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Relações Ecológicas Interespecíficas

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Semana 06 – Relações Ecológicas Interespecíficas.
Relações ecológicas interespecíficas são aquelas que ocorrem entre espécies diferentes. Elas podem ser harmônicas ou desarmônicas, apresentando resultados diferentes para cada espécie em cada tipo de interação, que podem ser positivos, negativos ou neutros.
Competição interespecífica
O primeiro caso de estudo é a competição. Essa forma de interação apresenta resultados negativos para os envolvidos. É referida quando os indivíduos fazem o uso ou defendem algum recurso limitante compartilhado, de modo que a disponibilidade dele é reduzida para todos. Nesse tipo de interação, o resultado esperado é a resistência da espécie competidora mais eficiente e a eliminação da outra, entretanto, mesmo que elas disputem o mesmo recurso, as duas podem coexistir, contanto que possuam diferenciação em seus nichos ecológicos, essa alternativa é chamada de princípio da exclusão competitiva.
A relação de competição interespecífica se torna prejudicial quando tratamos de populações invasoras, como é o caso da abelha-europeia, Apis mellifera, que compete com as abelhas sem ferrão nativas brasileiras, como a Scaptotrigona depilis. Essa interação ocorre, pois ambas precisam de néctar e pólen das flores, seus recursos limitantes. Porém, a abelha exótica acaba tomando o espaço da abelha nativa, e isso se dá por causa das suas características, como maior porte físico, maior agressividade, e ainda pela capacidade de forrageamento (busca por recursos) ser mais precoce. Esses comportamentos podem assolar as populações nativas, prejudicando a biodiversidade e os ecossistemas.
Predação ou Predatismo
Para a relação interespecífica de predação, conceituamos como o ato de um indivíduo (predador) se alimentar de outro (presa). Essa interação está classificada em três tipos: 
a) Predadores verdadeiros: matam a presa imediatamente após o ataque e consomem várias durante a vida. Exemplo: leões;
b) Herbívoros: não removem a presa de imediato, apenas se alimentam de partes dela e também consomem várias durante a vida. Exemplo: bovinos;
c) Parasitas: consomem partes ou metabólitos da sua presa (hospedeiro) e se alimentam de apenas uma durante a vida, podem viver dentro ou fora dos corpos. Exemplos: solitária, piolhos;
d) Parasitóides: agem como parasitas em parte do seu ciclo de vida, mas depois comportam-se como predadores verdadeiros, pois sua ação parasita provoca a morte do seu hospedeiro. Exemplos: algumas moscas e vespas.
O Modelo de Lotka-Volterra é um gráfico que demonstra a dinâmica de autorregulação das populações ao longo do tempo, sintetizando que as presas regulam a população de seus predadores. Para que isso ocorra, existem alguns pressupostos, sendo dois deles: a especialidade do predador, ou seja, ele deve se alimentar apenas de uma única presa, e a outra é que a presa deve ser regulada somente pelo seu predador.
Esse é o cenário de um sistema natural. Porém, com a influência humana, as reações encaminham-se de formas diferentes, pois a redução no número de presas não afeta a atividade do predador. É o caso do tatu-bola-nordestino, Tolypeutes matacus, que está em risco de extinção graças à caça. A sua interação com a espécie humana não passa pelo processo de autorregulação, pois o homem não é seu predador especialista, desse modo, não será afetado caso a população desse mamífero endêmico acabe. 
		Mutualismo
	A terceira e última interação de estudo é o mutualismo. Nele, as duas populações que interagem se beneficiam. Há três classificações dessa relação ecológica:
a) Dispersivo: pelo menos uma espécie está promovendo transporte para a outra. Exemplo: flor e abelha;
b) Tróficos: os envolvidos fornecem nutrientes específicos um ao outro. Exemplo: raízes de plantas e fungos;
c) Defensivos: fornecem proteção um para o outro, ou um fornece proteção em troca de alimento. Exemplo: formigas e acácias.
Os efeitos desse tipo de interação são o aumento das espécies no ecossistema, pois quando um deles está, o outro também, e ainda aumentam a oferta e diversidade de recursos, o que pode promover a redução nas chances de exclusões competitivas. 
Além disso, o mutualismo é bastante importante para a agricultura. A associação simbiótica micorriza ocorre entre fungos e raízes das maiorias das plantas. Ela melhora a capacidade da planta em explorar e absorver nutrientes do solo, principalmente o fósforo, enquanto os fungos absorvem açúcares. Quando um solo possui baixa fertilidade, a solução é a adição de fertilizantes fosfatados. Desse modo, se espera que essas bactérias contribuam para a economia do fósforo na agricultura, através dos bons rendimentos com níveis moderados de adubação fosfatada.
Referências 
· MENEZES, Cristiano et al. Competição entre abelhas durante forrageamento em Schefflera arboricola (Hayata). Bioscience Journal, v. 23, 2007.
· Publicado por João Paulo Vicente em National Geographic Brasil. Tatu-bola luta pela sobrevivência em região esquecida entre o Piauí e o Ceará, 2019. <https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2019/10/tatu-bola-luta-pela-sobrevivencia-em-regiao-esquecida-entre-o-piaui-e-o-ceara> Acesso em 31/08/2020.
· DE MIRANDA, Jeanne CC. Utilizacao das micorrizas na agricultura. Embrapa Cerrados-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E), 1981.

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