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DOENÇAS COMUNS DA TIREOIDE Como funciona a síntese dos hormônios tireoidianos? A glândula tireoide tem folículos, tem os tireocitos e no meio tem o coloide. O principal componente do colóide é a tireoglobulina. · O iodo que a gente come vai ser organificado na tireoglobulina através da tireoperoxidase (TPO). A tireoperoxidase ela pega o iodo e vai formando complexos de iodo dentro da tireoglobulina, são os famosos MITs e DITs. E é a combinação de MIT com DIT que vai formar T3 e T4. · A glândula tireoide forma mais T3 ou T4? Forma mais T4 e quem vai agir é T3. Então, por que forma mais T4 do que T3? Pois o T4 vai ser perifericamente convertido em T3 mediante a necessidade do corpo. · Como vem a estimulação da tireoide para produzir os hormônios? O TSH produzido pela hipófise e o TRH produzido pelo hipotálamo que vai estimular a hipófise a liberar o TSH. · Quem estimula a hipófise a parar a produção de TSH? Feedback negativo pelos próprios hormônios tireoidianos. O que os hormônios tireoidianos fazem? Aumentam metabolismo, estimulam tudo. HIPOTIREOIDISMO · Síndrome clínica resultante da deficiente produção ou ação dos hormônios tireoideanos. · O que essa síndrome clínica causa? É o “Alentecimento” generalizado dos processos metabólicos, pois se o hormônio tireoidiano é o que estimula, a falta dele faz com que tenha uma lerdeza metabólica. PODE SER: Primário · Problema na tireoide. É a tireoide que não produz. · É o mais comum - 95 % dos casos. · Prevalência mundial: cerca de 5%. · Pode ser endêmico em áreas com deficiência de iodo. · Mais comum em mulheres mais velhas. · Aumento de prevalência com a idade. · Principal causa é a autoimune, a tireoide de Hashimoto. Secundário · Causa hipofisária. A hipófise não produz TSH. Terciário · Causa hipotalâmica. O hipotálamo não produz TRH. *O Hipotireoidismo Central (secundário e terciário), muitas vezes é impossível saber se a gente está diante de um problema hipofisário ou hipotalâmico, seja qual for a causa o TSH está baixo, porque se o problema é hipófise não produz TSH e se o problema é hipotálamo não produz TRH, portanto a hipófise não produz TSH – muito raro (0,005% na população geral) *Primário, secundário e terciário são hipotireoidismo adquirido. Hipotireoidismo congênito – 1/4-5 mil nascidos vivos. Precisa ser diagnosticada cedo. FATORES DE RISCO Principal é a tireoidite de Hashimoto (95 % das causas). Por isso, os fatores de risco acabam sendo para tireoidite de Hashimoto. Sendo então: · Idade acima de 60 anos; · Sexo feminino; · Bócio; · Nódulos na tireóide; · História familiar de doença tiroidiana; · Radioterapia em cabeça e pescoço; · Radiação externa e iodoterapia; · Doença autoimune tiroidiana ou extra tireoide. A doença da tireoide adora se associar a outras doenças autoimunes. Então, ter uma doença autoimune é fator de risco para ter doença autoimune da tireoide; · Drogas: lítio, amiodarona (é inimiga mortal da tireoide. Isso porque iodo é bom, mas iodo em excesso pode fazer o efeito wolff-chaikoff) A tireoide tem um mecanismo de defesa, imagine o que ia acontecer com o corpo se tivesse uma sobrecarga de iodo e a tireoide respondesse a isso aumentando a produção de hormônio tireoidiano, o organismo ia entrar em crise tireotóxica. Então, como um mecanismo de defesa, a tireoide devido à sobrecarga de iodo desliga a produção de excesso de iodo); · Tabagismo. *Quais são os efeitos do TSH na tireoide? Além de estimular a produção de hormônios tireodianos, eles estimulam crescimento da glândula. Então, na hora que você ver um paciente com bócio, umas das suspeitas tem que ser o aumento do TSH. E umas das principais causas de aumento de TSH é hipotireoidismo, pois não tem o hormônio tireoidiano, não tem feedback negativo e TSH sobe. Então, não é que o bócio cause o hipotireoidismo, é que na hora que você ver um paciente com bócio, tem que suspeitar de hipotireoidismo. **Paciente que tinha hipertireoidismo e precisa tratar com iodo radioativo, isso pode evoluir com falência da tireoide.** CAUSAS · Redução do tecido tireoidiano funcionante: Não é um problema enzimático, é o tecido tireodiano mesmo que está com problema. E aí toda inflamação de tireoide pode evoluir para um hipotireoidismo. · Tireoidite de Hashimoto – causa mais comum – anticorpo antiperoxidase (antiTPO). É uma inflamação da glândula de origem autoimune, na qual existe um anticorpo antiperoxidase. Se a peroxidase é a enzima responsável por organificação de iodo, produção do hormônio. A gente tem uma inflamação justamente pela presença de um hormônio antiTPO que vai afetar a produção de hormônio, então isso evolui para hipotireoidismo; · Tireoidite sub-aguda; · Tratamento da doença de Graves: A doença de graves é a principal causa de hipertireodismo, mas a gente trata atacando a tireoide e a depender do tratamento, possa ser um tratamento que mata a tireoide. Por isso, o tratamento da doença de graves é uma causa comum de hipotireoidismo; · Doenças infiltrativas. A tireoide foi infiltrada por substância amiloide, por sarcoidose. Dessa forma, doença infiltrativa substitui o tecido tireoidiano e ele não funciona; · Agenesia de tireóide. *A tireoide já tem um certo grau de hormônios que já estão formados lá dentro. Na hora que começa a ter a inflamação aguda da glândula, quando a glândula está morrendo, ela libera o hormônio que já tinha sido formado, ela não está formando nada, mas na fase inicial está liberando na circulação o que já tinha sido produzido. Por isso que a tireoide, inclusive a tireoide de Hashimoto, pode começar com um quadro clínico de hipertireoidismo. · Defeitos na biossíntese e liberação dos hormônios: São mais raros · Disormonogênese congênita: Uma causa muito rara de hipotireoidismo congênito. O paciente tem a tireoide, mas essa não produz hormônio; · Grave deficiência de iodo: Iodo demais é ruim, pois desliga a glândula, mas iodo de menos a glândula não tem matéria prima; · Drogas. Hipotireoidismo Central: · Muito difícil separar o secundário e terciário. Um paciente que tem uma clínica de hipotireoidismo, tem um TSH baixo e, às vezes, você investiga e não ver a causa óbvia, pois são várias. Doença inflamatória, às vezes, não deixa claro o que está afetando; · Processos neoplásicos, inflamatórios, isquêmicos (pequenas isquemias podem não deixar claro onde foi, por isso difícil separar entre o hipotireoidismo secundário e terciário), infiltrativos ou traumáticos; · Comprometimento da capacidade secretória da hipófise ou do hipotálamo. Hipotireoidismo Congênito e na Criança: · Não é difícil de diagnosticar e as consequências, se não, diagnosticar são catastróficas. Congênito sem bócio: · Defeitos no desenvolvimento da glândula (mutação genética como agenesia) ou então essa gestante foi exposta a iodo radioativo durante a gestação. · Hiporresponsividade ao TSH (raro). **Se o paciente não tem tireoide, não responde ao TSH ou se a tireoide foi atacada durante o desenvolvimento não faz bócio.** Congênito com bócio: · Mais raro; · O problema é na síntese do hormônio. O TSH e a tireoide estão presentes. O TSH estimula a tireoide, a tireoide cresce, mas não produz hormônios; · Em crianças, a causa mais comum de hipo adquirido é Hashimoto. No recém-nascido: cretinismo (quadro grave e irreversível) Dificuldade respiratória, icterícia, cianose, má alimentação, choro rouco, acentuado retardo da maturação óssea; Na criança Retardo de crescimento e dificuldade de aprendizagem / Puberdade precoce com baixa estatura. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · Desaceleração generalizada dos processos metabólicos de todos os órgãos; · Acúmulo de glicosaminoglicanos (quando o metabolismo proteico não acontece de forma correta são formados compostos anormais que acaba se depositando no espaço intersticial e vai gerar uma alteração no tecido). Isso acontece tanto no hipotireoidismo como no hipertireodismo. Então, esse acúmulo de glicosaminoglicano no espaço intersticial é chamado de mixedema. A manifestação máxima do hipotireoidismo é chamada de coma mixedematoso; ·Comprometimento geral do organismo; · Grande variação e riqueza de sintomas: Perda gradual da função >> clínica insidiosa; · Pode ser assintomático ou oligossintomáticos: Gravidade da doença, exames de triagem; · Astenia, sonolência, intolerância ao frio (a geração de calor é comprometida, a calorigênese é comprometida), pele seca e descamativa, voz arrastada, hiporreflexia profunda, edema facial, anemia (não absorve direito nutriente, não estimula direito a MO), bradicardia, ganho ponderal, irregularidade menstrual, queda de cabelo. *Hipotireoidismo faz ganho ponderal, mas hipotireoidismo não faz uma pessoa que tinha um IMC de 20 ir para um IMC de 35. Ele por si só NÃO faz obesidade. O que acontece que muitas vezes o hipotireoidismo acaba sendo acompanhado de sedentarismo. *Se tiver resquícios de sintomas, o tratamento não está bom. *As manifestações clínicas variam demais, desde pacientes assintomáticos (hipotireoidismo subclínico - já tem aumento de TSH) até pacientes com coma mixedematoso. Como é progressivo, a clínica tende a ser insidiosa, não é um paciente que estava bem ontem e amanhã tem um quadro de hipotireoidismo hiperflorido. Pele e anexos: · Pele: fria e pálida por ↓ de fluxo sanguíneo, atrofia da camada celular, hiperceratose com aspecto de pele áspera; · ↓ de sudorese por queda da calorigênese e produção de suor; · Descoloração; · Unhas frágeis, cabelo quebradiço, alopecia; · Edema sem cacifo (mixedema): Casos mais graves. Infiltração por glicosaminoglicanos e retenção hídrica. Aparelho cardiovascular: Bradicardia, diminuição do débito cardíaco, bulhas hipofonéticas, derrame pericárdico. Função Pulmonar: diminuição da resposta ventilatória à hipóxia e hipercápnia = Respirações superficiais e lentas. Função Renal: retenção hídrica pela incapacidade de excretar sobrecarga de líquidos = Edemas. Aparelho Reprodutor: Hipermenorragia, infertilidade, galactorréia, disfunção erétil redução de libido. Olhos: Edema periorbitário sem mixedema. Sistema Digestório: Redução de motilidade, constipação, anemia perniciosa, doença celíaca, anorexia, distensão. *A tireoide e o fígado se odeiam. A tireoide parou de funcionar (hipotireoidismo) aumenta as transaminases. Hipertireoidismo aumenta as transaminases. Vou tratar o hipertireodismo, pois é tóxico para o fígado. Muscular: Cãibras, fraqueza, mialgia. Metabólico: Aumento de LDL e triglicérides, aumento de transaminases, LDH. Neurológico: Cefaleia, tonturas, zumbido, hiporreflexia, alterações vestibulares, déficits cognitivos, distúrbios visuais e auditivos, parestesias, nistagmo, tremores. Anemia: A medula óssea pode estar hipoestimulada. Diminuição da síntese de hemoglobina, deficiência de ferro por hipermenorréia e menor absorção, deficiência de folato (< absorção de ácido fólico), deficiência de vitamina B12; Obs: O paciente não precisa ter tudo isso. Hipotireoidismo no RN: O diagnóstico pode passar batido, pois não é um quadro muito florido no início. · Persistência da icterícia fisiológica, choro rouco, constipação, sonolência, hérnia umbilical, atraso da maturação óssea; · Retardo mental importante e irreversível; · TRIAGEM NEONATAL! · Início após os 2 anos: Ausência de retardo mental/Baixa estatura, rendimento escolar ruim, atraso do desenvolvimento puberal. *Teste do pezinho faz exame de hipotireoidismo congênito. *Começa a tratar mesmo sem manifestações clínicas.Cretinismo DIAGNÓSTICO Primário (problema na tireoide): TSH elevado, T4L e T3 baixos Por que a triagem é feita com TSH? O que precisa chegar nos tecidos é T3 e T4. Se começou a reduzir a produção, o corpo aumenta a produção de TSH e isso muitas vezes segura o nível de T3 e T4 normal. Por isso, o exame feito na triagem de hipotireoidismo é o do TSH. Não pede T3, pois mesmo os pacientes que têm hipotireoidismo, às vezes, começam a existir uma secreção preferencial de T3 e o nível do T3 pode estar normal e esse paciente tem um TSH elevado e às vezes até o T4 livre está bagunçado. Por isso, ter T3 normal NÃO significa que não tem hipotireoidismo. Então, o que a gente dosa é TSH e T4 livre. · Alteração mais precoce: alteração do TSH (hipo subclínico); · Secreção preferencial de T3 (1/3 dos pacientes pode ter T3 normal). Central: T4L baixo. TSH pode estar normal, baixo ou até mesmo alto. A maioria é baixo, mas existe uma doença raríssima que pode fazer com que é um TSH alto que é ineficiente, não deixa de ser um hipotireoidismo central, pois ele sai deficiente da hipófise, ele não age, mas ele está alto. TRATAMENTO Levotiroxina · Dose única diária, em jejum; · Dose inicial de acordo com peso e idade; · Avaliar resposta de acordo com TSH e T4L; · Dosar a cada 6-8 semanas até alvo. Após, 1-2x/ano. Ajustar dose até atingir meta de TSH · Você vai medir pelo TSH, se o TSH está dentro do alvo 0,5-2,5 mUI/L para adultos e até 10 em idosos acompanha uma, duas vezes no ano. O contrário também existe você pode acabar suprimindo o TSH do indivíduo, significa que está dando dose demais e isso não é bom. O objetivo é TSH dentro do alvo. · Hipotireoidismo subclínico (T3 e T4L normais, mas já às custas de elevação de TSH – tratamento controverso. *Não precisa saber as doses. Coma Mixedematoso · Complicação mais grave da doença: Quadro grave de hipometabolismo. Esse paciente faz insuficiência respiratória, hipotermia, bradicardia absurda; · Alta mortalidade (60%); · Doença grave, não diagnosticada ou tratamento inadequado; · Não vem do nada, geralmente tem fatores precipitantes (infecções, medicamentos, AVC, ICC, frio); · Fatores precipitantes (infecções, medicamentos, AVC, ICC, frio); · Redução do nível de consciência + hipotermia; · Bradicardia; · Hipotensão; · Hipoventilação; · Hiponatremia; · Hipoglicemia; TRATAMENTO A tríade clássica de um coma mixedematoso: redução do nível de consciência, hipotermia e um fator precipitante. Redução de consciência e hipotermia tem que pensar na possibilidade de um coma mixedematoso. · Emergência: Não aguardar resultados de exames laboratoriais. Portanto, é um diagnóstico clínico e fica difícil se o paciente não tinha história prévia de hipotireoidismo. · Identificar e tratar fatores precipitantes. · Suporte hemodinâmico e ventilatório. · Volume e correção hidroeletrolítica. Atenção para o sódio desse paciente!!!! · Aquecimento lento e gradual. Aquece com coberto térmico, manta ou solução aquecida. · Levotiroxina EV + corticoides EV. Por que corticoide? São dois motivos: o metabolismo está todo lentificado, inclusive a produção de corticoide endógeno. Você dá levotiroxina, o metabolismo do indivíduo vai acordar, vai precisar então de corticoide, pois ele não estava produzindo, então não tem. Ele vai entrar em uma insuficiência adrenal, pois o mecanismo vai exigir corticoide e não tem. HIPERTIREOIDISMO · Do ponto de etiologia é mais complicado que hipo; · É importante saber a causa, pois o tratamento muda; · Existem dois mecanismos fisiopatológicos básicos e o que difere é o nível de captação de iodo da glândula. · Hipertireoidismo com a glândula captando muito iodo: Quando o indivíduo tem hipertireoidismo com a captação de iodo normal ou alta significa que essa síntese hormonal está acontecendo na glândula, a tireoide está sintetizando mais do que deveria. Nesses pacientes eu posso atacar a tireoide. · Hipertireoidismo com a glândula captando pouco iodo: Se o paciente tem clínica de hipertireoidismo, tem T4L alto, mas a tireoide não está captando hormônio? É um paciente que a glândula está morrendo, não está captando iodo está sendo atacada por inflamação. Mas, justamente porque a célula está morrendo ela está liberando na circulação um monte de hormônio pré-formado que ela já tinha ou então, o paciente tem uma fonte extratireoidiana de hormônio que está suprimindo a tireoide. Adianta alguma coisa atacar essa tireoide? Não, pois não é ela que está produzindo hormônio, então meu tratamento tem que ser outro. Como ver a captação de iodo? Cintilografia com iodo radioativo. O que não significa que vai ser feitoem todos pacientes. · Causas de hipertireoidismo com captação aumentada: · Doenças autoimunes e tecido tireoideano autônomo. · Doença de Graves - principal. Doença autoimune que causa aumento da produção de hormônio tireoidiano. · Adenoma tóxico e bócio multinodular Surge dentro da tireoide um nódulo que é autônomo e produz hormônio independente de TSH. - Hiperplasia focal ou difusa de células foliculares; - Capacidade funcional autônoma. · Mediado por TSH – Hipertireoidismo central. Geralmente um problema na hipófise que faz com que aumente a produção de TSH ou é uma hipófise que não reponde ao feedback. - Adenoma hipofisário; - Resistência do TSH ao feedback neg. dos hormônios tireoidianos. · Causas de hipertireoidismo com captação reduzida/ausente: São as tireoidites ou então um paciente que está tomando hormônio ou uma produção em outro lugar que não a tireoide. · Tireoidites, ingestão exógena de hormônio, produção ectópica; · Tireoidites: hipertireoidismo >>> hipotireoidismo; · Tireoidite de deQuervain (síndrome pós viral). É uma síndrome pós viral e depois do quadro viral principal esse paciente evolui com febre, astenia e uma tireoide aumentada e muito dolorosa. Geralmente resolve sozinho. · Tireoidite pós parto, tóxica, por radiação, lítio, amiodarona; · Tecido ectópico; · Tumores ovarianos, metástases funcionais de cânceres de tireoide. *Se não está captando hormônio é porque está sem glândula (*n tenho certeza, ficou ruim de ouvir), mas o paciente tem hipertireoidismo ou a glândula está sendo atacada, está morrendo e liberando o que já tinha produzido, o que significa que se isso não melhorar pode virar um hipertireoidismo ou tem algum lugar, que não a tireoide, produzindo hormônio. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · Efeito estimulatório sobre o metabolismo e tecidos; · Sintomas Gerais: Palpitações, sudorese, intolerância ao calor (calorigenese aumentada), perda de peso (paciente não fica desnutrido por conta de hipertireoidismo), hiperfagia, fadiga, fraqueza muscular (metabolismo funciona demais e consome demais), nervosismo, insônia, tremores; · Pele e anexos: pele quente, sudorese, unhas de Plummer (onicólise - separação da unha do leito ungueal). · Achados Cardiovasculares: taquicardia, fibrilação atrial, dispnéia aos esforços, hipertensão sistólica, ICC de alto débito (o sintoma vem quando o coração tem incapacidade de fornecer oxigênio de acordo com a demanda do corpo, mas se a demanda do corpo é alta demais? O coração pode aumentar o DC, FC, mas não é suficiente para atender a demanda do organismo e esse paciente pode evoluir para clínica de ICC). · Sistema Digestivo: Aumento da motilidade intestinal = Hiperdefecação, podendo ou não vim com a diarreia. · Sistema Reprodutor: Oligomenorréia, abortos repetidos, diminuição da libido, disfunção erétil Doença de Graves: · Doença autoimune; · 80% dos casos de hipertireoidismo; · 3% das mulheres e 0,5% dos homens; · Pico entre 30-60 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária; · Minoria: remissão espontânea; · Progressão para hipotireoidismo, pois a glândula cansa; · Anticorpo contra o receptor do TSH (TRAb). Ele se liga ao receptor de TSH, só que ele não anula a ação do receptor, ele estimula. Então, ele age como se fosse o TSH e assim estimula o crescimento da glândula e o funcionamento da glândula. Além de aumentar T3 e T4 esse paciente faz bócio. Se pega um paciente com hipotireoidismo e bócio difuso e não nodular isso é doença de graves até que se prove o contrário. · Estímulo ao crescimento da glândula e síntese de hormônio; · T4L e T3 suprimem o TSH normal, então o TSH desse paciente vai está baixo, pois tem um anticorpo agindo como se fosse TSH; · Poligênica e multifatorial. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · Hipertireoidismo com bócio difuso · HiperT + Bócio difuso = DOENÇA DE GRAVES; · Bócio difuso + Exoftalmia: doença de graves; · Oftalmopatia infiltrativa; · Dermopatia (mixedema pré-tibial); Oftalmopatia da Doença de Graves: · Agressão autoimune intra-orbitária. O mesmo TRAB vai fazer uma inflamação intraorbitária; · Antes, durante ou depois do hiperT; · Clinicamente evidente em até 50%; · Espessamento dos músculos extraoculares, aumento da gordura retrobulbar, aumento da pressão intraorbitária; · Exoftalmia, redução da drenagem venosa, edema periorbital, hiperemia; · Diplopia, ptose, disfunção do nervo óptico; Classe-1: Retração palpebral Classe-2: Edema periorbitário e queimose Classe-3: Proptose Classe-4: Envolvimento da musculatura extra-ocular Classe-5: Envolvimento da córnea Classe-6: Perda da visão devido ao envolvimento do nervo óptico *Não vai cobrar as classes* Dermopatia (mixedema pré-tibial): · Acontece pela deposição de glicosaminoglicano e é principalmente na área pré-tibial, mas pode pegar a perna toda; · 5-10% dos casos; · Espessamento da pele, principalmente na área pré-tibial; · Acúmulo de glicosaminoglicanos; · Placas com pele espessada, aspecto de casca de laranja, coloração violácea; · Separação das unhas de seu leito: Unhas de Plummer; Unhas de Plummer Unhas de Plummer: Separação da unha do leito. Mixedema pré-tibial: Não precisa ser bilateral, mas na maioria das vezes é. E pode pegar outras áreas sem ser as pernas. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL · TSH baixo ou indetectável; · Elevação de frações totais e livres de T4 e T3; · No início pode haver apenas TSH baixo; · TRAb: - Pode estar presente em indivíduos saudáveis, portanto não existe ficar pedindo para pacientes assintomáticos dosagem de autoanticorpo. - Hipertireoidismo + TRAb: muito sugestivo de DG. · Anti-tireoglobulina (antiTg - 50%), Antitireoperoxidase o índice aqui é menor, não é tão alto (antiTPO – 90%). IMAGEM · Não precisa fazer, mas habitualmente faz ultrassom. · Captação de iodo radioativo em 24 horas · Não solicitar de rotina – dúvida diagnóstica. Quando o paciente tem só hipertireoidismo, não tem trab, não tem anti TPO, não tem antiglobulina. · Aumentado na grande maioria dos casos. USG: Glândula hipoecogênica (aquele que é visualizado através de exames de imagem, como a ultrassonografia, e que indica uma lesão de baixa densidade, geralmente formada por líquidos, gordura ou tecidos poucos densos) difusamente aumentada. Hipertireodismo com esse ultrassom é graves. TRATAMENTO: DOENÇA DE GRAVES Se o paciente tem hipertireoidismo por uma tireodite, tem pouca coisa que possa fazer para diminuir o nível do hormonio tireoidiano, a gente vai tratar os sintomas e esperar o quadro se resolver. Se o paciente tem produção de hormônio na glândula, tem que atacar a glândula. E existem 3 formas de atacar a glândula: · Drogas anti tireoideanas (tionamidas): - Inibe a tireoperoxidase e inibem a produção de T3 e T4 - Metimazol (só age na glândula) e propiltiouracil (também inibe a convserão periferica de T4 em T3)– bloqueio da peroxidase tireoideana. - Ajustar dose após eutireoidismo e manter na menor possível · Destruição da tireóide usando iodo radioativo. A chance de evoluir para hipotireodismo é altissima. · Remoção cirúrgica da tireoide. Obvio que vai evoluir para hipotireodismo. · Beta bloqueadores: usados no início do tratamento, principalmente se são pacientes se são: Idosos sintomáticos; FC> 90; doença cardiovascular. Além disso, eles inibem conversão periférica. Crise Tireotóxica: Exarcerbação grave do hipertireodismo, estimulaçaõ absurda do metabolismo. Qualquer hipertireoidismo faz, mas Grave é mais frequente. · Exacerbação grave de hipertireoidismo · Mortalidade: cerca de 10% · Qualquer causa de hipertireoidismo – Graves · Fatores precipitantes: Infecção, trauma, cirurgias, indução anestésica, sobrecarga aguda de iodo, gestação, parto, hipoglicemia, palpação de tireoide, estresse · Hipermetabolismo grave e manifestações adrenérgicas · Febre alta (>38 graus, é hipertemia, desregulação da temperatura), taquicardia importante, tremores, náuseas, vômitos, diarreia, desidratação (IRA pré renal), agitação, delirium, coma · Alteração extrema de comportamento, psicose · Edemas, hepatomegalia, dificuldaderespiratória · É esse paciente que geralmente evolui com quadro de ICC · Arritmias (FA) · Morte por arritmias, ICC, hipertermia Diagnóstico: · Clínico · TSH suprimido, elevação de T3 e T4 · Hiperglicemia, alteração de laboratório hepático · Leucocitose leve: Se a leucocitose for mais importante com desvio pensar em infecção Tratamento: Controle da tireotoxicose e ir atrás dos fatores precipirantes e fazer uma terapia de suporte: rastrear infecção, hidratar, controlar arritmia, suporte ventilatório, suporte cardiovascular e controle da temperatura (precisamos resfriar esse paciente). · Tionamidas: Propiltiouracil (tem que ser o propiltiouracil, aqui não escolhe metimazol ou propitioruraciil)– redução da produção e da conversão. · Iodo: Vai dá iodo, a crise tireoóxica já passou do ponto. Aumenta a sobrecarga de iodo para fazer Efeito Wolff-Chaikoff, só que não é só o iodo, ao mesmo tempo estou atacando a glândula. · Corticóides : Prevenir insuficiência adrenal relativa Reduzir conversão periférica · Beta bloqueadores: Reduzir sintomas adrenérgicos Reduzir conversão periférica Nódulos Tireoideanos: · Achado clínico comum: 20-76% dos pacientes que realizam USG · Maioria é benigna: 5-10% malignos · Cistos coloides, tireoidites, neoplasias benignas, carcinoma · Assintomáticos, descobertos em avaliação de rotina · Descartar câncer · Avaliar o status funcional da glândula · História clínica e exame físico · Função tireoideana · Exames de imagem · PAAF se necessário, se não conseguir afastar com segurança Fatores de risco para malignidade: · Sexo masculino · Jovens e idosos (< 20 e > 70) · Maioria é assintomático · Crescimento rápido, dor local, alteração da voz: Começar a ficar bem desconfiada. Não específico (CA geralmente é assintomático) · História familiar, já fez radioterapia de pescoço prévia, está com o TSH muito aumentado Exame Físico: · Tamanho · Consistência · Mobilidade · Sensibilidade · Adenopatia cervical Suspeito: · Único · Endurecido · Pouco móvel · Com adenopatia Investigação: TSH e T4L · Nódulos malignos não costumam ser autônomos, não costuma produzir hormônios. Por isso pacientes que tem cancer normalmente não tem hipertireoidismo. · Se paciente tem hipertireodismo e tem nodulo não é cancer. · Pacientes com CA geralmente são eutireoideos · Evidência de hipertireoidismo é forte indicativo contra malignidade USG · Melhor exame para detecção de nódulos e avalia as características · Sólidos, hipoecogênicos, margens irregulares ou infiltrativas, microcalcificações, fluxo sanguíneo intra nodular, adenomegalia suspeita. Cintilografia com iodo ou tecnécio – nódulos “frios” ou quentes” · Nódulos hipocaptantes (maioria) (capta iodo) – malignos em no máximo 15% · Nódulos hipercaptantes (não capta iodo) – muito raro serem malignos Obs: Então, a cintilografia normalmente não ajuda, por isso não deve ser feita sempre. 80 % dos nodulos frios não são malignos e a maioria dos quentes não são malignos. Então, fazer a cintilo não ajuda dizer se é maligna ou benigno. Quente. Frio- Em branco é a captação de iodo. A glândula tireoide capta o iodo, o nódulo não. PAAF – melhor método para diagnóstico definitivo O que fazer diante de um nódulo: Primeiro vai fazer a USG e a função tireoidiana. Se o paciente não tem hipertireoidismo, se é sólido acima de 1 cm já está valendo punção. · TSH, T4L, USG: Na ausência de hipertireoidismo, puncionar nódulo sólido, > 1 cm · Nódulo + hipertireoidismo: Se tem hipertireoidismo vale a pena a cintolografia, pois se esse nodulo é quente ótimo, o nodulo é responsável pelo hipertireoidismo, não é maligno. Agora se tem hipertireoidismo e é frio ele tem 2 problemas: hipertireoidismo por alguma motivo que não sei qual é e tem um nodulo frio e se o USG não foi suficiente para descartar cancer, faz PAAF. Nódulo quente geralmente não é cancer – tratar Nódulo frio geralmente não é cancer – PAAF se critérios suspeitos ao USG Achou nodulo precisa saber se é CA: Historia clinica, função tireoidiana e exame de imagem. Jessika Ferreira
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