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1 CETOACIDOSE DIABÉTICA Bruna Schulthais e Jorge William Pereira Módulo de Urgências - 2019.2/2 CASO CLÍNICO CASO CLÍNICO Um jovem de 19 anos foi levado ao serviço de emergência por apresentar dor abdominal difusa, vômitos e nível de consciência alterado. Os sintomas do paciente surgiram há vários dias, quando ele se queixou de “gripe”. Naquele momento, seus sintomas eram uma fadiga profunda, náusea, desconforto abdominal e aumento da frequência urinária. Hoje, ele foi encontrado na cama gemendo e irresponsivo. Sua história médica pregressa é irrelevante e atualmente ele não está tomando nenhuma medicação. CASO CLÍNICO Um jovem de 19 anos foi levado ao serviço de emergência por apresentar dor abdominal difusa, vômitos e nível de consciência alterado. Os sintomas do paciente surgiram há vários dias, quando ele se queixou de “gripe”. Naquele momento, seus sintomas eram uma fadiga profunda, náusea, desconforto abdominal e aumento da frequência urinária. Hoje, ele foi encontrado na cama gemendo e irresponsivo. Sua história médica pregressa é irrelevante e atualmente ele não está tomando nenhuma medicação. CASO CLÍNICO Ao exame físico, mostrou-se pálido e doentio. Sua temperatura é de 36 graus, a FC está de 140 bpm, a PA 82/40 mmHg e a FR de 40 irpm. Ao exame da cabeça e pescoço, constatou-se que suas membranas mucosas estão ressecadas, os olhos estão fundos e seu hálito exala um dor incomum. Os pulmões estão bilateralmente limpos. Percebe-se frequência e profundidade das respirações aumentadas. O exame cardíaco revelou a ocorrência de taquicardia e ausência de murmúrios, atritos ou galopes. O abdome apresenta dor difusa à palpação, com ruídos hidroaéreos hipoativos e defesa muscular involuntária. O exame de toque retal resultou normal. A pele está fria e ressecada, com diminuição do turgor. Ao exame neurológico, o paciente estava gemendo, sem déficits focais e conversava com coerência. Exames laboratoriais: contagem de leucócitos 16.000/mm3; nível normal de hemoglobina; sódio 124 mEq/L, potássio 3,4 mEq/L, cloro 98 mEq/L e bicarbonato 6 mEq/L. Uréia e creatinina levemente aumentadas. Glicose sérica: 740 mg/dL. Os níveis séricos de amilase, bilirrubina, tgo, tgp e FA estão normais. ECG evidencia taquicardia sinusal. A radiografia de tórax não apresenta anormalidades. CASO CLÍNICO Ao exame físico, mostrou-se pálido e doentio. Sua temperatura é de 36 graus, a FC está de 140 bpm, a PA 82/40 mmHg e a FR de 40 irpm. Ao exame da cabeça e pescoço, constatou-se que suas membranas mucosas estão ressecadas, os olhos estão fundos e seu hálito exala um dor incomum. Os pulmões estão bilateralmente limpos. Percebe-se frequência e profundidade das respirações aumentadas. O exame cardíaco revelou a ocorrência de taquicardia e ausência de murmúrios, atritos ou galopes. O abdome apresenta dor difusa à palpação, com ruídos hidroaéreos hipoativos e defesa muscular involuntária. O exame de toque retal resultou normal. A pele está fria e ressecada, com diminuição do turgor. Ao exame neurológico, o paciente estava gemendo, sem déficits focais e conversava com coerência. Exames laboratoriais: contagem de leucócitos 16.000/mm3; nível normal de hemoglobina; sódio 124 mEq/L, potássio 3,4 mEq/L, cloro 98 mEq/L e bicarbonato 6 mEq/L. Uréia e creatinina levemente aumentadas. Glicose sérica: 740 mg/dL. Os níveis séricos de amilase, bilirrubina, tgo, tgp e FA estão normais. ECG evidencia taquicardia sinusal. A radiografia de tórax não apresenta anormalidades. 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Cetoacidose diabética Estado hiperosmolar hiperglicêmico X INTRODUÇÃO ▹ A cetoacidose diabética corresponde a 4-9% das internações hospitalares em pacientes com DM ▹ Tem uma taxa de mortalidade menos que 3% ▹ O estado hiperosmolar hiperglicêmico corresponde a <1% das internações em pacientes com DM ▹ Tem uma taxa de mortalidade de 3-20% 2. FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA (etiologia) Diabetes Mellitus Diminuição da insulina ou resistência à sua ação Dificuldade de transportar a glicose para o meio intracelular Glicopenia intracelular Equilíbrio do meio: glicemia muito mais elevada que o normal Nova homeostase FISIOPATOLOGIA (fatores precipitantes) Fatores precipitantes Alteração da relação insulina/glucagon Aumento da gliconeogênese e glicogenólise Glicemias progressivamente maiores Diurese osmótica Desidratação e aumento da osmolaridade FISIOPATOLOGIA (acidose) ▹ A acidose se soma ao quadro quando há alteração do metabolismo dos lipídios Aumento da produção de glucagon Diminuição da produção da enzima malonil coenzima A Aumento da da carnitina-palmitil -transferase Estabelecendo um quadro de CETOACIDOSE Produção de ácido aceto-acético, ácido beta-hidróxibutírico e acetona Produção de energia usando os lipídios Consumo da reserva alcalina e diminuição posterior do pH sanguíneo Grande produção de lípidios e triglicerídios Pode desencadear uma pancreatite FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA ▹ Aumento da atividade da lipase hormônio-sensível ▹ Aumento da produção de prostaglandinas vasodilatadoras e vasoconstritoras: hipotensão, náuseas e vômitos ▹ Aumento de citocinas e fatores pró-coagulantes como o inibidor do plasminogênio tecidual, aumentando o risco de tromboembolismo 4. FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO PARA EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL ▹ Extremos de idade ▹ Hipotensão ▹ Choque FATORES PRECIPITANTES DE DESCOMPENSAÇÃO ▹ Infecções ▹ Má-aderências ou descontinuação do tratamento ▹ Primeira descompensação diabética ▹ Outros 3. QUADRO CLÍNICO QUADRO CLÍNICO Tríade clássica da cetoacidose diabética pH arterial <7.3 Glicemia > 250mg/dl Cetonemia positiva Estado hiperosmolar hiperglicêmico Glicemia > 600mg/dl pH arterial > 7,3 Osmolaridade > 330 mosm/kg QUADRO CLÍNICO ▹ Podrômos : poliuria, polidipsia, polifagia e mal-estar indefinido ▹ Sinais e sintomas da cetoacidose: taquipneia, ritmo respiratório de kussmaul, hálito cetônico, dor abdominal, náuseas e vômitos ▹ Sinais de alerta para EHH: fatores neurológicos QUADRO CLÍNICO CETOACIDOSE DIABÉTICA ESTADO HIPEROSMOLAR HIPERGLICÊMICO Idade 20-29 anos Idade usualmente >50 anos Instalação abrupta em horas Instalação insidiosa em dias a semanas Presença de polis Presença de polis Sinais de desidratação Desidratação muito intensa Dor abdominal e vômitos Usualmente sem dor abdominal e vômitos Sinais de acidose metabólica com taquipneia e respiração de Kussmaul Sem sinais de compensação de acidose Normalmente alerta Geralmente há rebaixamento de nível de consciência Déficit de água de 6L Déficit de água de 6-9L K pode estar aumentado (acidose) K usualmente normal ou diminuído pH <7,3 pH geralmente >7,3 5. EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES COMPLEMENTARES ▹ Gasometria ▹ Glicemia ▹ Eletrólitos ▹ Hemograma ▹ 1ª → arterial 2ª → venosa de 4/4h 1ª → laboratorial 2ª → capilar de 1/1h K+ (2/2h), Na+, P+, Cl- e outros (12/12h) Leucocitose → secundário ao estresse da condição Leucocitose → infecção ⬆ Hb e Ht EXAMES COMPLEMENTARES ▹ Urina Tipo I ▹ Cetonemia/Cetonúria ▹ ECG ▹ RX de tórax ▹ Osmolaridade ▹ Outros exames conforme necessidade do paciente Infecção beta-hidroxibutirato fita reagente a ácido acético Isquemia coronariana? Complicação de hipercalemia? Infecção Na+ corrigido = Na+ medido + {1,6 x [(glicose-100)/100]} Osmolaridade efetiva = 2 x Na+ corrigido + glicemia/18 5. TRATAMENTO TRATAMENTO ▹ Internar o paciente! ▹ Dividido em 6 partes: ▸ Hidratação ▸ Insulinoterapia ▸ Repsição de K+ ▸ Reposição de Bicarbonato ▸ Reposição de P+ ▸ Correção de fatores predisponentes TRATAMENTO: hidratação ▹ Objetivo: estabilização hemodinâmica! 1ª 1000-1500ml de solução NaCl a 0,9% na 1ª h Se pcte continuar hipotenso pode repetir 2ª Mantém hidratação com 250-500ml/h (4ml/kg) Se Na+ < 135 → NaCl a 0,9% Se Na+ > 135 → NaCl a 0,45% 3ª Adicionar glicose a 5-10% àhidratação quando glicemia = 250-300mg/dL (1L de solução glicosada + 20ml de solução de NaCl a 20%) TRATAMENTO: insulinoterapia ▹ PA BAIXA? ▹ Concomitante com hidratação, EXCETO SE K+ <3,3 mEq/L → repõe K+ Bomba de infusão contínua EV Dose inicial de 0,1U/Kg de insulina em bolus + manutenção com infusão de bomba em 0,1U/Kg/h OU Infusão em bomba de 0,14U/Kg/h (sem bolus inicial) Insulina Regular IM ou SC 0,4U/Kg (meio em bolus EV e meio IM ou SC) + manutenção com 0,1U/Kg/h IM ou SC OU TRATAMENTO: insulinoterapia ▹ A queda da glicemia deve ser entre 50 e 70mg/dL por hora; ▸ Se menos → dobrar dose da insulina; ▸ Se mais → diminuir a dose da insulina pela metade; ▹ Parar insulinoterapia quando atingir pelo menos 2 dos 3: ▸ pH > 7,3 ▸ Ânion gap ≤ 12 ▸ Bicarbonato ≥ 15 TRATAMENTO: reposição de K+ Se K+ < 3,3 Repõe 25mEq de K+ em 1L de solução de NaCl a 0,9% Repetir dosagem Se 3,3 < K+ < 5,0 Repõe 25mEq de K+ a cada 1L de solução de hidratação Dosar K de 2/2h ou 4/4h Se K+ > 5,0 Não repõe! TRATAMENTO: reposição de bicarbonato ▹ Somente se pH ≤ 6,9: ▸ 100ml de solução de bicarbonato a 8,4% (100mEq EV em 2h); ▸ Coletar gasometria após 1-2h. TRATAMENTO: reposição de P+ ▹ Somente se: ▸ Disfunção cardíaca grave e arritmias; ▸ Fraqueza muscular e insuficiência respiratória; ▸ Rabdomiólise e anemia significativa; ▸ Concentração sérica < 1,0mEq/L; ▹ Fazer 25mEq de fosfato de potássio. TRATAMENTO ▹ Internar o paciente! ▹ Dividido em 6 partes: ▸ Hidratação ▸ Insulinoterapia ▸ Repsição de K+ ▸ Reposição de Bicarbonato ▸ Reposição de P+ ▸ Correção de fatores predisponentes 6. COMPLICAÇÕES COMPLICAÇÃO OBSERVAÇÃO Hipoglicemia + frequente Hipervolemia Mais comum em paciente com disfunção cardíaca Hipocalemia Pela perda na diurese, pode causar arritmias Alcalose metabólica + Comum em quem necessita repor bicarbonato SDRA Quando se usa colóide na reposição volêmica Edema cerebral RARO! + em crianças em uso de solução isotônica Dilatação gástrica aguda Forma extrema de neuropatia autonômica, cursa com risco de aspiração Murcomicose Infecção fúngica profunda dos seios paranasais durante a CAD TEV CAD e EHH são pró-trombóticas → faz profilaxia COMPLICAÇÕES ▹ Quando ligo pedindo leito na UTI? ▸ Desconforto respiratório agudo; ▸ Acidose pH < 6,9; ▸ Choque cardiogênico; ▸ Edema cerebral; REFERÊNCIAS ▹ Livro de emergências AQUI O B R I G A D O EXTRA GRAPHICS · HUMAN BODY FRONT41 EXTRA GRAPHICS · HUMAN BODY BACK42 SlidesCarnival icons are editable shapes. This means that you can: ● Resize them without losing quality. ● Change line color, width and style. 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