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Fernanda Carvalho – 5° semestre Cirurgia 1 Princípios de cirurgia Indicações: Comprometimento dos tecidos de sustentação; Comprometimento da estrutura dental. Comprometimento dos tecidos de sustentação: Lesão de furca; Reabsorção óssea severa; Mobilidade dental. Comprometimento da estrutura dental: Fratura intratável; Comprometimento por cárie; Incluso e supranumerário em região de interesse de instalação de implantes; Decíduos. Indicações atípicas: Quando a única possibilidade de instalação dos implantes for onde se têm dentes em boa situação; Quando o elemento está atrapalhando a confecção da prótese ideal ou planejada; Segundos e terceiros molares que não terão oclusão na futura prótese; Indicações ortodônticas. Contraindicações gerais: Patologias cardíacas e P.A. alterada; Diabéticos não compensados; Deficiência de fatores de coagulação; Infecções sistêmicas; Gestantes (principalmente 1° e 3° trimestre); Lactante; Período menstrual (risco de anemia); Contraindicações locais: Inflamação e edemas (dificuldade com a anestesia); Infecções locais; Trismo. Tempo de sangria: 1/5 a 3 minutos; Tempo de coagulação: 3/5 a 5 minutos; P.A. alterada pode levar a um aumento de tempo de sangria e no volume. Manobras cirúrgicas fundamentais: Diérese; Exérese; Síntese; Hemostasia. Diérese: Incisão corte do tecido; Divulsão separação sem corte. Requisitos básicos de uma incisão: Traço único em 45° (distal para mesial – apical para cervical); Apoio em tecido ósseo sadio; Amplitude, possibilitando visibilidade ao campo operatório e menor trauma tecidual no afastamento; Base ampla (irrigação do retalho); Base do retalho (X) deve ser maior que a altura do retalho (y); Maximizar o suprimento sanguíneo; De onde vem e por onde vem o suporte sanguíneo. As margens do retalho, devem repousar sobre tecido ósseo sadio no momento da sutura. Tipos de incisão: Retilíneas; Envelope: Em arco: Concavidade para apical Partsch; Concavidade para cervical Pichler. Trapezoidais: Wasmund gengiva inserida livre; Neumann gengiva inserida, livre e papila dental com 1 relaxante; Neumann modificada gengiva inserida, livre e papila dental com 2 relaxantes. Divulsão: Afastamento: Os afastadores devem sempre estar apoiados em osso; O retalho não deve estar tencionado e/ou isquêmico; Quanto menor o trauma aos tecidos gengivais melhor é a separação. Exérese: Osteotomia (desgaste ósseo); Ostectomia (remoção de fragmento ósseo); Curetagem; Avulsão (via alveolar e via não alveolar). Síntese: Sutura; Tamponamento; Drenagem; Reparo tecidual do alvéolo: Reparo ósseo alveolar: Conjunto de reações teciduais desencadeadas no interior do alvéolo após a exodontia, com o objetico do seu preenchimento ósseo; Muito semelhante à sequencia de respostas do retante do organismo, porém com algumas particularidades. Fases do processo de reparo: Proliferação; Desenvolvimento do tecido conjuntivo; Maturação do tecido conjuntivo; Diferenciação óssea ou mineralização. Fase do desenvolvimento do tecido conjuntivo: Grande quantidade de fibroblastos e capilares neoformados; Síntese de fibras colágenas e substâncias fundamentais. Fase de maturação do tecido conjuntivo: Caracterizada pelo aumento de fibras colágenas e diminuição do número de células e de vasos sanguíneos. Fase de diferenciação óssea ou mineralização: Deposição de matriz osteóide por osteoblastos nas proximidades das paredes alveolares, principalmente onde há restos de ligamento periodontal; Processo concêntrico; Formação das trabéculas ósseas primárias. Por volta do 7º dia inicia-se formação óssea; Por volta do 40º dia, cerca de 2/3 do alvéolo já estão preenchidos por trabéculas ósseas; Por volta do 64º dia o alvéolo já se encontra totalmente preenchido por tecido ósseo neoformado e com a crista alveolar remodelada; A epitelização do alvéolo já é notada no 4º dia e a oclusão completa do alvéolo se dá por volta do 24º ao 35º dia pós operatório. Cicatrização de feridas: O CD pode criar condições que favorecem ou atrapalhem o processo natural de reparação das feridas cirúrgicas; A adesão aos princípios cirúrgicos favorece a cicatrização ideal restabelecendo a função do tecido lesado. Fatores prejudiciais: Corpos estranhos; Tecido necrótico; Isquemia. Corpo estranho: Pode desencadear uma reação inflamatória prejudicando a reparação tecidual; Qualquer coisa que não faça parte dos tecidos e do processo de cicatrização: Ex: fragmentos ósseos e/ou dentários, fragmentos de instrumentos, detritos etc... Tecido necrótico: Serve como barreira para o crescimento das células reparadoras; O estágio inflamatório é prolongado; Nicho de proteção de bactérias. Isquemia: Risco de infeção diminuição do aporte sanguíneo ideal; Risco de necrose tecidual: Suturas muito apertadas; Retalhos mal planejados; Pressão externa sobre a ferida (próteses mal adaptadas); Pressão interna na ferida (hematoma). Tipos de cicatrização: Cicatrização por primeira intenção; Cicatrização por segunda intenção. Cicatrização por 1° intenção: Quando há coaptação dos bordos da ferida; Ocorre mais rapidamente; Menor quantidade de reepitelização; Menor risco de infecção; Menor cicatriz. Cicatrização por 2° intenção: Quando NÃO há coaptação dos bordos da ferida; Ocorre mais lentamente; Maior quantidade de reepitalização; Maior risco de infecção; Maior cicatriz. Instrumentos utilizados em exodontia: Instrumentos de Exérese: Elevadores; Fórceps; Elevadores: Alavanca é o movimento feito para a remoção do elemento. Funções: Luxação, rompendo as fibras do ligamento periodontal e expandindo cortical óssea; Remover as raízes fraturas ou seccionadas cirurgicamente. Composto por 3 partes: Cabo porção para apreensão do instrumento; Haste transmite a força realizada no cabo à ponta ativa; Ponta ativa (lâmina) parte onde será colocada entre o dente a ser removido e o osso sadia adjacente; onde a força será despendida. Tipos de elevadores: Apical reto (ponta ativa em formato de cunha); Seldin reta; Seldin angulados; Potts (angulada com ponta ativa em formato de colher). Fórceps: Deve ter o cabo estriado e boa apreensão; O fórceps a ser utilizado dependerá de seu formato e da anatomia do colo do dente a ser removido; Dividido em 3 partes: cabo, articulação e ponta ativa. Parte de um Fórceps: Cabo deve ser estriado para não escorregar e ter boa apreensão; onde a força é realizada; Articulação; Ponta ativa dependendo de seu formato será a indicação do seu uso; encaixa-se no colo do dente. Fórceps Maxilares Fórceps nº 150: Para pré-molares e incisivos maxilares; Fórceps nº 18R e 18L: Para molares maxilares. Fórceps nº 65: Para raízes residuais ou raízes seccionadas cirurgicamente; Pode ser utilizado em qualquer região. Fórceps mandibulares Fórceps nº 151: Incisivos e pré-molares mandibulares; Fórceps nº 17: Molares mandibulares; Fórceps nº 16: Molares inf com comprimento de furca periodontal. Exodontia simples: Avaliação clínica: Acesso ao dente (abertura bucal); Condições periodontais; Condições da coroa clínica. Exame radiográfico: Proximidade com estruturas nobres; Condição óssea adjacente; Configuraçãodas raízes; Presença de hipercementose e dilaceração radicular. Etapas de uma exodontia simples: Sindesmotomia liberação do tecido gengival; Luxação lateral com elevadores apoiando sempre em osso sadio; nunca em dente que será extraído; Luxação apical e lateral pressão apical e movimentos vestíbulo-lingual com fórceps; Avulsão via alveolar do elemento. Princípios mecânicos: Alavanca pequena força transforma-se em grande movimento; realizado com uso de elevadores; Cunha ponta ativa do instrumento toma o lugar do dente, fazendo o movimento de cunha; realizado com uso de fórceps e elevadores; Roda e eixo elevadores apoiando em osso sadio e dente a ser removido; fazer movimento de rotação. Principais movimentos do Fórceps: Pressão apical rombe as fibras da região apical do ligamento periodontal; Pressão vestíbulo-lingual expansão das corticais por pressão firme, controlada e de velocidade lenta; Rotação somente em pré-molares inf. Cuidados transoperatórios: Curetagem: se necessário; Limagem: remoção de espículas ósseas; Manobra de chompret: reposiciona as pares alveolares; Tamponamento com gaze. Papel da mão aposta: Afastar bochechas, lábios e linha: melhor visualização do campo operatório; Suporte e estabilização da mandíbula do paciente: evitar luxação condilar; Apoio do processo alveolar: evitar fratura das tábuas ósseas; Proteger os outros dentes dos instrumentos. Papel do assistente: Mesmo papel da mão aposta do operador; Sucção de fluídos e soluções irrigadoras. Técnicas auxiliares a exodontia: Com a idade os ossos vao ficando cada vez mais com maior conteúdo mineral; É mais fácil fraturar uma raiz de um idoso do que de uma criança; Quando ocorre uma fratura radicular ou se não é possível realizar a exodontia por via alveolar temos de lançar mao de técnicas auxiliares. Odontosecção: Visa diminuir a resistência na remoção do dente; Separar as raízes para evitar fratura radicular e das tabuas ósseas; Realizar com alta rotação fresas diamantadas ou laminadas; “Divida o dente, preserve o paciente.” Exodontia via não-alveolar: Fraturas radiculares; Cárie radicular acentuada; Hipercementose; Para a preservação do osso, visando uma fratura instalação de implantes, tenta-se abrir uma janela mais apical e remover as raízes ou fragmentos, preservando a porção mais cervical da tabua óssea vestibular. Acidentes e complicações: A melhor maneira de lidar é a prevenção; Planejamento é fundamental para evitar a ocorrência de complicações; Realize a cirurgia para as quais você esta preparado. Reconheça seus limites. Prevenção de acidentes e complicações: Realizar o histórico médico adequadamente; Estar sempre em posse do exame imaginológico adequado; Realizar os princípios cirúrgicos básicos adequadamente; Explicar corretamente ao paciente as recomendações pós-operatórias. Complicações transoperatórias: Lesão do tecido mole: Laceração de retalho (suturar); Perfuração tecidual pela broca (não sutura); Abrasão (não sutura). Lesão das estruturas ósseas: Fratura de tabua óssea (remover caso o fragmento não estiver aderido ao perósteo); Fratura de túber; Fratura de mandíbula (raro); Comunicação buco-sinusal. Lesão do dente em questão: Fratura radicular (janela lateral – via alveolar ou não); Deslocamento de fragmentos radiculares para seio maxilar (remover) ou para fossa infra- temporal e/ou espaço sub-mandibular (proservar). Lesão de nervos adjacentes: Caso ocorra perda de sensibilidade, aguardar para voltar; normalmente entre 2 meses a 2 anos; Caso tenha ocorrido a secção parcial ou completa do nervo (neurotmese), encaminhar ao cirurgião BMF para a realização da ligadura do nervo. Hemorragia transoperatórias: Hemorragia arterial pinçar a arteria e aguardar cerca de 10 min ou cera de abelha para osso; Hemorragia venosa tipo lençol; Hemorragia venosa: Tamponamento com gaze por 5 min; Esponja de fibrina absorvível (GelFoam), ou celulose oxidada regenerada (Surgicel) ou cera de abelha para osso; Sutura oclusiva em massa; Fármacos anti-fibrinolíticos. Fármacos anti-fribrinolíticos: Acido tranexâmico 250mg TRANSAMIN; Em caso de emergência ministrar 1 ampola de 5ml mantendo por via oral 2 comprimidos a cada 8 hrs por 2 dois; A injeção por via endovenosa deverá ser a mais lenta possível, cerca de 1ml por minuto. Complicações pós-operatórias: Hemorragia pós-operatória: Normalmente venosa; Anestesiar e curetar, removendo todo o coágulo antigo; Proceder com os mesmos procedimentos da hemorragia trans-operatória; Equimose: Sangramento entre as fáscias musculares; Comum em idosos; Difícil de evitar, mas não há perigo; Tendo certeza de não ser um processo infeccioso, proceder terapida com calor. Processos infecciosos: Alveolite seca; Alveolite úmida; Deiscência da ferida cirúrgica; Abscesso odontogênico; Abcesso cerebral; Angina de Ludwig. Alveolite seca Perda do coágolo, alvéolo vazio com exposição óssea; Dor intensa a partir do terceiro ou quarto dia do P.O; Odor e gosto desagradável; Tratamento anestesia à distância, irrigação com água fenolada aquecida e curativo com Alveolson ou Alveolex (eugenol e benzocaína); não curetar. Alveolite úmida Presença do coágulo em desarranjo, alvéolo com corpos estranhos; Dor moderada a intensa além de odor e gosto desagradável; Tratamento anestesia à distância, curetagem, preenchimento do alvéolo com sangue e sutura. Deiscência da ferida cirúrgica: Dor intensa a partir do terceiro ou quarto dia de pós operatório; Odor e gosto desagradável; Tratamento anestesia à distância, curetagem e raspagem do osso necrótico, abundante lavagem com soro fisiológico e sutura. Abcesso odontogênico: Muito raro hoje em dia; Drenagem via alvéolo se possível; Drenagem intra ou extra oral; Antibioticoterapia por 7 dias. Abcesso cerebral: Complicação mais comum por via ascendente; Encaminhar ao serviço médico com extrema urgência; Se demorado a tratar, grande chance de evoluir ao óbito. Angina de Ludwing: Complicação mais comum por via descendente; Acometimento dos espaços submandibulares e sublinguais bilateralmente; Encaminhar ao serviço médico com extrema urgência; Se demorado ao tratar, grande chance de evoluir ao óbito. Comunicação buco-sinusal: Pode evoluir para uma sinusite crônica e fístula buco-sinusal crônica; Em comunicações pequenas, suturar bem e recomendar ao paciente que evite realizar pressão negativa; Em comunicações maiores, utilizar retalho de palatino rodado, ou ocluir a comunicação com o corpo adiposo da face. Em qualquer um dos casos prescrever associação de antibióticos; Amoxilina + clavulanato de potássio + metronidazol; Prescrever também algum descongestionantes nasal. Mediastinite descendente necrosante: Quando não tratado e o paciente não vai a óbito, a angina de Ludwig pode evoluir para uma mediastinite descendente necrosante; A taxa de mortalidade é de 40%.
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