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Amebíase: Ciclo de Vida e Transmissão

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REFERÊNCIAS: Neves, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005. 
1 Raquel Diniz | Farmácia – 8º P 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
• De acordo com a OMS, anualmente há 50 milhões 
de novos casos e cerca de 100 mil óbitos; 
• Prevalência elevada onde as condições sanitárias 
e socioeconômicas são precárias; 
• Discrepância entre nº de infectados e indivíduos 
que desenvolvem sintomas. 
ENTAMOEBA HISTOLYTICA 
✓ Habitat – intestino grosso e outros órgãos 
(abscessos); 
✓ Ciclo evolutivo – fases trofozoítica e cística; 
✓ Epidemiologia: 
- Prevalência nas Américas – 20 a 30% 
- Transmissão – cistos (resistentes) e sexual. 
- Temperatura – clima frio e temperado. 
- Brasil – formas leves e portadores sãos. 
TIPOS DE AMEBÍASE 
• Amebíase intestinal não-invasiva - E. dispar 
✓ Parasitos não penetram na mucosa intestinal; 
✓ Estirpes não-patogênicas do parasito; 
✓ Assintomática. 
• Amebíase intestinal invasiva - E. histolytica 
✓ Penetram a mucosa intestinal e há casos 
extraintestinais; 
✓ Produção de anticorpos específicos; 
✓ Sintomática. 
OUTRAS AMEBAS QUE COLONIZAM O INTESTINO 
GROSSO – COMENSAIS 
✓ E. coli 
✓ Iodamoeba butschlii 
✓ E. hartmanni 
✓ Endolimax nana 
✓ Dientamoeba fragilis 
MORFOLOGIA 
ENTAMOEBA HISTOLYTICA 
• Trofozoítos 
✓ 1 núcleo, pleomórficos; 
✓ Citoplasma; ecto e endoplasma; 
 
✓ Multiplicação: divisão binária simples – 
trofozoítos. 
• Cistos 
✓ 1-4 núcleos esféricos/ovais. 
✓ Divisão múltipla de núcleos – cistos. 
TRANSMISSÃO 
• E. histolytica é transmitida por via fecal-oral; 
• O homem se infecta por ingestão de cistos 
maduros presentes na água e em alimentos 
contaminados; 
• Transmissão direta de pessoa a pessoa: 
- Através de mãos contaminadas é comum em 
ambientes de aglomeração humana e desprovidos 
de condições sanitárias adequadas; 
- Entre homossexuais masculinos pelo contato 
oral-anal; 
• Vetores mecânicos: mosca doméstica e baratas. 
CICLO BIOLÓGICO 
• O ciclo de vida do protozoário causador da 
amebíase começa quando o indivíduo ingere os 
cistos. 
• Estes passam pelo estômago até chegarem no 
intestino delgado. 
• Interessante notar que eles são muito resistentes, 
uma vez que sobrevivem aos ácidos estomacais. 
• Dali, migram para o intestino grosso, onde ficam 
aderidos à mucosa do intestino. Se alimentam de 
células intestinais, bactérias benéficas presentes 
nos intestinos e do bolo fecal, ao mesmo tempo 
em que vão criando colônias. 
• Importante ressaltar que o período de incubação 
do protozoário varia muito, ou seja, pode ser dias, 
meses ou anos. 
• Se não for tratada, a amebíase pode gerar úlceras 
intestinais. 
• No pior dos casos, ela atinge outros órgãos do 
corpo humano, por exemplo, os pulmões, o 
fígado, o baço e até mesmo o cérebro. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: Neves, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005. 
2 Raquel Diniz | Farmácia – 8º P 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DA E. HISTOLYTICA 
FORMA INVASIVA (PATOGÊNICA) 
• Células relativamente grandes (20 e 30 µm); 
• Aparecem raramente nas fezes; 
• Emitem pseudópodes; 
• Citoplasma: ectoplasma (hialino), endoplasma 
(granuloso); 
• Apresenta o núcleo e vacúolos digestivos; 
• Não evolui para formação de cistos. 
 
FORMA NÃO-INVASIVA (NÃO-PATOGÊNICA) 
• Dimensões menores (10 a 20 µm); 
• Mais frequentemente encontrada em exames de 
fezes líquidas; 
• Forma normal do parasito, única capaz de 
produzir cistos; 
• Emitem pseudópodes; 
• Citoplasma: ectoplasma (pouco abundante), 
vacúolos digestivos (contêm bactérias). 
 
 
FORMA PRÉ-CÍSTICA 
• Motilidade reduzida; 
• Não emite pseudópodes e nem possui vacúolos 
digestivos; 
• Esférica ou ovóide; 
• Desaparece distinção entre ecto e endoplasma; 
• Corpos cromatóides (agregados de 
ribonucleoproteínas). 
CISTOS 
• Minúsculas esferas (12µm); 
• É delgada, mas nas preparações coradas exibe 
duplo contorno; 
• Nos cistos jovens, há um só núcleo, citoplasma 
rico em glicogênio, poucos corpos cromatóides; 
• Cistos maduros inicialmente binucleados e depois 
tetranucleados, desaparecimento dos corpos 
cromatóides e vacúolos de glicogênio. 
 
 
 
FORMA “MAGNA” DE E. HISTOLYTICA 
• Forma invasiva da mucosa intestinal; 
• Penetra os tecidos e coloniza, 
produzindo formas trofozoíticas 
maiores que as encontradas na 
cavidade intestinal; 
• Ciclo patogênico: O parasito alimenta-
se de hemácias, células ou fragmentos 
celulares; 
• Multiplicação por divisão binária, sem 
produção de cistos. 
✓ Ciclo não-patogênico: Luz do 
intestino grosso. 
✓ Ciclo patogênico: Tecidos da 
parede intestinal, do fígado ou de 
outros órgãos. 
 
OBS: Podem ocorrer simultaneamente 
ou não. Apenas as amebas da luz 
intestinal são capazes de produzir 
cistos. 
 
REFERÊNCIAS: Neves, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005. 
3 Raquel Diniz | Farmácia – 8º P 
FISIOLOGIA DA E. HISTOLYTICA 
• Ingestão de alimentos por fagocitose, pinocitose 
ou transporte através da membrana; 
• Amebas intestinais acumulam grandes reservas de 
polissacarídeos (glicogênio); 
• Nos cistos, as reservas concentram-se nos 
chamados “vacúolos” de glicogênio; 
• Microaerófila; 
• Necessidade elevada de ferro para formar ferro-
sulfoproteínas (mecanismos respiratórios). 
IMUNIDADE 
• Portadores assintomáticos - Em geral, não 
apresentam anticorpos específicos no soro 
• Portadores sintomáticos - Presença de 
imunoglobulinas específicas no soro; pode 
persistir de 6 meses a alguns anos. 
PATOLOGIA 
• A infecção amebiana tem caráter cosmopolita; 
• Em muitos casos, nenhuma manifestação clínica 
se apresenta, em outros uma colite amebiana 
fulminante ou uma necrose amebiana do fígado 
podem causar a morte do paciente; 
• Virulência não é sempre a mesma, variando de 
uma cepa a outra, ou com as passagens sucessivas 
através de animais sensíveis; 
• Fatores que podem agravar às manifestações: má 
nutrição, imunodepressão, gravidez ou puerpério, 
administração de ferro. 
FORMAS CLÍNICAS E SINTOMATOLOGIA 
• Período de incubação: variável de 7 a 95 dias; 
depende da quantidade de material infectante 
ingerida e das condições de seu aparelho 
digestivo; 
• Sintomas: dor abdominal; diarreia branda ou 
aguda com presença de sangue ou muco; febre; 
calafrios. 
• Nos casos mais graves esta infecção se espalha 
pelo corpo através da corrente sanguínea 
atingindo o fígado, pulmões e até o cérebro. A 
pele, em torno das nádegas e dos órgãos genitais, 
também pode ser infectada. 
AMEBÍASE INTESTINAL 
✓ Infecções assintomáticas ou com poucos 
sintomas; 
✓ Podem ocorrer formas latentes. 
 
AMEBÍASE INVASIVA AMEBÍASE NÃO-
INVASIVA 
Sintomas e sinais Evolução 
assintomática 
 
Trofozoítos hematófagos, 
nas evacuações 
 
Presença de cistos 
Presença de anticorpos no 
soro 
Ausência de 
anticorpos no 
sangue 
 
 
AMEBÍASE INTESTINAL INVASIVA 
✓ Colite amebiana aguda ou disenteria 
amebiana; 
✓ Sintomas: dor abdominal, febre, leucocitose e 
evacuações frequentes; 
✓ Fezes líquidas – mistura de muco e sangue; 
✓ Mortalidade alta quando não medicada; 
✓ Desfecho de 7 a 10 dias; 
✓ Sintomas mais graves após 4 ou 5 dias: fase 
crônica ou subaguda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMEBÍASE HEPÁTICA 
✓ Sintomas: dor ou desconforto no hipocôndrio 
direito, que se agrava com a movimentação; 
febre irregular e intermitente, com calafrios, 
suores, náuseas e vômitos; fraqueza e perda de 
peso. 
COLITE AMEBIANA FULMINANTE 
- Quadro grave de amebíase intestinal 
aguda; 
- Afeta particularmente as mulheres 
durante a gravidez e o puerpério, bem 
como pacientes imunodeprimidos; 
- Cólons ficam cravejados de úlceras, as 
vezes há perfuração da parede intestinal. 
-Cólicas fortes e tenesmo acompanhm as 
evacuações mucossanguinolentas, 
desidratação e hemorragia intestinal.REFERÊNCIAS: Neves, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005. 
4 Raquel Diniz | Farmácia – 8º P 
✓ Exame físico: fígado aumentado de volume e 
doloroso, ligeira icterícia (10 a 15% dos casos). 
✓ Abscesso mais frequente nos adultos que nas 
crianças e no sexo masculino que nas 
mulheres. 
AMEBÍASE PLEUROPULMONAR E DE OUTROS 
ÓRGÃOS 
✓ Infecções pulmonares: febre, dor torácica no 
lado direito, tosse e expectoração; 
✓ Quase metade dos pacientes tem fígado 
aumentado de tamanho e doloroso, história 
pregressa de disenteria. 
DIAGNÓSTICO DA AMEBÍASE 
• Pesquisa em fezes líquidas: encontradas 
principalmente formas trofozoíticas, sendo raros 
os cistos; 
• Pesquisa em fezes formadas: predomina formas 
císticas; 
• Pesquisa em outros materiais: as formas 
trofozoítas podem ser pesquisadas em material 
aspirado de ulcerações cutâneas; 
• Diagnóstico imunológico: ELISA, 
contraimunoeletroforese, hemaglutinação 
indireta, imunofluorescência indireta, 
imunodifusão dupla em gel de ágar, 
radioimunoensaio. 
 
TRATAMENTO DA AMEBÍASE 
• Amebicidas da luz intestinal - Dicloracetamidas: 
teclosan, furamida, etofamida, clefamida. 
• Amebicidas teciduais - Nitroimidazois: 
metronidazol, tinidazol, ornidazol, nimorazol.

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