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SEMIORESUMO VOLUME I

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Semioresumo 
VOLUME I 
Primeira Edição (2020) 
 
 
Helen Mendes Teixeira1, Lara Bianca Cardoso Pereira2, 
Vicktor Bruno Pereira Pinto3 
1Monitora da disciplina de Propedêutica Médica da UEMA - 2020.1 
2 Membro fundadora da Liga Acadêmica de Semiologia Médica de Caxias 
3 Médico residente em Urologia do Hospital Universitário da Universidade Federal do 
Maranhão, graduado pela UEMA 
 
CAXIAS – MA 
2020 
 
Sumário 
MÉTODO CLÍNICO ..................................................................................................... ....5 
ANAMNESE ..................................................................................................................10 
ECTOSCOPIA ............................................................................................................ ...16 
EXAME DA CABEÇA E DO PESCOÇO ....................................................................... ...28 
EXAME DAS MAMAS ................................ .................................................................. ..37 
EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO ...................................................................... ...42 
CONTEÚDO ADICIONAL ...............................................................................................................51 
Tosse..................................................................................................................................................51 
Icterícia.............................................................................................................................................52 
Cianose.............................................................................................................................................54 
Lesões Elementares de Pele...........................................................................................................56 
Roteiros para prática.......................................................................................................................63 
Roteiro para Prática de Anamnese e Ectoscopia...........................................................63 
Roteiro para Prática de Exame de Cabeça e Pescoço................................................68 
Roteiro para Prática de Exame das Mamas....................................................................69 
Roteiro para Prática de Exame do Aparelho Respiratório.............................................70 
 
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................71 
 
 
 
Prefácio 
CARTAS AOS ESTUDANTES E MÉDICOS DO BRASIL (COM CORTES) 
 
CELMO CELENO PORTO 
 
Os Primeiros Encontros com o Paciente 
 
Em primeiro lugar, quero lhe dizer que, ao entrar em contato com pacientes, você 
inicia uma nova fase de sua vida, e não apenas uma nova etapa do curso de medicina. 
A grande diferença é que, deste momento em diante, talvez hoje à tarde ou amanhã de 
manhã, você estará à beira do leito de um paciente, fazendo a primeira ou uma das 
primeiras histórias clínicas de sua vida. Antes de qualquer coisa, volte-se para o âmago 
de sua mente e de seu coração e veja se é capaz de responder às seguintes perguntas: 
você está no lugar certo? É esta a profissão que realmente deseja exercer? Se você não 
puder respondê-las de imediato, reflita um pouco; talvez você só possa fazê-lo com 
segurança à medida que se relacione com os seus pacientes. 
Agora, vá à luta: entreviste um paciente! Um momento... Não se esqueça de 
verificar se está vestido adequadamente, se seus sapatos estão limpos, se seus cabelos 
estão penteados; veja, enfim, se está dignamente preparado para sentar-se ao lado de 
um paciente. Preste muita atenção à linguagem que vai usar – ela deve ser correta, 
simples, clara e nenhuma palavra que sair de sua boca deve causar ansiedade ou criar 
dúvidas em seu paciente. Não sei se nesse momento você deve estampar um leve sorriso 
no rosto ou se seu semblante deve permanecer sério; isso vai depender das condições do 
paciente. De qualquer maneira, procure transmitir serenidade e segurança em suas 
palavras, gestos e atitudes. Sei que está inseguro, nervoso, indeciso em relação à 
semiotécnica, mas isso é normal. O importante é saber, desde o início, colocar acima de 
tudo a condição humana do paciente. E isso não é uma questão técnica; depende da 
maneira como você vê as pessoas. 
Saiba de uma vez por todas que nada substitui o que se assimila no contato direto 
com o paciente. Livros, computadores, tablets, recursos audiovisuais servem apenas para 
facilitar e compreender o que se passa com ele. Por isso, a prática médica é trabalhosa 
e exige o cultivo de qualidades humanas que não se confundem com habilidades 
psicomotoras ou técnicas. 
A meu ver, as qualidades humanas fundamentais na relação médico-paciente são: 
integridade, que é a disposição para agir de modo correto, seja o paciente quem for; 
respeito, que significa a capacidade de aceitar a condição humana do paciente, 
sabendo que ele se torna mais frágil e mais sensível pela própria doença; e compaixão, 
representada por interesse verdadeiro pelo sofrimento do paciente. 
Permita-me, então, sugerir-lhe algumas posturas nessa fase de sua formação que 
podem ser úteis para o resto de sua vida como médico. 
A primeira é: assuma, individualmente, o exame clínico do paciente; é entre você 
e ele. Faça de qualquer paciente “seu paciente”. Não divida esses momentos com outro 
colega. 
Somente assim haverá condições para você compreender e aprender as 
experiências e as vivências que constituem o que denominamos relação médico-
paciente. É bom que você tenha consciência de que as duas coisas podem ocorrer ao 
mesmo tempo: o aprendizado semiotécnico e o da relação médico-paciente. O primeiro 
é fácil de sistematizar, mas, por melhor que seja, por si só não é suficiente para uma boa 
prática médica. Tomar uma decisão clínica não é o mesmo que fazer um laudo de um 
 
exame complementar. A pessoa do paciente como um todo vai pesar muito nesse 
momento. Ele tem família, trabalho, preocupações, medo, esperança, expectativas. 
 
Leve em conta tudo isso. Ao fazer o exame clínico, preste atenção em você, no 
paciente e em algum membro da família que esteja participando. É necessário, também, 
que se perceba de imediato que a anamnese não se limita a uma série de perguntas que 
você vai fazendo e que o paciente vai tentando responder. Quem pensa que anamnese 
é isso jamais conseguirá ser um clínico! Muitos fenômenos estão acontecendo em sua 
mente e na do paciente. A obrigação de reconhecê-los é sua, sabendo que incluem, 
inevitavelmente, seu mundo afetivo e o do paciente. Não pense que você vai conseguir 
absolutamente neutro, distante, imperturbável. Aliás, se isso acontecer, é conveniente 
perguntar-se novamente: escolhi a profissão certa para mim? Mesmo que deseje ser assim, 
mais cedo ou mais tarde descobrirá que você não é um técnico consertando um robô. 
A segunda sugestão que lhe faço é estabelecer cumplicidade com o paciente. 
Isso quer dizer muita coisa, mas vou resumir tudo em poucas palavras. Ainda que você 
não saiba diagnosticar nem possa prescrever qualquer medicamento ou realizar qualquer 
procedimento, não pense que sua presença e seu trabalho nada significam para ele. 
Torne-se cúmplice do paciente para que ele possa receber os melhores cuidados 
possíveis. Não perca essa oportunidade de aprender desde já que mais importante que 
diagnosticar, receitar ou operar é cuidar do paciente. É isso que você pode fazer até 
melhor do que o residente ou o professor que é “especialista” na doença do seu paciente. 
Saiba desde agora o segredo dos médicos de sucesso: eles cuidam dos seus pacientes! 
Outra sugestão é que haja continuidade em sua relação com o paciente. Isso 
significa que cada paciente que entrevistar deve receber seus cuidados: que seja uma 
rápida visitadiariamente até que receba alta ou, infelizmente isso vai acontecer, até seus 
momentos finais, se ele morrer. Aliás, não posso deixar de lhe dizer algumas palavras sobre 
a morte. Talvez, poucos queiram tocar neste assunto durante seu curso de Medicina. A 
verdade é que muitos de nossos pacientes apresentam doenças incuráveis, algumas 
fatais a curto prazo, e você tem de se preparar para essa eventualidade. A afirmativa de 
que cuidar dos pacientes é o que há de mais importante na profissão médica poderá ser 
comprovada com muita nitidez (e com algum sofrimento) ao lado de um paciente em 
fase terminal. O que você deve fazer em tais circunstâncias? Isso não posso resumir em 
poucas palavras. Descubra você mesmo. Mas de uma coisa eu sei: essa é a hora em que 
o lado humano da Medicina ocupa todo o tempo e o espaço que vai dedicar ao 
paciente. Aqui o valor da semiotécnica é quase zero. Então, o que vai valer? Seria uma 
palavra de conforto? Um gesto de apoio? Ou apenas a presença silenciosa? Só é possível 
saber vivenciando esses momentos. 
Falei da individualidade, cumplicidade e continuidade. Mas não poderia me 
esquecer de abordar outra questão: privacidade. Você e o paciente em uma sala tal 
como o médico em seu consultório seria a situação ideal. No entanto, sei que isso é quase 
impossível nas condições atuais, pois os hospitais universitários continuam apegados ao 
ultrapassado sistema de alojamentos coletivos. Às vezes o melhor a fazer é voltar em 
outras horas, quando a enfermaria estiver vazia! 
Não quero me prolongar muito, pois sei da ansiedade para começar o aprendizado 
clínico. Permita-me terminar fazendo-lhe uma proposta: veja com seriedade o lado 
técnico do exame clínico e o execute com o máximo de rigor e eficiência – as 
oportunidades para desenvolver sua capacidade de se relacionar com os pacientes. Vale 
dizer: saiba identificar desde o primeiro paciente os fenômenos da relação médico-
paciente. Assim fazendo, você poderá perceber os primeiros elos entre a ciência 
(médica) e a arte (médica). Aí, então, você verá descortinar-se diante de si o lado mais 
belo da Medicina. Exatamente o que o levou a escolher esta profissão: seu lado humano! 
 
PARA ACESSO AO TEXTOCOMPLETO: 
DOI: 10.5935/2238-3182.20150083 
REV MED MINAS GERAIS 2015; 25(3): 438-440439 
 
Método Clínico 
O tripé da Medicina Moderna: 
1. Exame Clínico 
2. Exames Laboratoriais 
3. Aparelhos Mecânicos ou Eletrônicos 
O Exame Clínico desempenha importante papel 
em 3 pontos cruciais da prática médica: 
1. Formular Hipóteses Diagnósticas 
2. Estabelecer uma boa relação médico-
paciente 
3. Tomar decisões 
EXAME CLÍNICO = 
ANAMNESE + EXAME FÍSICO 
 
São partes que se completam reciprocamente. 
ANAMNESE 
I. Identificação 
II. Queixa Principal 
III. História da Doença Atual 
IV. Interrogatório Sintomatológico 
V. Antecedentes Pessoais e Familiares 
VI. Hábitos e Estilo de Vida 
VII. Condições Socioeconômicas e 
Culturais 
NOTA: A ordem dos quesitos na anamnese segue 
uma ordem de importância clínica para a 
consulta, não significa que os últimos não 
possuem importância, mas, para a memorização, 
facilita lembrar daquelas informações que 
necessitamos saber primeiro. 
 
EXAME FÍSICO (ECTOSCOPIA) 
I. Exame Físico geral 
II. Exame dos Órgãos ou Sistemas 
 
POSIÇÕES DO EXAMINADOR E DO PACIENTE 
PARA O EXAME CLÍNICO 
1. ANAMNESE 
O mais adequado é que o paciente se sente a 
frente da escrivaninha do médico que o 
examina. 
• É notada as vantagens de o paciente 
sentar-se ao lado do médico, no 
entanto, essa prática ainda não se 
generalizou. 
• Em pacientes acamados o médico 
deve sentar-se à beira do leito, na 
CONSELHO DO BATES: Raramente a 
anamnese é obtida de modo 
espontâneo, da conversa com o 
paciente, segundo essa ordem. A 
entrevista é muito mais fluida; você deve 
seguir atentamente as dicas do paciente 
para orientar a narrativa sobre a doença 
dele, criar uma atmosfera de empatia e 
fortalecer o relacionamento. 
Rapidamente, você aprenderá onde 
encaixar os diferentes aspectos da 
história do paciente, segundo um modelo 
mais formal de registro de apresentação 
oral ou escrito. Dessa maneira, você 
conseguirá transformar a linguagem e a 
história dele nos componentes da 
anamnese, tão familiares a todos os 
membros da equipe de saúde. Essa 
reestruturação organiza o seu raciocínio 
e fornece o modelo para expandir sua 
competência clínica. 
 
5
 
posição mais confortável para o 
examinador e para o paciente. 
2. EXAME FÍSICO 
• Posicionamento do paciente: 
I. Decúbito Dorsal 
II. Decúbito Lateral (Direito e 
Esquerdo) 
III. Decúbito Ventral 
IV. Posição Sentada (no leito ou 
numa banqueta ou cadeira) 
V. Posição de Pé ou Ortostática 
• Exames especiais, como ginecológicos 
ou proctológicos requerem um 
posicionamento próprio. 
NOTA: A palavra DECÚBITO indica a parte do 
corpo que se encontra sobre a mesa de exame. 
• Posicionamento do Examinador: 
O examinador permanecerá em diferentes 
posições, ora de um lado, ora de outro, ora 
sentado, ora de pé. Deve sempre buscar a 
posição que: 
1. Seja mais confortável e; 
2. Promova a máxima eficiência em seu 
trabalho e; 
3. Cause o mínimo de desconforto para o 
paciente. 
É importante lembrar que se torna mais 
confortável ao paciente que as mudanças de 
decúbito não sejam constantes e repetidas. 
NOTA: Logo, o examinador deve “aproveitar” a 
posição do paciente para realizar os exames 
preconizados naquela posição, para depois não 
precisar solicitar para que o paciente volte a 
tomar a posição outrora já realizada. 
As posições ao examinar devem seguir uma 
ordem que cause menos desconforto ao 
paciente: 
1º. Posições em decúbito 
2º. Posição sentado 
3º. Posição de pé (Ortostática) 
Classicamente, recomenda-se que o 
examinador se coloque à direita do paciente, no 
entanto, isso não significa que o mesmo deva 
permanecer fixo nessa posição. 
DIVISÃO DA SUPERFÍCIE CORPORAL (TERMINOLOGIA ANATÔMINA INTERNACION AL) 
Ao relatar algo na anamnese ou relatar um achado durante o exame físico, é importante saber 
identificar adequadamente a região do corpo em questão. (Facilita a comunicação entre a equipe 
durante o acompanhamento do paciente). 
 6
 
 
 
ENTREVISTA 
Um processo social de interação entre duas ou 
mais pessoas que se desenvolve frente a uma 
situação que exige necessariamente um 
ambiente de interação. 
A ENTREVISTA NO EXERCÍCIO DA POFISSÃO 
MÉDICA 
Participantes: O médico, o paciente e/ou seu 
acompanhante. (EM INTERAÇÃO!) 
Situação: Problema de Saúde 
• Iniciativa da interação: CABE AO 
PACIENTE 
Decide procurar o médico para 
confirmar ou não a sua situação como 
doente. 
• Plena execução da interação: CABE AO 
MÉDICO 
O uso de gravadores não é conveniente na 
entrevista clínica, pois atua como forte inibidor do 
paciente. 
A melhor maneira de registrar as informações 
dadas pelo paciente é anotar a próprio punho. 
Cuidado ao usar instrumentos digitais, para não 
dar mais à maquina do que ao paciente. 
ATENÇÃO! Corredores de hospital e salões de 
festa são ambientes inadequados para a 
entrevista médica. 
Conhecimento dos padrões normativos e culturais 
do paciente e conhecimento dos valores que 
motivam a sua própria ação. (pudor, 
religiosidade, linguagem, forma de pensar...) 
 
 
 
7
 
FATORES QUE INTERFEREM NA ENTREVISTA 
1. OBJETOS FÍSICOS, que incluem: 
 
• Ambiente adequado, quase sempre 
representado por uma sala de consultas – o 
consultório- ou que pode ser o quarto ou 
enfermaria. 
 
• Instrumental, cujo mínimo é uma cadeira 
para o participante da entrevista e o 
material necessário para as anotações. 
2. OBJETOS CULTURAIS, que compreendem: 
• Com relação ao Médico: 
- Estar consciente de seus valores básicos 
(ética médica). 
- Usar uma linguagem adequada. 
- Cuidar daapresentação pessoal. 
 
• Com relação ao Paciente: 
- Conhecer os componentes culturais da 
sua clientela em potencial (nível 
educacional, padrões alimentares, 
medicina popular, religiosidade). 
- Conhecer as EXPECTATIVAS de 
comportamento da clientela em geral. 
- Conhecer o universo de comunicação 
básico de sua clientela. 
 
• Com relação à Comunidade: 
- Conhecer os recursos assistenciais 
disponíveis na comunidade. 
- Conhecer as condições sanitárias da 
comunidade. 
3. OBJETOS SOCIAIS, que incluem: 
• Conseguir do paciente uma predisposição 
positiva pra dar informações. 
 
• Estar atento à indícios subliminares 
(hesitações, gestos, expressões) que 
possam indicar incompreensão, receio, 
defesa, insegurança, desconfiança. 
NOTA: Para que você, como médico, possa 
auxiliar o seu paciente a contornar essas 
situações, buscando a promoção da saúde. 
- Controlar suas próprias manifestações que 
possam induzir respostas inadequadas. (Ex.: O 
senhor sente dor, não é? Ou constranger o 
paciente). 
 
 
EXAME FÍSICO 
• INSPEÇÃO 
• PALPAÇÃO 
• PERCUSSÃO 
• AUSCULTA 
• USO DE INSTRUMENTOS E APARELHOS 
SIMPLES 
 
SIGNIFICADO PSICOLÓGICO 
O paciente só se sente realmente examinado 
quando passa por todas as etapas do exame 
físico (“é pesado e medido também”). 
Principalmente em pacientes com transtornos de 
ansiedade, o médico deverá reconhecer e 
explorar corretamente esse comportamento 
afetivo, para consolidar a relação médico-
paciente que iniciou na anamnese. 
NOTA: O acolhimento adequado do paciente é 
um fator imprescindível para que esse se sinta 
seguro e confie no médico examinador. Pense em 
você quando busca auxílio médico, como 
gostaria de ser atendido? Com certeza pro um 
profissional seja cuidadoso e minucioso ao 
investigar seu problema. 
ELEMENTOS QUE POSSIBILITAM RECONHECER O 
SIGNIFICADO PSICOLÓGICO DO EXAME FÍSICO 
PARA O PACIENTE: 
• Respeito mútuo 
• Seriedade 
• Segurança 
 
GRANE TRUNFO PARA O MÉDICO: 
Saber usar o componente afetivo presente na 
relação médico-paciente, o qual pode ser 
utilizado em diversas situações da prática médica. 
(NOTA: como convencer um paciente a realizar 
um exame, ou sugerir para ele um tratamento que 
você acredita que seja o adequado). 
RECOMENDAÇÃO DE MARCONDES: 
“O exame da criança é resultado de muita 
paciência, doçura e carinho.” 
 
SEGUIMENTO DO PACIENTE (FOLLOW-UP) 
É a observação sistemática do doente durante a 
evolução de sua enfermidade. 
8
 
Com o passar da evolução o médico passa a ser 
maus detalhista no sistema/aparelho com o qual 
a enfermidade se relaciona e monitora os 
aspectos gerais do paciente (temperatura, pulso, 
P.A., F.C.) 
 
FICHA CLÍNICA OU PRONTUÁRIO MÉDICO 
Todo atendimento, por mais simples que seja, 
dever ser registrado no prontuário médico. 
CFM Nº30/02 
‘O prontuário do paciente é o documento único 
constituído de um conjunto de informações 
registradas, geradas a partir de fatos, 
acontecimentos e situações sobre a saúde do 
paciente e a assistência prestada a ele, de 
caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a 
comunicação entre membros da equipe 
multiprofissional e a continuidade da assistência 
prestada ao indivíduo.’ 
- O prontuário pertence ao paciente, mas deve 
ficar sob a guarda da equipe médica e/ou da 
instituição, o paciente pode fotocopiá-lo. 
- É o principal instrumento de defesa dos 
profissionais médicos; 
* Questionamentos de natureza ética, civil, adm. 
Ou criminal. 
- As informações registradas serão um dossiê 
médico que possibilitará um acompanhamento 
mais eficiente do paciente. 
- O prontuário deve conter: 
• Identificação do paciente 
• História Clínica 
• Exame Físico 
• Diagnóstico 
• Prescrições Terapêuticas 
• Acompanhamento / Seguimento do 
paciente 
• Exames complementares 
Usado atualmente: Prontuário eletrônico (não é 
bem visto em seu aspecto ético). 
9
 
Anamnese 
ANÁ= TRAZER DE NOVO; 
MNESIS= MEMÓRIA 
Significa trazer de volta à memória todos os 
fatos relacionados à doença e ao paciente. 
A anamnese é a parte mais importante da 
medicina. 
1. É o núcleo em torno do qual se 
desenvolve a relação médico-
paciente – principal pilar da prática 
médica. 
2. É cada vez mais evidente que o 
progresso tecnológico somente é bem 
utilizado se o lado humano da 
medicina é bem preservado. 
• Escolher os exames complementares 
dentre os inúmeros disponíveis, é fruto de 
um raciocínio crítico apoiado quase 
inteiramente na anamnese. 
“A causa mais frequente de erro diagnóstico é 
uma história mal obtida.” 
MEDICINA DE EXCELÊNCIA = MEDICINA 
HUMANA (Aliviar sofrimentos). 
SEMIOTÉCNICA DA ANAMNSESE 
“O paciente não é obrigado a saber como 
deve relatar suas queixas, o médico é que 
precisa saber como obtê-las.” 
TÉCNICAS QUE FACILITAM A OBTENÇÃO DE 
INFORMAÇÕES DO PACIENTE DE FORMA 
CORRETA (BATES, 2010). 
1. APOIO 
“Eu compreendo”, em um momento 
de dúvida gera segurança.(Quando 
você realmente compreende, 
expressar para o paciente é 
importante). 
2. FACILITAR 
Postura e palavras que encorajam, 
como balançar a cabeça 
positivamente. 
3. REFLEXÃO 
Repetir as palavras mais importantes do 
paciente. 
4. ESCLARECIMENTO 
Procurar entender melhor o sintoma 
referido, para diferenciá-lo de outros 
semelhantes. (não poupar esforços). 
5. CONFRONTAÇÃO 
“Você diz que está tudo bem, mas por 
que está com lágrimas nos olhos?” 
(acolher o paciente, ajuda-lo de forma 
integral nesse momento de sofrimento). 
6. INTERPRETAÇÃO 
Interpretar o comportamento do 
paciente. “Você parece preocupado 
com os laudos das radiografias que me 
trouxe.” (Se importe com o seu 
paciente). 
7. RESPOSTA EMPÁTICA 
“Compreendo o seu sofrimento”. Tendo 
certeza que entendeu corretamente a 
queixa do paciente. 
8. SILÊNCIO 
Pode ser o mais adequado quando o 
paciente se emociona ou chora. 
ELEMENTOS DA ANAMNESE – RACIOCÍNIO 
CLÍNICO 
- Antes de tudo: 
Data e horário da anamnese. 
A data é sempre importante. Não se esqueça 
de registrar o horário da avaliação do 
paciente, principalmente em situações de 
urgência, emergência ou internação 
hospitalar. 
Confiabilidade. 
Registre essa informação, caso seja relevante. 
Por exemplo: “O paciente é vago ao 
10
 
descrever os sintomas, e os detalhes são 
confusos”. Essa avaliação reflete a qualidade 
das informações fornecidas pelo paciente e 
costuma ser feita ao final da entrevista. 
IDENTIFICAÇÃO 
• Nome: 
Descrições como “paciente do leito 5” ou 
“aquele caso de cirrose hepática da 
enfermaria 7” são expressões que jamais 
devem ser usadas para caracterizar uma 
pessoa. 
• Idade: 
Cada grupo etário tem suas doenças mais 
incidentes. 
• Sexo/gênero: 
Importância em doenças hormonais, as quais 
se manifestam de formas diferentes 
dependendo do sexo. 
Hemofilia: transmitida pelas mulheres, mas só 
ocorre nos homens. 
• Cor/Etnia: 
Doenças, como a hipertensão, são mais 
persistentes em negros. 
• Estado Civil: 
Classificar como solteiro, casado, viúvo, 
separado ou divorciado. 
• Local de Trabalho 
• Naturalidade: Onde nasceu. 
• Residência – incluindo o endereço. 
• Procedência: De onde o Paciente está 
vindo. 
• Nome da mãe (muitas vezes usando para 
diferenciar pacientes com nome 
semelhante). 
• Nome do responsável/ cuidador e ou/ 
acompanhante. 
• Religião (pode ser determinantes para 
condutas diagnósticas e terapêuticas). 
• Filiação a órgãos/ instituições 
previdenciárias e planos de saúde: o 
cuidado do médico em não onerar o seu 
paciente é importante a adesão do 
tratamento. 
NOTA: NATURALIDADE, RESIDÊNCIA E 
PROCEDÊNCIA. 
Maria, 24 anos, nasceu em Pedro II – PI e mora 
desde os 18 anos em Caxias – MA, onde cursa 
medicina na UEMA. Durante um de seus 
semestres, Maria viajou para Belém para 
realizar uma pesquisa científica, ao retornarde sua viagem Maria estava sentindo mal-
estar e dor abdominal, logo, decidiu buscar 
ajuda médica no ambulatório da UEMA em 
Caxias. 
Qual naturalidade, residência e procedência 
deve ser documentado na consulta de 
Maria? 
NATURALIDADE: Pedro II - PI 
RESIDÊNCIA: Caxias – MA 
PROCEDÊNCIA: Belém – PA 
 
QUEIXA PRINCIPAL 
Registra-se o motivo de o paciente ter 
procurado o atendimento médico, repetindo, 
se possível, as expressões usadas pelo 
paciente, selecionando-se até 3 queixas 
principais e, opcionalmente, pode-se assinalar 
há quanto tempo o paciente apresenta 
aquele determinado sintoma. 
• É uma firmação breve e espontânea, 
geralmente é um SINAL ou um 
SINTOMA. Uma anotação entre aspas, 
para ser fidedigna à fala do paciente. 
 
• Não aceitar, tanto quanto possível, 
“rótulos diagnósticos” referidos pelo 
paciente como queixa. 
Caso o paciente apresente sua queixa 
sob um nome científico, solicite a ele a 
tradução em linguagem corriqueira 
daquilo que ele sente. 
SUGESTÕES PARA OBTER A “QUEIXA 
PRINCIPAL”: 
• Qual o motivo da consulta? 
• Por que o(a) senhor(a) me procurou? 
• O que o(a) senhor(a) está sentindo? 
• O que o(a) está incomodando? 
EXEMPLOS DE QUEIXA PRINCIPAL 
• Dor de ouvido. 
• Dor no peito há 2h. 
• Exame periódico para o trabalho. 
11
 
NÃO ACEITE DIAGNÓSTICOS TRAZIDOS PELO 
PACIENTE SEM ANTES O EXAMINAR E O 
COMPROVAR. (ex: NÃO USAR “paciente 
relata forte gastrite”) 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) 
Esta seção da anamnese é um relato 
completo, claro e cronológico dos problemas 
que motivaram o paciente a buscar 
atendimento organizado mentalmente pelo 
examinador. A narrativa deve incluir dados 
sobre o aparecimento do problema, a 
situação em que este surgiu, além de 
manifestações e eventuais tratamentos. 
É a parte principal da anamnese e costuma 
ser a chave mestra para chegar ao 
diagnóstico. 
NOTA: Aqui já usamos os termos médicos. 
(É um registro cronológico e detalhado do 
motivo que levou o paciente a buscar 
assistência médica, desde o seu INÍCIO até a 
DATA ATUAL) 
SINTOMA-GUIA (ESPINHA DORSAL DA 
HDA) 
• O sintoma ou sinal que permite 
recompor a história da doença atual. 
• Definição do sintoma-guia: 
- Não é necessariamente o mais antigo, 
mas tal atributo deve sempre ser 
levado em conta. 
- Não existe uma regra fixa para 
determinar o sintoma-guia. 
- Recomenda-se ao estudante (pela 
falta de conhecimento sobre as 
doenças) que escolha como sintoma-
guia: 
1. A queixa de mais longa DURAÇÃO. 
2. O sintoma mais SALIENTADO pelo 
paciente. 
3. Ou simplesmente começar pelo 
relato da “QUEIXA PRINCIPAL”. 
ESQUEMA DE ANÁLISE DE UM SINTOMA 
MNEMÔNICO: I C F R E S 
1. Início 
2. Características do sintoma (frequência, 
local, irradiação...) 
3. Fatores de Melhora ou Piora 
4. Relação com Outras Queixas 
5. Evolução 
6. Situação Atual 
SEGUNDO BATES, PODE-SE ADICIONAR NA 
HDA: 
• Os medicamentos utilizados devem ser 
registrados, inclusive o nome da 
substância, a dose, a via de 
administração e a frequência de uso. 
Faça também uma lista de remédios 
caseiros, medicamentos de venda livre, 
vitaminas, suplementos minerais ou 
fitoterápicos, contraceptivos orais e 
remédios emprestados por outros 
membros da família ou amigos. Solicite 
ao paciente que traga toda a 
medicação, a fim de que você veja 
exatamente o que ele usa 
 
• As alergias, inclusive reações 
específicas a cada medicamento, 
como erupção cutânea ou náuseas, 
precisam ser registradas, bem como 
alergias alimentares, a insetos ou 
fatores ambientais 
• Registre uso de tabaco, inclusive o tipo 
de produto usado. Os cigarros são, em 
geral, documentados como 
maços/ano. 
• O uso de álcool e drogas ilícitas 
sempre deve ser investigado. (Evite 
restringir a história pessoal e social a 
esses tópicos se os colocar nessa parte 
da anamnese.) 
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO 
(IS) 
Também pode ser denominado como: 
anamnese especial ou revisão dos sistemas. É 
como se fosse uma “checagem” de todos os 
sistemas no final da anamnese, podendo-se 
descobrir novos problemas. 
• Documenta a existência ou a ausência 
de sintomas comuns relacionados com 
os principais sistemas corporais. 
• Em cada sistema podemos descobrir 
sintomas que o paciente não havia 
relatado como queixa principal ou não 
havia dado importância ao mesmo 
durante a obtenção da HDA. 
 
NOTA: Observe que a sistematização 
da anamnese objetiva colher o 
12
 
máximo de informações do paciente, 
para que nenhum sinal, sintoma ou 
informação passe despercebido. 
 
• Um sintoma descoberto pode 
descartar uma hipótese diagnóstica ou 
ainda trazer à tona diagnósticos 
diferenciais. 
 
• É comum o paciente não citar um ou 
vários sintomas durante a abordagem 
na HDA. 
Motivos: 
- Esquecimento. 
- Medo inconsciente de determinados 
diagnósticos. 
IMPORTÂNCIA DO IS: 
1. Geralmente, é onde se origina a 
suspeita diagnóstica mais importante. 
(Já temos uma visão geral do 
paciente). 
2. Tem ainda a função de avaliar práticas 
de promoção à saúde. 
Enquanto se avalia cada sistema, o 
médico aproveita para promover 
saúde, orientando e esclarecendo 
sobre maneiras de prevenir doenças e 
evitar riscos à saúde. 
(Visão holística do paciente). 
DICA DO PORTO: para aprender a realizar o IS 
deve-se examinar o maior número de 
pacientes possível. 
SEGUNDO BATES: Essas questões objetivas 
devem ser feitas no fim da entrevista. Pense 
nelas em uma sequência que vai “da cabeça 
aos pés”. Prepare o paciente para as 
perguntas, dizendo: “Nesta parte seguinte da 
história, vai parecer que você está 
respondendo a uma centena de perguntas, 
mas é importante para ter certeza de que 
não nos esquecemos de nada”. 
Note que há uma divergência entre os 
autores (Porto e Bates) quanto à ordem do IS 
na anamnese. 
SISTEMATIZAÇÃO DO IS 
1. Sintomas Gerais 
2. Pele e Fâneros (Fânero = pelo) 
3. Cabeça e pescoço (crânio, face, 
pescoço, olhos, ouvidos, nariz e 
cavidades paranasais...) 
4. Tórax 
5. Abdome 
6. Sistema Geniturinário 
7. Sistema Hemolinfopoético 
8. Sistema Endócrino 
9. Coluna Vertebral, ossos, articulações e 
extremidades. 
 
PONTOS-CHAVE 
I. Explicar ao paciente que serão feitas 
perguntas sobre todos os sistemas (“da 
cabeça ao pé”). Mesmo que não seja 
o sistema que o fez procurar o auxílio 
médico. 
II. Começar com perguntas gerais: 
“como estão os seus olhos?”, para 
depois especificar. 
III. Nunca induza respostas. (Ex: “Você não 
sente nada nos ouvidos, não é?!) 
ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES 
(Antecedentes fisiológicos e patológicos). 
• Antecedentes PESSOAIS FISIOLÓGICOS: 
1. Gestação e nascimento. 
2. Desenvolvimento psicomotor e neural 
3. Desenvolvimento sexual 
 
• Antecedentes PESSOAIS PATOLÓGICOS: 
1. Doenças sofridas pelo paciente. 
2. Alergias. 
3. Cirurgias prévias 
4. Transfusões sanguíneas. 
5. História Obstétrica (G – P – A – C ): 
Quando mulher. 
G: Número de gestações 
P: Número de partos. 
A: Número de abortos. 
C: Número de cesárias. 
Verifique aspectos selecionados de medidas 
de manutenção da saúde, principalmente 
imunizações e exames de rastreamento. 
6. Vacinas 
Tétano, difteria, coqueluche, poliomielite, 
sarampo, rubéola, varicela (catapora), 
influenza, hepatite B, Haemophilus 
influenzae tipo B, pneumococo e herpes-
zoster. 
Exames de rastreamento: pergunte sobre 
teste com tuberculina (PPD), Papanicolau, 
mamografia, pesquisa de sangue oculto 
13
 
nas fezes, colonoscopia e níveis 
sanguíneos de colesterol, juntamente com 
resultados e a última data de realização 
 
7. Medicamentos em uso 
 
• Antecedentes FAMILIARES 
DOENÇAS DE CARÁTER FAMILIAR MAIS 
COMUNS: 
o Enxaqueca 
o Diabetes 
o Tuberculose 
o Hipertensão Arterial 
o Câncer 
o Doenças Alérgicas 
o Doença Arterial Coronariana(Infarto Agudo do Miocárdio, 
Angina de Peito) 
o Acidente Vascular Encefálico (AVE) 
o Dislipidemias 
o Úlceras Pépticas 
o Colelitíase 
o Varizes 
Segundo BATES: Faça uma revisão das 
seguintes doenças e circunstâncias e registre 
se existem ou não na família: hipertensão 
arterial, doença coronariana, níveis elevados 
de colesterol, AVC, diabetes melito, doença 
tireoidiana ou renal, artrite, tuberculose, asma 
ou doença pulmonar, cefaleia, convulsões, 
doença mental, suicídio, uso abusivo de 
drogas ilícitas, bem como alergias; além disso, 
devem-se revisar os sintomas relatados pelo 
paciente. Investigue histórias de câncer de 
mama, de ovário, de cólon ou de próstata. 
Pergunte sobre doenças de transmissão 
genética. 
HÁBITOS E ESTILO DE VIDA 
A história pessoal e social capta a 
personalidade e os interesses do paciente, 
suas fontes de apoio social, sua maneira de 
lidar com problemas, seus pontos fortes e seus 
temores. 
1. Alimentação 
2. Ocupação Atual e ocupações 
Anteriores 
3. Atividades Físicas 
4. Hábitos (consumo de tabaco, álcool 
e/ou outras drogas). 
NOTA: nos hábitos, deve-se 
obrigatoriamente descrever a 
frequência, quantidade da substância. 
1. ALIMENTAÇÃO 
 
Primeiros dados obtidos para avaliar o 
estado de nutrição do paciente, será 
complementado no Exame Físico. 
 
Uso de suplementos ou restrições na 
dieta; e consumo de café, chá e outras 
bebidas cafeinadas. 
 
2. EXERCÍCIOS FÍSICOS 
 
- Pessoas Sedentárias 
- Pessoas que exercem atividades 
físicas ocasionais 
- Pessoas que exercem atividades 
físicas moderadas 
- Pessoas que exercem atividades 
físicas intensas e constantes 
OBS: Perguntar sobre Medidas de segurança: 
Uso de cinto de segurança, capacete 
de bicicleta, bloqueadores solares, 
detectores de fumaça e outros 
dispositivos relacionados com riscos 
específicos. 
CONSELHO DO PORTO: O que é perguntado 
de maneira adequada, sem demonstrar 
preconceito, é respondido também com 
tranquilidade. 
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E 
CULTURAIS 
1. Habitação 
2. Condições Socioeconômicas 
3. Condições Culturais 
4. Vida conjugal e relacionamento 
familiar 
OBS: ANAMNESE EM PEDIATRIA 
• A anamnese é feita por intermédio de 
outrem, pais ou responsáveis. 
Geralmente, os adultos responsáveis 
costumam interpretar as manifestações 
infantis, ao invés de relatá-las 
objetivamente. 
 
• A anamnese pediátrica 
obrigatoriamente é DIRIGIDA por 
completo. 
14
 
O paciente não pode expressar-se 
livremente. 
 
• A relação com a mãe e parte 
integrante do Exame Clínico da 
criança. 
 
 
EXEMPLO DE ANAMNESE REALIZADA NO HOSPITAL GENTIL FILHO EM CAXIAS-MA – SETEMBRO/2019 
IDENTIFICAÇÃO: F.F.A, 61 anos, sexo masculino, 
pardo, casado, trabalhava como técnico de 
enfermagem, porém não exerce mais a profissão 
atualmente; natural do município Central do 
Maranhão-MA, procedente de Caxias-MA, 
residente em Caxias-MA. 
QUEIXA PRINCIPAL: Ferimento no pé com dor 
muito forte na perna esquerda há quase dois 
meses. 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: O paciente 
portador de DM relata que há cerca de dois 
meses iniciou uma lesão repentina na região distal 
do hálux esquerdo, acompanhada de dor e 
grande sensibilidade no membro inferior esquerdo. 
O paciente caracterizou a dor no pé como 
constante, com irradiação para o membro inferior 
esquerdo até a altura do joelho, em queimação e 
pulsátil, de alta intensidade (10), sem alterações no 
curso de evolução, sem relações com funções 
orgânicas, referiu piora quando em posição 
ortostática, não referiu fatores de melhora nem 
sintomas concomitantes. O paciente afirma que 
não tomava medicamentos para a dor e relata 
que fazia curativos diariamente no pé lesado. O 
paciente nega febre, astenia, alteração de peso, 
alteração de apetite ou poliúria. 
O paciente deu entrada no Hospital Geral no dia 
23 de setembro para realização de um 
procedimento cirúrgico, o desbridamento da lesão 
no hálux. 
HISTÓRICO FISIOLÓGICO E SOCIAL: Paciente 
afirma que seu desenvolvimento psicomotor, 
neural e sexual fora normal. Afirma ter cinco 
irmãos. Relata que sua alimentação é rica em 
fibras, vitaminas e proteínas. Declara ainda ser 
sedentário. Afirma que era tabagista há 20 anos 
atrás e fumava desde os 10 anos de idade cerca 
de uma cartela de cigarro por dia. É etilista, sendo 
a frequência de consumo de álcool cerca de 
duas vezes por mês. Nega o consumo de outras 
drogas. 
HISTÓRIA MÓRBIDA PREGRESSA: Paciente afirma 
ter tido na infância caxumba, catapora, sarampo, 
pneumonia e afirma não ter tomado vacinas 
recomendadas. Declara ainda ser portador de 
diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e 
trombose venosa, tomando medicamentos para 
controle dessas enfermidades. Afirma ter passado 
por procedimentos cirúrgicos e internações em 
decorrência de catarata e para desbridamento 
do pé direito. Nega doenças reumáticas, 
neoplasias e alergias. 
HISTÓRIA MÓRBIDA FAMILIAR: Afirma que sua mãe 
apresenta diabetes e hipertensão arterial 
sistêmica. Nega outras doenças hereditárias e 
infectocontagiosas na família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15
 
Ectoscopia 
O exame físico geral – ectoscopia ou 
somatoscopia – consiste na avaliação de 
dados gerais, compreendendo vários sistemas 
orgânicos ou segmentos corporais. Vários 
parâmetros são analisados... 
 
ESTADO GERAL 
Impressão total que se tem do paciente; 
visa determinar até que ponto a doença 
atingiu o paciente como um todo. 
Quando a esse parâmetro, o paciente 
pode ser classificado em: 
• Estado geral bom (BEG) 
• Estado geral regular (REG) 
• Estado geral ruim (MEG - Mau estado geral) 
 
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
O nível de consciência do paciente pode 
ser avaliado de diferentes formas: 
comportamento, modo de falar, reatividade, 
perceptividade etc. Geralmente, avalia-se a 
orientação (capacidade de se situar quanto a 
si mesmo e quanto ao ambiente). 
Os “tipos de orientação” são: 
a) Orientação alopsíquica: capacidade de se 
orientar em relação ao mundo. 
Compreende duas modalidades: 
orientação cronopsíquica/temporal (em 
relação ao tempo) e orientação espacial 
(em relação ao espaço). 
A orientação cronopsíquica é mais 
rapidamente prejudicada pelos transtornos 
mentais e distúrbios neurológicos, de modo 
que pode ser um parâmetro bastante 
sensível. 
b) Orientação autopsíquica: orientação do 
paciente em relação a si mesmo (nome, 
idade, aniversário, profissão, estado civil, 
etc.). A orientação autopsíquica só é 
afetada nos casos de doenças mais graves. 
 
Em relação ao nível de consciência, 
costuma-se redigir na anamnese de um 
paciente com nível de consciência satisfatório: 
“Paciente orientado alo e autopsiquicamente” 
 
FALA E LINGUAGEM 
Embora os indivíduos tenham maneiras 
características de falar, é possível perceber 
quanto a fala está patologicamente alterada. 
As principais alterações de fala são: 
• Disfonia ou afonia: alteração do timbre da 
voz (torna-se rouca, fanha etc). 
• Dislalia: alterações menores da fala (ex.: 
troca de letras em crianças) 
• Disritmolalia: distúrbios da fala como 
gagueira e taquilalia (voz acelerada). 
• Disartria: dificuldade de articular as 
palavras. 
 
Além dessas, outras alterações podem estar 
presentes. Num paciente normal, costuma-se 
escrever: 
“Paciente com fala normal” ou “paciente sem 
distúrbios de fala”. 
 
HIDRATAÇÃO 
A hidratação é avaliada observando-se: 
turgor da pele, mucosas, débito urinário 
(anúria e oligúria são sugestivos de 
desidratação), fontanelas (no caso de 
crianças; em estado de desidratação, 
apresentam-se deprimidas), estado geral, etc. 
 
São sinais de desidratação: 
• SEDE 
• QUEDA ABRUPTA DO PESO 
• PELE SECA (ELASTICIDADE 
DIMINUÍDA) 
• MUCOSAS SECAS 
• OLHOS AFUNDADOS (ENOFTALMIA) E 
HIPOTÔNICOS 
16
 
• FONTANELASDEPRIMIDAS 
(CRIANÇAS) 
• ESTADO GERAL COMPROMETIDO 
• EXCITAÇÃO PSÍQUICA OU 
ABATIMENTO 
• OLIGÚRIA 
• PRESSÃO BAIXA 
• PULSO FINO ETC. 
 
Quanto à desidratação, é conveniente 
quantificar o grau, utilizando cruzes. Por 
exemplo: num paciente com desidratação 
mediana, escreve-se: 
“Paciente desidratado (++/4+)” 
 
PESO 
O peso pode ser avaliado para 
acompanhar o estado nutricional de um 
indivíduo ou crescimento de uma criança. Na 
prática, a maior importância de se pesar um 
paciente está nos pacientes com edema ou 
desidratados. Isso porque a perda/ganho 
diário de peso refletem a evolução do edema 
e evolução da hidratação. Em geral, nesses 
casos, o clínico coloca nas prescrições de 
rotina a indicação “peso diário”. Salvo nessas 
situações, não é rotineiro pesar o paciente e 
relatar essa medida nas anamneses. 
 
ESTADO NUTRICIONAL 
O estado nutricional pode ser avaliado 
tomando por base o peso do paciente e 
comparando-o com o peso ideal para a 
mesma idade e sexo. Além disso, costuma ser 
avaliado através da impressão geral obtida 
pelo examinador, de modo que se registra: 
 
“Paciente em bom estado nutricional” 
“Paciente com estado nutricional 
insatisfatório” 
“Paciente obeso” 
Etc. 
 
 Regra de Brocá: o peso ideal de aproxima 
do número de centímetros que excede um 
metro de altura e se expressa em Kg (sex 
feminino: -5%). 
Peso máximo normal: soma-se 10% ao 
peso ideal 
Peso mínimo normal: subtrai-se 10% ao 
peso ideal 
 
IMC: 
𝑃𝐸𝑆𝑂
𝐴𝐿𝑇𝑈𝑅𝐴 𝑋 2
 
 
 
FÁCIES 
Um dos critérios de mais difícil avaliação, 
compreende o conjunto de dados exibidos na 
face do paciente, principalmente a expressão 
do olhar, movimentos das asas do nariz e 
posição da boca. Os principais tipos de fácies 
são: 
a) Fácies normal ou atípica 
 
b) Fácies hipocrática: olhos fundos, parados e 
inexpressivos, nariz afilado, lábios 
adelgaçados, presença de batimentos das 
asas do nariz, pele sudorenta, palidez, 
cianose labial. Indica doença grave ou 
terminal. 
 
Fáscies Hipocrática 
Fonte: EDisciplinas USP 
17
 
c) Fácies renal: caracterizada pelo edema 
periocular, palidez cutânea etc. Comum 
nas doenças renais, especialmente 
síndrome nefrótica e glomerulonefrite 
difusa aguda. 
 
 
Fáscies Renal 
Fonte: medpri.me 
 
d) Fácies leonina: pele espessa, com lepromas 
de tamanhos variados e confluente 
(principalmente na fronte). Há madarose 
(perda dos supercílios). 
 
Fáscies Leonina 
Fonte: semioclin.files 
 
e) Fácies adenoidiana: nariz pequeno e 
afilado e boca sempre entreaberta. Ocorre 
nos pacientes com hipertrofia das 
adenoides. 
 
Fáscies Adenoidiana 
Fonte: semioclin.files 
 
 
f) Fácies parkinsoniana: cabeça levemente 
inclinada para a frente, olhar fixo, 
supercílios elevados e fronte enrugada, 
conferindo uma expressão de espanto, 
como uma máscara. 
Observada na síndrome parkinsoniana ou 
parkinsonismo. 
 
 
Fáscies Parkinsoniana 
Fonte: semioclin.files 
 
g) Fácies basedowiana: exoftalmia, olhos 
brilhantes, rosto magro, expressão 
fisionômica de vivacidade; às vezes: 
aspecto de espanto e ansiedade. Indica 
hipertireoidismo. 
 
Fáscies Basedowiana 
Fonte: semioclin.files 
18
 
 
Fáscies Basedowiana 
Fonte: semioclin.files 
 
h) Fácies mixedematosa: rosto arredondado, 
nariz e lábios grossos, pele seca, espessada 
e com atenuação dos sulcos, pálpebras 
infiltradas e enrugadas, supercílios escassos 
e cabelos secos e sem brilho, expressão de 
desânimo, apatia e estupidez. Ocorre no 
hipotireoidismo. 
 
Fáscies Mixedematosa 
Fonte: semioclin.files 
 
i) Fácies acromegálica: saliência das 
arcadas supra-orbitárias, proeminência das 
maçãs do rosto e grande desenvolvimento 
do maxilar inferior, nariz, lábios e orelhas. 
Ocorre na acromegalia. 
 
Fáscies Acromegálica 
Fonte: semioclin.files 
j) Fácies cushingoide (face de lua cheia): 
face arredondada. Ocorre na doença de 
Cushing e também é observado em 
pacientes que fazem uso de corticoides. 
 
Fáscies Cushingoide 
Fonte: semioclin.files 
 
k) Fácies pseudobulbar: súbitas crises de 
choro ou riso involuntárias, mas conscientes, 
que levam o paciente a tentar contê-las, 
dando um aspecto espasmódico. 
Aparece na paralisia pseudobulbar. 
 
Fáscies Pseudobulbar 
Fonte: semioclin.files 
 
l) Fácies depressiva: cabisbaixo, olhos com 
pouco brilho e fixos em um ponto distante; 
olhar voltado para o chão; expressão de 
indiferença, tristeza etc. O sulco nasolabial 
se acentua, e o canto da boca se rebaixa. 
Ocorre nos distúrbios de humor. 
 
Fáscies Depressiva 
Fonte: semioclin.files 
19
 
m) Fácies da paralisia facial periférica: face 
assimétrica, com impossibilidade de fechar 
as pálpebras e repuxamento da boca para 
o lado. 
 
Fáscies da Paralisia Facial Periférica 
Fonte: semioclin.files 
 
n) Fácies miastênica: ptose palpebral bilateral 
que obriga o paciente a franzir a testa e 
levantar a cabeça. Ocorre na miastenia 
gravis e em outras miopatias que 
comprometem os músculos da pálpebra 
superior. 
 
Fáscies Miastênica 
Fonte: semioclin.files 
 
o) Fácies etílica: olhos avermelhados, 
ruborização da face, hálito etílico, voz 
pastosa etc. 
 
Fáscies Etílica 
Fonte: semioclin.files 
p) Fácies esclerodérmica: quase completa 
imobilidade facial; pele pergaminácea, 
endurecida e aderente a planos profundos, 
lábios repuxados, nariz afilado e 
imobilização das pálpebras. Ocorre na 
esclerodermia. 
 
Fáscies Esclerodérmica 
Fonte: semioclin.files 
 
 
ATITUDE E DECÚBITO PREFERIDOS NO 
LEITO 
A atitude adotada pelo paciente no leito 
ou fora dele pode ser analisada por 
comodidade ou objetivo de aliviar algum 
padecimento. Têm importância diagnóstica as 
atitudes involuntárias. 
• Atitude ortopneica 
• Atitude genupeitoral 
• Atitude em decúbito lateral 
• Atitude em decúbito dorsal 
• Atitude em decúbito ventral 
• Atitude passiva 
Caso o paciente não tenha nenhuma 
atitude preferencial, diz-se “atitude 
indiferente”. 
 
MUCOSAS 
As mucosas facilmente examináveis a olho 
nu são: olhos, mucosas labiobucal, lingual e 
gengival. Os parâmetros a serem analisados 
são coloração, umidade e presença de lesões. 
A existência de mucosas descoradas é um 
achado que indica a existência de uma 
anemia. Mucosas hipercoradas significam 
20
 
aumento de hemácias naquela área, como 
nas inflamações. 
Num paciente em estado normal, costuma-
se descrever: 
“Mucosas normocoradas, hidratadas e sem 
lesões”. 
 
PALIDEZ 
Deve ser pesquisada em toda a extensão 
da superfície cutânea. Nas pessoas de cor 
morena ou negra, só pode ser pesquisada nas 
palmas das mãos e plantas dos pés. 
A palidez pode ser generalizada, quando 
há redução do número de hemácias (anemia) 
ou vasoconstrição generalizada (susto, 
choque, dor etc.) ou localizada. Neste último 
caso, geralmente traduz isquemia. 
 
Quando encontramos um paciente em 
estado de palidez, deve-se escrever: 
“paciente pálido” e, logo em seguida, graduar 
a intensidade da palidez com o sistema de 
cruzes, assim como usado para a hidratação. 
Caso o paciente esteja com a coloração da 
pele normal, deve-se escrever “paciente 
normocorado”. 
 
 
Comparação entre uma palma normocorada e outra 
pálida. 
Fonte: mdsaúde 
 
CIANOSE 
A cianose deve ser procurada no rosto, 
especialmente ao redor dos lábios, ponta do 
nariz, lobos das orelhas e extremidades das 
mãos e pés. Nas cianoses muito intensas, todo 
o tegumento cutâneo adquire tonalidade 
azulada. 
Pode ser localizada (pode ser devida a 
mecanismos centrais, periféricos ou mistos) ou 
generalizada (sugerindo a obstrução de uma 
veia que drena uma região). A cianose central 
ocorre quando há instauração arterial 
excessiva; cianose periférica ocorre por perda 
exagerada de oxigênio a nível capilar (p.ex. 
estase venosa); quando há uma mistura dos 
dois mecanismos, tem-seuma cianose mista. 
Um último mecanismos que pode causar 
cianose é a alteração na hemoglobina (ex. 
metemoglobinemias e sulfemoglobinemias). 
A cianose também deve ser graduada em 
uma escala de cruzes. Nos pacientes sem 
cianose escreve-se que ele está acianótico. 
 
 
Extremidade Cianótica 
Fonte: wikipédia 
 
ICTERÍCIA 
Os locais mais adequados para detectar 
icterícia são a mucosa conjuntival, a 
esclerótica e o frênulo da língua, que 
costumam concentrar grandes quantidades 
de bilirrubina. 
Em casos extremos de icterícia, a pele pode 
ser tornar até amarelo-esverdeada. 
Há um tipo bastante característico de 
icterícia em que a pele se torna alaranjada, 
por um acúmulo de bilirrubina associado à 
vasodilatação periférica; esse padrão é 
conhecido como icterícia rubínica e é 
bastante característico da leptospirose. 
 
Cuidados: nas pessoas negras, a 
esclerótica costuma apresentar uma 
coloração amarelada que não deve ser 
21
 
confundida com icterícia. Além disso, é 
comum encontrar uma pele mais amarelada 
em pacientes asiáticos ou que consomem 
grandes quantidades de alimentos ricos em 
carotenoides (ex. cenoura, abóbora, mamão, 
tomate etc.) e certos tipos de droga. 
Devemos lembrar de graduar a icterícia em 
uma escala de cruzes. Pacientes sem icterícia 
são ditos anictéricos. 
 
 
Paciente ictérico 
Fonte: icterícia.org 
 
 ELASTICIDADE E TURGOR DA PELE 
A elasticidade e o turgor da pele devem ser 
avaliados pela capacidade de dar 
informações sobre o estado de hidratação do 
paciente. A semiotécnica usada é uma 
palpação em pinça, seguida da observação 
do tempo que a prega cutânea demora a se 
desfazer: quanto mais hidratada está a pele, 
menos demora esse desaparecimento. 
Como descrição de uma pele com 
características normais, coloca-se na 
anamnese: “pele elástica e túrgida”. 
 
 
Palpação em Pinça 
Fonte: Semio Blog UNEB 
 
PRESENÇA DE CIRCULAÇÃO COLATERAL 
Em termos semiológicos, circulação 
colateral significa presença de circuito venoso 
anormal visível ao exame da pele. Deve-se 
descrever: localização (tórax, abdome, 
membros...), direção do fluxo sanguíneo 
(ascendente ou descendente) e a presença 
de frêmitos ou sopros. 
Os dois principais tipos de circulação 
colateral são: 
a) Tipo braquiocefálica: veias superficiais 
ingurgitadas em ambos os lados da parte 
superior da face anterior do tórax. Tem-se a 
impressão do sangue fluindo de fora para 
dentro. 
b) Tipo cava superior: ocupa a metade 
superior da face anterior do tórax, às vezes 
também ocupando a parte posterior. Tem 
sentido toracoabdominal, indicando que 
há dificuldade de passagem do sangue na 
veia cava superior. 
c) Tipo porta: ocorre por um obstáculo nas 
veias supra-hepáticas ou no fígado. A rede 
venosa localiza-se principalmente nas 
regiões periumbilical, epigástrica e face 
anterior do tórax, irriadiando-se como os 
raios de uma roda ou as pernas de uma 
aranha, um padrão conhecido como 
cabeça de medusa (caput medusae). 
 
Circulação colateral do tipo porta- Cabeça de 
Medusa 
Fonte: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul 
 
Na prática, não é comum descrever todas 
as vezes que um paciente não possui 
circulação colateral, a menos que ele possua 
outros achados característicos de doença 
22
 
hepática. Entretanto, quando presente, a 
circulação colateral deve ser descrita da 
seguinte forma: “presença de circulação 
colateral do tipo xxx, em direção yyy”. 
 
EDEMA 
A investigação sobre o edema deve 
começar na anamnese, quando se indaga 
sobre o tempo de duração, localização e 
evolução. 
No exame físico, as características 
semiológicas a serem descritas são: 
• LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO 
• INTENSIDADE 
• CONSISTÊNCIA 
• ELASTICIDADE 
• TEMPERATURA 
• SENSIBILIDADE 
• OUTRAS ALTERAÇÕES DA PELE 
CIRCUNJACENTE. 
 
Quanto à LOCALIZAÇÃO o edema pode ser 
localizado ou generalizado. Edemas 
localizados são mais comuns nos membros 
inferiores e em volta dos olhos. Ao edema 
generalizado é dado o nome de anasarca. 
A INTENSIDADE é avaliada através do Teste 
do Cacifo: faz-se uma compressão, firme e 
sustentada, em alguma região amparada por 
uma estrutura rígida, como a tíbia, sacro, 
calcanhar ou ossos da face. Caso haja 
edema, ao ser retirado o dedo vê-se uma 
depressão chamada fóvea. A intensidade é 
graduada conforme a profundidade da fóvea. 
Além disso, outras formas comuns de mensurar 
a intensidade do edema é através da 
pesagem diária do paciente ou da medida da 
região edemaciada. 
 
Teste do Cacifo e graduação do edema na escala 
de cruzes. 
 
Edema em extremidade após Teste do Cacifo 
Fonte: semioblog 
 
Quanto à CONSISTÊNCIA, o edema pode 
ser classificado como mole ou duro, de acordo 
com o grau de resistência encontrado ao 
comprimir a região edemaciada. O edema 
mole costuma ser de duração não muito 
longa. Já o edema duro traduz uma 
proliferação fibroblástica do tecido celular 
subcutâneo, o que indica um edema de longa 
duração ou acompanhado de surtos 
inflamatórios; o exemplo típico é a elefantíase. 
A ELASTICIDADE é avaliada ao observar o 
retorno da fóvea comprimida à região inicial. 
Edema elástico retorna imediatamente à 
situação normal e é típico dos edemas 
inflamatórios. 
A TEMPERATURA é avaliada colocando-se o 
dorso dos dedos ou as costas das mãos e 
comparando-se com a pele da vizinhança e 
região homóloga. Edemas quentes traduzem 
estado inflamatório e edemas frios indicam 
comprometimento da irrigação sanguínea 
local. 
Quanto à SENSIBILIDADE, o edema pode ser 
doloroso ou indolor; edemas dolorosos são 
inflamatórios. 
OUTRAS ALTERAÇÕES DA PELE 
CIRCUNJACENTE: coloração (palidez, cianose 
ou vermelhidão), pele lisa e brilhante (edema 
recente e intenso), pele espessa (longa 
duração; pode ocorrer, inclusive, a chamada 
“pele em casca de laranja”). 
23
 
CAUSAS DO EDEMA 
O edema costuma indicar alterações 
renais, cardíacas ou hepáticas. Pode indicar, 
também, desnutrição, fenômenos 
angioneuróticos (edema alérgico), gravidez, 
período pré-menstrual ou uso de 
medicamentos (ex: corticosteroides). 
a) Edema renal: generalizado, 
predominantemente facial, especialmente 
localizado nas regiões subpalpebrais; é 
mole, inelástico e indolor; a pele 
circunjacente mantém a temperatura 
normal ou discretamente reduzida. É mais 
intenso na síndrome nefrótica. 
b) Edema cardíaco: generalizado, 
predominante nos membros inferiores, mais 
observado no período da tarde, possui 
intensidade variável, é mole, inelástico, 
indolor e a pele circunjacente pode se 
apresentar lisa e brilhante. Em alguns casos, 
pode atingir o pulmão, provocando 
derrame pleural. 
c) Edema hepático: generalizado, mas quase 
sempre discreto (+ a ++). Predomina nos 
membros inferiores, é mole, inelástico e 
indolor. 
O edema alérgico pode ser generalizado, 
mas costuma estar restrito a certas áreas, 
principalmente na face. Tem instalação 
súbita, tornando a pele lisa e brilhante, às 
vezes com temperatura aumentada e 
coloração rubra. 
 
EDEMAS ESPECÍFICOS 
a) Sinal de Romaña: edema localizado em 
uma das regiões orbitárias; traduz quadro 
de Doença de Chagas aguda. 
 
 
Sinal de Romaña 
Fonte: Chaguismo.com 
b) Edema gravídico: é normal haver um 
edema discreto, principalmente nos 
membros inferiores. Pode ser reduzido 
com a adoção, pela gestante, do 
decúbito lateral esquerdo, para 
descomprimir a veia cava inferior. 
c) Edema postural: ocorre nos membros 
inferiores de pessoas que permanecem 
por muito tempo em pé ou com as pernas 
pendentes (p.ex. em viagens muito 
longas). É localizado, discreto e indolor. 
 
TEMPERATURA CORPORAL 
A temperatura corporal é comumente 
mensurada com o uso do termômetro de 
mercúrio. Em geral, o termômetro é colocado 
no oco axilar. 
Cuidados a serem tomados são: 
• HIGIENE LOCAL 
• EVITAR QUE A AXILA ESTEJA SUADA E 
O EXCESSODE PELOS. 
• NA CAVIDADE ORAL, O 
TERMÔMETRO É COLOCADO 
SUBLINGUAL, DEVENDO ATENTAR SE 
O PACIENTE NÃO INGERIU 
ALIMENTOS QUENTES OU FRIOS. 
 
O termômetro retal é o mais fidedigno, por 
fornecer uma aproximação maior da 
temperatura central. Em situações 
patológicas, como pelviperitonites, a 
temperatura retal é 1ºC maior que a 
temperatura axilar, o que é chamado sinal de 
Lenander e pode ser usado no diagnóstico de 
apendicite aguda. 
 
FEBRE 
Fisiologia da Febre: 
AGENTES PIROGÊNICOS (INFLAMAÇÃO) – 
PROSTAGLANDINAS – DESEQUILÍBRIO 
HIPOTALÂMICO 
 
As características semiológicas da febre são: 
a) Início: gradual/insidioso ou súbito. 
b) Duração: deve ser descrita em dias ou 
horas. Febre prolongada de origem 
obscura é aquela que dura mais de 14 dias 
e não possui definição diagnóstica. 
24
 
A febre prolongada pode ocorrer na 
tuberculose, septicemia, malária, 
endocardite infecciosa, febre tifoide, 
colagenoses, linfomas e pielonefrite. 
 
c) Intensidade: quanto a esse critério, a febre 
é classificada em: 
Leve ou febrícula: menor ou igual a 
37,5ºC. 
Moderada: 37,5 a 38,5ºC. 
Alta ou elevada: acima de 38,5ºC. 
 
Temperatura normal (referência axilar): 
36,1 – 37,2º 
 
d) Modo de evolução: quanto a esse aspecto, 
a febre pode ser: 
Contínua: permanece sempre acima do 
normal, com variações de até 1ºC, sem 
grandes oscilações. 
Exemplos: febre tifoide, pneumonia e 
tuberculose. 
 
Irregular ou séptica: picos muito altos de 
temperatura intercalados por temperaturas 
baixas ou períodos de apirexia. 
Exemplos: septicemia, empiema vesicular, 
tuberculose e fase inicial da malária. 
 
Remitente: hipertermia diária, com 
variações maiores que 1ºC e sem períodos 
de apirexia. 
Exemplos: septicemia, pneumonia, 
tuberculose. 
 
Intermitente: ciclicamente interrompida por 
um período de temperatura normal. Pode 
ser cotidiada, terçã, quartã... 
Exemplos: malária, infecções urinárias, 
linfomas e septicemias. 
 
Recorrente ou ondulante: período de 
temperatura normal que dura dias ou 
semanas e é interrompido por períodos de 
temperatura elevada. 
Exemplos: brucelose, doença de Hodgkin e 
outros linfomas. 
ESQUEMA PARA MEMORIZAR: 
 
Hipertermia Diária sem Apirexia 
1. CONTÍNUA (variação menor ou igual 
a 1ºC) 
2. REMITENTE (variação maior que 1ºC) 
 
Hipertermia interrompida por redução da 
temperatura ou apirexia 
1. IRREGULAR (sem ciclo) 
2. INTERMITENTE (com caráter cíclico) 
 
Temperatura normal interrompida por febre 
1. RECORRENTE OU ONDULANTE 
 
 
e) Término: pode se dar em crise 
(subitamente, com sudorese profusa e 
prostração) ou em lise (gradual, com a 
temperatura diminuindo dia a dia, até 
atingir valores normais). 
 
HIPOTERMIA 
Pode ser definida como temperatura axilar 
menor que 35,5ºC. Se for usada a temperatura 
retal, o valor sobe para 36ºC. Pode ser leve (32 
a 35ºC), moderada (30 a 32ºC) ou grave 
(abaixo de 30ºC). 
A queda da temperatura corporal pode ser 
rápida ou lenta. Os idosos são especialmente 
suscetíveis a essa situação, devido à sua 
incapacidade de aumentar sua produção de 
calor ou reduzir a perda, por vasoconstrição. 
 
BIÓTIPO OU TIPO MORFOLÓGICO 
A principal utilidade da determinação do 
biótipo está em interpretador corretamente as 
variações anatômicas de cada tipo 
morfológico. A localização do ictus cordis, a 
posição das vísceras e a forma do estômago 
variam amplamente de acordo com o biótipo. 
Pode ser: 
a) Brevilíneo: pescoço curto e grosso, tórax 
alargado e volumoso, membros curtos em 
relação ao tronco, ângulo de Charpy maior 
que 90º, musculatura desenvolvida e 
25
 
panículo adiposo espesso, tendência à 
baixa estatura. 
b) Mediolíneo: equilíbrio entre os membros e o 
tronco, desenvolvimento harmônico da 
musculatura e do panículo adiposo, ângulo 
de Charpy próximo de 90º. 
c) Longilíneo: pescoço longo e delgado, tórax 
afilado e chato, membros alongados com 
franco predomínio sobre o tronco, ângulo 
de Charpy menor que 90º, musculatura 
delgada e panículo adiposo pouco 
desenvolvido, tendência a estatura 
elevada. 
 
Biotipos 
Fonte:anatomia-papel-e-caneta.com 
 
OBS: Ângulo de Charpy: (ou ângulo 
epigástrico) É o ângulo formado pelas duas 
rebordas costais. 
 
Biotipos 
Fonte: pinterest 
MARCHA 
Os tipos de marcha anormal mais 
característicos são: 
• Marcha helicópode (ceifante ou 
hemiplégica): o membro superior 
permanece fletido em 90º no cotovelo e 
em adução e a mão fechada em leve 
pronação. A perna se arrasta pelo chão, 
descrevendo um semicírculo quando o 
paciente troca o passo. Aparece em 
pacientes com hemiplegia, cuja causa 
mais comum é o AVC. 
• Marcha anserina: lordose lombar 
acentuada, com o tronco inclinado ora 
para a direita, ora para a esquerda. Traduz 
diminuição da força dos músculos pélvicos 
e das coxas. É encontrado em doenças 
musculares. 
• Marcha parkinsoniana: o paciente 
caminha em bloco, enrijecido, sem o 
movimento automático dos braços. A 
cabeça fica inclinada para a frente, passos 
miúdos e rápidos, como se o doente fosse 
cair para a frente. Ocorre na doença de 
Parkinson. 
• Marcha cerebelar: paciente ziguezagueia 
como um bêbado. Indica incoordenação 
dos movimentos em decorrência de lesões 
cerebelares. 
• Marcha tabética: paciente olha fixamente 
para o chão ao se locomover. Membros 
inferiores são levantados abrupta e 
explosivamente e, ao serem recolocados 
no chão, os calcanhares tocam o solo 
pesadamente. Indica perda da 
sensibilidade proprioceptiva do cordão 
posterior da medula. Ocorre na tabes 
dorsalis (neurossífilis), mielose fonicular 
(deficiência de B12, ácido fólico, B6), 
mielopatia vacuolar (ligada ao HIV), 
miopatia por deficiência de cobre etc. 
• Marcha vestibular: paciente apresenta 
lateropulsão quando anda. 
• Marcha escarvante: o paciente tropeça ao 
caminhar, por paralisia do movimento de 
flexão dorsal do pé. Ocorre nas neuropatias 
periféricas. 
• Marcha claudicante: paciente manca 
para um dos lados. Ocorre na insuficiência 
arterial periférica e em lesões do aparelho 
locomotor. 
• Marcha em tesoura (ou espástica): os MMII 
enrijecidos e espásticos permanecem 
semifletidos, os pés se arrastam, e as pernas 
se cruzam uma na frente da outra quando 
paciente tenta caminhar. Ocorre nas 
formas espásticas da paralisia cerebral. 
 
26
 
Na prática, a marcha é mais avaliada 
durante o exame neurológico. Deste modo, 
muitas vezes, na ectoscopia costuma-se 
apenas perguntar ao paciente se está 
caminhando normalmente. Dito isto, relata-
se: “paciente sem alterações de marcha” 
ou “paciente com deambulação normal”. 
 
SINAIS VITAIS 
• Frequência cardíaca: 60- 100 
batimentos/min 
• Temperatura corporal: 35,5- 37 º C 
• Frequência respiratória: 12- 20 incursoes 
respiratórias/min 
• Pulso arterial: ciclo de expansão e 
relaxamento das artérias do corpo 
• Pressão arterial 
 
 
 
 
EXEMPLO DE ECTOSCOPIA REALIZADA NO 
HOSPITAL GENTIL FILHO- CAXIAS-MA EM 
SETEMBR/2019 
Paciente em bom estado geral; orientado 
alo e autopsiquicamente; sem distúrbio de 
fala e linguagem; hidratado; acianótico; 
ictérico (++/++++); sem alterações de 
peso; em bom estado nutricional; tipo 
morfológico mediolíneo; facie atípica; 
ativo no leito, mas não fora deste; mucosas 
normocoradas, hidratadas e sem lesões; 
pele normocorada, hidratada, com lesão 
no hálux esquerdo do ulceração, manchas 
na pele do tipo planar e hipercromica no 
tórax e região malar e manchas 
hipocromicas na pele do membro inferior; 
ausência de circulação colateral; 
presença de edema (+/++++). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27
 
Exame da Cabeça e do Pescoço
EXAME DA CABEÇA 
O exame da cabeça compreende a 
observação de: tamanho e forma do crânio, 
posição e movimentos, superfície e couro 
cabeludo,exame geral da face, exame dos 
olhos e supercílios, exame do nariz, exame dos 
lábios e cavidade bucal e exame 
otorrinolaringológico. 
 
 TAMANHO E FORMA DO CRÂNIO 
As variações mais frequentes quanto ao 
tamanho do crânio são: 
 
a) Macrocefalia: crânio anormalmente 
grande. Causas: hidrocefalia, acromegalia 
e raquitismo. 
 
Criança com macrocefalia 
Fonte: nacoesunidas.org 
b) Microcefalia: crânio anormalmente 
pequeno. Pode ser congênita, hereditária, 
idiopática ou decorrente de doença 
cerebral (p.ex. toxoplasmose). 
 
Criança com microcefalia 
Fonte: dw.com 
As variações mais frequentes quanto à forma 
do crânio são: 
▪ Acrocefalia (crânio em torre ou turricefalia): 
cabeça alongada para cima. Pode estar 
isolada ou associada a outras alterações 
esqueléticas. 
 
Criança com acrocefalia 
Fonte: semioclin.files 
▪ Escafocefalia (crânio em casco de navio): 
levantamento da parte mediana. 
 
Criança com escafocefalia 
Fonte: jornalvl 
▪ Dolicocefalia: diâmetro AP muito maior que 
o diâmetro transverso. 
 
Criança com dolicocefalia 
Fonte: Maestrovirtuale 
28
 
▪ Braquicefalia: diâmetro transverso 
aumentado (cabeça fica “achatada”) 
 
Criança com braquicefalia 
Fonte: mamaebebeblog 
▪ Plagiocefalia: crânio de forma assimétrica. 
 
Criança com braquicefalia 
Fonte: mamaebebeblog 
 
POSIÇÃO E MOVIMENTOS 
A posição normal é a mediana. O torcicolo 
(implantação lateral da cabeça) é a 
alteração mais frequente. 
Os movimentos importantes são os 
involuntários (tiques, mioclonias, tremores, 
movimentos coreicos). 
Obs: SINAL DE MUSSET – movimentos 
involuntários da cabeça, provocados pelos 
batimentos cardíacos; ocorre na insuficiência 
aórtica grave. 
 
SUPERFÍCIE E COURO CABELUDO 
Deve-se pesquisar a consistência/rigidez e 
continuidade da tábua óssea, tumores, 
tumefações, bossas, hematomas, depressões e 
pontos dolorosos. Amolecimentos da tábua 
óssea devem ser especialmente pesquisados 
atrás e acima do pavilhão auricular e podem 
indicar raquitismo, osteomalacia e sífilis. 
Exame da fontanela: deve ser realizado 
com a criança a 45º. Se abaulada, indica 
hipertensão intracraniana (meningite, 
hidrocefalia); se deprimida, sugere 
desidratação. 
 
EXAME GERAL DA FACE 
 Analisa-se a simetria, fisionomia, mímica 
facial, pele e pelos. 
Na paralisia facial, pode haver assimetria 
de toda uma hemiface (paralisia facial 
periférica) ou somente do andar inferior 
(paralisia facial central). Ela pode ser melhor 
pesquisada solicitando ao paciente que 
movimente a face ou “franza” a testa. 
 
Diferença entre paralisia facial central e periférica 
Fonte: medscape 
 
EXAME DOS OLHOS 
Antes do exame do globo ocular 
propriamente dito, é conveniente examinar 
seus anexos: pálpebras, cílios e supercílios. 
a) Região periocular: observar se os cílios 
estão virados para dentro (triquíase), se 
houve queda (madarose) ou se se 
tornaram brancos (poliose). 
 
 
Triquíase 
Fonte: ceo.com 
29
 
 
Madarose 
Fonte: Hospital dos Olhos Rui Barbosa 
 
 
Poliose 
Fonte: e-oftalmo.com 
 
b) Palpebras: devem ser observadas quanto à 
sua simetria, presença de edema, retração 
palpebral, epicanto, ectrópio (pálpebra 
evertida), entrópio (pálpebra invertida), 
equimose, xantelasma (placas amareladas 
em alto relevo). A pálpebra superior pode 
ser evertida, pedindo-se ao paciente que 
olhe para baixo, enquanto o examinador 
segura os cílios com uma das mãos e os 
puxa para fora e para baixo, enquanto 
exerce pressão com um cotonete, 1cm 
acima da borda palpebral. 
 
Xantelasma palpebral 
Fonte: GPSlifetime 
 
A Ptose palpebral indica paralisia do III NC (n. 
oculomotor), paralisia do simpático cervical 
(p.ex. na síndrome de Claude-Bernard-Horner) 
ou fraqueza muscular (p.ex. na miastenia 
gravis). 
 
Ptose palpebral 
Fonte: docplayer.com 
 
A Equimose palpebral (sinal do guaxinim) é 
bastante sugestiva de fratura de base do 
crânio. A paralisia do músculo orbicular do olho 
é conhecida como lagoftalmo ou sinal de Bell 
e ocorre na paralisia facial periférica. 
 
 
Equimose palpebral 
Fonte: Malthus.com 
 
c) Globo ocular: Quanto aos globos oculares, 
convém, primeiramente, considerar sua 
posição com relação à órbita: 
• Exoftalmia (se unilateral: tumores 
oculares e retro-oculares; se bilateral: 
hipertireoidismo) 
 
Exoftalmia 
Fonte: News-medical.net 
 
• Enoftalmia (unilateral: síndrome de 
Claude-Bernard-Horner; bilateral: 
desidratação). 
30
 
 
Enoftalmia 
Fonte: Scielo 
Deve-se investigar, ainda, a presença de 
desvios (estrabismo) e movimentos 
involuntários (p.ex. nistagmo – rápidos abalos 
do globo ocular; pode ter causa ocular, 
labiríntica, cerebelar, do tronco cerebral ou de 
intoxicação alcoólica). 
Hipertelorismo é o nome dado a um grande 
afastamento entre as duas cavidades 
orbitárias e ocorre me várias anomalias 
genéticas. 
d) Conjuntivas, esclera, córnea e cristalino: 
deve-se observar a coloração, hidratação 
e presença de secreções. Palidez pode 
indicar anemia; a cor amarelada, icterícia 
e avermelhada, conjuntivites, 
traumatismos, alergias e glaucoma. 
Anéis de Keyser-Fleisher são círculos escuros 
(marrons ou verdes) que aparecem na 
circunferência da íris do olho humano e são 
patognomônicos da Doença de Wilson 
(acúmulo de cobre no fígado). 
 
 
Anéis de Keyser-Fleisher 
Fonte: Med Fast Tips 
e) Pupilas: Deve-se observar a forma, 
localização, tamanho e reflexos. A pupila 
deve ser examinada por meio de um feixe 
luminoso (lanterna de bolso) e pela 
convergência ocular. 
Em geral, as pupilas são arredondadas ou 
levemente ovaladas, de localização central e 
tamanho variável. Em uma parcela da 
população normal, o tamanho das pupilas não 
é exatamente igual. Com a idade, as pupilas 
se tornam progressivamente menores e são 
menos reativas à luz e à acomodação. 
Irregularidade no contorno pupilar é 
conhecida como discoria; assimetria entre as 
pupilas é chamada anisocoria. 
 
Discoria 
Fonte: MSD Manuals 
 
Anisocoria 
Fonte: MSD Manuals 
Os reflexos pupilares compreendem o exame 
dos músculos intrínsecos do olho e são: 
• Fotomotor direto: o estímulo luminoso 
provoca miose. Se esse reflexo estiver 
presente, tem-se “pupilas 
fotorreagentes” ou “pupilas dinâmicas”. 
Caso apenas uma das pupilas não 
esteja reagente (pupila paralítica), 
pode indicar uma lesão unilateral do 
nervo oculomotor. 
• Fotomotor indireto ou fotoconsensual: o 
estímulo de um olho provoca miose 
consensual no outro olho. 
 
Reflexo fotomotor direto e consensual 
Fonte: SlidePlayer 
31
 
• Acomodação-convergência: 
contração das pupilas e convergência 
à medida que se aproxima do nariz um 
foco luminoso. 
 
Na lesão unilateral do n. óptico, o reflexo 
fotomotor direto está abolido, mas o reflexo 
consensual está presente. Na lesão bilateral 
do n. óptico, os reflexos fotomotor direto e 
consensual estão abolidos, enquanto o 
reflexo de acomodação-convergência 
está preservado. 
Na pupila de Marcus-Gunn há um defeito 
relativo do n. óptico, o que faz com que a 
pupila dilate, em vez de contrair. É causada 
por lesão incompleta do nervo óptico ou 
doença retiniana grave. 
Na pupila de Adie (pupila tônica), nota-se 
uma dilatação e irregularidade, sem 
reação ou com reação mínima à luz e 
apresentando contração lenta à 
convergência. Pode ser secundária a 
trauma, diabetes, síndrome de Guillain-
Barré ou de natureza idiopática. 
 
f) Campo visual e movimentação ocular: 
usando um objeto, estima-se até que ponto 
o paciente consegue manter a visão 
periférica. Para testar os músculos oculares, 
solicita-se ao paciente que olhe para 
cima/baixo, direita/esquerda e nos cantos 
superior e inferior externos. 
 
EXAME DO NARIZ 
Compreende inspeção e palpação. 
Deve-se pesquisar a presença de lesões 
traumáticas, nariz em sela (sífilis congênita), 
nariz em focinho deanta (leishmaniose e 
paracoccidioidomicose), aspecto leonino 
(hanseníase), batimento de asa de nariz 
(dificuldade respiratória), nariz aberto 
(hipertrofia das adenoides), rinofima 
(hipertrofia das glândulas sebáceas nasais) e 
rubicundez (vermelhidão – alcoolismo, acne, 
lúpus). 
 
 
Nariz em sela 
Fonte: HGF 
 
Nariz focinho de ata 
Fonte: Slideplayer 
 
Rinofima 
Fonte:Dplay 
 
Na palpação, buscam-se crepitações e 
desnivelamentos. Além disso, deve-se 
pesquisar a permeabilidade das narinas, 
obstruindo uma abertura por vez e pedindo ao 
paciente que inspire. 
Por último, faz-se uma palpação sobre os 
seios paranasais frontais e maxilares; a 
presença de dor é sugestiva de sinusite. 
 
EXAME DA BOCA 
a) Lábios: deve-se analisar a coloração, 
forma, textura, flexibilidade e presença de 
lesões. Rachaduras labiais são comuns em 
pacientes que respiram pela boca (p.ex. na 
hipertrofia das adenoides) e idosos. 
b) Mucosa oral: nesta parte do exame, 
emprega-se luz artificial e abaixador de 
língua. Caso o paciente esteja usando 
prótese dentária, ela deve ser retirada 
antes do exame. 
32
 
Manchas de Koplik: minúsculas manchas 
esbranquiçadas circundadas por uma aréola 
vermelha e situadas quase sempre na 
bochecha, em frente aos molares; são 
patognomônicas do sarampo. 
 
Manchas de Koplik 
Fonte: Odontologia Sanseverino 
 
c) Língua: deve ser examinada em três 
posições – repouso, fora da boca e 
tocando o céu da boca. Deve-se analisar 
a posição, tamanho, cor, umidade, 
superfície, textura, movimentos e presença 
de lesões. Normalmente, está situada na 
posição mediana, com coloração rosa-
avermelhada. As principais alterações 
encontradas são: 
• Língua saburrosa: higiene precária, 
estados febris, tabagistas, pacientes 
desidratados. 
 
 
Fonte: Dr. Arany Nunes 
 
• Língua seca: desidratação, respiração 
pela boca, ingestão de certos 
medicamentos (atropina, 
antidepressivos). 
• Língua lisa (atrofia das papilas): estado 
carencial. 
• Língua pilosa: antibioticoterapia, 
infecções e tabaco. 
 
Fonte: Profissão dentista 
• Língua de framboesa: escarlatina e 
outras doenças exantemáticas. 
 
Fonte: MD Saúde 
• Língua geográfica: com áreas 
irregulares, delimitadas por bordas 
esbranquiçadas e circinadas; tem 
pouco interesse clínico. 
 
Fonte: Uol 
• Língua escrotal: contém sulcos 
irregulares; ocorre na deficiência de 
vitaminas do complexo B. 
 
Fonte: Saúde- Uncomo 
• Macroglossia: hipotireoidismo, 
acromegalia e amiloidose são as causas 
mais frequentes. 
33
 
• Desvio da linha mediana: hemiplegia e 
lesões do nervo hipoglosso. 
• Língua trêmula: hipertireoidismo, 
alcoolismo, parkinsonismo. 
d) Orofaringoscopia: a língua deve ser 
rebaixada nos seus dois terços anteriores. 
Visualizam-se, então, os pilares 
amigdalianos, o palato mole, a loja 
amigdaliana e as amígdalas (tonsilas 
palatinas). Deve-se analisar o tamanho das 
tonsilas palatinas; um aumento 
exacerbado ocorre na hipertrofia 
adenotonsilar. Coloração avermelhada da 
orofaringe e das amígdalas ocorre nas 
amigdalites; pode-se observar, ainda, 
formações purulentas, indicativas de 
amigdalites bacterianas. 
 
Amigdalite 
Fonte: TuaSaúde 
e) Gengivas: devem ser examinadas pela 
inspeção e palpação, quanto à cor, 
consistência, forma, desenvolvimento e 
presença de lesões localizadas. Hipertrofia 
gengival é observada nas leucemias e 
após o uso prolongado de hidantoína (um 
anticonvulsivante) 
f) Palatos duro e mole: devem ser 
inspecionados em busca de ulcerações, 
massas e outras lesões. 
g) Dentes: observar a presença de cáries, 
alterações do esmalte, desalinhamento da 
arcada, período de erupção etc. 
 
EXAME DO OUVIDO 
Deve-se pesquisar ulcerações, 
abaulamentos, nódulos, coloração etc. Tofos 
(nódulos na cartilagem) podem estar 
presentes, indicando hiperuricemia (e, 
portanto, gota). Caso haja secreções, é 
conveniente atentar às suas características. 
Otorragia (perda de líquido pelo ouvido) é 
sugestiva de fratura de base de crânio. 
O exame dos ouvidos pode ser realizado de 
modo mais minucioso com o uso do otoscópio. 
 
Tofos gotosos 
Fonte: Reinaldo Batista Blog 
 
EXAME DO PESCOÇO 
O exame físico do pescoço é realizado 
através da inspeção, palpação e ausculta. 
Deve-se analisar a pele, forma e volume, 
posição, mobilidade, tireoide, turgência 
jugular, batimentos arteriais e venosos, 
linfonodos. 
Na pele, deve-se pesquisar a presença de 
sinais flogísticos, presença de cicatrizes etc. 
Para testar a mobilidade, deve-se pedir ao 
paciente que faça flexão, extensão, rotação e 
lateralidade, anotando a existência de 
contratura, resistência e dor. 
 
TURGÊNCIA OU INGURGITAMENTO 
JUGULAR 
Ao se examinar o pescoço, deve-se avaliar 
o estado de turgência das jugulares externas e 
a presença de frêmito ou sopro nos vasos do 
pescoço. 
O exame das jugulares deve ser feito com 
o paciente sentado a 45º; caso as jugulares 
continuem ingurgitadas nessa posição, diz-se 
que o paciente tem turgência jugular. Esse 
achado traduz hipertensão venosa no sistema 
da v. cava superior e pode indicar insuficiência 
do ventrículo esquerdo, pericardite constritiva, 
tamponamento cardíaco etc. 
34
 
 
Fonte: Pt MedBook 
 
EXAME DA TIREOIDE 
A tireoide pode ser examinada pela 
abordagem anterior ou posterior. Na 
abordagem anterior, a tireoide é palpada 
pelos dedos indicadores e médios, enquanto 
os polegares se apoiam sobre o tórax. Na 
abordagem posterior, os polegares do 
examinador ficam na nuca, enquanto as 
pontas dos dedos indicadores e médios 
palpamos lobos tireoidianos. 
Algumas manobras que podem facilitar a 
palpação da tireoide são: solicitar ao paciente 
que faça algumas deglutições enquanto se 
palpa a glândula firmemente ou solicitar que 
ele flexione o pescoço ou rode-o 
discretamente ara um lado ou outro. 
 
Palpação da tireoide por trás do paciente, com a 
cabeça em flexão homônima ao lado a ser palpado 
Fonte: Revista Medicina USP 
As características semiológicas a serem 
pesquisadas são: 
• Volume: normal ou aumentado, difuso 
ou segmentar. 
• Consistência: normal, firme, endurecida 
ou pétrea. 
• Mobilidade: normal ou imóvel. 
• Superfície: lisa, nodular ou irregular. 
• Temperatura da pele: normal ou quente. 
• Presença de frêmito e sopro 
• Sensibilidade: dolorosa ou indolor. 
Nem sempre a tireoide é palpável; quando 
palpável, normalmente é lisa, elástica, móvel, 
indolor, com a pele de temperatura normal e 
ausência de frêmito. Se a tireoide estiver 
aumentada, deve ser auscultada. 
 
EXAME DOS VASOS 
 Frêmito no trajeto das carótidas indica 
estenose da valva aórtica ou da própria 
carótida. 
 
EXAME DOS LINFONODOS 
Os linfonodos a serem examinados são: 
• Linfonodos occipitais 
• Linfonodos auriculares anteriores e 
posteriores 
• Linfonodos amigdalianos 
• Linfonods submandibulares 
• Linfonodos submentonianos 
• Linfonodos cervicais (anteriores superficiais 
e profundos, posteriores) 
• Linfonodos supraclaviculares 
 
As características a serem descritas são: 
localização, tamanho/volume, coalescência, 
mobilidade, sensibilidade, alterações da pele 
sobrejacente. 
35
 
 
Linfonodos da cabeça. 
Fonte: Cirurgia de Cabeça e Pescoço 
 
 
EXEMPLO DE EXAME DE CABEÇA E PESCOÇO REALIZADO NO HOSPITAL GENTIL FILHO CAXIAS-
MA EM SETEMBRO/2019: 
 
 
EXAME FÍSICO DA CABEÇA: 
 
Cabeça de tamanho, formato e posição 
normais, sem movimentos atípicos; 
superfície do couro cabeludo continuo, 
com consistência e rigidez normal, sem 
hematomas, tumores, tumefações, 
depressões, amolecimentos e pontos 
dolorosos. Face simétrica, com fisionomia e 
mímica normais, sem lesões, retrações e 
edema; pálpebras simétricas sem 
retração, lesões e edema; fenda pálpebral 
normal; globos oculares com posição 
relativa à órbita normal, simétricos, sem 
desvios ou movimentos

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