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HIPERTENSÃO ARTERIAL

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HIPERTENSÃO ARTERIAL 
Karen Soares - 2020.2 
DEFINIÇÃO 
 Hipertensão arterial é uma condição clínica 
multifatorial caracterizada pela elevação 
sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 
mmHg. 
EPIDEMIOLOGIA 
 Morte por DCV – hipertensão arterial é 
responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% 
das mortes por AVE. 
FATORES DE RISCO 
 Idade 
 Sexo e etnia 
 Álcool 
 Sedentarismo 
 Ingesta de sal 
 Fatores socioeconômicos 
 Genética 
 Obesidade 
DIAGNÓSTICO 
ANAMNESE 
 História completa: tempo de diagnóstico, 
evolução, tratamento prévio, fatores de risco, 
história familiar, comorbidades, dieta, hábitos e 
vícios, aspectos socioeconômicos, IAM ou AVC 
prévios. 
EXAME FÍSICO 
 Medição em 2 momentos e nos 2 braços. 
 Peso, altura, IMC, FC. 
 Circunferência abdominal. 
 Sinais de lesão de órgão-alvo. 
 Retina: fundoscopia – fios de cobre e prata. 
 
 Pulsos periféricos. 
 Sopros. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 Análise de urina 
 Potássio plasmático 
 Glicemia de jejum 
 Ritmo de filtração glomerular 
 Creatinina plasmática 
 Colesterol total, HDL-C e triglicérides 
 Ácido úrico plasmático 
 ECG 
Recomendação: 
- Medição anual da PA nos 
adultos com >120x80 
mmHg 
- A cada 2 anos em adultos 
com PA ≤ 120x80 mmHg 
OUTROS TIPOS DE HAS 
EFEITO DO AVENTAL BRANCO 
 O EAB é a diferença de pressão entre as medidas 
obtidas no consultório e fora dele, desde que essa 
diferença seja igual ou superior a 20 mmHg na PAS 
e/ou 10 mmHg na PAD. 
 Essa situação não muda o diagnóstico, ou seja, se 
o indivíduo é normotenso, permanecerá 
normotenso, e se é hipertenso, continuará sendo 
hipertenso; pode, contudo, alterar o estágio e/ou 
dar a falsa impressão de necessidade de 
adequações no esquema terapêutico. 
HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO 
 É a situação clínica caracterizada por valores 
anormais da PA no consultório, porém com valores 
considerados normais pela MAPA ou MRPA. 
 Com base em quatro estudos populacionais, a 
prevalência global da HAB é de 13% (intervalo de 
9-16%) e atinge cerca de 32% (intervalo de 25-
46%) dos hipertensos, sendo mais comum (55%) 
nos pacientes em estágio 1 e 10% no estágio 3. Se, 
em termos prognósticos, a HAB pode ser 
comparada à normotensão é uma questão ainda 
em debate, porque alguns estudos revelam que o 
risco CV em longo prazo desta condição é 
intermediário entre o da HA e o da normotensão. 
HIPERTENSÃO MASCARADA 
 É caracterizada por valores normais da PA no 
consultório, porém com PA elevada pela MAPA ou 
medidas residenciais. 
 A prevalência da HM é de 13% (intervalo de 10-
17%) em estudos de base populacional. 
 Vários fatores podem elevar a PA fora do 
consultório em relação à PA nele obtida, como 
idade jovem, sexo masculino, tabagismo, consumo 
de álcool, atividade física, hipertensão induzida 
pelo exercício, ansiedade, estresse, obesidade, 
DM, DRC e história familiar de HAS. 
 A prevalência é maior quando a PA do consultório 
está no nível limítrofe. Em diabéticos, a HM está 
associada a um risco aumentado de nefropatia, 
especialmente quando a elevação da PA ocorre 
durante o sono. 
HIPERTENSÃO SISTÓLICA ISOLADA 
 É definida como PAS aumentada com PAD normal. 
A hipertensão sistólica isolada (HSI) e a pressão de 
pulso (PP) são importantes fatores de risco 
cardiovascular (FRCV) em pacientes de meia-idade 
e idosos 
COMO AFERIR A PA? 
 
 MAPA 
 Monitorização ambulatorial da PA. 
 É um método que permite o registro indireto e 
intermitente da PA durante 24 horas ou mais, 
enquanto o paciente realiza suas atividades 
habituais durante períodos de vigília e sono. 
 Uma das características mais específicas é a 
possibilidade de identificar as alterações 
circadianas da PA, durante o sono. 
 São atualmente consideradas anormais as medidas 
de PA de 24 ≥ 130x80 mmHg, vigília ≥ 135x85 
mmHg e sono ≥ 120x70 mmHg. 
INDICAÇÕES DE MAPA 
 Discordância importante entre a PA no consultório 
e em casa. 
 Avaliação da diminuição da PA durante o sono. 
 Suspeita de HÁ ou falta de queda da PA durante o 
sono habitual em pessoas com apneia de sono, 
DRC ou diabetes. 
 Avaliação da variabilidade da PA. 
 MRPA 
 Medição residencial da PA. 
 Consiste em 3 medições pela manhã, antes do 
desjejum e da tomada da medicação, e três à 
noite, antes do jantar, durante cinco dias. Outra 
opção é realizar 2 medições em cada uma dessas 
duas sessões, durante sete dias. 
 São considerados anormais valores de PA ≥ 
135x85 mmHg. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 
TRATAMENTO 
NÃO MEDICAMENTOSO 
 Controle de peso 
 Diminuição da ingesta de sal 
 Exercício físico 
 Controle de estresse 
 Cessação – tabagismo e etilismo 
MEDICAMENTOSO 
 HIPERTENSÃO ESTÁGIO 1 E RCV 
BAIXO/INTERMEDIÁRIO: 
- Precisa de pelo menos 90 dias de tratamento não 
medicamentoso, sem resposta de melhora. 
 HIPERTENSÃO ESTAGIO 2 OU 3 E/OU RCV: 
- Tratamento não medicamentoso + medicamentoso 
imediato. 
 PRÉ-HIPERTENSÃO: 
- A utilização de medicamentos poderá ser uma opção, 
levando-se em consideração o risco CV e/ou a presença de 
DCV. 
 
 
METAS PRESSÓRICAS 
 
COMPLICAÇÕES DA HAS 
 Acidente vascular cerebral (AVC) 
 Infarto agudo do miocárdio (IAM) 
 Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) 
 Doença renal crônica (DRC) 
 Retinopatia 
MEDICAÇÕES 
 DIURÉTICOS 
HIDROCLOROTIAZIDA 
 Tiazídico 
 Age no túbulo contorcido distal; aumenta a 
excreção de sódio e cloreto. 
 Diminui o volume circulante efetivo; 
 1ª escolha 
 12,5 – 25mg (1x/dia – pela manhã) 
 Efeitos colaterais: 
- ↑ colesterol; glicemia; ácido úrico; triglicerídeos 
- ↓ eletrólitos; volemia 
- Fraqueza, câimbra, disfunção erétil. 
FUROSEMIDA 
 Diurético de alça 
 20-40 mg (1x ou 2x/dia) 
 Mesmos efeitos colaterais dos tiazídicos 
 Pacientes com insuficiência renal (Cr > 2mg/dL e 
TGF >30 mg/dL): HAS + edema (ICC). 
ESPIRONOLACTONA 
 Poupador de K+. 
 25-100 mg (1x ou 2x ao dia). 
 Menos efeitos colaterais que os tiazídicos. 
 Geralmente associado a tiazídicos ou de alça. 
 
 INIBIDORES ADRENÉRGICOS 
ALFA-METILDOPA 
 Ação central (alfa-agonista). 
 500-1500 mg (2 a 3x/dia) 
 Fraco anti-HAS. 
 Deve ser a escolha para a gravidez. 
 Efeitos colaterais: 
- Reação auto-imune 
- Febre 
- Galactorreia 
- Disfunção hepática 
PROPRANOLOL 
 Beta-bloqueador não seletivo. 
 1° geração. 
 Reduz a FC. 
 40-240 mg (2 a 3x/dia) 
 Contraindicações: asmáticos, DPOC, DAOP, BAV 
grau 2 ou 3. 
 Efeitos colaterais: 
- Insônia terminal 
- Tremor 
- Cefaleia vascular 
- Síndromes hipercinéticas 
- Disfunção erétil e redução da libido 
ATENOLOL 
 Beta-bloqueador seletivo. 
 2° geração; 
 Reduz FC 
 25-100 mg (2 a 3x/dia) 
CARVEDILOL 
 Beta-bloqueador não seletivo. 
 3° geração. 
 3,125 -6,25 mg (1 a 2x/dia) 
DOXAZOSINA 
 Alfa-bloqueador. 
 Usar preferencialmente em associação 
 1-16 mg (1x/dia) 
 Pacientes com hiperplasia prostática benigna. 
 
 BLOQUEADORES DE CANAL DE CA 2+ 
 Mecanismo de ação: age nas células musculares 
lisas das arteríolas. 
 
 
ANLODIPINA 
 Diidropiridínico 
 2,5 -10 mg (1x/dia) 
 Efeitos colaterais: 
- Cefalia pulsátil 
- Tontura 
- Rubor facial 
- Edema periférico 
NIFEDIPINA 
 Diidropiridínico 
 20-60 mg (2 a 3x/dia) 
VERAPAMIL 
 Não-diidropiridínico 
 Mais indicado em caso de arritimias 
 Efeitos colaterais: 
- Hipertrofia gengival 
- Dermatite ocre 
 
 INIBIDORES DA ECA – IECA 
 
 São nefroprotetores 
 Reduzem a morbimortalidade cardiovascular 
 Contraindicado na gravidez 
 No início da TTO há piora da função renal 
(hipercalcemia, aumento da ureia e creatinina) 
 Efeitos colaterais: 
- Angioedema 
- Tosse 
- Hipersensibilidade 
CAPTOPRIL 
 25-150 mg (2 a 3x/dia) 
ENALAPRIL 
 5-40 mg (1 a 2x/dia) 
 
 BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE 
ANGIOTENSINA – BRA 
 
 São
nefroprotetores 
 Reduzem a morbimortalidade cardiovascular 
 Contraindicados na gravidez. 
LOSARTANA 
 25-100 mg (1 a 2x/dia) 
 Efeitos colaterais semelhantes a IECA (exceto 
tosse) 
CRISE HIPERTENSIVA 
URGÊNCIA 
 Captopril 25 mg – 2 comprimidos (intervalo de 20-
30 minutos entre eles). 
- Oral > sublingual. 
- Retorno para rever medicação. 
EMERGÊNCIA 
 Com lesão de órgão alvo: resolver 1 em 2h no 
máximo. 
 Administração endovenosa: nitroprussiato de 
sódio 0,25-10 mg/kg por 1 a 2 minutos.

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