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Atresias intestinais

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Atresias intestinais
Tatiane Lira – MED UFPE
· 
· Definição:
· Obstrução intestinal congênita decorrente da falta de continuidade do TGI.
· Malformação que representa ausência da luz intestinal.
· Não passa nada, a luz do intestino não se comunica: precisam ser corrigidos rapidamente.
· Causa consequências até IU, principalmente se a atresia for muito proximal.
· Até 6-7m: 
○ Crescimento do feto através da placenta. 
· 8-9m: 
○ Grande parte da nutrição se baseia na deglutição do líquido amniótico.
○ Se há obstrução do TGI, esse líquido se acumula na cavidade amniótica da mãe.
○ O útero percebe esse volume extra.
○ Como consequência, tem-se prematuridade, baixo peso.
· Incidência:
· 1:7.500-10.000 nascidos vivos.
· Não tem preferência pelo sexo.
· Quanto à ocorrência nas partes do intestino:
· Etiologia: ocorre como consequência de 2 fatores
1. Falha da vacuolização do tubo intestinal primitivo:
· Acontece muito previamente (10s: embrião).
· Tubo digestivo na vida IU começa a se desenvolver como tubo sólido.
· À medida que cresce, vacuoliza p/ formar a luz do intestino. 
· Se há falha nessa vacuolização, deixa um “tabique”, deixando a luz sem comunicação.
· Acometem + frequentemente o duodeno, porque ele tem irrigações diversas e praticamente não se mexe na migração, então é difícil ter problema vascular.
· Muito associado a síndromes genéticas, principalmente síndrome de Down.
2. Acidentes vasculares que comprometem a viabilidade de um segmento do intestino:
· Ocorre quando o intestino já está formado (em feto). 
· É importante lembrar que ele se desenvolve fora da cavidade abdominal:
○ Quando ela começa a se desenvolver e o fígado deixa de ocupar todo o espaço, o intestino se acomoda no abdome.
○ Cecum na FID, duodeno do lado direito da aorta.
· Intestino médio, íleo e jejuno tem irrigação através de pontes de vasos.
· Quando o intestino vai p/ cavidade abdominal, podem ocorrer dobras ou alguma coisa que faz com que uma parte do intestino fique isquêmica.
· Essa parte consequentemente vai morrer/desaparecer e fazer c/ que segmentos fiquem separados.
· Acometem preferencialmente o íleo e o jejuno (são bem + moveis, estão + expostos a problemas vasculares), sendo bem + ecléticas.
I) Atresia em continuidade: tem tabique (diafragma) intraluminal, mas não falta nenhuma parte.
II) Cordão fibroso que liga parte proximal da distal.
IIIa) Separação completa entre os cotos e defeito no mesentério sob forma de V (pedaço avascular desapareceu até o mesentério).
IIIb) Forma + complexa c/ dano vascular extenso: jejuno grande formando uma clava e íleo enrolado em espiral feito uma casca de maçã ao redor da a. mesentérica.
IV) Corda de salsicha: atresias múltiplas.
· Não se associam com síndromes genéticas.
· Quadro clínico:
· Polidrâmnio: 
○ Acúmulo de líquido, na cavidade amninótica, que não é metabolizado pelo bb.
○ Causa crescimento de fundo de útero + acentuando do que numa gestange normal.
· Vômitos biliosos: vômito verde.
· Distensão abdominal.
· Falha na eliminação de mecônio: 
○ Eliminam, mas não em aspecto normal.
○ Eliminam como massa branca ou acinzentada, catarro.
OBS.: Ocorrem de maneira diferente de acordo com a topografia da atresia:
Atresias proximais (duodeno) = pouca distensão e vômitos precoces.
Atresias distais (íleo) = distensão abdominal intensa e vômitos tardios.
· Diagnóstico:
· US:
○ Diagnóstico pré-natal:
▪ US morfológica, que evidencia dilatações no intestino do feto.
▪ Tem dilatação (bolinha preta) nas partes saudáveis (estômago, duodeno…) e no resto do intestino não se observa essas dilatações.
○ Diagnóstico pós-natal:
▪ Radiografia simples de abdômen em pé se nascer e desconfiar desse quadro: espera 6h e faz.
OBS.: normalmente se observaria presença de gás em estômago e intestinos, que se apresenta como múltiplas áreas radiotransparentes (aspecto de “favo de mel” em praticamente todo abdome)
☆ Normalmente, se observa níveis hidroaéreos que aumentam de n° quanto + distal for e ausência de ar nos seguimentos distais. 
☆ Na atresia duodenoal o sinal clássico é a dupla bolha de ar (estômago e duodeno) e p/ baixo não tem + ar nenhum.
☆ Na atresia de íleo ou jejuno, se observa várias bolhas de ar e, apartir de um ponto, não tem + ar.
☆ Quando + alças tiver antes da obstrução, + distendido o pcte fica.
▪ Enema opaco:
☆ Quando a radiografia simples não consegue definir.
☆ Se houver dúvida entre atresia de íleo e megacólon congênito.
☆ Na atresia de íleo mostra um intestino grosso quase s/ haustrações e em forma de sinal de interrogação: chamado de microcólon ou cólon de desuso.
· Tto:
· Sempre cirúrgico.
· Pré-operatório:
○ Manutenção da temperatura corpórea, descompressão gástrica por meio de sonda nasogástrica e cateter endovenoso. 
○ Precisa regularizar hidratação e eletrólitos. 
○ Precisa agir + rápido que na atresia de piloro, pois nesses casos não passa nada.
○ Mas não é uma emergência, é uma urgência.
· Operatório:
○ Consiste fazer anastomose entre os segmentos intestinais separados pela atresia, o + rapidamente possível após o nascimento do bb.
○ Duodeno: 
▪ Faz "emenda"... Faz buraco longitudinal, encosta e sutura (duodenoduodenostomia).
○ Jejuno e íleo: 
▪ Resseca parte dilatada e anastomose o intestino normal c/ parte normal após a dilatação (que é bem pequenininha).
▪ Se anastomosa s/ ressecar, a parte dilatada nunca bombeia direito (alça cega, suboclusão) pois ocorreu displasia muscular (distendeu tanto que não consegue contrair p/ ocluir).

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