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AO JUÍZO DA __ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE FORTALEZA/CE BÁRBARA, solteira, união estável…, profissão…, CPF nº…, endereço eletrônico…, residente e domiciliada em … Fortaleza/CE vem, por meio de seu advogado constituído nos autos por procuração em anexo, com endereço profissional…, onde recebe as intimações de estilo, propor, com fulcro no art. 319 do CPC, art 2º da Lei nº 11.804/2008 e Lei nº 5.478/68 AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS COM PEDIDO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS Em face de THIAGO, solteiro, união estável…, empresário, CPF nº…, endereço eletrônico…, residente e domiciliado em … Rio de Janeiro/RJ, pelos fatos e direitos a seguir expostos: 1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Primeiramente, pleiteia-se a gratuidade de justiça a ser deferida em favor da autora, de acordo com o art. 98 do CPC, em vistas de que a mesma está desempregada e não possui meios de se subsistir e, sequer arcar com as custas judiciais no presente momento. 2. DOS FATOS A parte autora e o réu se conheceram em meados de 2018, em Fortaleza/CE, enquanto o réu fazia uma viagem de negócios. Durante esse mesmo ano, ambos se encontravam semanalmente e começaram a desenvolver um relacionamento amoroso. Com o passar do tempo, o relacionamento foi se fortificando de tal modo ao réu apresentar a autora como sua namorada em todos os lugares que frequentavam e, assim, mantinham o namoro sem quaisquer intercorrências. A autora engravidou e, ao relatar a notícia ao seu então namorado, este terminou o relacionamento e alegou que não iria reconhecer a paternidade, nem ao menos colaborar com algum custo financeiro, restando a parte autora arcar com todas as despesas referentes à gestação e à criação do filho. Desta feita, a autora recorre à prestação jurisdicional para que à ela e ao nascituro sejam garantidos seus direitos alimentícios. 3. DO DIREITO No caso concreto, as partes mantiveram um namoro por um determinado tempo e, com ânimo de permanecerem juntos, apresentavam-se à família e amigos como namorados, registraram momentos por meio de fotografias e se viam semanalmente. Ato contínuo, a parte autora engravidou do primogênito do casal, fato que gerou a revolta do réu por não querer assumir a responsabilidade de ser pai, se recusando a arcar com qualquer despesa referente ao feto, restando à autora buscar por prestação jurisdicional. Os alimentos que se requer têm fundamento no art. 229 da Constituição Federal, que induz o dever dos pais em criar, assistir e educar os filhos menores. O Código Civil faz menção à indispensabilidade da prestação de alimentos no art. 1695, em casos que a pessoa que os pretende não tem bens suficientes para prover a própria mantença ou, nesta situação, sustentar a si grávida. Ainda, o Código Civil atribui essa responsabilidade de fornecer os alimentos aos parentes, cônjuges ou companheiros, para fins de complementar a renda e permitir que o alimentando viva de modo compatível com sua condição social, inclusive provendo os elementos necessários para sua educação, de acordo com o art. 1694. Importante ressaltar que essa obrigação advém do binômio da necessidade e possibilidade. No caso, a autora carece dessa prestação pecuniária por estar desempregada e grávida, o que por si só acarreta gastos elevados por um extenso período. A possibilidade também está configurada, de modo que o pai da criança é empresário bem sucedido e o importe à título de pensão alimentícia não seria de extrema relevância em seu orçamento. Os direitos da mulher gestante estão dispostos nos artigos da Lei 11.804/2008 e mais precisamente estão identificados no art. 2º dessa mesma lei. Entende-se que cabe ao futuro pai o fornecimento de valores suficientes e necessários para o decorrer saudável da gravidez, no concerne à alimentação especial, acompanhamento médico e psicológico, exames, medicamentos, internação e demais prescrições fundamentais, desde a concepção até o parto. Não resta dúvidas que esse encargo é da parte requerida, em razão de ter tido um longo relacionamento com a autora e deixar estabelecido perante terceiros de que se tratava de sua namorada. Além disso, o réu entende a paternidade do filho porém não deseja reconhecê-la para fins de registro, com a alegação de que não deseja ser pai neste momento. A autora, por sua vez, não tem a faculdade de ser mãe e não pode arcar com essa responsabilidade sozinha, pois está desempregada e não possui plano de saúde que custeie as idas ao médico e demais cuidados necessários ao período gestacional. Inclusive porque, como visto nos dispositivos legais supracitados, cabe a ambos os pais a guarda da criança, o cuidado e zelo, tudo que for imprescindível ao desenvolvimento da mesma. Com base no exposto e nos documentos comprobatórios juntados aos autos, a autora procura fornecer indícios suficientes da paternidade da criança e, através disso, ser contemplada com a fixação da prestação de alimentos gravídicos, com duração até o nascimento da criança, nos termos do art. 6º da Lei 11.804/2008. 4. DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS Tendo em vista o desenvolvimento da gestação e os custos que o avanço dessa condição exige, postula-se pela imposição do pagamento de alimentos provisórios em desfavor do réu, desde logo, de acordo com o art. 4º da Lei nº 5.478/78. Reitera-se que os requisitos necessários para o deferimento da medida estão presentes. A necessidade da parte autora é indiscutível, eis que está desempregada e não possui plano de saúde para custear as idas a médicos e outros profissionais da saúde. A possibilidade também está configurada pelo pai da criança ser próspero em sua profissão de empresário. 5. PEDIDOS Diante o exposto, requer: a) a concessão da gratuidade de justiça, em razão da autora não ter meios para se subsistir, de acordo com o art. 98 do CPC; b) a intimação do Ministério Público, por se tratar de interesse de menor, de acordo com o art. 82, I, do CPC; c) o deferimento dos alimentos provisórios, para que a parte autora receba desde já as quantias necessárias para seu sustento, nos termos do art. 4º da Lei nº 5.478/68; d) a citação do réu para apresentar resposta no prazo de 5 dias, nos termos do art. 7º da Lei nº 11.804/2008; e) o julgamento procedente do pedido que profira a condenação do réu para pagar mensalmente à autora valores pecuniários a título de alimentos gravídicos, no importe de R$...; f) a condenação do réu ao pagamento de custas e honorários sucumbenciais. Protesto provar o alegado por meio de provas documentais, fotográficas e demais meios admitidos no direito. 6. VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$..., de acordo com o art. 292, III, do CPC. LOCAL/DATA ADVOGADO/OAB QUESTÃO SUBJETIVA A) Sim. De acordo com o art. 1698 do Código Civil, em caso de impossibilidade de parente em que se deve alimentar em primeiro lugar não puder arcar com a obrigação, é lícito que os parentes do grau imediato sejam chamados a concorrer.Portanto, é viável que os avós de Bruna sejam obrigados a prestar alimentos. Entretanto, a obrigação alimentícia não é solidária e sim subsidiária. B) Sim. Não é obrigatório que a demanda contenha todos os avós, por se tratar de litisconsórcio facultativo, assim como preceitua o art. 113 do CPC.
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