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SONDAGEM VESICAL DE DEMORA FEMININA TERESINA 2019 INTRODUÇÃO O cateter vesical de demora ou sonda vesical de demora é um procedimento amplamente utilizado na prática clínica, sendo de suma importância ao tratamento de diversas patologias. Poder ser dividido em duas classes principais: cateter vesical de demora (CVD ou SVD), relacionado a uma longa permanência no trato urinário e cateter vesical de alivio. O procedimento de inserção do cateter uretral deve ser estéril ou limpo, de acordo com o tempo de permanência do cateter. Sempre apresenta riscos de trauma e Infecção do Trato Urinário (ITU). Geralmente são inseridos em pacientes com dificuldades ou impossibilidade de urinar espontaneamente. Trata-se de uma técnica invasiva que consiste na introdução de uma sonda através do meato uretral até a bexiga, visando a retirada da urina. Estima-se que cerca de 20% a 50% dos pacientes hospitalares são submetidos à cateterização vesical. Quando o cateter vesical de demora é utilizado no período pós-operatório, com pouquíssimas exceções, sua permanência não deveria ultrapassar 24-48 horas. O enfermeiro ganha força nos cuidados referentes ao cateter vesical de demora na prática assistencial, pois faz parte de sua competência profissional a inserção, manutenção e manejo deste dispositivo. Logo, este deve estar à frente da equipe multiprofissional de forma a evitar a inserção de cateteres desnecessários e a manutenção destes por tempo excessivo, uma vez que a duração da cateterização é o fator de risco mais relevante para a ocorrência de infecção do trato urinário. INDICAÇÕES • Obstrução do fluxo da urina. • Reparo cirúrgico da bexiga, uretra e estruturas adjacentes. • Prevenção de obstrução uretral por coágulos após cirurgia genitourinária. • Medição do débito urinário em clientes em estado crítico. • Avaliar a quantidade de urina residual. • Retenção urinária obstrutiva ou funcional. • Irrigação contínua ou intermitente da bexiga. CONTRAINDICAÇÕES • Obstrução mecânica de canal uretral. • Infecção do trato urinário baixo. • Uretrorragia. • Hematoma, equimose. 1.0 TÉCNICA DO PROCEDIMENTO • 01 par de luvas esterilizadas. • 01 sonda vesical de alívio ou demora. • 01 tubo de xylocaína-gel estéril (uso único). • 01 seringa de 20 ml. • 01 campo esterilizado. • 01 bandeja para cateterismo. • 02 ampolas de água destilada. • 01 coletor de urina sistema fechado (se sondagem vesical de demora). • 03 pacotes de gaze, material para higiene íntima, micropore. • 01 toalha. • 01 agulha 40X12. • Solução para anti-sepsia padronizada no hospital. • 01 saco de lixo. 2.0 ETAPAS DO PROCEDIMENTO 1. Deve-se conferir prescrição médica. 2. Reunir os materiais e levá-los até a sala de procedimento. 3. Apresente-se, confira nome completo do cliente, em seguida deve-se explicar o procedimento. 4. Faz-se extremamente importante promover a privacidade do paciente. 5. Higienizar as mãos. 6. Posicione o paciente em decúbito dorsal, posição supinada, com os joelhos flexionados (posição ginecológica). 7. Realizar higiene íntima na paciente, exceto se ela já tiver tomado banho. Posicioná-la confortavelmente e preservar sua privacidade, fechando o quarto ou utilizando biombos. 8. Calçar luvas de procedimento e realizar higiene intima rigorosa com água e sabão (em caso de paciente dependente). Orientar higienização prévia ao paciente independente. Também se faz necessário para avaliar trauma uretral, considerando a necessidade de tricotomia prévia. 9. Retirar luvas de procedimento e higienizar as mãos. 10. Abrir a bandeja de cateterismo e adicionar os materiais descartáveis (sonda de Foley, seringas, agulha, gazes estéreis e sistema coletor fechado). 11. Calçar luvas estéreis. 12. Colocar o recipiente para os resíduos em local acessível. 13. A seguir, sob o campo estéril, deve-se fazer o teste para avaliar a integridade do balão da sonda, insuflando-se ar com a seringa e desinsuflando em seguida. 14. Posicionar o campo fenestrado sobre genitália. 15. Realizar antissepsia da região perineal, com movimentos únicos, utilizando gaze estéril embebida com clorehexidina ou iodopolividona, não alcoólicos, estéril e o auxílio da pinça Cheron: primeiro, horizontalmente, do meato até o monte de Vênus. A seguir, verticalmente do meato até final da comissura labial posterior, inicialmente sobre grandes lábios, após entre grandes e pequenos lábios. Por último, em movimentos circulares sobre o meato, de dentro para fora. 16. Lubrificar a sonda com o gel hidrossolúve. 17. Ainda sob o campo estéril, conectar a sonda vesical (sonda do tipo Foley) com o sistema de coletor para então lubrificar bem a sonda com o anestésico tópico prescrito. 18. Introduzir a sonda pré-conectada a um coletor de drenagem de sistema fechado, bem lubrificada por 5 cm a 7 cm no meato uretral, utilizando técnica asséptica estrita. Quando a urina não aparecer, verificar se a sonda não está na vagina. Se erroneamente posicionada, deixar a sonda na vagina como um marco indicando onde não inserir e introduzir outra sonda. 19. Introduzir a sonda delicadamente no meato uretral até observar a drenagem de urina. 20. Insuflar o balonete com água destilada, observando volume previsto na própria sonda, certificando-se de que a sonda está drenando adequadamente. 21. Tracionar delicadamente a sonda suavemente até sentir resistência, observando que seu posicionamento fique junto ao colo vesical. 22. Em seguida, deve-se fixar a sonda de demora, prendendo-a juntamente com o equipo de drenagem, na face interna da coxa com esparadrapo do tipo antialérgico. 23. Identificar o coletor com data, hora e nome do profissional responsável pelo procedimento. 24. Lavar e secar a área perineal conforme necessário. 25. Organizar e encaminhar o material utilizado ao expurgo. 26. Retirar luvas e higienizar as mãos. 27. Checar e registrar o procedimento no prontuário anotando as características da urina drenada, assinar e carimbar. 28. Manter o ambiente da paciente em ordem. 29. Após realização de procedimento, nos dias subsequentes, deve-se avaliar: • Avaliar sangramento. • Avaliar retorno de urina. • Observar obstrução da sonda. • Certificar-se do clamp da extensão aberto. • Certificar-se do clamp do coletor estar fechado. • Avaliar fixação. • Avaliar tração da sonda. 4. REFERÊNCIAS 1. Kawamoto, Emília Emí, Fortes, Júlia Ikeda. Fundamentos de enfermagem. 2a ed rev. e atual. São Paulo, EPU,2005. 2. LUZ, SÉRGIO. Portal da Enfermagem. 3. MAZZO A; BARDIVIA CB; JORGE BM; SOUZA JUNIOR VD; FUMINCELLI L; MENDES IAC. Cateterismo urinário de demora: prática clínica. Revista eletrônica trimestral de enfermaria [online]. Abril de 2015. Acesso em:16/08/18. Disponível em: <http://scielo.isciii.es/pdf/eg/v14n38/pt_clinica3.pdf> 4. MAZZO A; GODOY S; ALVES LM; MENDES IAC; TREVISAN MA; RANGEL EML. Cateterismo urinário: facilidades e dificuldades relacionadas à sua padronização. Texto contexto – enferm.[online] vol.20 no.2 Florianópolis Apr./June 2011. Acesso em: 18/08/18. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 07072011000200016> 5. SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DF. Manual de Procedimentos de Enfermagem. Brasília, 2013. 228 p. 6. Kawamoto, Emília Emí, Fortes, Júlia Ikeda. Fundamentos de enfermagem. 2a ed rev. e atual. São Paulo, EPU,2005. http://scielo.isciii.es/pdf/eg/v14n38/pt_clinica3.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072011000200016 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072011000200016
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