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Ação Penal e Extinção da Punibilidade

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOETE DA BAHIA
Departamento de Ciências Sociais Aplicadas - DCSA
Direito Penal - Professor Fábio Félix
Clarissa Lemos Mendes - Turma 39 - 3º Semestre
15 de dezembro de 2020
___________________________________________________________________________
Atividade Avaliativa 3ª unidade - Ação penal e Extinção da punibilidade
1. Ação Penal
A ação penal é o dispositivo legal, reconhecido como direito subjetivo público, cuja
aplicabilidade se dá após a ocorrência de um ato delitivo. O acometido, por meio deste,
invoca o poder punitivo do Estado - jus puniendi. Quando vítima, o direito à proteção;
quando agente, o direito à defesa. Nenhuma sanção de natureza penal pode ser realizada sem
que haja o cumprimento de condições estabelecidas em lei.
Os requisitos exigidos para o verdadeiro exercício do direito são: legitimidade das
partes; interesse de agir; possibilidade jurídica do pedido; justa causa. A legitimidade das
partes diz respeito à titularidade da ação, podendo pertencer ao Ministério Público (MP),
órgão acusador oficial, ou ao particular. Esta é primária, quando concedida ao titular oficial, e
secundária, quando legalmente transferida para outrem. Quando o MP, por inércia perante o
caso, deixa de prestar denúncia em tempo hábil, essa possibilidade é transferida ao particular
, transformando-se em ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública. O legitimado
ativo pode vir a sofrer modificações também em caso de morte do ofendido ou em ausência
judicialmente declarada. A segunda condição, interesse de agir, é bipartida de acordo com a
necessidade e a utilidade. Dessa forma, discutisse no ato de realização de uma ação penal o
“interesse-necessidade” (sempre existente, pois a intervenção do Estado é sempre necessária
à resolução de conflitos) e o “interesse-utilidade” (analisa-se o potencial ofensivo do ato
cometido e a pena que poderá vir a ser aplicada). A possibilidade jurídica da ação diz respeito
a providência pretendida pelo interessado, cabendo a análise da possibilidade antes mesmo
que o caso chegue ao juízo. Justa causa diz respeito a apresentação de lastro probatório, ainda
que mínimo, pois os fatos narrados na peça inicial precisam de suporte para que as
investigações sigam adiante.
Como disposto no artigo 100 do Código Penal, toda ação penal é pública, salvo as
circunstâncias expressas. Entretanto, a ação penal pode ser representada no âmbito público ou
no privado. As de iniciativa pública são promovidas pelo MP (como órgão oficialmente
responsável), enquanto as de iniciativa privada são sustentadas pelo ofendido ou por outrem
dotado de capacidade de representação. As ações penais de iniciativa pública podem ser
classificadas como incondicionadas - que não exigem qualquer condição para que a ação e o
inquérito sejam iniciados (regra, segundo o já referido art. 100) - ou condicionadas - esta está
submetida ao requerimento do ofendido ou do Ministério da Justiça, sendo que o MP só
poderá iniciar qualquer ato a partir da denúncia dos supracitados. Seja ela condicionada ou
incondicionada, a ação penal pública deve obedecer os seguintes princípios:
obrigatoriedade/legalidade (o MP tem que dar início à ação analisando a existência da
tipicidade, ilicitude e da culpabilidade, além de algum lastro probatório); oficialidade (tem a
função de garantir que as ações públicas sejam executadas pelo MP); indisponibilidade (fica
vedado, por meio deste, que o MP desista de levar adiante uma ação penal iniciada, o que
nada tem a ver com absolvição ou demais formas de cessação da ação); indivisibilidade (em
casos de concurso de pessoas, todos os indivíduos devem receber a mesmo tratamento) e
intranscendência (dita que somente se tornará alvo da ação penal aquele que supostamente
tenha praticado o ato delitivo). As ações de iniciativa privada podem ser “propriamente ditas
(proferidas pelo ofendido ou por quem tenha capacidade de representá-lo) ou “subsidiária da
pública” (quando o MP comete falha temporal - e somente neste caso - no cumprimento do
prazo para apresentação da queixa, o particular - ofendido ou representante - pode assumir o
papel deste, garantindo seu direito à justiça, enquanto o MP funcionará como fiscal da lei). A
ação privada personalíssima é aquela que só poderá ser oferecida pelo ofendido, única e
exclusivamente, pois a ofensa diz respeito somente à si, podendo optar por continuar ou não
com a ação penal.
2. Extinção da punibilidade
A punição é a consequência dos atos considerados típicos, ilícitos e culpáveis.
Entretanto, por alguns motivos que serão listados doravante, o costumeiro não é posto em
prática. A declaração de extinção da punibilidade deverá ser registrada nos autos do processo,
podendo ser requisitada pelo Ministério Público (MP), pelo querelante (ofendido ou
responsável) ou pelo querelado (agente).
A morte do agente é a causa de extinção prevista no artigo 107 do Código Penal (CP).
Em respeito ao princípio da personalidade, a pena que poderia vir a ser, ou foi, aplicada ao
agente do crime em questão não mais poderá ser posta em prática se este tiver falecido. O
mesmo acontece com a multa, pois esta não poderá ser quitada pelos herdeiros, por ser de
caráter pessoal, já que sua vigência se encerrará com a morte do agente.
A anistia é o perdão concedido pelo Congresso Nacional, como dita o artigo 21 da
Constituição Federal (CF), usual e historicamente em casos de crimes políticos, mas que pode
ser aplicado em qualquer crime, desde que não seja considerado hediondo, assim como a
graça e o indulto. Esses, diferentemente do anterior, são aplicados pelo presidente da
república. A graça é também conhecida como indulto individual, por ser de caráter pessoal,
enquanto o outro é concedido coletivamente por meio de um decreto.
A abolição de tipos penais é, também, uma forma de configurar a extinção da
punibilidade. Quando não mais se considera uma conduta como ato criminoso, os indivíduos
tutelados por cometimento de tal, terão sua punição suspensa. Esse abrandamento se dá por
questões de política criminal, consequência de mudanças na sociedade. A abolição do tipo
penal exclui qualquer consequência jurídica, inclusive os antecedentes e a reincidência.
A decadência se configura quando a vítima ou representante perde o direito de
prestação de queixa ou representação devido ao tempo decorrido. Quando, após a
identificação do ofensor, deixa-se passar 6 (seis) meses, como dita o artigo 103 do CP, o
ofendido perde o direito, caso disposição expressa em contrário. Já a perempção apenas se
aplica aos casos de ação penal propriamente dita ou personalíssima. Como dito no artigo 60
do CP, este dispositivo se aplica quando: “o querelante deixa de promover o andamento do
processo por 30 (trinta) dias”; “falecendo o querelante ou sobrevindo a sua incapacidade (...)
dentro do prazo de 60 (sessenta) dias”; “quando o querelante deixa de comparecer, sem
motivo justificado, a qualquer ato do processo (...) ou deixar de formular o pedido de
condenação nas alegações finais”; “quando sendo o querelante pessoa jurídica, esta se
extinguir sem deixar sucessor.”. A presença do advogado “devidamente constituído com
amplos poderes” em todos os atos não configura a perempção.
Podendo ser expressa ou tácita, a renúncia do direito de queixa está listada no artigo
50 do CP, e pode ser feita pelo ofendido, procurador com amplos poderes ou por responsável
legal. É expressa quando o querelante assina declaração de renúncia, e tácita quando as ações
deste não são compatíveis com o esperado. Esta, quando posta sobre crimes realizados em
concurso de pessoas, deve ser concedida a todos os agentes. Quando houver mais de um
ofendido, o fato de um ter abdicado do direito não impede que os demais prestem queixa.
Quando já iniciada a ação penal, caso o ofendido ou representante opte por conceder
um perdão ao querelado, deverá o fazer de forma processual (nos autos da ação penal de
iniciativa privada), extraprocessual (fora dos autos da ação penal de iniciativa privada),
expressa(quando houver declaração assinada pelo ofendido ou representante) ou tácita
(prática de atos incompatíveis com a intenção de prosseguir a ação). Em casos de crimes com
concurso de pessoas, a regra a ser aplicada será a mesma da renúncia.
O instituto da retratação se aplica quando o agente “reconhece o erro cometido e o
denuncia à autoridade, retirando o que havia dito”. O ato de voltar atrás é característico da
calúnia e da difamação, falso testemunho ou imperícia. Segundo o artigo 143 do CP, o agente
que se arrepender do dito, poderá se retratar antes da prolação da sentença, ficará isento da
pena. Tal não se aplica ao crime de injúria.

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