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1 APG – Bilirrubina e Icterícia 1. Associar a bilirrubina com a icterícia. 2. Compreender a importância da radiação UV com a degradação da bilirrubina. 3. Estudar a composição e a função fisiológica da bilirrubina. Vesícula Biliar O principal pigmento biliar é a bilirrubina. A fagocitose dos eritrócitos envelhecidos libera ferro, globina e bilirrubina (derivada do heme). O ferro e a globina são recicla- dos; a bilirrubina é secretada na bile e, por fim, é decomposta no intestino. Um dos seus produtos de degradação – a estercobi- lina – dá às fezes a sua coloração marrom normal. Digestão química no intestino grosso A fase final da digestão ocorre no colo por meio da ação das bactérias que habitam o lúmen. O muco é secretado pelas glândulas do intestino grosso, mas não são secretadas enzimas. O quimo é preparado para a eli- minação pela ação de bactérias, que fer- mentam quaisquer carboidratos restantes e liberam hidrogênio, dióxido de carbono e gases metano. Estes gases contribuem para os flatos no colo, denominado flatulência quando é excessiva. As bactérias também convertem quaisquer proteínas restantes em aminoácidos e frag- mentam os aminoácidos em substâncias mais simples: indol, escatol, sulfeto de hi- drogênio e ácidos graxos. Um pouco de in- dol e escatol é eliminado nas fezes e contri- bui para o seu odor; o restante é absorvido e transportado para o fígado, onde estes compostos são convertidos em compostos menos tóxicos e excretados na urina. As bactérias também decompõem a bilirrubina em pigmentos mais simples, incluindo a es- tercobilina, que dá às fezes a sua coloração marrom. Os produtos bacterianos que são absorvidos pelo colo incluem várias vita- minas necessárias para o metabolismo nor- mal, entre as quais algumas vitaminas B e a vitamina K. Hemoglobina, Baço e Bilirrubina 2 Os eritrócitos vivem cerca de quatro meses Os eritrócitos vivem na circulação por volta de 120 ± 20 dias. Os eritrócitos mais velhos, cada vez mais frágeis, podem rom- perem-se quando tentam passar através de capilares estreitos, ou eles podem ser engo- lidos por macrófagos quando passam atra- vés do baço. Muitos componentes das célu- las destruídas são reciclados. Os aminoáci- dos das cadeias globina da hemoglobina são incorporados em novas proteínas, e al- gum ferro dos grupos heme é reutilizado para a produção de novos grupos heme. O restante dos grupos heme é convertido pelas células do baço e do fígado em um pigmento colorido, chamado de bilirru- bina. Está é transportada pela albumina plasmática para o fígado, onde é metabo- lizada e incorporada a uma secreção, cha- mada de bile. A bile é secretada no trato di- gestório e os metabólitos da bilirrubina dei- xam o corpo nas fezes. Pequenas quantida- des de outros metabólitos da bilirrubina são filtradas do sangue para os rins, onde con- tribuem para a cor amarela da urina. Degradação do Heme Após aproximadamente 120 dias na circu- lação, os eritrócitos são captados e degradados pelo sistema reticuloendotelial, especialmente no fígado e no baço. Cerca de 85% do heme destinado à degradação são provenientes dos eritrócitos já envelhe- cidos, e 15% provêm da renovação de eri- trócitos imaturos e citocromos de tecidos extraeritroides. 1. Formação da Bilirrubina – o primeiro passo na degradação do heme é catali- sado pelo sistema microssomal heme- oxigenase das células reticuloendoteli- ais. Na presença de NADPH e O2, a en- zima adiciona um grupo hidroxila à ponte metenila, entre dois anéis pirrol, com a concomitante oxidação do íon ferroso a Fe3+. Uma segunda oxidação pelo mesmo sistema enzimático resulta na clivagem do anel de porfirina. O íon férrico e o monóxido de carbono são li- berados, gerando um pigmento verde, a biliverdina. (1) A biliverdina é redu- zida, formando o composto vermelho- alaranjado bilirrubina. A bilirrubina e seus derivados são coletivamente deno- minados pigmentos biliares. (2) Nota (1) – o CO apresenta função bioló- gica, atuando como molécula sinalizadora e como vasodilatador. Nota (2) – a variação de cores em um he- matoma reflete a variação no padrão de in- termediários, que ocorre durante a degrada- ção do heme. 3 2. Captação da bilirrubina pelo fígado – a bilirrubina é apenas ligeiramente so- lúvel no plasma e, portanto, é transpor- tada para o fígado ligada de modo não covalente à albumina. (1) A bilirrubina dissocia-se de seu carreador, a molécula de albumina, e entra no hepatócito por difusão facilitada, onde se liga a proteí- nas intracelulares, especialmente à pro- teína ligandina. Nota (1) – certos fármacos aniônicos, como salicilatos e sulfonamidas, podem deslocar a bilirrubina da albumina, per- mitindo que e a bilirrubina penetra no sistema nervoso central. Esse fenômeno é potencial causados de lesão nervosa nos bebês. 3. Formação de diglicuronato de bilir- rubina – No hepatócito, a solubilidade da bilirrubina é aumentada pela adição de duas moléculas de ácido glicurônico. (1) A reação é catalisada pela bilirru- bina-glicuronil-transferase microsso- mal, utilizando difosfato de uridina- ácido glicurônico como doador de gli- curonato. (2) Nota (1) – esse processo é denominado conjugação. Nota (2) – graus variáveis de deficiên- cia nessa enzima resultam nas síndro- mes de Crigler-Najjar I e II e de Gilbert; a síndrome de Crigler-Najjar I apre- senta a mais grave deficiência. 4. Secreção da bilirrubina para a bile – o diglicuronato de bilirrubina (bilirrubina conjugada) é transportado ativamente con- tra um gradiente de concentração para den- tro dos canalículos biliares e, a seguir, para a bile. Esse passo dependente de energia é limitante da velocidade e suscetível a pre- juízo em casos de doença hepática. (1) A bilirrubina não conjugada, em sua via de re- gra, não é secretada. Nota (1) – A deficiência na proteína ne- cessária para o transporte da bilirrubina conjugada para fora do fígado resulta na síndrome de Dubin-Johnson. 5. Formação de urobilinas no intestino – o diglicuronato de bilirrubina é hidrolisado e reduzido por bactérias no intestino, pro- duzindo urobilinogênio, um composto in- color. A maior parte do urobilinogênio é oxidada por bactérias intestinais até ester- cobilina, que dá às fezes sua cor marrom característica. No entanto, parte do urobili- nogênio é reabsorvida a partir do intestino e entra no sangue no sistema porta. Uma certa porção desse urobilinogênio participa do ciclo enterro-hepático do urobilinogê- nio, é captada pelo fígado e então nova- mente secretária para a bile. A parte res- tante do urobilinogênio é transportada pelo sangue para o rim, onde é convertida em urobilina amarela e excretada, dando a sua urina sua cor característica. 4 Icterícia Circulação Hepática 5 Resumo Bilirrubina – Produto da quebra do grupo heme da hemoglobina. Quando os eritróci- tos são destruídos por macrófagos, a porção de globina da hemoglobina é separada e o grupo heme, sem a presença do ferro, é convertido em biliverdina – um pigmento verde. A maior parte da biliverdina é con- vertida em bilirrubina, o que dá à bile a sua principal pigmentação. O nível acima do normal de bilirrubina na urina é chamado bilirrubinúria. Esse processo ocorre na polpa vermelha do baço. Icterícia – Condição caracterizada pela co- loração amarelada da pele, das conjuntivas, das túnicas mucosas e dos líquidos corpo- rais devido ao excesso de bilirrubina. 1. Icterícia pré-hepática – decorrente do excesso de produção de bilirrubina; 2. Icterícia hepática – decorrente da do- ença congênita do fígado, cirrose hepá- tica ou hepatite; 3. Icterícia extra-hepática, decorrente do bloqueio da drenagem de bile por cál- culos biliaresou câncer intestinal ou pancreático. Icterícia em neonatais – como o fígado do recém-nascido funciona mal na primeira semana ou próximo disso, muitos bebês têm uma forma leve de icterícia chamada icterícia neonatal (fisiológica), que desa- parece conforme o fígado amadurece. Normalmente, é tratada expondo a criança à luz azul que converte a bilirrubina em substâncias que os rins são capazes de se- cretar. Referências 1. TORTORA, Gerard. J.; DERRICK- SON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 2. TORTORA, G. J. Princípios de anato- mia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2013. 3. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisio- logia humana: uma abordagem inte- grada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 4. HARVEY, Richard A; FERRIER, De- nise R. Bioquímica Ilustrada. 5. ed. São Paulo: Artmed 2012. APG – Bilirrubina e Icterícia Vesícula Biliar Digestão química no intestino grosso Hemoglobina, Baço e Bilirrubina Os eritrócitos vivem cerca de quatro meses Degradação do Heme Icterícia Circulação Hepática Resumo Referências
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