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GIARDIA O gênero Giardia inclui parasitos fragelados do intestino delgado de mamíferos, aves, repteis e anfíbios. • Provavelmente foi o primeiro protozoário intestinal humano a ser conhecido. ▪ Nomes empregados para se referir à isolados humanos: Giardia lamblia; Giardia duodenalis e Giardia intestinalis A giárdia é considerada um dos principais parasitos humanos, com maior ênfase nos países em desenvolvimento. • A giardíase é uma das causas mais comuns de diarreia em crianças, que em decorrência da infecção apresentam má nutrição e retardo no desenvolvimento. MORFOLOGIA A Giardia apresenta duas formas evolutivas : Trofozoítos ( B) e Cisto (A). • Trofozoítos: Formato de pêra, tem simetria bilateral. Face dorsal (C) é lisa e convexa, enquanto a ventral (B) é côncava e apresenta uma estrutura chamada de disco ventral- parecido com uma ventosa. Também são encontrados no interior do trofozoíto dois núcleos. Além disso, apresenta quatro pares de flagelos- que são originados de blefaroplastos- são eles: 1 par de fragelos anteriores, 1 par de ventrais, 1 par de posteriores e 1 par de caudais. • Cisto: É oval ou elipsóide e menor que o trofozoíto. No interior do cisto pode ser encontrado dois ou quatro núcleos. Todas as estruturas do cisto são vistas, porém de fora desorganizada. CICLO BIOLÓGICO • G. lamblia é parasito monoxeno (um único hospedeiro). No homem a via normal de infecção é a ingestão de cistos, cerca de 10 a 100 cistos já são suficientes para causar infecção. • Logo após a ingestão do cisto, o desencistamento se inicia no meio ácido do estomago e termina no duodeno e jejuno, onde irá ocorre a colonização dos trofozoítos no intestino delgado. • Os trofozoítos se multiplicam por divisão binária longitudinal. O ciclo se completa quando ocorre o encistamento do parasito e sua eliminação para o meio exterior. Esse processo de encistamento pode ocorre no íleo, mas o ceco é o local considerado como o principal. Estímulos que conduzem/promovem o encistamento: pH intestinal, estimulo de sais biliares e o destacamento do trofozoíto da mucosa. • Os cistos são resistentes e em condições favoráveis de temperatura e umidade, sobrevivem pelo menos por dois meses e sobrevive por muito tempo embaixo das unhas.. Em alguns casos é possível encontrar trofozoítos nas fezes. TRANSMISSÃO • Ingestão de cistos maduros, através de alimentos contaminados (verduras cruas e frutas mal lavadas), água contaminada. Os alimentos podem ser contaminados por cistos através de barata, mosca, de pessoa a pessoa, por meio das mãos contaminadas) escola, orfanato, etc.). IMUNIDADE Muito tem sido discutido sobre o desenvolvimento de imunidade protetora na giardíase. As razões pelas quais tem sido sugerido o desenvolvimento de resposta imune são: • A natureza autolimitante da infecção • Detecção de anticorpos específicos anti- giardia nos soros. • participação de monócitos citotóxicos na modulação da resposta imune. • Anticorpos IgG, IgM e IgA tem sido detectados no soro de indivíduos com giardíase, em diferentes regiões do mundo. SINTOMATOLOGIA Pode variar desde pacientes assintomáticos até sintomáticos, que podem apresentar diarreia aguda ou persistente, perda de peso. Não havendo, muitas vezes resposta ao tratamento. Essa variabilidade nos sintomas pode ser atribuída a fatores do parasito (cepa, número de cistos ingeridos) e ao estado do paciente/hospedeiro (imunidade, nutrição, Ph do suco gástrico, microbiota intestinal). Raramente apresenta sangue e muco nas fezes. A forma aguda da giardíase – pacientes sintomáticos, é comum em viajantes. Adultos e crianças podem ser acometidos, porém os danos nutricionais podem ter efeitos graves em crianças PATOGENIA Razões multifatoriais são consideradas para explicar a razão da má absorção e diarréia causada pela giárdia, como fatores associados ás alterações da mucosa, o próprio ambiente intestinal. DIAGNÓSTICO • CLÍNICO: sintomatologia mais indicativa de giardíase: diarréia com esteatorréria (eliminação de gordura nas fezes maior que a normal), insônia, perda de apetite que pode ser acompanhada ou não de emagrecimento e dor abdominal. • LABORATORIAL: Para confirmação da suspeita clínica, faz-se o exame parasitológico de fezes para identificar cistos ou trofozoítos. O mais comum de ser encontrado são os cistos. Os trofozoítos são menos frequentes e é mais associado às infecções sintomáticas. • Fezes formadas- predominam cistos. • fezes diarréicas- predominam trofozoítos É importante salientar que os pacientes com giardíase não eliminam cistos continuadamente. Essa eliminação descontínua chama-se “período negativo” e pode durar em média dez dias. Isso pode levar a resultados falso-negativos. Sugestões para contornar essa limitação é a coleta de três amostras fecais em dias alternados. TRATAMENTO • Metronidazol; tinidazol, ornidazol e secnidazol. Furazolidona. ( giarlam) era utilizado com sucesso , porém por conta da resistência esses outros medicamentos tem sido indicados.
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