
- 4. Retenção: Os cristais saem do rim e vão para o ureter. Se forem pequenos,
podem ser eliminados, contudo, se forem grandes, podem causar obstrução,
provocando dor.
➔ Fatores críticos para o desenvolvimento de urolitíase
Para cada urólito há um fator predisponente no entanto, alguns fatores são comuns a
eles, sendo:
- A hipersaturação da urina.
- Deficiência de substâncias inibidoras, como o citrato.
- Doenças metabólicas predisponente,
exemplo: ↑ absorção de Ca++ = ↑ Ca++ na urina = ↓ citrato = ↓ pH.
Constituição do sistema urinário
Em ambos os sexos, um organismo possui rins, ureteres, vesícula urinária e uretra. No
entanto, a uretra se difere entre homens e mulheres, posto que, a do homem, é longa,
sinuosa e fina, tendo maior predisposição para obstrução por urólito enquanto que, a
das mulheres, é curta, reta e larga , tendo maior predisposição para infecções do trato
urinário.
➔ Rins
Os rins são a principal estrutura do sistema urinário, possuindo como unidade funcional
os néfrons e sendo divididos em duas regiões: a região medular, onde estão localizadas
as alças de henle e 20% dos néfrons, e a região do córtex, onde estão localizados os
glomérulos, a cápsula de bowman e 80% dos néfrons.
Ademais, os rins recebem um alto fluxo sanguíneo devido ao sistema porta renal,que
faz a ligação da arteríola aferente - capilares glomerulares - arteríola eferente -
capilares peritubulares. Os capilares peritoneais possuem função de reabsorção e
mandam para as veias o sangue. Já os capilares glomerulares fazem a filtração. Em vista
disso,este sistema faz com que os rins recebam do sangue que sai do ventrículo14
esquerdo, o que equivale a cerca de 25% de todo o débito cardíaco.
➔ Processos básicos feitos pelo sistema urinário
Existem 3 processos que são vitais no sistema urinário, sendo eles:
- Filtração: Movimento do líquido do sangue para o lúmen dos néfrons (meio
externo) e para dentro da cápsula de Bowman. Este processo ocorre apenas no
corpúsculo renal.
- Reabsorção: Retorno das substâncias do filtrado que estavam nos túbulos para os
capilares peritubulares,ou seja,para o sangue.
- Secreção: Ocorre um processo de separação, removendo seletivamente
substâncias do sangue para o filtrado (túbulos).
Diante disso, algumas estruturas são vitais nesses processos básicos, tais como:
3
- Túbulo proximal: É a estrutura do sistema urinário que mais reabsorve, tendo
função de reabsorção isosmótica de solutos e água. Por conta disso,70% do
filtrado é reabsorvido mantendo a concentração igual ao plasma.
- Alças de henle: Reabsorvem mais soluto que água, deixando o filtrado diluído.
- Túbulo distal e ducto coletor: Realizam a regulação fina da quantidade de sal e
água, deixando a osmolaridade do filtrado de acordo com o necessário para o
organismo. Estas estruturas são reguladas pelo ADH e pela vasopressina.
Filtração
A filtração é o primeiro processo que ocorre no sistema urinário. Este processo conta
com o endotélio capilar, a lâmina basal e o epitélio da cápsula de Bowman para criar
uma barreira de filtração que impede a passagem de substâncias negativas e de
substâncias grandes. As substâncias que são filtradas passam
através dos poros endoteliais e das fendas de filtração.
- 1.Endotélio capilar: Possui capilares fenestrados, que
impedem a passagem de células do sangue, e, na
superfície dos poros, existem proteínas negativas que
impedem a passagem de proteínas carregadas
negativamente, como a albumina,
- 2.Lâmina Basal: Camada acelular de matriz extracelular
(glicoproteínas negativas, colágeno, dentre outros) que
separa o endotélio capilar do epitélio da cápsula,
atuando como peneira grossa para grandes proteínas.
- 3. Epitélio da cápsula de Bowman: Envolve cada capilar
e é constituída dos podócitos. Os podócitos se
entrelaçam, com os capilares glomerularesformando
fendas de filtração fechadas por membrana semiporosa, os pedicelos (barreira
física para a filtração).Esta membrana possui proteínas (nefrina e podocina) que
impedem a passagem de proteínas do filtrado.
4
- obs: Células mesangiais: Funcionam como um mecanismo de
regulação, as células mesangiais ficam ao redor dos capilares
glomerulares e possuem feixes citoplasmáticos de filamentos
semelhantes a actina que permitem a contração e alteração do fluxo
sanguíneo pelo capilares, alterando a pressão e, por consequência, a
filtração. Além disso, essas células secretam também citocinas, que
estão relacionadas a processos inflamatórios e imunológicos. Sendo
assim, alterações nessas células estão associadas a inúmeras
doenças renais.
➔ Fatores que alteram a filtração glomerular
- Pressão hidrostática: Esta pressão está presente nos capilares, vasos e etc e é a
favor da filtração posto que a pressão sanguínea força passagem de fluidos
através do endotélio fenestrado. Em síntese, a pressão hidrostática consiste na
“vontade” da água em sair, observando o “peso” da água, exercendo uma força de
aproximadamente 55 mmHg.
- Pressão coloidosmótica: Também chamada de pressão oncótica, é a pressão
gerada pelos solutos, principalmente as proteínas, no sangue. Dado que o soluto
atrai a água, essa pressão é contra a filtração, exercendo uma força de
aproximadamente 30 mmHg.
- Pressão hidrostática da cápsula de Bowman: É a pressão que ocorre devido a
presença de líquidos dentro da cápsula, sendo uma
pressão contra a filtração,exercendo uma força de
aproximadamente 15 mmHg.
- Pressão coloidosmótica da cápsula de Bowman:
Como há solutos que passam para a cápsula, há
pressão, no entanto, é um valor mínimo, não sendo
levado em consideração.
Logo, é possível dizermos que a filtração resultante é de
aproximadamente 15 mmHg, sendo possível obtê-la da
seguinte forma:
Pressão de filtração resultante = Pressão hidrostática -
Pressão coloidosmótica - Pressão hidrostática da cápsula
de Bowman.
Obs - Caso clínico: No caso da piometra, as substâncias vão para a cápsula de Bowman,
logo, a pressão coloidosmótica do capilar aumenta, atraindo água para os capilares, o
que gera um aumento do processo de filtração que, por sua vez, faz a fêmea urinar mais.
No caso da desidratação, há uma queda significativa na pressão
hidrostática, o que gera uma diminuição da filtração e da produção de urina.
➔ Taxa de filtração glomerular
A taxa de filtração glomerular é influenciada por dois fatores: a pressão de filtração
resultante e o coeficiente de filtração.
- Pressão de filtração resultante: Está diretamente correlacionada com a pressão
que o sangue entra na arteríola aferente (↑pressão = ↑pressão hidrostática) e se
5
os rins estão recebendo sangue com fluxo e pressão adequada (↓pressão = ↓
filtração).
- Coeficiente de filtração: Está diretamente correlacionado com a área de
superfície dos capilares glomerulares (↑ área = ↑ saída) e com a permeabilidade
dos capilares.
➔ Regulação da filtração glomerular
A regulação da filtração glomerular é totalmente dependente da pressão sanguínea,
sendo que, em uma pressão média de 80 a 180 mmHg, a filtração chega ao máximo,
ficando constante ( em média 180/L dia). Isto posto, o organismo possui alguns
mecanismos de controle para não deixar que esta pressão chegue nos capilares, sendo
eles:
- Resistência das arteríolas: Se há uma resistência das arteríolas aferentes, ou
seja, uma vasoconstrição,há uma diminuição da pressão capilar, que resulta em
uma redução da pressão hidrostática glomerular e, por consequência, uma
diminuição da filtração, diminuindo, também, o fluxo sanguíneo renal. Se há uma
resistência das arteríolas eferentes, ou seja, uma vasoconstrição,há um aumento
da pressão capilar, que resulta em um aumento da pressão hidrostática
glomerular e, por consequência, um aumento da filtração. Ademais, na
resistência das eferentes também há uma diminuição do fluxo sanguíneo renal.
Além do mecanismo de controle com base nas arteríolas, a filtração glomerular possui
também uma autorregulação, ocorrendo de duas formas:
- Resposta miogênica: Quando há uma elevação da pressão arterial, as arteríolas
se estiram, canais iônicos se abrem, células despolarizam e estimulam abertura
dos canais de Ca + + , promovendo a contração visando a proteção contra esse
aumento. Já quando há uma diminuição da pressão arterial, não ocorre a
contração das arteríolas e a dilatação tem capacidade limitada, logo, há uma
diminuição na filtração. Sendo assim, este mecanismo é útil na proteção dos
capilares contra a elevação súbita de pressão.
obs- Caso clínico: Em casos de hipertensão crônica, o sangue entra, dilata e rompe os
capilares glomerulares, o que, em longo prazo, resulta na perda dos néfrons.
- Retroalimentação tubuloglomerular: Como o ramo final do ramo ascendente
espesso da alça de henle passa entre arteríolas aferente e eferentes, há a criação
neste local do aparelho justaglomerular, que contém a região da mácula densa e
6
das células granulares, onde cada uma atua de uma forma específica visando a
regulação da filtração.
↪ Mácula densa: Quando há um aumento da taxa de filtração glomerular, há
um aumento do fluxo na região da mácula densa que é percebido através de
sinais parácrinos,como ATP, adenosina ou óxido nítrico, por exemplo, ou pela
passagem de NaCl e movimento dos cílios. Estes sinais fazem que a arteríola
aferente contraia, o que provoca uma diminuição da pressão hidrostática
glomerular e, por consequência, da filtração glomerular. Caso haja uma
diminuição do fluxo, a região da mácula densa dilata a arteríola aferente. Logo,
este mecanismo promove a mesma pressão em todos os glomérulos, fazendo
com que eles filtrem a mesma quantidade, evitando a perda de néfrons em
sequência.
↪Células granulares: Formadas por grânulos que contém renina, estas células fazem
parte do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Logo, por intermédio da
angiotensina II, elas influenciam na regulação do fluxo sanguíneo renal e do ritmo de
filtração glomerular.
Obs- Caso clínico: Os antiinflamatórios não esteroidais inibem a regulação miogênica e
a retroalimentação tubuloglomerular, o que pode causar insuficiência renal.
Por fim, um último mecanismo de controle da filtração glomerular é o neuroendócrino,
que conta com a ação do sistema simpático e da angiotensina II.
↪ Atividade simpática: Inervam as arteríolas aferentes e eferentes, provocando, por
intermédio da adrenalina e noradrenalina, a vasoconstrição tão severa que pode chegar
a zerar a taxa de filtração glomerular visando a distribuição do sangue para órgãos
críticos.
↪ Angiotensina II: É produzida por intermédio do aparelho justaglomerular que produz
renina. Diante disso, ela atua na vasoconstrição com interferência do SNPS e SNS e, por
meio da prostaglandina produzida na mácula densa, que atua como vasodilatador. Isto
posto, estas substâncias atuam nos podócitos, alterando o tamanho das fendas, e nas
células mesangiais, alterando a área de superfície capilar para filtração.
7
Reabsorção
A reabsorção ocorre nos túbulos, sendo que há uma reabsorção de 99% para o sangue
por intermédio dos capilares tubulares. Isto ocorre porque os túbulos possuem células
especializadas que filtram rapidamente substâncias específicas. Ademais, há também um
controle hormonal.
➔ Transporte e a reabsorção
Dado que o filtrado no túbulo contorcido proximal tem a mesma concentração do
líquido extracelular, para que a reabsorção ocorra é necessário um transporte ativo.
Esse transporte cria desequilíbrios nos gradientes de concentração/ eletroquímicos,
fazendo com que a água siga osmoticamente os solutos. Esta água será reabsorvida e o
filtrado ficará concentrado, fazendo com que os solutos se difundam para o líquido
extracelular. Em resumo, temos:
1) O soluto penetra por transporte ativo promovido por fluxo de ânions e pela
bomba de sódio e potássio.
2) A água se move por osmose para os capilares.
3) O restante dos solutos vão para o sangue por diferença de gradientede
concentração.
Ademais, este mecanismo de transporte pode ser paracelular, ou seja, passa entre as
células, ou transcelular, passando dentro das células. Ambos os mecanismos são
dependendentes do gradiente de concentração
➔ Mecanismos da reabsorção
- Transporte ativo de Na: É a principal força motriz dos outros mecanismos. Ele
ocorre da seguinte forma: A concentração de sódio no interior da célula é baixa
e, pela bomba de sódio e potássio, o Na vai para o sangue e atrai outras
substâncias. O sódio pode ir para o sangue por simporte, quando há o transporte
simultâneo de duas moléculas diferentes na mesma direção, por antiporte,
quando há o transporte simultâneo de duas moléculas diferentes em direções
opostos ou por uniporte, quando há o transporte de uma molécula por vez.
↪ Simporte de outras substâncias: Substâncias como a glicose, aminoácidos, íons e
metabólitos orgânicos entram na célula por intermédio da proteína de simporte apical
do Na e saem por difusão ou trocador iônico. Já em substâncias como aminoácidos,
lactato, α-cetoglutarato, íons fosfatos e sulfatos, elas entram na célula por meio da
proteína simporte apical do H + e saem por difusão ou trocador iônico.
- Transporte de ureia: Como há a reabsorção de Na + e outros solutos, isto deixa
o líquido extra celular concentrado.Com isso, a água segue soluto. Por
consequência,agora a concentração de ureia no filtrado está alta, e ela passará
por via transepitelial ou paracelular.
- Endocitose: Dado que as proteínas não são capazes de serem transportadas por
simporte, há a digestão delas e transformação em aminoácidos para então
conseguirem ir para o sangue através da membrana basolateral
8
- Transporte renal: Existe uma taxa de saturação, ou seja, um limiar máximo que o
corpo consegue transportar e reabsorver e, o que excede esse limiar, sai em
formato de urina.
exemplo: Taxa de glicose no sangue.
➔ Fatores que alteram a reabsorção
- Pressão hidrostática: A favor da reabsorção. É menor que a
pressão coloidosmótica.
- Pressão coloidosmótica: Como ela é maior que a hidrostática,
há muito soluto no capilar, resultando na maior ida de água e,
por consequência, na maior reabsorção.
Secreção
Ocorre do líquido extracelular (capilares) para o lúmen dos túbulos,
sendo um processo ativo contrário a reabsorção, ou seja, contrário ao gradiente de
concentração. Como exemplo de transporte ativo na secreção temos o OAT, que
transporta ânions orgânicos como sais biliares, benzoatos, salicilatos e sacarina para o
túbulo proximal.Ademais, toda substância que é filtrada e secretada tem maior
eficiência na sua excreção. Com isso, podemos dividir a secreção em 4 etapas:
1) Com a alta concentração de Na ++ intracelular há a ativação da bomba de sódio e
potássio e o sódio entra na célula.
2) O sódio carrega consigo o alfacg- por simporte.
3) Esse alfacg- sai e entra no lugar dele ânions.
4) Os ânions orgânicos vão para o túbulo por difusão facilitada.
Micção
No reflexo de micção, contamos com a presença do esfíncter interno, que é uma
continuação da parede da bexiga, sendo formado por músculo liso, e do esfíncter
externo, que é formado por músculos esqueléticos controlados por neurônios
somáticos. Diante disso, existem receptores de estiramento que enviam estímulos
sensoriais para o sistema parassimpático, que contrai ou relaxa o esfíncter interno, e
enviam também para os neurônios somáticos, que controlam o esfíncter externo. Diante
disso, temos que, para urinar, ocorrem as seguintes coisas:
1) Com a vontade de urinar, a bexiga contrai e o esfíncter interno relaxa
involuntariamente.
2) Por meio de um reflexo desenvolvido, o indivíduo relaxa o esfíncter interno se
está em um local apropriado.
3) Urina.
obs: Se o indivíduo está a muito tempo sem urinar, há um aumento da pressão na bexiga
e o esfíncter externo não aguenta segurar, logo, urinamos independentemente do
reflexo nestes casos.
Equilíbrio Hídrico e Eletrolítico
Dado que a água e os eletrólitos estão associados ao volume celular e a osmolaridade,
desequilíbrios nestes dois elementos podem gerar problemas graves, como de coração e
músculos devido ao aumento de potássio, como de exocitose,coagulação, músculos,
9
neurônios e ossos pelo desequilíbrio de cálcio e problemas com proteínas do corpo pelo
desequilíbrio de H+ e HCO3, por exemplo. Diante disso, a célula possui mecanismos
para o controle do volume celular, do equilíbrio hidroeletrolítico e da osmolaridade.
➔ Volume celular
Depende da osmolaridade posto que, onde o sódio (soluto) está, a água vai atrás. No
entanto, a célula conta com mecanismos de controle para não murchar ou estourar, tais
como o túbulo renal, o edema de hepatócitos e a desidratação de hepatócitos.
↪ Túbulo renal: Sintetiza soluto orgânico para gerar equilíbrio entre o líquido externo e
interno.
↪ Edema de hepatócitos: Ativa síntese de proteínas e de glicogênio para atrair água.
↪ Desidratação de hepatócitos: Degrada proteínas e glicogênio visando a saída de água.
obs- Caso clínico: O controle do volume celular é essencial para a homeostasia pois, no
crânio, se o edema encostar nele há um compressão do local ao redor, gerando hipóxia.
Este processo é contínuo e, para revertê-lo, é necessário retirar parte da calota para
descomprimir e o uso de corticoides.
➔ Equilíbrio hidroeletrolítico
Envolve sistemas respiratórios, circulatórios, renais e comportamentais.
↪ Respiratório e circulatório: Há um controle neural, sendo executado muito rápido. O
controle hídrico é feito pelo sistema circulatório pois, se ↑ líquido = ↑ pressão arterial =
↑ filtração = ↑ urina, logo, o sistema circulatório atua diminuindo a pressão. Já o pulmão
faz o controle eletrolítico respondendo a concentrações de CO2 pois, se ↓ [ ] CO2 =
↓ [ ] HCO3 = ↓ [ ] H +, deixando o pH básico.
↪ Rins: Fazem tanto o controle hídrico como eletrolítico no entanto, é um controle
neuroendócrino, sendo executado lentamente. O controle é feito pois, se há um ↑ do
volume sanguíneo = ↑ pressão arterial = ↑ excreção sais e urinas. Logo, os rins por meio
secreção controlam e diminuem tanto a pressão quanto a quantidade de eletrólitos.
↪ Comportamental: No hipocampo está localizado o sistema límbico, que provoca a
sensação de sede quando há uma baixa de volume ou da pressão arterial. Logo, ele induz
o indivíduo a beber água e aumentar esses índices. No caso dos felinos, este
comportamento de “sede’’ é baixo, sendo necessário a atenção para a ingestão de água
nesta espécie.
10
➔ Osmolaridade
Para o bom funcionamento do corpo (hidratação constante),devemos ingerir a mesma
quantidade de água que perdemos, contudo, isto não acontece posto que perdemos
água a todo momento e repomos de uma vez por meio da ingestão de líquidos e
alimentos. Dito isso, o corpo conta com mecanismos de controle para estas variações na
osmolaridade, sendo eles:
- Conservação de água pelos rins: Os rins são capazes de excretar o excesso de
água por meio da urina, no entanto, não conseguem recuperar o volume perdido.
Logo, quando há uma baixa taxa de água no corpo, os rins diminuem a taxa de
filtração visando a permanência de água no corpo.
- Vasopressina (ADH): A vasopressina adiciona poros de água na membrana apical
do túbulo distal coletor e do ducto coletor, tornando eles mais permeáveis. Ela é
produzida no hipotálamo (no corpo do neurônio), é transportada pelo axônio e
liberada na neurohipófise. Com isso, a vasopressina chega a dobrar a taxa de
urina por dia e, em caso de o organismo não produzi-la corretamente, é possível
tomar hormônios sintéticos.
↪ Modo de formação de poros: A vasopressina se liga a proteínas
de membrana, que transformam o ATP em AMPC. Este AMPC move
as vesículas contendo adh até elas encostarem nas membranas. Ao
encostar, elas esticam e os poros ficam na membrana, por onde irá
passar a água.
↪ Mecanismo de controle: A viscosidade do sangue (osmolaridade),
o ritmo circadiano e a pressão arterial controlam a secreção do
ADH onde, quanto mais viscoso o sangue, maior a liberação. Além
disso, esses mecanismosfazem com que a liberação de ADH seja
gradual.
- Aldosterona: Produzido pelo córtex da suprarenal, a
aldosterona estimula a reabsorção renal de sódio, ou seja,
atua quando a pressão cai. Outros estímulos para a sua
liberação são: Alta de potássio e osmolaridade. Para realizar
esta função, este hormônio atua nas células principais do
ducto coletor, aumentando o trabalho delas e da bomba de
sódio e potássio. Por meio deste mecanismo, há o aumento
da reabsorção de sódio e o aumento da secreção de
potássio. Dado que, sem a vasopressina não há uma reabsorção de água junto
com o sódio, ela pega água do interstício para manter a
osmolaridade.
↪ Modo de ação: A aldosterona atravessa a membrana e se liga a
receptores livres no citoplasma.
- Angiotensina II: Posto que os rins produzem renina quando
há uma queda na pressão, esta renina irá ativar o SRAA, que
resultará na produção deste hormônio. Isto posto, a
angiotensina II atua aumentando a secreção de ADH,
11
estimulando o comportamento da sede, aumentando a reabsorção de sódio e
água no túbulo contorcido proximal, aumentando a estimulação simpática e é um
vasoconstritor potente.
obs- Caso clínico: Em pacientes hipertensos, usa-se medicamentos relacionados como
iECA ,BRA e inibidores diretos da renina, que inibem a angiotensina II ou suas
substâncias formadoras visando a diminuição da concentração de sódio e, por
consequência, da pressão.
- Peptídeo Natriurético: São divididos em peptídeos natriuréticos atrial (PNA), que
são produzidos em células especializadas do miocárdio atrial, e em peptídeos
natriuréticos cerebrais (PNC), que são produzidos por certos neurônios e células
miocárdicas. Eles são liberados quando o coração está “cheio” de sangue, o que
provoca um estiramento celular dos miocárdios. Este estiramento estimula os
segundos mensageiros GMPc, que vão até o rim visando o aumento da produção
de urina para diminuir a estiração. Desta forma, temos que os rins agem da
seguinte forma:
↪ Dilatação: Promove uma dilatação da arteríola aferente, aumentando o volume de
sangue capilar e, por consequência, a produção de urina.
↪ Redução: Promove uma redução da reabsorção de Na+ no ducto coletor, fazendo com
que ele saia na urina. Ademais, promove a redução da pressão arterial agindo
diretamente no bulbo.
↪ Inibição: Fazem a inibição indireta da renina, aldosterona e adh.
12

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