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1 Clínica de Grandes Animais IV FISIOPATOLOGIA DO APARELHO DIGESTÓRIO DO EQUINO 24/02/2020 Os cavalos são herbívoros monogástricos com grande capacidade seletiva, tem como características principais um estômago de tamanho reduzido e intestino grosso desenvolvido, onde ocorre a fermentação dos alimentos pela microbiota existente no local. Quando em pastagens, permanecem cerca de 10 a 16 horas em pastejo com refeições de duas a três horas de duração e intervalos curtos para interação social e descanso. A necessidade alimentar (kg de M.S./dia) varia de 1,5 % a 3,1% da massa corporal, de acordo com o estado fisiológico do animal. A seleção do alimento não é só pela visão, olfato e gustação, mas também por meio da sensibilidade e mobilidade labial, que permite ao cavalo grande capacidade de selecionar os alimentos no momento da apreensão e corte, pelos dentes incisivos, principalmente quando composta por vegetais. A ingestão de líquidos é feita por sucção, os lábios formam uma pequena abertura com auxílio da língua e com movimentos de trás para frente e a faringe agindo como uma bomba. Um cavalo adulto produz em média 15 litros de saliva e secreção gástrica para comer 3 a 4 kg de ração. O tamanho do estômago é relativamente pequeno, em forma de feijão, com capacidade de 15 a 20 litros e pode aumentar ligeiramente para adaptação ao regime, podendo ser preenchido até 2/3 de seu tamanho. A distensão do estômago pela presença de alimento estimula receptores de estiramento fazendo estímulo aferente ao sistema nervoso entérico o qual vai responder por estímulo direto de acetilcolina, além disso, o alimento misturado a saliva serve como tampão aumentando o pH do estômago estimulando 2 secreção de gastrina e, consequentemente, de ácido clorídrico. A mistura do bolo alimentar com o suco gástrico leva a uma diminuição do pH em torno de 5 a 6 na porção média do estômago, pode baixar até 2,6 no piloro em alimentação exclusiva com feno. Quando os animais permanecem em jejum ou alimentos concentrados são utilizados estes rebaixam o pH estomacal e, consequentemente, aumentam a probabilidade do aparecimento de úlceras gástricas, além disso, a oferta de alimento concentrado em poucas vezes e grandes volumes predispõem às cólicas por compactação e pela formação de gás, que distende o estômago e, em casos mais graves, leva a ruptura e morte. O cavalo não possui vesícula biliar sendo assim a liberação de bile é constante, característica evolutiva relacionada ao hábito desse animal em se alimentar constantemente. A bile emulsiona a gordura presente na dieta para ação digestiva da lipase. A digestão química ocorre efetivamente no conteúdo celular dos vegetais, presentes nas células das folhas novas, o que reforça a necessidade de fornecer uma dieta composta por alimentos volumosos de qualidade. A baixa concentração de enzimas no suco pancreático, citada anteriormente, reforça a incapacidade do sistema digestório dos cavalos em digerir grandes quantidades de alimentos ricos em amido e proteínas (concentrados). Os movimentos peristálticos com intervalos curtos e frequentes reforçam a necessidade de alimentos volumosos na dieta para o perfeito funcionamento do aparelho digestório. O intestino grosso do cavalo é uma das estruturas mais importantes do trato digestivo onde há presença de microrganismos que realizam a fermentação das fibras e dos nutrientes não absorvidos no intestino delgado. população de microrganismos presentes no intestino grosso se assemelha em número e espécie a população ruminal. SOBRE OS ALIMENTOS VOLUMOSOS: Os alimentos volumosos de qualidade, compostos por células vegetais das folhas, são de extrema importância na alimentação do cavalo, pois possibilita uma mastigação mais demorada e vigorosa, para o correto desgaste dentário, evitando o aparecimento de anormalidades na cavidade bucal. Garantem o funcionamento intestinal, a absorção de nutrientes e a multiplicação dos microrganismos desejáveis no intestino grosso. O oferecimento de alimento volumoso de qualidade para animais em cocheiras, os mantém ocupados e evita vícios de estábulo, além de promover o bem-estar e reduzir os riscos de distúrbios digestivos. Os alimentos volumosos devem ser de boa qualidade, pouco lignificados, a utilização de alimentos concentrados deve servir apenas como suplementação quando há necessidade e não deve ultrapassar 50% da dieta total em matéria seca. 3 TOXEMIA A Toxemia é causada pela administração de ração, pois a ração faz o pH ficar mais ácido em relação ao capim. O hematócrito sobe pelo menos 10% deixando levemente desidratado e o pH menor do estômago tornando-o mais ácido aumentando também a temperatura nas vísceras, aumentando o peristaltismo. A microbiota sofre, havendo morte de algumas. Lesão de mucosa e o intestino fica mais permeável para absorver toxinas. • Se o hematócrito sobe quadro de desidratação • Se o hematócrito cai quadro de anemia Logo após alimentação que ele já fica levemente desidratado, ele vai fazer exercício. A celulose é quebrada pelos microorganismos presentes no animal. A Toxemia é causada pela liberação excessiva de LPS (lipopolissacarídeos) resultante da degradação da parede das bactérias GRAM - quando essas morrem. Essa substância é absorvida e alcança a circulação sistêmica pelas mucosas lesionadas, gerando alterações no endotélio dos vasos, liberação de substâncias pró-inflamatórias, etc. Equinos com toxemia tem quadros de Laminite. Para diminuir a Toxemia causada pela ração, é necessário fracionar a ração ou exercitar o animal primeiro antes de administrar comida. O animal se alimenta de 4kg de ração o Início 6hs após ingestão (500ml/h - 160kg) → perde liquido o Próximas 4 hrs (1200ml/h) → aumenta a reabsorção Após a alimentação o animal precisa de aproximadamente 8 horas para se equilibrar, e passando esse período o animal costuma se alimentar novamente (8kg no total), por isso ele volta a desidratar. O animal consegue manter o hematócrito estável porque destina parte do líquido ingerido para essa função. COMO MINIMIZAR ESSE IMPACTO? Aumentando a frequência da alimentação e reduzindo a quantidade, então daríamos 4 porções de 2kg por exemplo. Isso é possível em alguns casos, mas exige mais mão de obra. Observar as fezes do animal, se elas estiverem pequenas, secas e podendo até apresentar um pouco de muco significa que o animal está desidratado e o trânsito intestinal está mais lento (não é ideal dar a ração, melhor dar capim). 4 FATORES ESTÁTICOS DAS VÍSCERAS Os fatores estáticos das vísceras são os fatores que mantém as vísceras paradas/estáticas dentro da cavidade abdominal: 1. Conexões peritoneais (mesos, ligamentos/omento) 2. Pressão da cavidade 3. Parede abdominal 4. Os órgãos vizinhos mantêm as vísceras no lugar porque não tem espaço vazio para elas se mexerem. 5. Vasos e artérias 6. Presença do líquido peritoneal também tem a intenção de manter os órgãos no lugar, além de proporcionar a hidratação e deslizamento das vísceras. Logo, se os órgãos mudarem de lugar, indica que tem uma anormalidade. CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAR O ANIMAL PARA O HOSPITAL CÓLICA EM EQUINOS 02/03/20 Os termos abdome agudo ou síndrome cólica são utilizados para descrever um grupo de desordens manifestadas por sinais clínicos de dor abdominal. A cólica equina é um distúrbio resultante de doenças que atacam o aparelho digestivo. Ela pode estar relacionada a vários fatores, que vão desde a produção excessiva de gás no estômago, resultado da fermentação dos alimentos, até a obstrução ou torção do intestino, o que requer a intervenção cirúrgica, ou seja, a causa primária pode se desdobrar em um problema maior. Os gases, produzidos pela fermentação, podem causar distensão do estômago e ceco. O restabelecimento do trânsito intestinalnormal, em cavalos com desconforto abdominal agudo, constitui-se em grande. Os procedimentos mais importantes no controle e reparação da motilidade gastrentérica exigem a monitorização periódica dos parâmetros fisiológicos, fluidoterapia intravenosa para o controle da volemia e do equilíbrio hidroeletrolítico, restituição do equilíbrio ácido-base e descompressão digestiva através de sonda nasogástrica e punção do ceco, como procedimentos a serem adotados emergencialmente e que independem da categoria etiopatogênica da cólica. Além dos procedimentos tradicionalmente instituídos, poderá também optar pela acupuntura, ou mesmo pela intervenção cirúrgica em situações de terapia não- responsiva ou de afecções que requeiram esse tratamento. 5 Padrões de planejamento terapêutico, a saber: I - afecções de tratamento exclusivamente clínico (conservador). 2 - Afecções de tratamento clínico que, na dependência da gravidade ou da evolução do quadro etiopatogênico, poderão também necessitar de tratamento cirúrgico. 3 - Afecções de tratamento exclusivamente cirúrgico para a resolução definitiva. MANOBRAS DE DESCOMPRESSÃO Técnicas que podem e devem ser utilizadas para tentar melhorar o posicionamento dos órgãos dentro da cavidade e que, portanto, podem restabelecer o trânsito intestinal. Permitindo a evacuação de gás, liquido de refluxo gástrico, ou gás/liquido e alimentos, impedindo a ruptura do estomago, etc. A primeira conduta que deve ocorrer é a na manobra de descompressão é a SONDAGEM. O exame físico pode estar comprometido por causa da distensão. Se a dor estiver muito alta pode ser administrado uma dipirona ou buscopam. 1. MANOBRAS DE DESCOMPRESSÃO A manobra de descompressão NORMALMENTE pode vir antes de qualquer medicação. 1- Sonda nasogástrica (SEMPRE): drenagem dos conteúdos do estômago através da sondagem nasogástrica. Produz conforto imediato para o animal, fazendo com que seja estimulado fisiologicamente o esvaziamento gástrico e estimulando o reflexo gastrocólico. Em alguns casos onde a distensão do estômago é muito acentuada, a sonda não ultrapassa o cárdia e, portanto, as manobras de lavagem de estômago não são efetivas. Nestes casos o uso de solução morna de lidocaína pode ser útil. o Método de diagnóstico, ou, simplesmente, como via de evacuação ou de administração de medicamentos. 2- Tiflocentese (retirada de gás no Ceco) – Punção no Ceco para aliviar a distensão gasosa possibilitando a descompressão da cavidade abdominal, consequentemente do diafragma, facilitando a ventilação dos pulmões. É feita na região central da fossa paralombar direita. * FAZER SOMENTE SE NECESSÁRIO, SE HOUVER GÁS. 6 2- EXAME FÍSICO o Dor: Flunixin meglumine é um anti-inflamatório por ação anti-prostaglandina atua como anti-endotoxêmico na dose de 0,25 mg /kg de peso, administrado a cada 8 horas pela via intravenosa. o Frequência cardíaca a. Menor que 42 bpm prognostico bom; b. 42 - 60 bpm observar e acompanhar; c. Maior que 60 bpm desidratação, o que pode significar isquemia e fuga de liquido o Frequência respiratória (Distensão do abdome; acidose; choque) o Motilidade Intestinal: hipomotilidade, íleo paralítico. É muito importante que não haja estrangulamento de alças quando do tratamento com drogas estimulantes do peristaltismo, a ponto de poder ocorrer a morte do animal por adicional neurogênico. o Coloração das Mucosas a. pálida – sangramento, anemia; b. Congesta: toxemia, déficit circulatório; c. Ictérica: babesia/ fígado o TPC (Tempo de preenchimento capilar) a. < 2 segs. normal; b. 2 - 4 segs. diminuição na perfusão; c. > 4 segs. diminuição severa da perfusão e choque nestes casos hidratar de maneira agressiva o Temperatura a. < 36,0 choque; b. 37,5 - 38,5 ausências de processo infeccioso; c. > 39,0 agitação e movimentação, enterite... o Aspecto do refluxo gástrico o Paracentese abdominal o Palpação retal o Ausculta do intestino 3- ABDOMINOCENTESE OU PARACENTESE ABDOMINAL (NO XIFOIDE) A análise do líquido peritoneal em equinos é um procedimento de rotina no atendimento de cavalos com enfermidade abdominal e um recurso diagnóstico importante para estabelecimento da gravidade do quadro clínico e prognóstico. Esse tipo de procedimento fornece dados complementares importantes, seja através de exame físico e bioquímico, classificação e contagem das células, ou ainda, pela detecção de bactérias no líquido peritoneal, informando o provável grau de comprometimento da parede intestinal, direcionando a conduta clínica e o prognóstico. 7 Observar: aspecto, cor, densidade do líquido peritoneal, celularidade, proteínas e lactato (pode ter aumento se tiver alguma alteração). Características normais: o liquido peritoneal normal é claro, levemente amarelado e de consistência serosa. Total de células nucleadas e de proteínas são menor que 5.000 células por microlitro. Concentração proteica no líquido peritoneal menor que 1,0 g/dL. Inflamação do peritônio provoca alterações no liquido peritoneal, aumenta a permeabilidade o que resulta em aumento do volume do fluido peritoneal e da concentração de proteínas. Aumento de leucócitos para cavidade peritoneal, e hemácias também podem estar aumentadas quando a lesão for muito severa. Quando a hipóxia nas vísceras as células tentam puxar oxigênio, resultando em aumento de lactato e aumento de proteína = EXISTE SOFRIMENTO DE VÍSCERAS Conteúdo dentro da cavidade no equino é resultante em óbito. O cavalo com rompimento intestinal em um curto período de tempo o exame físico está bastante alterado. 4- EXAMES COMPLEMENTARES O Ultrassom pode ser feito tanto pela via TRANSRETAL como TRANSCUTANEA/ABDOMINAL – depende das estruturas que vão ser avaliadas. Fezes e gases podem atrapalhar o US: fazer a limpeza 8 5- PALPAÇÃO RETAL Realizar quando tiver um tronco, com contenção adequada ou o animal for manso para o exame. INTESTINO DELGADO: • Duodeno é palpável sobre o ceco • Jejuno é palpável e consistência tenso • Íleo é palpável • Palpação de baço. Normalmente o baço está na parte dorsal do abdômen no lado esquerdo, junto a parede abdominal. INTESTINO GROSSO: • Ceco: não distinguível, timpânico, caudal • O colón só é palpável se tiver cheio • Cólon ascendente: Timpânico, flexura pélvica palpável, conteúdo (consistência), tênias tensas, enterólito • Cólon descendente: síbalas palpáveis, fecaloma, enterólito, deslocado, tração (manobra) • Palpação de flexura pélvica 9 QUAIS OS CASOS QUE DEVEM SER INTERNADOS • Aqueles que apresentam afecções cirúrgicas diagnosticadas • Aqueles que necessitam tratamento e acompanhamento que dificilmente será realizado na propriedade (Fluidoterapia, paracentese seriada) • Aqueles cujos parâmetros não definam ainda e tratar caso cirúrgico ou clinico, porem a internação irá proporcionar melhor atendimento caso haja deterioração do quadro e necessidade de cirurgia - O transporte as vezes melhora o animal. Pela movimentação do transporte o cólon volta para o lugar e sai gases pela flatulência. Alguns Pensamentos Obrigatórios Cavalo Inteiro / Hérnia Inguinal Égua recém parida/ torção de cólon Égua no final da gestação diferencial de torção uterina JÁ QUE TEMOS QUE TER PARÂMETROS, CONSIDERAR: • O tempo decorrido desde o início da cólica (mais de seis horas) • Dor intensa e continua (incontrolável com analgésicos), distensão abdominal • Atonia intestinal (ausência de peristalse) • Ausência de defecação, achados de exame transretal • (intestino delgado distendido, tênias sob tensão). DOR A dor é um critério consistente, porém devemos nos lembrar da origem da dor nos órgãos abdominais. Espasmo e distensão. A dor não tratada diminui a motilidade, aumenta as secreções gástricas e favorece o íleo adinâmico. Portanto manobrasde descompressão devem ser realizadas para podermos considerar o critério dor fidedigno. 10 Dores de controle mais difícil: afecções estranguladas do intestino delgado; encarceramento espaço nefro-esplênico; enterólitos e distensão do cólon descendente. CUIDADOS NO ATENDIMENTO PARA NÃO ATRASAR O DIAGNÓSTICO: • Não administrar analgésicos potentes e de longa ação, antes de elucidar o diagnóstico. Neste caso alguns animais com afecções cirúrgicas podem dar falsa impressão de melhora (devido ao fato de que sintomas podem ficar mascarados). • Retirada da sonda nasogástrica acreditando que o estômago esteja vazio. Neste caso a produção de gás ou a ocorrência de fluxo pode levar a um desdobramento/reagudização com ruptura gástrica. • Manter o animal no tronco de contenção ou fazer manobras que levem a situações de stress. Os benefícios que supostamente serão obtidos com alguns procedimentos não justificam os riscos grande de piora no quadro. • Colocar o animal para pastar precocemente sob efeito de analgésicos (repetidamente). Nesse caso o animal pode estar frente a uma compactação que ira se agravar, podendo levar a ruptura. • Não proceder na abdominocentese por receio de contaminação da cavidade. Neste caso as informações importantes que podem ser obtidas por meio da observação e exame do liquido abdominal não serão utilizadas. TRANSPORTE PARA O HOSPITAL • TODOS os animais devem ser transportados com sonda nasogástrica • Potros ou éguas devem ser transportados com suas mães ou vice versa • A rápida transferência de um paciente cirúrgico para o hospital irá determinar a diferença entre a morte e a sobrevivência • É preferível para o paciente, proprietário e veterinário transferir um animal que não seja eminentemente um caso cirúrgico ao invés de atrasar internação de um caso cirúrgico. AFECÇÕES DO APARELHO DIGESTÓRIO DOS EQUINOS CLASSIFICAÇÃO DAS AFECÇÕES Não estranguladas: 1. Compactação 2. Obstrução por enterólitos 3. Obstrução por parasitas 4. Obstrução por areia 5. Obstrução por corpo estranho 11 Estranguladas: 1. Vólvulo ou volvo 2. Intussuscepção 3. Hérnias 4. Tromboembolismo ACESSOS AO ABDOMEM Linha Alba • Vantagem: Permite exploração cavitário, animal não se movimenta, tempo cirúrgico pode ser longo; E são onde as aponeuroses se encontram e não há vascularização. • Desvantagem: anestesia geral, decúbito dorsal, custo mais alto. Flanco • Vantagem: sedação e local, topografia das vísceras sem alteração, custo mais baixo • Desvantagem: É necessário diagnóstico; risco de queda do animal. No cavalo a primeira coisa que se vê quando abre a cavidade abdominal é o cólon ascendente e ceco. No cão é o jejuno. • Enterotomia se faz na flexura diafragmática porque tem acesso a todo colón ventral e dorsal. 12 NÃO ESTRANGULADAS Iremos tratar das obstruções do lúmen ou luz dos órgãos ocos. Compactação é a parada de algo em uma cavidade ou órgão oco do organismo (ingesta, enterólito, fecaloma, c. estranho) • Obstrutivas. O que causa a obstrução é a própria ingesta (fibra) • Tratamento fluidificar com a hidratação (fluidoterapia oral ou parenteral) • Uma característica do intestino delgado é o Refluxo, por isso passa-se a sonda para sair o líquido. Isso porque, diferente de dos canídeos, ele não vomita. Não se usa tratamento oral pois justamente o equino está com refluxo, por isso fazer a fluidoterapia parenteral. A fluido deve continuar até os parâmetros começarem a se reestabelecer e a paracentese estar mostrando um risco de isquemia pelo aumento de lactato e de proteína. Perceber-se como está o exame físico. • O tratamento cirúrgico de uma obstrução seria uma ENTEROTOMIA (incisão na alça e Enterotomia). • Obstrutivas de Intestino Delgado: Compactação, Parasitose – MAIS COMUNS • Obstrutivas de Intestino Grosso: Compactação, Enterólito – MAIS COMUNS OBSTRUÇÃO DE ESÔFAGO A obstrução esofágica em equinos é de caráter emergencial, e requer atendimento clínico e por vezes, cirúrgico para resolução do caso, chegando às vezes a perfurar o esôfago. CAUSAS: NA MAIORIA DOS CASOS A OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA É CAUSADA POR I. Impactações intraluminais (mais frequente), por ração/capim, caroço de manga, por outras frutas, espigas de milho e acúmulo de alimentação granulada (considerados corpos estranhos). II. Impactações de origem luminal, que é quanto ocorre em decorrência de alterações na parede do esôfago, como por exemplo, neoplasia. SINAIS CLÍNICOS • Aumento de volume na região do esôfago. • Secreção nas narinas (espumosa e esverdeada), resultando em uma descarga nasal espessa, muitas vezes com partículas de alimentação presentes • Salivação excessiva (Ptialismo) • Disfagia (incapacidade de engolir): Em animais jovens por má mastigação e maturidade e em animais mais idosos pode ser por conta de neoplasias ou mastigação imprópria por motivos dentários • Engasgos e tosses. Quando os cavalos tentam engolir, estando engasgados, ele pode aspirar a comida ou a água na traqueia, o que pode levar à pneumonia por aspiração. Como resultado da pneumonia eles podem desenvolver uma febre. Sinais de pneumonia geralmente aparecem 24 a 48 horas após o início da obstrução. 13 DIAGNÓSTICO • Anamnese - observado por sinais clínicos como ptialismo, disfagia, tosse, regurgitação de alimentos; • Exploração completa da cavidade oral - tem de ser realizados para descartar outras causas de hipersalivação, disfagia e descarga nasal. • Palpação - Se o objeto ou bolo de alimentação que causa a obstrução é grande o suficiente, e a obstrução está na porção do esôfago que corre ao longo do lado esquerdo do pescoço, então a obstrução pode ser visível e / ou palpável. Se a obstrução estiver mais adiante da cavidade torácica, não poderá ser vista ou sentida; • Exames complementares: Passar a sonda sem forçar para verificar obstrução = Dificuldade ou impossibilidade quando há obstrução; Radiografia para verificar corpo estranho • Exame de escolha: Endoscopia/Esofagotomia TRATAMENTO Hidratar o animal pois o mesmo estará sem beber água por muito tempo. Sondar o animal para fazer lavagens com água morna para “dissolver” o que está obstruindo e com administração de medicamentos para relaxar a musculatura esofágica. Em casos de não desobstrução ou obstruções que tem recidiva, realiza o tratamento cirúrgico com a Esofagotomia. Após a cirurgia, deixasse um pouco aberta para não formar abscesso pois tinha comida. Deixar fechar por segunda intenção. Após 10-15 dias já está cicatrizado; COMPACTAÇÃO DE ESTÔMAGO O estômago é um dos principais responsáveis pelo peristaltismo. Cavalos com ulceras ou gastrite diminuem a movimentação intestinal, causando não só a compactação do estômago(raras) mas principalmente compactações de cólon. Alguns parasitas podem ser responsáveis pelas lesões na mucosa gástrica. 14 OBSTRUÇÕES DO INTESTINO DELGADO As obstruções mais comuns são por material compactado espessamento da parede por verminose; compressão da parede por abscesso; por aderências. Obstrução por vermes (Parascaris) COMPACTAÇÃO DO ÍLEO É a compactação comum do intestino delgado. Normalmente a ingesta pode ficar compactada por diminuição do trânsito e/ou da abertura da papila íleo-cecal. SINAIS CLÍNICOS • Dor e desconforto de moderado a severo dependendo do tempo de duração da compactação. • Refluxos nasogástrico pode estar ausente nos estágios iniciais, porém presentes quando a situação se agrava. • Durante as 8 a 10 horas após o episódio inicial de cólica, o intestino delgado e distensão gástrica se desenvolvem e resultam em recorrência de sinais de dor e desidratação progressiva. DIAGNÓSTICO • Palpação transretal: revela múltiplos segmentos de intestino delgado distendidos de forma moderada a severa. • Realiza a Paracentese com cânula ouagulha – lactato e proteína perto do 1,0 que é o limite, porém sem muitas alterações, estando clara ou um pouco turva. • A ultrassonografia transabdominal geralmente revela intestino delgado distendido com atonia ou segmentos com motilidade variável. TRATAMENTO A hidratação da ingesta mesmo que durante o ato cirúrgico é o tratamento de eleição. Com cuidado pode tentar dissolver a compactação com uma agulha e hidratando com soro até o material se diluir. Uma hora naturalmente ele desce pro ceco e está resolvido. Evita-se a Enterotomia em intestino delgado pois pode levar a uma aderência e o equino não convive com aderência. 15 ENTEROTOMIA: O tratamento cirúrgico é realizar a abertura pela linha alba, realizar a Enterotomia do íleo para retirar o conteúdo da ingesta que está compactado. Devemos considerar durante a laparotomia a presença de hipertrofia da camada muscular, que é de etiologia discutível qualquer processo que leve a alteração da abertura da papila íleo-cecal ou distúrbios eletrolíticos repetidos. A hipertrofia da parede do íleo também pode estar envolvida e a etiologia desta afecção são distúrbios eletrolíticos ou alterações verminóticas que alterem a abertura da papila íleo-cecal. OBSTRUÇÃO POR ASCARIS - PARASCARIS EQUORUM CONHECIDA COMO PARASCARIOSE A papila íleo-cecal pode inflamar com a presença desse verme. Localizam-se no intestino delgado dos equinos SINAIS CLÍNICOS • Síndrome de cólica não responsiva a analgésicos. Em casos mais graves: frequência cardíaca e frequência respiratória alta (taquicardia e taquipnéia), mucosas hipocoradas, tempo de preenchimento capilar superior a 3 segundos indicando desidratação, motilidade intestinal pode estar presente ou ausente dependendo da gravidade do caso, presença de gás em áreas do intestino delgado. DIAGNÓSTICO • Palpação retal: alças de intestino delgado palpáveis devido a anormalidade das mesmas (intestino delgado só é palpável em casos de anormalidade). • Realiza a Paracentese com cânula ou agulha para avaliar o líquido peritoneal. • Laparotomia exploratória em casos menos emergenciais. 16 TRATAMENTO Hidratar o animal através de fluidoterapia. Enterotomia para a retiradas dos vermes presentes. • A vermifugação sem necessidade induz a resistência do verme a ele, com isso, nunca medicar sem necessidade. • Utilizar-se da medicina preventiva tradicional: cocheira higienizada, Coproparasitológico, etc OBSTRUÇÕES DO INTESTINO GROSSO COMPACTAÇÃO DO CECO As compactações cecais são relatadas como as mais frequentes causas de obstrução cecal. Este tipo de compactação em equinos idosos tem sido atribuído a problemas odontológicos, alimentação com forragem de má qualidade e debilidade geral durante o inverno. A dor intestinal associada à compactação cecal é considerada moderada com períodos de alívio intermitente. Os equinos afetados podem ser divididos em dois grupos: aqueles com compactação cecal primária e aqueles com compactação cecal que se desenvolve como complicação de anestesia ou procedimento cirúrgico. A compactação pode ser com gás, liquido, material; Não é tão comum. DIAGNÓSTICO Palpação transretal, já que os sinais clínicos são similares com a compactação do cólon. COMPACTAÇÃO DO CÓLON – É O MAIS COMUM DOS EQUINOS Várias são as causas que podem incluir: baixa qualidade de fibras, desequilíbrios eletrolíticos, aplicação de amitraz, areia. A compactação do cólon pode ser: do cólon maior ou do cólon menor. As mais comuns são do cólon menor, sendo mais frequente no outono e inverno (pode estar relacionado a um inadequado consumo de água ou modificação na dieta), ou alterações odontológicas. 17 Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com as obstruções por enterólitos ou corpo estranho. E se for deixando, pode chegar ao nível da ruptura de cólon. Rompeu ou extravasou fezes o animal tem uma peritonite e é incompatível com a vida. SINAIS CLÍNICOS • Dor e desconfortos abdominais de moderado a severo dependendo do tempo de duração da compactação, com sinais de olhar para o flanco, cavar, deitar e rolar. Com diminuição dos borborigmos intestinais. • A frequência cardíaca pode estar levemente aumentada (40-60 bpm), estando relacionada à hipovolemia e grau de dor. • A auscultação abdominal revela diminuição dos sons intestinais e a motilidade progressiva quase sempre está ausente. • Com a produção fecal está reduzida, e as fezes frequentemente são duras, ressecadas e cobertas de muco. DIAGNÓSTICO • Palpação transretal (CONFIRMAÇÃO): revela segmentos de intestino grosso distendidos de forma moderada a severa. • Realiza a Paracentese com cânula ou agulha – lactato e proteína perto do 1,0 que é o limite, porém sem muitas alterações, estando clara ou um pouco turva. • A ultrassonografia transabdominal geralmente revela intestino grosso distendido com atonia ou segmentos com motilidade variável. TRATAMENTO Compactação do cólon maior: tratamento clinico com laxante, fluidoterapia oral e administração parenteral de analgésicos. Pode necessitar de intervenção cirúrgica. Compactação do cólon menor: hidratar ou lubrificar o material suficientemente para permitir que o intestino faca com que a massa diminua de tamanho e possa ser removida fisiologicamente. Restrição alimentar, controle da dor, amolecimento e hidratação da ingesta, manutenção da hidratação e redução dos espasmos da musculatura intestinal na região afetada. ENTERÓLITOS – COMPACTAÇÃO DO CÓLON Normalmente o enterólito é mais característico de animal que come feno de alfafa e menos capim, consumo elevado de proteína, de cálcio e de magnésio (como o farelo de trigo). SINAIS CLÍNICOS • Cólica: podendo ser aguda ou crônica dependendo do tipo de enterólito presente no intestino. Enterólitos mais redondos causam cólicas crônicas com menor incidência 18 de dor, e enterólitos ponte agudos causam cólicas agudas com maior incidência de dor. • Dor abdominal com mais de 12 horas de evolução. • Sintomas de Inapetência, hipomotilidade intestinal (diminuição de burburinhos em casos mais graves) e diminuição da produção de fezes podem estar associados a cólica. • Aumento da frequência cardíaca, mucosas congestas, febre em casos mais graves. • Quando a pressão contra a parede da alça persistir, pode ocasionar rompimento da alça intestinal e extravasamento do conteúdo para a cavidade, ocasionando uma Peritonite infecciosa. DIAGNÓSTICO Palpação retal: revela segmentos de intestino grosso distendidos de forma moderada a severa. A palpação do enterólito via transretal (quando possível) é um forte indicador das enterolitíases. Porém os pontos de localização dos enterólitos não são palpáveis por via transretal, então a ausência de achados não descarta a possibilidade de enterolitíases. O intestino delgado só é palpável se não tiver em condições normais. Paracentese com cânula ou agulha para avaliar o líquido peritoneal. TRATAMENTO • Enterólitos no CÓLON DESCENDENTE (menor) podem ser localizados por meio de palpação retal. O acesso cirúrgico com o animal em estação é pelo antímero esquerdo • Linha alba, limpar todo o cólon para conseguir explorar – CÓLON ASCEDENTE • NO FLANCO somente se souber a localização e se for enterólitos pequenos CASOS CLÍNICOS 16/03/2020 1. Animal Quarto de milha, fêmea, 8 anos e que faz provas de tambor e baliza. Vendida no início do ano, deixou o haras onde vivia com acesso a piquete e pasto durante todo o dia e foi transferida para pequeno haras sem área de pastagem. Atualmente recebe 19 ração concentrada 2 vezes ao dia e feno de boa qualidade 2 vezes ao dia. Neste sábado apresentou desconforto leve e foi medicada pelo tratador com 20 ml de dipirona; recebeu a ração normal e comeu bem. Domingo mostrou novamente o mesmo quadroe recebeu o mesmo tratamento. Hoje pela manhã tratador notou muito poucas fezes na cocheira com tamanho reduzido e ressecada. A égua mostrou novo desconforto e foi enviada a pedido do proprietário para o HOVET – UAM. Exames realizados: Exame físico com parâmetros levemente alterados, leve desidratação e paracentese limpa e clara com lactato 0,8. a. Qual a principal suspeita? Por que? Resposta: a égua ficou confinada logo caminha menos e não tem mais acesso a pastagem. Se perceber que o anima está defecando pouco oferecer mais feno e água. Suspeita é compactação de Intestino grosso provavelmente pela troca de manejo, alimentação, local, tratador. b. Quais exames ainda podem ser realizados? Qual o tratamento? Resposta: Palpação retal principal e US em antímero esquerdo; cólon ascendente distendido/aumentado coma consistência firme e é possível também sentir o conteúdo; Na paracentese pode se esperar um leve aumento de proteína e lactato (1,1) e coloração clara e turva; Tratamento é enema para estimular o peristaltismo e hidratação oral, jejum até a compactação sair (defecar) mas pode oferecer glicose se precisar e caso o animal não melhore os parâmetros, cirurgia pela linha alba para uma melhor visualização. 2. Aprisionamento no espaço nefro-esplênico; Cólon relativamente vazio, não existe presença de gás e não tem compactação. a. Diagnostico: Palpação retal b. Como fariam para diminuir o baço? Ampola de adrenalina/epinefrina diluído em soro lentamente e andar com o animal de 5-10 min (constrição do baço funcionou como tratamento); Cirurgia, porém, há recidivas; Da para fazer a cirurgia entrando pelo flanco esquerdo -> fechamento do espaço nefro-esplênico. 20 ESTRANGULADAS 23/03/2020 Relembrando: Nestes casos além da obstrução do lúmen teremos isquemia. HÉRNIA INGUINAL OU INGUINOESCROTAL – INTESTINO DELGADO É um pequeno segmento que fica aprisionado apertando o funículo e atrapalhando o retorno venoso. É um segmento de intestino delgado, normalmente jejuno ou íleo. Na grande maioria das vezes no animal adulto não há aumento dos anéis inguinais, por isso o nome de aprisionamento é adequado. Lembrar disso porque na hora do tratamento não há necessidade de fechar os anéis. O anel vaginal é a estrutura que realmente aprisiona o segmento intestinal. A túnica vaginal é o prolongamento do peritônio. E a túnica albugínea recobre o parênquima testicular. 21 Hérnia estrangulada: Pequeno segmento de intestino, normalmente jejuno ou íleo, fica aprisionado apertando um pouco o funículo atrapalhando o retorno venoso, mas não atrapalhando totalmente o sangue de chegar no testículo. Esse pequeno segmento ao entrar dá uma pequena edemaciada e não sai facilmente. CONDIÇÕES: Tem que ser um animal inteiro (OBRIGATORIAMENTE GARANHÃO); tamanho dos testículos normais; isso porque quando o animal é castrado as estruturas dentro dos anéis somem, insuficiente para estrangular; UNILATERAL; Se o animal é garanhão, pensar sempre primeiro em hérnia. SINTOMAS: Refluxo, por ser isquêmico dói muito. Sem aumento muito visível do testículo A hérnia ocorre principalmente quando ele está fazendo algum exercício como coito. DIAGNÓSTICO 1. Palpação retal você chega até o anel inguinal podendo até comparar os dois testículos; No testículo normal, é possível sentir o filete fino que corresponde ao funículo espermático. No testículo alterado é possível sentir o aprisionamento do anel inguinal. 2. Palpação direta - Diferença de tônus no testículo mudando a consistência, isso porque o testículo estrangulado tem consistência dura que nem pedra e o testículo normal por ser revestido por túnica de conjuntiva espessa (túnica albugínea) apresenta consistência firme ao apertar o testículo. TRATAMENTO Se o proprietário não tiver interesse em castrar, você pode deixar apenas um testículo. 22 Castrando o animal, eu estou provocando uma pequena peritonite focal porque a túnica vaginal é um prolongamento do peritônio e a consequência é a diminuição do peristaltismo. Portanto irá aumentar o período de refluxo desse animal. LAPAROTOMIA Qual acesso cirúrgico usar? Laparotomia pela linha alba pois o órgão acometido é o intestino. Enterectomia! Quando estiver tracionando o intestino tenho que tomar cuidado com o mesentério para não romper. O tratamento da afecção requer laparotomia para a retirada do segmento encarcerado no canal inguinal. Avaliação deste segmento para necessidade de enterectomia e enteroanastomose. Se necessário fazer a enteroanastomose. Castração do testículo envolvido. HÉRNIAS CONGÊNITAS Houve um atraso no fechamento dessa estrutura o que significa que pode seguir fechando nos próximos meses, até o desmame (5-6 meses) em 90-95% há o fechamento sozinho em potros. Esses casos ocorrem em potros jovens, não isquêmica, logo não sente dor e quando em palpação direta ela volta para o lugar. NÃO É EMERGENCIAL. Diferente da Hérnia inguinal isquêmica em adultos que é emergencial. Porém pode ocorrer do quadro mudar e a hérnia se tornar isquêmica e aí se torna emergencial, nesses casos, correr com a mãe para o centro cirúrgico. Caso o neonato permaneça com a hérnia até o desmame a conduta deve ser cirúrgica castração pelo acesso inguinal em decúbito dorsal. (Hérniorrafia) CÓLICA TROMBOEMBÓLICA Espessamento da parede da artéria conhecido como aneurisma. Na verdade, trata-se de um pseudoaneurisma já que a parede da artéria fica mais espessa. Porque se fosse um aneurisma haveria um momento em que isso iria romper e não rompe, fica só mais espesso e solta trombo. O trombo é causado pela irritação na parede que é causado pela migração de larvas de strongilus vulgaris. 23 Esse trombo pode entupir a artéria ilíaca e pode ter uma isquemia de todo o membro por isso a dor é impressionante. Se entupir uma artéria -> isquemia -> infarto A transmissão se dá através da ingestão de L3 presente em águas e pastos contaminados. Na fase de disseminação do parasitismo, são eliminados ovos e larvas de helmintos nas fezes. Como inúmeros cavalos passam a maior parte do tempo nas cocheiras, a cama torna-se importante fonte de contaminação, pois oferece ambiente propício à eclosão dos ovos. O quadro isquêmico leva o animal a ter muita dor. A prova de que o sangue não está chegando na artéria é justamente o aumento do lactato. SINAIS E SINTOMAS o Muita dor o Refluxo o O trombo formado pode se soltar chegando ao intestino ou segue para as artérias ilíacas, causando muita dor e pode iniciar uma necrose na perna do animal. DIAGNÓSTICO lactato aumentado na paracentese irá fazer você entender que tem um quadro isquêmico. Normalmente esse animal vem ao óbito ou irá para eutanásia. O tratamento é clínico realizando a vermifugação. 24 FALHA MESENTÉRICA É uma hérnia mesentérica, é uma falha no mesentério que ocorre quando entra um segmento do intestino, estrangulando a alça intestinal. Toda vez que o delgado tiver envolvido, seja as obstrutivas ou não obstrutivas ele ficará aumentado de volume (gás) e poderá ser palpado. Normalmente não dá para palpar. SINTOMAS dor intensa, rola, refluxo DIAGNÓSTICO Lactato e proteínas alterados na paracentese. Na palpação retal é possível sentir o Intestino delgado aumentado (não pode ser palpado caso não haja alteração) e conteúdo líquido em alças. Necrose de segmento de alça. O diagnóstico concreto só é possível ao realizar a cirurgia. TRATAMENTO Laparotomia exploratória para diagnosticar o caso, e realizar a Enterectomia e Enteroanastomose. VÓLVO/TORÇÃO DO MESENTÉRIO O mesentério girou sentido horário ou anti-horário levando a uma isquemia. Causa muita dor e diminui a chance de sobrevivência do animal. Na hora que for destorcer o mesentério lembrar de pinçar bem e ligue os vasos porque pode levar a uma lesão dereperfusão (absorção de toxinas do material necrosado). 25 Diferente dos carnívoros, o delgado é sempre um prognóstico pior nos equinos. Ocorre em todas as espécies. SINAIS E SINTOMAS o Estado geral ruim o Dor intensa o Refluxo com aspecto de coloração vinho e odor ruim e forte DIAGNÓSTICO o Lactato e proteína elevados com aspecto sanguinolento na Paracentese O diagnóstico concreto só é possível ao realizar a cirurgia. TRATAMENTO Laparotomia exploratória para diagnosticar o caso, e realizar a Enterectomia e Enteroanastomose. Em casos de necrose extensa, opta-se pela eutanásia. INTUSSUSCEPÇÃO As intussuscepções são mais comuns em potros, e nestes casos o segmento mais acometido é o intestino delgado. Nos animais adultos a intussuscepção mais comum é a íleo-cecal. SINAIS E SINTOMAS o Alteração no peristaltismo com dor forte, geralmente em potro mamando. O animal está “estufado”. – Geralmente em intestino delgado o Dor intensa/forte o Diminuição do peristaltismo o Refluxo – quando passar a sonda (se for apenas no cólon não haverá refluxo) o No animal adulto as intussuscepções são mais relacionadas com íleo e ceco, intestino grosso. 26 DIAGNÓSTICO o Na Palpação retal é possível sentir o Intestino delgado distendido. o Aumento de lactato na Paracentese. TRATAMENTO Laparotomia exploratória para diagnosticar o caso, e realizar a anastomose do jejuno direto com o ceco, perdendo o íleo. APRISIONAMENTO DO CÓLON NO ESPAÇO NEFRO-ESPLÊNICO – INTESTINO GROSSO O aprisionamento do cólon no espaço nefro-esplênico é quando há um deslocamento dorsal do cólon para o espaço entre o baço e o rim esquerdo, causando um aprisionamento desse pedaço intestinal. SINAIS CLÍNICOS o Dor o Refluxo DIAGNÓSTICO Palpação retal é possível sentir o intestino delgado aumentado e aprisionado no espaço nefro esplênico. É possível sentir o baço aumentado e deslocado caudalmente. TRATAMENTO O tratamento clínico para diminuir o baço, é aplicar 1 ampola de adrenalina diluída em soro lentamente para fazer a contração esplênica. Movimentar o animal na tentativa do Cólon se deslocar e voltar para a posição normal. Caso o tratamento clínico não surja efeito, realizar o tratamento cirúrgico, desaprisionando do Cólon. Apenas 7% dos animais operados para essa afecção fazem recidivas do quadro. Caso haja recidivas, as chances que isso venha a acontecer mais de uma vez é de 50%. Portanto, 27 nos casos onde tem o histórico devemos considerar a possibilidade de fazer a correção pelo franco para fechar o espaço nefro esplênico. CASOS CLÍNICOS 1. Animal de salto, garanhão, 10 anos alojado em cocheira e participando das atividades esportivas normalmente. Apresentou desconforto após exercício de salto em picadeiro. O tratador percebeu que o animal apresentou sintomas de dor após colocá-lo na cocheira. Não quis alimentar e começou a cavar. Chegou a defecar normalmente, mas sempre demonstrando dor. O tratador aplicou 10 ml de anti-inflamatório intravenoso e notificou o veterinário. O veterinário chegou ao local em 1h 30 min, e encontrou o animal mostrando dor, apesar do anti-inflamatório e no primeiro atendimento fez a lavagem gástrica por meio de sonda encontrado pequena quantidade de refluxo. A palpação retal encontrou intestino delgado distendido. Resposta: Se for Garanhão, pensa primeiro em Hérnia Inguinal. Os exames complementares são Palpação testicular, palpação retal e Ultrassom. Caso não haja hérnia inguinal, pensa-se em afecções isquêmicas. Se for um Neonato com hérnia inguinal, espera até o desmame e caso passe o período de desmame, realiza a Hérniorrafia. QUAL É O TIPO DE HÉRNIA DE CADA FOTO? 1. Hérnia estrangulada 2. Hérnia não estrangulada Hérnia estrangulada: a incisão é feita pela linha alba para ter uma melhor exploração do intestino. O diagnóstico é feito por palpação retal e palpação testicular. Realiza a castração de somente um testículo. 28 Hérnia não estrangulada: a incisão é feita pela linha inguinal devido a quantidade de alça presente dentro do testículo. Realiza a castração dos dois testículos porque os dois estão acometidos. ALTERAÇÕES DA PAREDE ABDOMINAL DOS EQUINOS 30/03/2020 CASO CLÍNICO Qual o nome da estrutura apontada no bovino macho? Nesse caso, o pênis está protegido por uma prega de pele chamada de prepúcio. Existem 2 pregas de pele que protegem o genital masculino chamado de Prepúcio e Bolsa testicular ou escroto. ANATOMIA E FISIOLOGIA FETAL Cordão umbilical é composto por: veia umbilical por onde o sangue entra, úraco, artérias umbilicais. Sua função principal é de nutrição e oxigenação do feto durante a gestação. O feto não armazena urina durante o período fetal. A urina fetal sai pelo úraco e é despejada no saco alantoide. O sangue oxigenado vem da placenta sobe pelas veias umbilicais que vai passar pelo fígado e irá jogar uma parte na cava, sai pela aorta e passa por todo o corpo. Quando termina de passar pelo corpo, as artérias ilíacas imitem as artérias umbilicais que irão voltar para o umbigo que irão voltar pela placenta com CO2. O átrio direito com o átrio esquerdo se comunica pelo forame, da mesma maneira que a artéria aorta e a pulmonar se comunicam pelo ducto arterioso. O QUE ACORREM COM AS ESTRUTURAS UMBILICAIS LOGO APÓS O NASCIMENTO? Estas estruturas devem obliterar. A veia umbilical se tornará o ligamento redondo do fígado. As artérias desaparecem, virando o ligamento redondo da bexiga. Assim como o Úraco, ficando apenas uma pequena cicatriz na ponta da bexiga. 29 QUAL A CONSEQUÊNCIA SE ELAS NÃO SE FECHAREM? Essas estruturas não se colabando, a principal consequência é a manutenção de várias portas de entradas para infecção ascendente. Existe também a deposição de tecido conjuntivo e o fechamento delas. Cranial para Caudal (sentido) O umbigo do clone é muito maior que o normal; vai para cirurgia. E nem sempre é possível o total fechamento, permitindo a porta de entrada para infecção ou sepse. A ONDE MAIS EU POSSO TER INFECÇÃO POR ONFALOFLEBITE? Poliartrite (artrite séptica). Quando se tem uma infecção ascendente, ela por algum motivo, tem uma facilidade de atingir articulações tornando-a edemaciada, provocando uma artrite séptica. E o tratamento é difícil, pois atingir antibiótico alto para chegar as articulações. E SE FECHAR OS VASOS E NÃO FECHAR O ÚRACO? QUAL A CONDUTA? Fisiologicamente existe a ruptura do umbigo (um processo inflamatório). PERSISTÊNCIA DO ÚRACO • É o mais comum no equino do que nas outras espécies • O não fechamento do úraco resulta em um umbigo úmido e propiciando a infecção local e posteriormente a septicemia • Mais comum em machos do que fêmeas 30 • O neonato com persistência do úraco urina pela uretra e goteja pelo úraco porque o diâmetro da uretra é maior que do úraco. O QUE É O ÚRACO? O úraco é um canal que corre junto aos vasos umbilicais, cuja finalidade é eliminar a urina fetal para a cavidade alantóidea. A persistência ou não regressão do conduto urinário fetal, que em condições normais se oblitera logo após o nascimento, possibilita a eliminação da urina através do umbigo. Ocasionalmente, a afecção regride espontaneamente após alguns dias, no entanto, é conveniente realizar o tratamento imediatamente, com a aplicação de tintura de iodo em solução a 2%, em torno do anel umbilical. Quando a cura não acontece pelo método conservador, o processo inflamatório predispõe à instalação de bactérias, que por sua vez, podem agravar o quadro. O tratamento consiste na intervenção cirúrgica, através da laqueadura do úraco junto à vesícula urinária. Pode levar a uma: • Onfalite/ Onfaloflebites. • Hérnias SINAIS CLÍNICOS Os primeiros sinais de infecção podem incluir: • Umbigo aumentado e doloroso a palpação • Secreção purulentana abertura do umbigo Se as infecções do umbigo caírem na corrente sanguínea podem levar a: • Febre • Depressão • Perda de apetite Sinais de doença sistêmica grave como: • Dificuldade respiratória • Claudicação • Articulações inchadas/edemaciadas DIAGNÓSTICO Observa-se vazamento de urina do umbigo – você pode ver/sentir a umidade ao redor do pelo ou ao redor do umbigo Ultrassom – confirmar a comunicação entre a bexiga e o uráculo e ajuda a determinar a presença e extensão da infecção. 31 Exame de sangue se necessário/ Cultura bacteriana. TRATAMENTO O tratamento tradicional é feito com cauterização química (iodo, nitrato de prata, fenol). Escarificação é feita dentro do umbigo (intra-uraco) com uma escovinha embebida em nitrato de prata ou iodo e levará a uma estimulação de tecido por reação inflamatória. (Leva de 1 a 2 dias para o fechamento). Caso não haja melhora indicar a ressecção cirúrgica. Cirurgia (laparotomia): Incisão elíptica retirando o umbigo (edemaciado) -> visualização da bexiga com o cordão fracionado -> colocar um clump secionando a bexiga -> fazer uma incisão na bexiga com o bisturi acima do clump -> retirar todas as estruturas deixando apenas a bexiga que está vazia pois o animal foi sondado anteriormente O aumento de volume pode ser abscesso por persistência do úraco. Não é recomendado fazer a campo; 1. Incisão elíptica retirando o umbigo (edemaciado) -> visualização da bexiga com o cordão fracionado 2. Colocar um clump secionando a bexiga -> fazer uma incisão na bexiga com o bisturi acima do clump 32 HÉRNIA UMBILICAL Se não tivesse peritônio seria uma eventração; Se não tivesse nem peritônio nem pele seria uma evisceração. • Defeitos congênitos mais comum em bovinos • Em 45% dos casos evidencias de infecções umbilicais associadas • Tem componente genético • Para hérnia pequena incisão circular, para hérnias maiores incisão elíptica. • Hérnias menores podem ser feitas a campo; Hérnias umbilicais desenvolvem-se em 0,5 - 2% dos equinos jovens. Fatores que predispõem o desenvolvimento de hérnias incluem tração excessiva do cordão umbilical e infecções umbilicais. Muitas dessas hérnias são pequenas (menores que 5 cm) e fecham-se espontaneamente, enquanto hérnias maiores (maiores que 10 cm) exigem tratamento cirúrgico. SINAIS CLÍNICOS Aumento do tamanho, temperatura, consistência e sensibilidade do saco herniário, muitas vezes sem sinais de cólica. TRATAMENTO As hérnias umbilicais são corrigidas cirurgicamente por razões estéticas, uma vez que casos de estrangulamento de alças intestinais em hérnias umbilicais são incomuns. 1. Hérnias pequenas com pouco conteúdo, pode-se usar Iodo a 20% para inflamar a pele e o subcutâneo por 3 dias com uma escova de dente. Provocando uma reação inflamatória. 2. Para hérnias umbilicais pequenas que você passaria o Iodo, outra técnica é colocar o animal em decúbito dorsal com anestesia e com o aparelho traciona a pele com o saco herniário para cima e passa um elástico. Ocorrendo necrose dessa pele. O elástico provoca uma reação inflamatória local e isso irá cair com o decorrer dos dias (10-14 dias) e a pele vai cicatrizando, sem perigo de fazer evisceração. 33 3. Em casos de hérnias maiores o tratamento é cirúrgico em decúbito dorsal, pois por gravidade essas vísceras já entram. Ficando com anel e saco herniário. TÉCNICA CIRÚRGICA 1. Decúbito dorsal -> Incisão em elipse com preservação de peritônio (se possível) -> Retirar gordura se tiver 2. Sutura no peritônio 34 3. Introduzi-lo para dentro da cavidade abdominal 4. Fechamento da cavidade abdominal CUIDADO PARA NÃO PEGAS VISCERAS LEVANDO A UMA PERITONITE, RUPTURA ETC HÉRNIA INCISIONAL Fatores: gordura retroperitoneal, levantar imediato do animal, pós-cirúrgico. O exercício é uma vantagem para o fortalecimento da musculatura do reto do abdômen diminuindo o tônus e a diminuição do edema. 35 O animal pode participar de provas normalmente. Mesmo com cirurgia tem uma tendência de recidiva. Pode usar uma malha de polipropileno. TÉCNICA CIRÚRGICA 1. Descolar/Divulsionar a pele com cuidado 2. Colocar a malha de polipropileno 3. com ponto simples fixar a malha no subcutâneo 4. Pele fechada com uma grande incisão. 36 SISTEMA LOCOMOTOR DO EQUINO 06/04/2020 Os membros dos equinos formam um conjunto perfeitamente harmónico, com participação ativa de cada componente. O esqueleto se constitui no arcabouço de todo o organismo do cavalo, sendo o alicerce para o sistema de alavanca que as articulações exercem. Os músculos atuam como transmissores da cinética do movimento aos tendões, possibilitando a movimentação de todas as estruturas que formam e mantêm a estabilidade da articulação. O cavalo fica mais que 20 horas em pé, não deitando nem pra dormir. O cavalo fica apoiado, quando em pé, nos dígitos. Se apoia em 4 membros, 1 dígito. O que recobre o dígito é o casco. O cavalo gasta pouca energia, ou quase nada para se manter em estação. A coluna é um ponto de estrutura para o animal, sem que exista nenhum tipo de gasto de energia. o Grande parte dos problemas se referem aos membros locomotores. Lembrando que o indivíduo vive em apoio quadrupedal sobre um único dígito. Cavalo dificilmente consegue viver sobre apoio tripedal. Membros funcionam como vigas; 70% do apoio em membro torácico e 30% em membro pélvico. APOIO QUADRUPEDAL Membros Posteriores (Pélvicos) - unidos à coluna (cintura pélvica) * articulação sacro- ilíaca são RESPONSÁVEIS pela PROPULSÃO • Transmissão da propulsão é feita pela coluna que funciona como Longarina auxiliada pelas costelas que atuam como transversinas. Membros Anteriores (Torácicos) unidos ao tronco por músculos (cintura escapular) principalmente serrátil ventral e os peitorais com participação da cintura escapular auxiliando na manutenção do membro próximo à coluna - são RESPONSÁVEIS pelo APOIO e, portanto, dão continuidade ao movimento. 37 ANATOMIA Semelhantes nos dois: Falange proximal, média e distal e Ossos sesamóides (proximais e distais). Metacarpo/Metatarso: Região do metapódio de cada um dos membros formados por: um metacarpiano/metatarsiano principal (MIII) e dois acessórios, de menor tamanho (MII e MIV). • Sesamóide proximal – função facilitar o deslize dos tendões flexores • Sesamóide distal (ou navicular) – aumentar a superfície da articulação interfalângica distal e proporcionar uma superfície de deslize para o tendão do musculo flexor profundo dos dedos. MEMBRO TORÁCICO 1. Osso Úmero 38 2. Osso rádio e ulna 3. Ossos do carpo 4. Ossos do metacarpo (4) 5. Ossos sesamóides (Proximal e Distal) 6. Ossos falanges • Falange proximal – P3: tendão flexor proximal profundo se insere na terceira falange • Falange média: tendão flexor médio profundo se insere entre a falange média e a distal • Falange distal: dá suporte a toda estrutura do casco e anexos 7. Ligamento suspensor do boleto (interósseo): entre os ossos 8. Tendão f. proximal profundo parte o ligamento acessório 9. Ligamento anular palmar 10. Envolvendo o osso temos o periósteo. Periósteo: vascularização, revestimento do osso 11. Linha epifisária observa-se nos ossos longos e com o passar do tempo vai fechando e a partir daí o osso longo para de crescer. 39 Diagnóstico: Radiografia, palpação, Ressonância magnética, Inspeção. Diagnóstico tendíneo: Ultrassom, palpação, ressonância Diagnóstico articular: Artroscopia, Radiografia TENDÕES E LIGAMENTOS • TFDS – tendão flexor digital superficial • TFDP – tendão flexor digital profundo • Tendão extensor digital comum • Tendão extensor digital lateral • Ligamento interósseo (reto e oblíquo) • Ligamento acessório • Ligamentos colaterais - estabilidade destaarticulação ARTICULAÇÕES • Radiocarpica • Intercarpiana • Carpo metacarpiana • MTCF (metacarpofalangeana): existem os ligamentos colaterais, ligamentos sesamóides colaterais, que unem os ossos sesamóides e ainda os ligamentos sesamóides. • IFP (Interfalangeana proximal): falange proximal articula com a falange média • IFD (Interfalangeana distal): articulação complexa que envolve três ossos (falange medial, falange distal e o sesamóide distal) – ligam a falange média à falange distal. PLEXO PALMAR • Veia digital Palmar • Artéria digital Palmar - O suprimento arterial do casco é efetuado pelas artérias digitais medial e lateral • Nervo Digital Palmar MEMBRO PÉLVICO 1. Osso do Fêmur 2. Osso Tíbia 3. Osso Fíbula 4. Osso Patela (rótula) 5. Ossos do Tarso 6. Ossos do Metatarso 7. Sesamóide proximal 8. Sesamóide distal (Navicular) 9. Os ossos presentes na extremidade do dígito equino são as falanges (proximal, média e distal). 40 TENDÕES E LIGAMENTOS • TFDS- Tendão flexor digital superficial • TFDP - Tendão flexor digital profundo • Tendão extensor digital comum • Tendão extensor digital lateral • Ligamento interósseo (reto e oblíquo) • Ligamento acessório • Ligamentos colaterais ARTICULAÇÕES • Tibiotársica 41 • Intertarsiana próxima • Intertarsiana distal • Tarsometatarsiana • MTTF – metatarsofalangeana • IFP – Interfalangeana proximal • IFD – interfalangeana dorsal O coxim digital fica entre as cartilagens medial e lateral e se estende dorsalmente como um tecido em forma de cunha ligado ao tendão flexor digital profundo e à superfície solear da falange distal. Duas artérias passam através do coxim digital para chegar à porção distal, onde se ramificam extensivamente para irrigar a ranilha. Imagem do dígito equino em corte longitudinal, no qual se observa as falanges proximal (P), medial (M) e distal (D), o navicular (N), os tendões, flexor digital profundo (seta preta) e flexor 42 digital superficial (seta branca), além das divisões da estrutura córnea do casco como a parede (p), sola (s) e ranilha (r). PLEXO PLANTAR • Veia digital plantar: os plexos (venoso dorsal, venoso palmar/plantar e coronário) são drenados pelas veias digitais lateral e medial • Artéria digital planta - Suprimento arterial do casco • Nervo digital plantar TEORIA DO ARCO E CORDA 1) O ARCO: Série de elementos rígidos (vértebras) que, junto aos discos intervertebrais formam um arco com curvatura variável. A curvatura é momentaneamente estabilizada pelos ligamentos intrínsecos da coluna vertebral e pode sofrer variação pela ação de três séries de “cordas”. Estruturas que compõe o arco: vértebras, ossos, articulações, músculos, tendões e ligamentos e SNC. o Tendão liga o músculo ao osso. Os tendões não tem praticamente nenhuma elasticidade, os grupos musculares que dão a sensação de elasticidade dos tendões. o Ligamento liga osso ao osso, da estrutura as articulações sinoviais. o Membros posteriores (pélvicos) inicia os passos. RESPONSÁVEIS PELA PROPULSÃO Quando o músculo contrai, quem leva informação pro osso é o tendão. O impulso nervo fala para musculatura contrair. 2) AS CORDAS: As cordas são representadas por músculos com tensão ajustável. A) Corda Dorsal: músculos epaxiais- Fazem o revestimento dorsal e lateral da coluna tendem a endireitar o arco B) Corda Ventral: • 1 interrompida (Hipaxiais) - face ventral das vértebras nas regiões cervical, torácica (Longo Cabeça e Pescoço) / lombar e sacral. (Psoas) • ininterrupta - músculos abdominais IDENTIFICAÇÃO E ANAMNESE Claudicação é o sinal clínico de um distúrbio estrutural ou funcional que se manifesta em um ou mais membros, geralmente durante a locomoção. A identificação do animal é realizada verificando as características ou aparência externa, utilizando-se aspectos como raça, idade, sexo, nome do proprietário e procedência. Um exemplo da importância do conhecimento da idade no raciocínio do examinador é que uma claudicação moderada bilateral dos membros posteriores em um equino de 1,5 a 2 anos provavelmente estará relacionada com osteocondrose nas articulações do tarso ou 43 femorotibiopatelar; ao contrário, se for um equino adulto, o mais provável que o diagnóstico seja uma doença articular degenerativa acometendo as articulações do tarso. A anamnese detalhada deve reunir informações a fim de auxiliar no diagnóstico. • Início da claudicação. • Duração dos sinais clínicos. • Se a claudicação teve aparecimento súbito ou gradativo. • Se sabe a causa da claudicação ou tem relato de trauma. • A evolução da claudicação. • Se o grau de claudicação se altera durante o período de trabalho. • Se o proprietário notou aumento de volume ou alteração na postura do animal. • Se o animal foi casqueado ou ferrado recente mente. O exame físico do paciente compreende inspeção, palpação e manipulação dos membros cm repouso e em movimento, e ainda a utilização de alguns instrumentos que facilitem o exame. A região distal do membro, envolvendo o pé do equino (casco), deve ser examinada detalhadamente, pois 70% das afecções que causam claudicações em equinos têm origem nessa região. Geralmente, nas claudicações de apoio do membro anterior, o animal eleva a cabeça quando apoia o membro lesado no solo, visando aliviar o peso aplicado sobre ele na fase 44 de apoio e, em seguida, abaixa a cabeça quando apoia o membro normal. Já nas claudicações do membro posterior, a garupa do lado afetado se eleva ao apoio do membro lesado e desce ao apoio do membro são. Em casos de claudicação bilateral, quando a movimentação da cabeça é mínima, o equino compensa a dor reduzindo a fase de sustentação para ambos os membros, produzindo assim um andar geralmente arrastando a pinça do casco EXERCÍCIO FEITO EM AULA 45 SISTEMA LOCOMOTOR DO EQUINO 20/04/2020 DEFORMIDADES FLEXURAIS – CONTRATURA, EMBOLETADO OU APOIO EM PINÇA São caracterizadas pelo desvio da orientação normal do membro, detectadas pela permanente hiperflexão ou hiperextensão de uma ou mais regiões articulares. Com as deformidades flexurais, as estruturas dos tecidos moles de um ou mais membros, tanto posteriores, quanto inferiores são afetadas, levando a permanente flexão do membro. 1. Congênitas: percebe-se alteração logo ao nascimento. Nos neonatos, pode ser um potro grande que ficou mal posicionado no útero da mãe e quando nasce apresenta essas contraturas. E após o nascimento, aparece alterações de animais com crescimento rápido, o osso cresce rápido e o tendão não tem caráter elástico ele não acompanha o crescimento rápido desse osso e dá a ideia da contração. 2. Adquiridas: percebe-se dias após o nascimento ou em animais mais velhos, animais que possuem alguma dor. Potro nasce normal, mas com o crescimento, desenvolve. Sinais clínicos: • Dor que não evolui • Dificuldade no manejo • Por conta da dor existe uma contratura acontecendo • Histórico de dificuldade no parto e distocia, ou em casos adquiridos doenças ortopédicas do desenvolvimento, osteocondrose e outras anormalidades • Apoio anormal sobre o membro afetado e sobrepeso no membro oposto • Fatores: crescimento rápido + dieta • Dificuldade de deambulação (pode ocorrer) e com isso, dificulta a ingestão do colostro • Desidratação – casos graves • Hipoglicemia – casos graves Mais afetadas: regiões distais dos membros, sendo as articulações interfalangeana distal, metacarpo/metatarsofalangeana e carpal. Podem estar relacionadas ao tendão do músculo flexor superficial, tendão do músculo flexor profundo ou ambos. Mas, normalmente não são mistas. Acomete só um tendão ou outro. • Quando for do tendão do m. flexor superficial: Devido à sua inserção a contratura o tendão flexor superficial faz com que o boleto se projete dorsalmente, enquanto queo casco apoia-se normalmente no solo. – Articulação metacarpofalangiana 46 • Quando for lesão do tendão do m. flexor profundo: Se fosse do tendão do músculo flexor superficial o casco ia ficar na posição normal e o boleto estaria projetado para frente. Assim que diferencia. Diagnóstico: Palpação e exame clínico adequados; Radiografia; Ultrassonografia (ruptura de tendão) O tratamento é baseado em alguns fatores, quadro de milha, puro sangue inglês. Qual origem (congênita ou adquirida), animal jovem (primeiros dias, semanas e meses de vida) dá pra tratar conservativamente (bandagem, massagem, fisioterapia flexão e extensão) nos casos graves das primeiras semanas de vida, é a administração de oxitetraciclina ou enrofloxacina. Efetivo em indivíduos jovens. Idade e grau de comprometimento dessas enfermidades (grave ou leve). • Em neonatos pode ser tratada conservativamente com aplicação de oxitetraciclina (1g/dia) ou enrofloxacina (20mg/dia) por 2-3 dias. • Nos animais mais velho (após 6 meses – 1 ano): não tem mais a resposta desses fármacos para o tratamento dessa afecção, pois a melhor resposta está entre 4 a 6 meses. Não funciona em animais mais velhos, não é efetivo. Logo, nos animais com mais idade o tratamento é cirúrgico, sendo por meio de tenotomia ou desmotomia do ligamento acessório. Que servirá tanto para o superficial quanto o profundo. Gravidade: Em casos leves: potro permanece em estação, mas o boleto é projetado dorsalmente (emboletado) Em casos graves: Potro caminhará sobre a superfície dorsal da articulação, tendo nesses casos o envolvimento tanto do tendão flexor digital superficial quanto o profundo e o ligamento suspensório. Saber que: 1. Casco em pinça: Deformidade metacarpo falangiana do flexor profundo 47 2. Emboletado: Boleto projetado cranialmente com contratura do flexor superficial . 3. Contratura do flexor profundo: Como a sua inserção se dá na falange distal somente o posicionamento do casco fica alterado. O formato do casco tende a ficar como um cubo também chamado de casco encastelado, isso porque com o passar do tempo a pinça começa a ser gasta, achatando o formato. • Está muito crônico, não fazer o casqueamento pós cirurgia porque vai doer muito e irá prejudicar outras estruturas. Fazer tenotomia e a cada 45 dias fazer o casqueamento para melhorar a postura desse casco. 48 4. Boleto normal e casco encastelado: flexor profundo CONTRATURA AMBOS OU FLEXORES Devido normalmente à ingestão de proteína pela mãe no momento do nascimento já é possível observar a contratura dos flexores. Neste momento deve-se tentar o tratamento clínico com tetraciclina e bandagens. Tratamento conservativo ou cirúrgico: idade, grau de lesão (consegue levantar, mamar, ficar em pé). Avaliar possibilidade terapêuticas 49 Contratura mista: ser um pouco mais agressivo. Avaliar se consegue levantar. Enrofloxacina poderia dar uma boa resposta nesse caso. Manejo conservativo não funcionou, fazer a tenotomia para o animal sobreviver. Essa cirurgia pode ser feita a campo com o animal em pé. Vai depender do temperamento do animal. Antes da cirurgia (membro em pinça), fez-se a tenotomia do flexor profundo. 1. Bloqueio com lidocaína 2. Face palmar da quartela tricotomia 3. Incisão de pele e subcutâneo -> abrir a bainha do tendão flexor digital profundo (sabe-se que abriu o tendão porque liquido sinovial) 4. Seccionar o tendão na horizontal 5. Ganha espaço na tenotomia. • Se não abrir a bainha vai romper os dois tendões – superficial e profundo 6. Após a realização da tenotomia suturar apenas a bainha do tendão porque se não fecha o liquido sinovial, fica extravasando e não cicatriza. 50 Pós cirúrgico imediato correção da posição e pode fazer fisioterapia depois. 15 dias depois forma-se fibrose. A princípio não precisa de fisioterapia. • Bandagem no pós operatório. Superficial é feito nessa região e no profundo é feito na quartela face palmar por conta do resultado estético e das estruturas que estão nessa região, sendo mais fácil de localizar o tendão flexor profundo. NEURECTOMIA DO NERVO DIGITAL PALMAR - PALIATIVO A neurectomia digital palmar é utilizada em animais que apresentam dor devido às doenças degenerativas podais que não respondem ao tratamento conservativo. Diversas técnicas de neurectomia foram desenvolvidas com objetivo de obter menor trauma cirúrgico, evitando o desenvolvimento de neuroma doloroso, considerado uma das principais complicações da secção nervosa. Para os animais atletas registrados sem associações de criadores, a neurectomia é considerada doping por não tratar a doença de base da claudicação, impedindo-o de participar de eventos esportivos. Embora a retirada da sensibilidade no casco permita que o animal retorna à atividade esportiva, a afecção que originou a claudicação não é tratada, portanto, evolui. Antes de proceder a cirurgia precisamos simular utilizando anestésico local sobre o nervo e observando se a claudicação cessa. 51 Técnica cirúrgica paliativo • Remoção do estimulo doloroso. • Região do nervo digital palmar Indicação: Síndrome do navicular, não responde ao tratamento conservativo. Além de certos casos de fraturas do osso navicular, fraturas de terceira falange, ossificações da cartilagem alar e osteíte podal. A neurectomia é recomendada para todos os casos em que os tratamentos curativos convencionais não obtiveram êxito e o alivio da dor possa então ser a única chance de prolongar um pouco a vida atlética do cavalo, ou apenas melhorar sua qualidade de vida. O que determina para realização: diagnóstico e anamnese Contraindicações: Lesões da região dorsal do casco (região da pinça) e nas condições de infecção ativa, além dos casos em que o bloqueio anestésico pré-cirúrgico não foi eficaz. DIAGNÓSTICO Tem lesão importante em alguma dessas estruturas e pode piorar a lesão, conversar com o tutor e fizer a neurectomia pois pode parar de claudicar. Tudo depende do achado do exame físico e complementar. Depende da lesão e da resposta ao bloqueio. Neurectomia para de mancar e voltar para atividade física pode romper o profundo. Após a neurectomia fazer o proprietário assinar uma ciência para que o animal tenha os devidos cuidados. • 30 dias para o animal voltar a atividade. 52 Neurectomia NOS DOIS MEMBROS e geralmente a síndrome do navicular acomete os dois membros. Ligamento ergot – parece o nervo, mas não é. • Quanto mais nervo remover, melhor. • Suturar a pele -> bandagem no pós operatório COMPLICAÇÕES: Neuroma e reinervação • Neuroma pode acontecer após neurectomia – cicatrização aberrante • Para evitar o neuroma fazer uma manipulação mais adequada. A técnica de guilhotina corta de uma vez, sem serrar ou mastigar porque não inflama o nervo. Se inflama o nervo ele responde formando um neuroma doloroso. • A técnica stripping usa a mesma técnica e a vantagem é que você remove um segmento maior demorando mais tempo para o nervo crescer e chegar ao coto para reinervar. FIXAÇÃO DA PATELA A fixação dorsal de patela (FDP) é uma das afecções que mais acometem a articulação femoro tíbio patelar dos equinos, esta é caracterizada pela hiperextensão do membro pélvico, podendo acometer uni ou bilateral, tem diversas etiologias e pré-disposições, sendo as mais comuns a falta de tônus muscular e aprumos irregulares, os tratamentos são escolhidos de acordo com o grau da lesão, podendo ser estes com fisioterapia, contrairritantes e desmotomia associados ou não. Ocorre por conta de uma desordem funcional da articulação fêmuro-tíbio-patelar. A doença se manifesta, pois, o ligamento medial que deveria ficar na borda medial da articulação acaba se prendendo ao côndilo medial do fêmur, impedindo com que a articulação desenvolva sua atividade normal temporariamente, gerandouma hiperextensão no membro. Sinais clínicos: Fixação dorsal da patela – o animal arrasta o membro. 53 Tratamento inicial: • Fisioterapia duas vezes ao dia, por meio de exercícios controlados nos andamentos passo e trote durante 15 minutos em cada sessão. • A técnica de infiltração com solução contra irritante (internal blister) Tratamento: Faz-se uma cirurgia a campo chamada desmotomia do ligamento patelar. Se houve resposta ao bloqueio perineural existe indicação para cirurgia. Para isso, foi realizada uma sedação com 0,8 mg/kg de cloridrato de xilazina2 e 0,02mg/kg de tartarato de butorfanol, seguidos de bloqueio regional com cloridrato de lidocaína. 1. Divulsão do subcutâneo 2. Localiza o nervo e divulsionar ele deslocando-o da artéria 3. Secção do segmento distal e depois do proximal com a técnica de guilhotina 4. Corte único com a lâmina de bisturi 5. Suturar somente a pele e fazer bandagem. Não confundir o ligamento ergot com o digital palmar. 54 Manejo pós-operatório foi realizado com spray de rifamicina local, antibioticoterapia com penicilina benzatina, e flunixim meglumine. PRONTO-ATENDIMENTO DAS URGÊNCIAS ORTOPÉDICAS EM EQUINOS 27/04/2020 Urgências é uma situação clínica/cirúrgica sem risco de morte iminente, mas se não tratada pode evoluir para complicações graves. Emergência é tudo aquilo que implica em um risco iminente de morte. ETIOLOGIA • Claudicação severa • Fraturas e Luxações • Infecção Sinovial • Rupturas e lesões musculares, tendíneas e ligamentares • Articulares – muitas das infecções ocorrem por lesões periarticular • Lesões perfurantes ou qualquer ferida que comprometa o quadro ortopédico Características comum: claudicação de maneira aguda, que pode ser de grau variável. Normalmente relacionado a um trauma. 55 Nem toda lesão tem instabilidade do membro. No caso que tem instabilidade do membro precisa realizar uma bandagem, por exemplo. O exame ortopédico das urgências ortopédicas para avaliar o membro: palpação, inspeção, avaliar a amplitude do movimento, se o animal está apoiando, flexão e extensão, procurar aumentos de volume, auscultação de crepitação. Exames complementares: radiografia e ultrassom. Alívio de dor e diagnóstico/tratamento: Tricotomia, antissepsia, AINES, antibiótico EXAME FÍSICO GERAL Para averiguar os parâmetros gerais: auscultação cardíaca, pulmonar, avaliar mucosas, temperatura, desidratação, dor, hemorragias, sepse. Exame especifico: Inspeção, Palpação e exames complementares. 1. Controlar hemorragia: bandagens, hemostasia 2. Desidratação: estabilizar lesão e fluidoterapia, para não agravar a lesão. Ver o que está pior e colocar prioridades. 3. Dor: analgésico 4. Sepse: tricotomia, antissepsia, antibiótico. SINAIS CLÍNICOS Depende do quanto tempo você demora para atender o animal. Vantajoso se você consegue chegar segundos após a lesão. Lesão alta com edema em boleto, animal com impotência de membro e membro em pinça. 56 Auscultar para procurar crepitação. SEMIOLOGIA Líquido sinovial para cultura e antibiograma o paciente com infecção ortopédica. 15 a 30% dos pacientes tem positivo para antibiograma, pois nem sempre a bactéria está livre no liquido sinovial. Às vezes, é mais útil mandar a membrana sinovial onde há mais bactéria. Coloração de Gram do liquido sinovial também é uma possibilidade para auxiliar. OBJETIVOS PARA NÃO AGRAVAR AS LESÕES Lembrar: Não é recomendado fazer anestesia geral em animal com instabilidade de membro. Após a anestesia o animal após a recuperação anestésica ele levanta e apoia. • Conter • Acalmar • Imobilizar • Transporte segura Coaptação externa: antes de realizar a imobilização se faz a bandagem. Tricotomia -> Malha -> algodão ortopédico -> atadura -> tala Não pode colocar tala em contato direto com a pele para não lesionar. • Prevenção de danos neural e vascular • Proteger a pele e prevenir a fratura exposta, caso ela não seja • Proteger a contaminação (exposta) – bandagem • Fornecer conforto com bandagem, estabilização, analgesia PRONTO ATENDIMENTO I. Diagnóstico da lesão 57 II. Analgesia e sedação (CUIDADO COM ATAXIA) III. Proteção da região fratura (imobilização) IV. Movimentação e encaminhamento V. A recuperação anestésica é o maior fator de risco para cirurgias ortopédicas, pois após acordar o animal levanta e já apoia. O que não deveria por causa do impacto na região fraturada. PRÍNCIPIOS DA IMOBILIZAÇÃO I. Adequada proteção II. Imobilizar as articulações proximal e distal à região fraturada – estabilização para não movimentar o foco da lesão III. Para fraturas em regiões proximais nos membros, utilizar imobilizações especificas IV. Evitar o agravamento da lesão ATRIBUTOS DA IMOBILIZAÇÃO I. Neutralizar atuação das forças II. Não causar incomodo ao animal III. Ser aplicada em qualquer condição IV. Não requerer anestesia geral V. NÃO AGRAVAR A LESÃO. Propiciar conforto e possibilidade de descansar imediatamente após a imobilização VI. Tem que ser leve, fácil aquisição, resistente, moldável e secagem rápida VII. Materiais metálicos (alumínio são leves, mas não é de fácil aquisição, mas é altamente resistente, não é moldável e não se considera secagem rápida) Se uma das forças não forem neutralizadas sua bandagem não foi feita da maneira correta. Exemplo abaixo: Mas nem sempre é necessário imobilizar, e pode usar somente a bandagem. Avaliar caso a caso para saber quando será necessário. 58 BANDAGEM ROBERT JHONES Utilizado até em fraturas altas 1. Não faz micropore no cavalo 2. Malha ou diretamente o algodão 3. Tricotomia em alguns casos é desconsiderado, somente em casos suspeitos que possam ocorrer lesão de pele 4. Atadura estéril 5. Malha elástica – cuidado para não garrotear Nas regiões em que o gesso pode ter contato direto com a pele (coroa do casco, talão ou áreas de proeminências ósseas) além da bandagem, costuma-se fazer feltro ou espuma de colchão e enrolar na região para quando colocar o gesso em cima dessa região não tenha lesão de pele. A madeira pode ser aderida ao casco para imobilizar o membro. Talas dorsais: colocar espuma nas regiões em contato direto com a pele 59 Muleta comercial: para fraturas mais altas, não precisa da tala lateral. Após aplicação da bandagem robert jhones. PROGNÓSTICO • Localização do problema • Fraturas abertas ou fechadas • Lesão dos tecidos adjacentes • Tamanho e peso • Uso • Lesão neurovascular • Infecção COMPLICAÇÕES • Efeitos sistêmicos • Membro contra lateral • Não união • Contaminação • Fadiga do implante CASOS CLÍNICOS 60 1. Fratura de terceiro metacarpiano com osteossíntese do membro. Foi feito a bandagem do Robert jhones do olecrano até o casco. Cano de PVC. Desvantagem: a muleta não chegava até o chão 2. Égua com claudicação do membro pélvico e aumento de volume do coxofemoral e fêmur- tíbio-patelar. Membro pélvico esquerdo em apoio Fratura de fêmur – síndrome de compartimentação Dor, sudorese extensa 4 a 6horas para controle de dor do animal e no dia seguinte estava um pouco melhor. 3. Fratura exposta de olecrano - Animal se atirou contra a cerca 61 Cirurgia demorou em torno de 9 horas para reposicionar o fragmento. Após a cirurgia, fizeram a recuperação assistida pendurando o animal no guindaste. Imediatamente após a recuperação anestésica o animal se bateu e fraturou o membro, luxando-o. 4. Aumento de volume na região metacarpofalangiana, com aumento de volume Bandagem, muleta Fratura bilateral de Sesamóide. 62 5. Fratura cominutiva de carpo A tala deveria estar indo até o chão 6. Fratura de rádio Rupturas tendíneas e ligamentares: Antibiose: garrotear o membro e administrar o fármaco na veia
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