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Atualizações sobre a tuberculose no brasil

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Atualizações sobre a tuberculose no brasil.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa e endêmica, provocada pelo Mycobacterium tuberculosis, tb. dito bacilo de Koch, podendo atingir quase todos os tecidos do corpo. O bacilo de Koch é transmitido nas gotículas eliminadas pela respiração, por espirros e pela tosse. Para que a primoinfecção ocorra, é necessário que ele chegue aos alvéolos. Se não alcançar os pulmões, nada acontece. A partir dos alvéolos, porém, pode invadir a corrente linfática e alcançar os gânglios.
A doença evolui quando a pessoa não consegue bloquear o bacilo que se divide, rompe a célula em que está fagocitado e provoca uma reação inflamatória muito intensa em vários tecidos a sua volta. O pulmão reage a essa inflamação produzindo muco e surge tosse produtiva. Como o bacilo destrói a estrutura alveolar, formam-se cavernas no tecido pulmonar e vasos sanguíneos podem romper-se. Por isso, na tuberculose pulmonar, é frequente a presença de tosse com eliminação de catarro, muco e sangue. Além dos pulmões, a doença pode acometer órgãos como rins, ossos, meninges, etc.
A tuberculose apresenta sintomas como, tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento são os principais sintomas da tuberculose. Nos casos mais avançados, pode aparecer escarro com sangue. Pessoas com esses sintomas associados ou isoladamente devem procurar um Posto de Saúde o mais rápido possível, pois o tratamento é gratuito e deve ser iniciado imediatamente.
Seu diagnostico leva em consideração os sintomas e é confirmado pela radiografia do pulmão e análise do catarro. Ajudam a confirmar o diagnóstico o teste de Mantoux, que consiste na aplicação de tuberculina (extraída da própria bactéria) debaixo da pele, a broncoscopia e a biópsia pulmonar.
Quando a Organização Mundial de Saúde - OMS - decretou a Tuberculose em estado de emergência mundial, em 1993, estava fundamentada pelos altos índices de incidência e mortalidade existentes, principalmente em países com piores condições sócio-econômicas. Naquele momento, era uma doença negligenciada em muitos lugares, com conseqüente perda de prioridade no seu combate, tendo surgido surtos de tuberculose multirresistente até em países de primeiro mundo, como nos Estados Unidos. Outro importante fator foi a epidemia da aids, que mudou a história natural da tuberculose, tornando-a uma das principais doenças associadas entre os portadores do HIV.
A tuberculose é, certamente, uma das mais antigas doenças que afligem a humanidade. No cenário brasileiro, vem se firmando como uma das principais causas de morbimortalidade, atingindo indistintamente diversas faixas etárias e classes sociais. Para o Brasil, estima a incidência de 124 mil casos por ano.
A tuberculose ainda se configura como um problema de saúde pública. No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que em 2014 ocorreram cerca de 9,6 milhões de casos da doença. Desse total, 80% estão concentrados em 22 países, sendo que o Brasil ocupa a 18a posição nessa classificação
A mortalidade por tuberculose apresenta tendência de redução no Brasil. Em 2004, o País apresentou um coeficiente de mortalidade pela doença de 2,8/100.000 habitantes (4.981 óbitos), passando para 2,2/100.000 hab. (4.374 óbitos) em 2014, o que representa uma redução de 15,4%. O risco de morte por tuberculose não é homogêneo entre as regiões e unidades federadas do Brasil. Em 2014, os maiores coeficientes de mortalidade por tuberculose concentraram-se nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste, com valores maiores que os apresentados pelo Brasil.
O coeficiente de mortalidade por tuberculose aumenta com o avançar da idade em ambos os sexos. No entanto, o risco de morrer por essa doença, em todos os grupos etários, é sempre maior entre os homens, exceto no grupo de 0-14 anos em que o risco de morte é levemente maior entre as pessoas do sexo feminino. Em 2014, o risco de morte entre homens idosos (≤ 60 anos) foi 3,4 vezes maior quando comparado aos homens do mesmo grupo etário
Em 2014, em São Luís, foram registrados 40 óbitos por tuberculose, perfazendo um coeficiente de mortalidade de 3,8/100.000 habitantes. No total desses óbitos, a forma pulmonar representou 82,5%. A capital apresentou ainda 14 óbitos nos quais a tuberculose surge como causa associada e, desse total, oito (57,1%) apresentaram a aids como causa básica. Vale salientar que 28 óbitos com tuberculose como causa básica ou associada não estavam notificados no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).
Torna-se necessário criar alternativas. Optar por um modelo de assistência voltado a uma prática de saúde participativa, coletiva e ao mesmo tempo integral, permanentemente vinculada à realidade da comunidade, assistida por uma equipe multiprofissional cujos objetivos de trabalho transcendem e ultrapassam as fronteiras das Unidades de Saúde é um passo importante que, espera-se, possa mostrar impacto sobre o problema em pauta.
O objetivo do controle da tuberculose é, principalmente, reduzir as fontes de infecção, identificando os casos, examinando-os através de exames bacteriológicos e radiológicos, entre outros, e submetendo-os ao pronto tratamento adequado, levando à conseqüente redução da incidência, prevalência e mortalidade específicas da tuberculose. O país tem normas técnicas padronizadas e garante, através do Sistema Único de Saúde, acesso gratuito ao diagnóstico, ao tratamento e à prevenção. A maioria dos casos pode ser diagnosticada e tratada em Unidades Básicas de Saúde, por profissionais generalistas ou Equipes de Saúde da Família, mantendo-se sistema de referência e contra-referência, com unidades de complexidade maior, que disponham de especialistas e recursos hospitalares mais sofisticados. 
O Brasil adota as metas internacionais de detectar, pelo menos, 70% dos casos novos infecciosos e curar, pelo menos, 85% dos casos detectados. Nas metas do milênio, espera-se reduzir, até 2015, a prevalência e a mortalidade por tuberculose, em 50%. A meta de detecção, no Brasil, vem sendo atingida e superada, porém a meta de cura não vem sendo atingida, principalmente pelos altos percentuais de abandono que teimam em persistir em torno de 10 a 12%.
Um passo inicial na prevenção é evitar o contato por tempo prolongado com pacientes diagnosticados com TB em ambientes lotados, fechados e com pouca ventilação. Usualmente, pacientes com tuberculose ativa adotam medidas adicionais que podem incluir o uso de dispositivos de proteção respiratória pessoal para diminuir o risco de infectar outras pessoas. Muitas pessoas que sofrem de infecção tuberculosa latente nunca desenvolvem a doença, mas algumas são mais propensas a progredir num quadro de tuberculose ativa; estas incluem: Pessoas com infecção pelo HIV; pessoas que se infectaram com bactérias da tuberculose nos últimos 2 anos; bebês e crianças pequenas; pessoas com outras doenças que enfraquecem o sistema imunológico; pessoas idosas; pessoas que não foram tratadas corretamente para tuberculose no passado. Pessoas desses grupos de alto risco, podem tomar remédios para evitar desenvolver a doença.
A prevenção é uma estratégia fundamental para a eliminação da tuberculose. Sem se prevenir a reativação da tuberculose latente e sem a existência de uma vacina pré e pós-exposição, dificilmente será possível atingir os objetivos globais. Novos tratamentos preventivos, curtos e acessíveis, deverão estar disponíveis em um futuro próximo. Sua rápida incorporação será fundamental para a eliminação da tuberculose.
 Como vacinas são ainda uma promessa distante, o enfrentamento da infecção latente deve ser priorizado. No Brasil, as crianças, os contatos domiciliares e as PVHIV devem ser focalizadas. Outra área a ser explorada são as estratégias de adesão, ligando o diagnóstico à prevenção e à retenção no tratamento.
Além das políticas públicas, ações individuais também podem reduzir o risco de propagação da tuberculose. ma vez diagnosticado, é importantefazer o tratamento até o final. Segundo uma especialista, um tratamento adequado reduz o risco de transmissão da doença a partir de 20 dias.
REFERÊNCIAS
HIJJAR, M.A; OLIVEIRA, J.P.R; TEIXEIRA, G.M. Tuberculose no Brasil e no mundo, Boletim de Pneumologia Sanitária, Rio de Janeiro, v.9, n.2, 2001. Disponível em: < http://scielo.iec.gov.br/pdf/bps/v9n2/v9n2a03.pdf>. Acesso em 17 maio 2018.
NETTO, A.R. Programa de controle a tuberculose no Brasil: Situação atual e novas perspectivas. Informe Epidemiológico do SUS, Ribeirão Preto, v.10, n.3, p. 129-138, 2001. Disponível em: <http://scielo.iec.gov.br/pdf/iesus/v10n3/v10n3a04.pdf>. Acesso em 16 maio 2018.
BETHLEM, E.P. Epidemiologia da tuberculose: importância no mundo, no Brasil e no Rio de Janeiro. Pulmão RJ, Rio de Janeiro, v.14, n.4, p. 310-314, 2005. 
MINISTÉRIO DA SAUDE, Panorama da tuberculose no Brasil: A mortalidade em números. Secretaria de vigilância em saúde, Brasília, 2016.
BARREIRA, D. Os desafios para eliminação da tuberculose no Brasil. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, V.27, n.1, 2018. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ress/v27n1/2237-9622-ress-27-01-e00100009.pdf>

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