Buscar

Enterobactérias

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Enterobactérias
DEFINIÇÃO
Infecções bacterianas causadas pela ingestão de alimentos ou água contaminados com microrganismos patogênicos ou suas toxinas. As enterobactérias são todas bacilos gram-negativos e a sua transmissão ocorre por via fecal-oral.
TIPOS DE DOENÇAS
· Infecções: ingestão de bactérias que se multiplicam e colonizam o intestino causando dano no hospedeiro. Ex.: Salmonella sp.
· Intoxicações: ingestão de toxinas pré-formadas produzidas por bactérias no alimento. Ex.: Staphylococus aureus. 
· Toxinfecção alimentar: consumo de alimentos ou água contaminada por bactérias e/ou suas toxinas. A bactéria coloniza o intestino e começa a produzir toxinas.
FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEAE
A família Enterobacteriaceae é o maior e mais heterogêneo grupo de bacilos Gram-negativos (parede celular com peptideoglicanos) de importância médica. As bactérias da família Enterobacteriaceae são micro-organismos ubiquitários, encontrados em todo o mundo no solo, na água e na vegetação. Elas fazem parte da microbiota normal da maioria dos animais, incluindo o homem. 
· Patógenos primários: microrganismos como Salmonella sorotipo Typhi, espécies de Shigella e Yersinia pestis, que estão SEMPRE associados a doenças humanas.
· Patógenos oportunistas: microrganismos como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis, que são comensais, membros da microbiota normal, mas que podem causar infecções em determinadas condições, como em indivíduos imunodeprimidos. 
PROPRIEDADES GERAIS
1. Gram-negativos;
2. Móveis ou imóveis;
3. Endotoxinas nas paredes celulares;
4. Anaeróbios facultativos;
5. Fermentam glicose;
6. Catalase positiva;
7. Secretam exotoxinas.
O lipopolissacarídeo (LPS) termoestável é o principal antígeno da parede celular e consiste em três componentes: o polissacarídeo O somático; mais externo, um polissacarídeo central comum a todas as Enterobacteriaceae (antígeno comum de enterobactéria) e o lipídio A. O polissacarídeo central é importante para a classificação do microrganismo como um membro da família Enterobacteriaceae; o polissacarídeo O é importante para a classificação epidemiológica das cepas dentro da espécie; e o lipídio A, componente do LPS, é responsável pela atividade endotóxica, um importante fator de virulência.
PATOGENIA 
DIAGNÓSTICO
· Coprocultura (cultura de fezes);
· Histórico de viagens e alimentos ingeridos recentemente;
· Exame macroscópico e microscópico das fezes;
· Pesquisa de toxinas, sorotipagem e PCR.
ESCHERICHIA COLI
PROPRIEDADES
· São bactérias comensais;
· Bacilos gram-negativos;
· Não esporulados;
· Anaeróbicos facultativos; 
· Lactose positiva;
· Habitam o trato gastrointestinal de homens e animais;
· São indicativas de contaminação fecal em água e alimentos (coliformes fecais).
· Associada a gastroenterites, disenteria, septicemia, pneumonias, meningite. 
FATORES DE VIRULÊNCIA
1. Flagelos;
2. Fímbrias com adesinas;
3. Cápsula: evasão da fagocitose + adesão entre as bactérias (biofilme);
4. Endotoxinas (LPS-Lipopolissacarídeo do tipo O);
5. Exotoxinas (Enterotoxinas): responsáveis pelas diarreias.
PATOTIPOS DE ESCHERICHIA COLI
· Enterotoxigênica (ETEC): causa a “diarréia do viajante”. Aderem-se aos enterócitos do intestino delgado e induzem a diarréia aquosa pela secreção de enterotoxinas (LT1 e LT2 – termolábeis e Sta e Stb – termoestáveis).
· Enteropatogênica (EPEC): presente em água e alimentos contaminados. Possuem plasmídeos com genes que codificam um fator de aderência (adesina), que faz com que a bactéria se adira ao epitélio do intestino, destruindo as microvilosidades e causando a gastroenterite.
· Enteroinvasiva (EIEC): presente em água e alimentos contaminados. A bactéria se adere, invade e destrói as células epiteliais do cólon e se espalha lateralmente. Causa diarreia aquosa com sangue e leucócitos (disenteria) e febre em adultos e crianças.
· Enterohemorrágica (EHEC ou STEC): presente em alimentos contaminados e ingeridos mal cozidos. A dose capaz de gerar infecção é baixa (<100 bactérias). Causa desde diarreias leves até colites hemorrágicas (diarreia sanguinolenta). O fator de virulência é a toxina Shiga, que destrói enterócitos, tecido conjuntivo e inibe a síntese proteica, o que dificulta a chamada de células imunes, podendo gerar complicações fatais. 
· Enteroagragativa (EAEC): caracterizam-se por aglutinação, tipo arranjo de parede de tijolo. Há formação de biofilme sobre as células epiteliais (citocinas e enterotoxinas), causando lesão da mucosa e secreção de muco. Leva a um quadro de diarreia prolongada por conta dessa agregação, persistente por 14 dias ou mais.
DIAGNÓSTICO
· Cultura em agar MacConkey: é positivo quando há presença de colônias secas, rosas (lactose positiva).
· Coprocultura: é positivo quando há presença de leucócitos nas fezes.
SALMONELLA
PROPRIEDADES
· Bacilos gram-negativos;
· Não produzem esporos e não são fermentadores;
· Anaeróbios facultativos (intracelular);
· Temperatura ótima de crescimento: 35º a 37º.
· Reservatório animal: aves, répteis, roedores, pássaros, animais domésticos.
· Transmissão: água e alimentos contaminados, transmissão fecal-oral. 
· pH ótimo de crescimento: 7,0 - sendo algumas estirpes são resistentes ao ácido.
FATORES DE VIRULÊNCIA
1. Antígeno de virulência Vi: polissacarídeos capsulares (Antifagocitários: Importante fator de virulência de S. typhi);
2. Invasina: proteínas de invasão – Ssps (Invasão de enterócitos e células M – vesículas) – acesso à lâmina própria.
3. Sobrevivem e se reproduzem no interior de fagossomos de células fagocitárias;
4. Preferência pela invasão da vesícula biliar: estado de portador, com a excreção das bactérias pelas fezes durante longos períodos.
DOENÇAS CAUSADAS PELA SALMONELLA
· Febre tifoide (S. typhi): transmitida pela água e alimentos contaminados com material fecal humano. Sintomas mais graves, febre alta, diarreia, vômitos e septicemia.
· Febre entérica (S. paratyphi): semelhante à tifoide, mas com sintomas mais brandos.
· Salmoneloses (S. enteridis e typhimurium): sintomas como diarreia, febre, dores abdominais e vômitos.
· Septicemia: (Salmonella typhy e paratyphi): alto risco em crianças, idosos e imunodeprimidos.
DIAGNÓSTICO
· Cultura em agar SS;
· Coprocultura;
· PCR.
PROFILAXIA E PREVENÇÃO
· Existe vacina para a febre tifóide, não para a salmonela. 
· A salmonelose é uma doença de notificação compulsória.
HELICOBACTER PYLORI
PROPRIEDADES
· Bacilo gram-negativo curvo, microaerófilo, acidófilo, flagelar, associado exclusivamente a células da mucosa gástrica;
· Agente causador da gastrite crônica, úlcera péptica e duodenal e está associada com o incremento do câncer e linfoma gástricos;
· H. pylori produz grandes quantidades de uma urease especialmente eficiente, enzima que converte a ureia no composto alcalino (amônia), resultando em um pH localmente elevado na área de crescimento, neutralizando o pH ácido do estômago e facilitando a ação da bactéria.
· Os testes diagnósticos mais confiáveis requerem a biopsia de tecido e a cultura do organismo.
DIAGNÓSTICO
· Teste de urease.
TRATAMENTO
· Reidratação;
· Alimentação pobre em fibras;
· Drogas antimotilidade;
· Probióticos;
· Antibióticos.
BIBLIOGRAFIA
TORTORA, R. Microbiologia. 12ª edição. 2017. Capítulo 25 - Doenças microbianas do sistema digestório.
LEVINSON, W. Microbiologia e imunologia médicas. 13ª edição. 2016. Capítulo 18 – Bacilos gram negativos
MURRAY, R. Microbiologia médica. 8ª edição. 2017. Cap. 25 – Enterobacteriaceae.
 
.MsftOfcThm_Accent2_Fill_v2 {
 fill:#ED7D31; 
}
 
 
.MsftOfcThm_Accent2_Fill_v2 {
 fill:#ED7D31; 
}

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais