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EXAME DA CABEÇA E DO PESCOÇO

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MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
1 
EXAME DA CABEÇA E DO PESCOÇO 
Observar: 
 Forma 
 Volume e conformação 
 Superfície do crânio e couro cabeludo 
 Cabelos 
 Inspeção da face 
 Exame dos olhos 
 Exame do aparelho auditivo 
 Boca 
 Faringe 
 Linfonodos 
CRÂNIO 
 Forma 
 Volume 
 Conformação 
Aumento do crânio = macrocefalia (principalmente na hidrocefalia e também na acromegalia, 
doença de Paget óssea, raquitismo e cretinismo). 
Diminuição do crânio = microcefalia (infecções congênitas ou apenas constitucional) 
Crânio em forma de torre = turricefalia (presenta na betatalassemia major) 
Crânio oval em que o diâmetro longitudinal ou anteroposterior se apresenta exagerado = 
dolicocefalia 
Crânio grande, alongado, com fronte proeminente, achatado na parte superior = crânio raquítico 
Crânio curto= braquicefalia 
Crânio assimétrico= plagiocefalia 
SUPERFÍCIE DO CRÂNIO E COURO CABELUDO 
Deve-se repartir o cabelo e verificar a presença de reentrâncias, protuberâncias, cicatrizes de 
traumatismos e cirurgias, hematomas, cistos sebáceos, nódulo. 
Em lesões dermatológicas: 
 Procurar descamação, nevos e lesões elementares, destacando-se cor, formato e 
contornos. 
 Procurar dermatoses (dermatite seborreica, psoríase, pediculose, abscessos, lesões de 
varicela – vesículas e crostas). 
Em lactentes, avalia-se o fechamento de fontanelas (fontanela posterior – fechada ao nascer ou 
fechar nos primeiros meses de vida; fontanela anterior – fechada a partir dos 18 meses). 
Causas de aumento da fontanela ou fechamento tardio são: 
 Síndrome de Down 
 Hipotireoidismo 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
2 
 Displasias ósseas 
CABELO 
Observar cor, quantidade, distribuição, implantação, textura e padrão de perda, se houve. 
OBS1: a implantação é importante para avaliar a presença ou não se síndromes. 
Padrão de perda: 
 Alopecia areata (pelada) 
 Alopecia androgenética (sem perda em regiões posteriores e laterais do couro 
cabeludo) 
 Alopecia difusa (quimioterapia, lúpus) 
Observar a qualidade do cabelo  pode estar alterada no hipotireoidismo, insuficiência renal 
ou desnutrição 
FACE 
Observar o aspecto geral (fácies), pele, olhos e região orbitária, nariz, boca, região periorbicular 
e orelhas, avaliando assimetrias, movimentos involuntários, lesões de pele, edema, massa e 
deformidades específicas. 
Dismorfias e Assimetrias da face 
Prognatismo: proeminência exagerada de um ou ambos os maxilares, comum na acromegalia 
Retrognatismo: observável em certos casos de nanismo hipofisário e em outros casos de 
hipopituitarismo anterior. 
Assimetria facial pode ser por: paralisia facial unilateral (mais comum), hemi-atrofia facial, 
hemiespasmo facial e hemi-hipertrofia facial. 
As causas mais comuns de paralisia periférica e central são paralisia de Bell (etiologia herpética) 
e acidente vascular encefálico. 
PELE 
Observar textura, espessura, distribuição de pelos, cor e pigmentação. 
Discernir entre as lesões elementares de pele: pápulas, pústulas, máculas, crostas, lesões 
vesiculares, bolhas e lesões eritematodescamativas (determinar localização, tamanho, cor e 
forma da lesão). Descrever para a distinção das doenças: 
 Colagenoses (lúpus eritematoso sistêmico, dematomiosite) 
 Doenças infecciosas (varicela, herpes zoster, impetigo) 
 Farmacodermias e dermatoses específicas (psoríase, acne, dermatite atópica) 
Hirsutismo: ocorre crescimento excessivo de pelos terminais em áreas tipicamente masculinas 
como face, queixo, tórax, coxas e triângulo pélvico superior. 
Hipertricose: aumento generalizado dos pelos, e geralmente associada a determinadas etnias, 
a doença sistêmica ou ao uso de medicamentos. Não há padrão definido de distribuição dos 
pelos, sendo também mais finos e macios. 
 
 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
3 
OLHOS E REGIÃO ORBITÁRIA 
Avaliar: 
 Motilidade ocular extrínseca 
 Acuidade visual 
 Campimetria visual de confrontação 
REGIÃO ORBITÁRIA 
Observar os supercílios – fusão entre ambas pode ser fisiológica ou patológica 
Patológica: 
 Sinofris: confluência das sobrancelhas, comum na Síndrome de Cornélia Lange, em que 
há uma hiperplasia da porção medial dos supercílios. 
 Madarose: rarefação do terço distal dos supercílios, manifestação comum no 
hipotireoidismo, hanseníase, esclerodermia e sífilis. 
Observar pálpebras – forma e simetria 
Pálpebra invertida = entrópio palpebral 
Pálpebra evertida = ectrópio palpebral 
Telecanto: aumento da distância entre os cantos internos dos olhos. 
Criptoftalmia: ausência de pálpebras com a pele recobrindo o globo ocular. 
Coloboma de pálpebras: perda do contorno arredondado das pálpebras sendo estas irregulares. 
Avaliar a presença de edema palpebral (uni ou bilateral), coloração das pálpebras, lesões e 
presença de equimoses, adequação do fechamento palpebral e a forma das fendas palpebrais. 
Edema palpebral: processo inflamatório local (blefarite, hordéolo, calázio, traumatismo), 
infestação parasitária, manifestação local de doenças sistêmicas (nefropatias e endocrinopatias) 
e angioedema (edema de Quinck). 
Processo inflamatório local mais frequente: presença de hordéolo - infecção estafilocóccica 
dolorosa, sensível e avermelhada em uma glândula da margem palpebral que se assemelha a 
uma pústula ou espinha na borda palpebral. 
Calázio: nodulação indolor subaguda, que compromete a glândula meibomiana, localiza-se na 
face interna da pálpebra. 
Na fase aguda da doença de Chagas, aparece um edema inflamatório bipalpebral unilateral 
chamado sinal de Romana, associado à conjuntivite, dacrioadenite (inflamação da glândula 
lacrimal), aumento ganglionar pré-auricular e hepatoesplenomegalia. 
Xantelasmas: formações cutâneas amareladas, bem circunscritas, discretamente elevadas, nas 
porções nasais de uma ou ambas as pálpebras, que sugerem dislipidemias. 
Ptose palpebral: pode indicar miastenia grave, lesão do nervo oculomotor (terceiro par de nervo 
craniano), lesão da inervação simpática cervical (Síndrome de Horner), ptose senil e ptose 
congênita. 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
4 
Síndrome de Horner: a ptose é acompanhada de miose, ausência de sudorese na testa ipsilateral 
(anidrose) e enoftalmia, tendo como causa o tumor de Pancoast (localizado no extremo ápice 
do pulmão). 
Incapacidade de fechas as pálpebras completamente (lagoftalmia), reforçada pelo sinal de Bell 
(o globo ocular se levanta na tentativa de fechar a pálpebra), indica lesão de nervo facial (sétimo 
par de nervo craniano). 
Síndrome de Down: as fendas palpebrais são inclinadas para cima e para fora, com presença de 
prega epicantal, uma prega vertical de pele situação sobre o canto medial. 
Síndrome de Treacher Collins: fendas palpebrais são inclinadas para baixo e para fora. 
OLHOS 
O exame é realizado pedindo ao paciente que olhe para cima enquanto se comprime as duas 
pálpebras inferiores com os polegares, expondo a esclera. Nela, observamos icterícia ou 
coloração azulada decorrente de osteogênese imperfecta, doenças do colágeno e anemia 
ferropriva. 
Globo ocular: tamanho, posição, movimentos anormais, desvios do olhar, simetrias dos olhos 
nas órbitas. Palpa-se o globo ocular, avaliando tensão (aumentada no caso de glaucoma) e dor. 
Segmento anterior do olho: esclera, córnea, íris, pupila, cristalino, conjuntiva 
Segmento posterior do olho: só pode ser avaliado por exame de fundo de olho. 
Posição dos olhos: 
 Deslocamento anterior dos olhos (exoftalmia)  exoftalmia unilateral: doença de 
Graves, tumor ou infiltração da órbita; exoftalmia bilateral: doença de Graves 
 Deslocamento posterior dos olhos (enoftalmia)  enoftalmia unilateral: Síndrome de 
Claude-Bernard-Homer 
É importante avaliar o tamanho dos olhos para determinar se há: 
 Microftalmias (microcórneas) 
 Buftalmia (olhos grandesde glaucoma congênito) 
 Megalocórneas (córneas grandes com diâmetro ocular normal) 
Esclera: exame é realizado pedindo ao paciente que olhe para cima enquanto se comprime as 
duas pálpebras inferiores com os polegares, expondo a esclera. Nela observamos icterícia ou 
coloração azulada decorrente de osteogênese imperfecta, doenças do colágeno e anemia 
ferropriva. 
Córnea: 
 opacificação das córneas nas mucopolissacaridoses; 
 halo senil: halo espessado em torno da córnea comum em idosos 
 anel de Kayser-Fleischer: doença de Wilson, alterações pigmentares localizadas na 
membrana de Descemet 
Íris: 
 hipoplasia de íris: tumor de Wilms 
 hipopigmentação: mancha de Brushfield, observada na síndrome de Down 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
5 
Conjuntiva: observa palidez, hiperemia, edema, hemorragia subconjuntival ou secreção 
mucopurulenta. 
 Pinguécula: nódulo amarelado situado na conjuntiva bulbar, em qualquer lugar da 
esclera (comum no envelhecimento) 
 Pterígio: espessamento da conjuntiva bulbar, que cresce sobre a superfície externa da 
córnea, geralmente a partir do lado nasal. Tratamento cirúrgico. 
Pupilas: analisar se apresenta miose ou midríase e assimetria (anisocoria). 
 Reflexo fotomotor direto: ao incidir um feixe de luz sobre uma pupila, espera-se uma 
contração pupilar ipsilateral. 
 Reflexo fotomotor indireto ou consensual: espera-se uma contração pupilar 
contralateral. 
 Pesquisa-se também o reflexo de acomodação-convergência, em que se observa o foco 
e convergência das pupilas respectivamente com a aproximação de um objeto, 
avaliando assim a função dos nervos ópticos, oculomotor e troclear (II, III e IV 
respectivamente) 
 Neurossífilis: ocorre miose permanente, perda da reação fotomotora e conservação da 
reação de acomodação-convergência, constituindo o sinal de Argyll-Robertson 
 Para testar a acuidade visual utiliza-se o cartão de Snellen, com boa iluminação, 
testando em diferentes distâncias a capacidade de enxergar de perto ou de longe. 
SEIOS DA FACE 
Aperte a parte óssea das sobrancelhas de cima para baixo, para palpar os seios frontais. Em 
seguida, aperte os seios maxilares, de baixo para cima e as células etmoidais na junção do canto 
interno dos olhos com o nariz. 
Se apresentar hipersensibilidade dos seios paranasais pode suspeitar de sinusite aguda. 
NARIZ 
Avaliar tamanho, forma e alterações das suas diversas partes (raiz, dorso ou ponte nasal, ponta, 
aleta, narinas e septo), procurando observar a conformação de eminência nasal, deformidades 
(como na leishmaniose, hanseníase, sífilis congênita, granulomatose de Wergner, neoplasias), 
perfuração, desvio de septo, ulceração ou telangiectasias (síndrome de Rendu Osler Weber) e 
narinas (simetria, inflamação e epistaxe). 
Levanta-se a ponta do nariz e, com o auxílio de uma lanterna ou fonte luminosa, pode-se 
observar a narina. Também é possível o auxílio de espéculo nasal para melhorar visualização de 
estruturas. 
ORELHAS 
Avaliar região pré-auricular, meato auditivo externo, tamanho, forma, posição e rotação dos 
mesmos, cor da pele e presença de cianose no lobo. 
Observar também hélica, anti-hélice, tragus e lobo. 
Lanterna e otoscópio ampliam e facilitam a visualização do conduto auditivo externo e a 
membrana timpânica. 
Avalia-se o nível de implantação das orelhas  baixa (síndrome de Down e de Turner) 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
6 
Dor no tragus pode estar presente na otite externa, enquanto a dor atrás do pavilhão auricular 
pode estar presente na otite média. 
Avalia-se o tímpano quanto à presença de abaulamento ou perfuração, se há eliminação de 
secreção pelo conduto auditivo externo, além de corpos estranhos, vermelhidão de pele e 
edema. 
Lesões no pavilhão auricular: 
 Tofo gotoso (na hélice e anti-hélice) 
 Tumor basocelular 
 Lesão discoide do Lúpus Eritematoso Sistêmico 
 Condricte (policondrite recidivante) 
 Nódulos reumatoides 
 Otorragia como equimose retroauricular (sinal de Batlle) podem surgerir fratura de base 
de crânio, sinais de gravidade e traumatismo cranioencefálico. 
BOCA E FARINGE 
Examinam-se os lábios, parte interna das paredes laterais da boca, o assoalho da boca, a língua, 
os dentes, a abóbada palatina, as glândulas salivares e a secreção da saliva, o hálito e depois a 
faringe, com os pilares, o véu palatino e as amígdalas. 
Usa-se lanterna e um abaixador de língua. 
 LÁBIOS 
Observa- se presença de alteração na espessura e volume  aumento em angioedema de Quick, 
trauma, infecção e acromegalia 
Alteração na cor apresentando palidez quando o paciente estiver anêmico, cianose quando em 
insuficiência respiratória, vermelhidão na queilite, amarelado nas icterícias, escuro na doença 
de Addison e manchas hipercrômicas na síndrome de Peutz-Jeghers. 
A presença de queilite angular (processo inflamatório no ângulo da boca) pode estar associado 
à deficiência de ferro e B12, herpes labial ou monília. 
Em caso de ulcerações suspeitar de cancro sifílico, carcinoma ou epitelioma. 
Desvios de comissuras labiais: paralisias faciais 
 CAVIDADE ORAL 
Observar: coloração da mucosa, avaliando inflamação, presença de aftas ou úlceras (LES, doença 
de Behçer e doenças de Chron), mucosite pós-quimioterapia, radioterapia e Agranulocitose, 
placas esbranquiçadas (candidíase) ou manchas (mancha de Koplik, patognomônica do 
sarampo). 
Inspeção de bordas de gengivas e palato duro, verificando a presença de edema, gengivite, 
ulceração, infiltração ou hiperplasia. 
 LÍNGUA 
Avaliam-se o volume, aspecto geral, cor, brilho, textura, umidade, movimentos, estado das 
papilas (atrofia centralizada ou generalizada) 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
7 
Língua lisa e desapapilada: anemias carenciais, carcinoma de células escamosas, leucoplasia, 
candidíase, língua saburrosa, língua geográfica, ulcerações, desvio de língua (lesão do XII nervo 
craniano). 
 OROFARINGE 
Examinam-se palato mole, pilares anteriores e posteriores, úvula, amígdalas e a faringe 
posterior. 
Observam-se coloração e simetria, existência de exsudatos (amigdalite, mononucleose), 
presença de abcessos, pseudomembrana (difteria), edema, ulceração, hipertrofia amigdaliana e 
desvio de úvula para o lado saudável (paralisia do IX nervo craniano) 
PESCOÇO 
FORMA, POSIÇÃO E MOBILIDADE: 
As deformações cervicais podem ser devidas a posições ou à presença de edema e tumores. 
Torcicolo = espasmo da musculatura do pescoço limitado a um só lado  músculos 
comprometidos geralmente são o esternocleidomastoideo (ECOM) e o trapézio 
Rigidez na nuca: presente na meningite e na hemorragia subaracnóidea, sendo o sinal mais 
precoce de irritação meníngea. A pessoa não consegue encostar o queixo no esterno. *quando 
muito intensa a rigidez na nuca pode estar associada à rigidez de musculatura dorsal, 
configurando o Opistótono presente no tétano. 
Deformações do pescoço são comuns também em casos de tumores ganglionares, 
extraganglionares e grandes bócios. 
PELE E TECIDO CELULAS SUBCUTÂNEO 
Avaliar a presença de edema devido a inflamações originadas na boca, garganta, glândulas 
salivares e outras estruturas regionais. 
Pescoço de Stokes: ocupação mediastínica por adenopatias, tumores ou aneurismas da aorta, 
que tenham determinado compressão da VCS, a estase venosa consecutiva pode produzir um 
pescoço edemaciado, cianótico, com veias jugulares externas ingurgitadas. 
Observar abscesso, que podem ser: agudos (provêm de supurações de gânglios por infecções 
originadas na boca, garganta ou qualquer outra estrutura adjacente) ou crônicos (associados a 
trajetos fistulosos, são próprios de tuberculose ganglionar, actinomicose, coccidioidomicose e 
outras infecções granulomatosas). 
Fazer palpação de enfisema subcutâneo no pescoço devido à pneumomediastino, que confere 
uma crepitação como uma sensação de palpar um“saco de milho” 
TUMORAÇÕES CONGÊNITAS 
 Persistência do canal tireoglosso: tumoração cística localizada na parte média do 
pescoço, próxima ao osso hioide, com presença de cordão fibroso por baixa da 
tumoração que se encaminha em direção à parte média do osso hioide. O cisto sobre 
com o movimento da língua 
 Cistos dermoides: localização alta no pescoço, em linha média, geralmente 
submentoniano, podendo expandir-se para cima em direção ao soalho da boca. 
 Cistos branquiais: tumorações de consistência variável, localizadas logo abaixo do 
ângulo da mandíbula 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
8 
 Higromas: notados logo ao nascimento, localizados nas porções posterolaterais do 
pescoço (ou raramente submandibulares), caracterizados por grandes volumes e 
consistência amolecida. 
TUMORAÇÕES DE ORIGEM INFLAMATÓRIA 
 Provocadas por germes comuns (especialmente Staphylococcus): abcessos 
apresentando sinais e sintomas de inflamação aguda (tumor, calor, rubor e dor), com 
ou sem flutuação. Causas: infecções dentárias, amigdalites ou indeterminada. 
 Provocadas pelo bacilo de Koch: abcessos frios, sem calor ou rubor, originados pela 
supuração de um linfonodo cervical satélite infectado. Se ocorrer ruptura espontânea 
forma-se uma fístula. Se houver formação de múltiplas fístulas e cicatrizes é 
denominada escrófula. 
TUMORAÇÕES DE ORIGEM NEOPLÁSICA 
 Apresentam crescimento rápido, consistência endurecida, infiltração dos tecidos 
circunvizinhos, pouca mobilidade, ulceração 
 Tumorações de pescoço benignos: lipoma, shwannoma, hemangioma, linfagioma 
 Tumorações de pescoço malignos: lipossarcomas, neurossarcomas, fibrossarcomas, 
rabdomiossarcomas, hemangioendoteliossarcoma, linfangiossarcoma, carcinoma 
epidermoide e melanoma 
EXAME DAS GLÂNDULAS SALIVARES 
Glândulas salivares principais: parótidas, submandibulares e sublinguais 
Glândulas salivares menores: distribuídas pela mucosa das vias aéreas e digestivas superiores 
A principal sede de tumores benignos e malignos é a parótida. Esses tumores provocam elevação 
característica do lobo da orelha. Na presença de tumores de parótida ou submandibulares, 
pesquisa-se sinais de malignidade como paralisia facial, infiltração e ulceração da pele e 
linfonodos cervicais enfartados. 
Sialadenoses são tumefações moles, indolores, bilaterais das parótidas (envolvendo ou não 
glândulas submandibulares), que representam afecções metabólicas das glândulas salivares, 
podendo ser provocadas por uma série de doenças: diabetes, alcoolismo crônico, doenças 
carenciais, cirrose hepática, lúpus eritematoso. 
A parótida pode estar com seu volume aumentado durante a caxumba, caracterizada por 
apagamento do ângulo da mandíbula. 
EXAME DOS GÂNGLIOS LINFÁTICOS 
Verificar se as adenopatias são: localizadas ou generalizadas 
Palpação dos gânglios linfáticos: é necessário utilizar as pontas dos dedos indicador e médio, 
deslocando a pele sob os tecidos subjacentes em cada região. Use movimentos rotatórios 
suaves. O paciente deve estar relaxado, com o pescoço discretamente fletido para frente e, se 
necessário, um pouco inclinado para o lado examinado. 
Palpação dos gânglios submentoniano: palpa-se com uma das mãos enquanto a outra segura a 
parte superior da cabeça do paciente. 
Caracterizam-se os gânglios quanto a sua localização, tamanho, formato, delimitação (isolados 
ou fundidos), mobilidade, temperatura, consistência (pétrea ou elástica), hipersensibilidade, 
flutuação e fistulização. 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
9 
Em situações normais, os gânglios costumam ser pequenos, móveis, isolados, indolores e de 
consistência fibroelástica. Gânglios aumentados e dolorosos sugerem inflamação: gânglios 
duros ou fixos (aderentes a planos profundos) indicam doença maligna. 
OBS: nas linfonodomegalias de cadeias profundas necessita-se sempre de exames 
complementares de imagem. 
Sequência de palpação dos gânglios: 
 Pré-auriculares 
 Retroauriculares 
 Occipitais 
 Amigdalianos (ou angulares) 
 Submandibulares 
 Submentoniano 
 Cervicais anteriores 
 Cervicais posteriores 
 Cervicais superficiais e profundos 
 Supraclaviculares 
OBS: complementa-se o exame palpando, ainda, os gânglios axilares, epitrocleares e inguinais 
para diferenciar se o processo é local ou generalizado. 
Sinal de Troisier: gânglio solitário localizado na região supraclavicular esquerda correspondente 
a uma lesão metastática proveniente de doença maligna, torácica ou abdominal, especialmente 
de estômago e pâncreas. 
Deve-se de estabelecer: tamanho (em três dimensões), número (maior quantidade, pior 
prognóstico – doença de Hodgkin, AIDS), consistência (malignos – consistência lenhosa, não 
sendo compressíveis; inflamatórios – elásticos, moles), superfície (lisa ou irregular ; nodular ou 
com pontos proeminentes), aderência a planos profundos, sensibilidade à palpação, 
temperatura local, flutuação e fistulização. 
Flutuação – ocorre com frequência em infecções inespecíficas, ou em estágio avançado de 
infecções específicas (bacterianas). Demonstra a formação de uma área liquefeita com coleção 
purulenta em seu interior. À palpação, as zonas de infiltração periféricas são duras, 
circunscrevendo uma área central que contém porção liquefeita, facilmente compressível que 
recebe o nome de área de flutuação. 
Fistulização – ocorre no estágio final de infecções específicas como tuberculose e 
paracoccidioidomicose (escrófulo ou goma), em que após a caseificação ganglionar, se forma 
um trajeto com abertura na pele do pescoço, havendo exteriorização de pus. 
OBS: na presença de dor, palpar primeiro as áreas menos dolorosas para, em seguida, tocar a 
área mais sensível. Fazendo o contrário, o exame pode ser prejudicado por contraturas 
musculares de defesa, e mesmo o nível de cooperação do paciente, principalmente criança. 
EXAME DA TRAQUEIA E TIREOIDE 
 Dois lobos laterais unidos por um istmo 
 Sua vascularização é riquíssima e a inervação é feita pelo simpático cervical e o ramo 
laríngeo do vago 
MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – SEMIOLOGIA – P4 
 
 
 
10 
 Alterações de volume, forma, consistência e da mobilidade da tireoide devem ser 
pesquisadas e registradas sempre 
 Inspeção da traqueia: avaliar a presença de desvios com relação à linha média. Isso 
pode ser auxiliado pela palpação do espaço entre a traqueia e o 
esternocleidomastóideo. Os espaços em ambos os lados devem ser simétricos. O desvio 
da traqueia pode indicar massas cervicais, massa mediastínica, atelectasia ou 
pneumotórax. 
 Inspeção da tireoide: inclinar a cabeça do paciente para trás e inspecionar a região 
abaixo da cartilagem cricoide, visualizando a glândula tireoide. Ao pedir ao paciente que 
engula, é possível observar o movimento da tireoide para cima e, assim, avaliar o seu 
contorno e simetria (tanto a tireoide quanto as cartilagens tireoide e cricoide se 
movimentam para cima durante a deglutição). Para a pesquisa de bócio mergulhante 
no mediastino superior deve-se realizar a manobram de Pemberton. Solicita-se ao 
paciente que eleve os braços paralelamente à cabeça, com o pescoço estendido: esta 
manobra pode fazer a calota (polo cefálico) do bócio aflorar à fúrcula esternal, além de 
provocar a congestão venosa superficial da face, por dificultar, na presença do bócio 
mergulhante, a drenagem das veias jugulares. 
 Palpação da tireoide: o observador, atrás do paciente, repousa os polegares sobre a 
nuca do paciente, procurando alcançar os lobos laterais da tireoide com os dedos 
indicador e médio de cada mão ou o observado, frente ao paciente, coloca os quatro 
dedos sobre os ombros do paciente, ficando com os polegares livres para o exame. 
 Pedir ao paciente que flexione o pescoço para a frente. Posicionar os dedos indicadores 
das duas mãos logo abaixo da cartilagem cricoide. Pedir que o paciente engula, 
palpandoo istmo tireoidiano e sentindo-o se elevando sob as polpas digitais. Com os 
dedos da mão esquerda, afastar a traqueia para a direita, e com os dedos da mão direita, 
palpar o lobo direito da tireoide. Examinar o lobo esquerdo da mesma forma. 
 Durante a palpação avalia-se se a tireoide é tópica, sua mobilidade, seu tamanho, 
consistência, seus bordos, presença de nódulos, frêmito vascular, a temperatura e a 
sensibilidade. 
 Os aumentos volumétricos da tireoide (bócios) podem ser difusos quando há aumento 
de toda a glândula e nodulares uni ou multi, quando se percebe aumento localizado da 
glândula. 
 Carcinoma ou tireoidite lenhosa de Reidel: glândulas de dureza pétrea 
 Tireoidites agudas e subagudas: consistência diminuída e difusamente dolorosa 
 Consistência aumentada, comparada à borracha escolar, sem alterações da 
sensibilidade dolorosa é encontrada na tireoidite autoimune de Hashimoto, enquanto 
que, no bócio difuso tóxico, a consistência tem sido fibroelástica. 
 Quando é possível delimitar o bordo inferior dos lobos, ficar atento a bócio mergulhante 
ou bócio retroesternal (a glândula aumentada se estendendo para baixo da cintura 
escapular). 
 Nódulos sólidos têm consistência mais firme do que o resto da glândula, enquanto os 
nódulos císticos ou contendo coloide são mais macios e depressíveis à palpação 
 Ausculta da tireoide: deve-se auscultar com o estetoscópio cuidadosamente sobre a 
tireoide e não sobra as carótidas. A detecção de um sopro sistólico ou contínuo pode 
ser auscultado no hipertireoidismo (Doença de Graves), devido ao aumento da 
vascularização da glândula presente. Uma forma de diferenciar o sopro da respiração 
do paciente é pedindo para ele interrompê-la por alguns segundos.

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