Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 CURSO DE SEMINÁRIOS DE PESQUISA A SEGURANÇA PÚBLICA ADRIANA DE PAULA BIANCA CALGARO CARLOS TADEU PEREIRA DE SOUZA CLÉO LUIZ FERRASCO CORSO GEAN PAULO FERRARI CAXIAS DO SUL 2017 2 1-INTRODUÇÃO: O presente projeto de pesquisa versa Segurança Pública, especificamente sobre a Municipalização da Segurança Pública. Apresenta-se neste trabalho um breve resumo do histórico, desde a criação até as sucessivas regulações dos órgãos de segurança Federais e Estaduais. Apresentam-se também dados e pontos relevantes sobre municípios que possuem Guardas Municipais, bem como os objetivos, justificativas e fundamentação para a realização de uma pesquisa que virá a contribuir com dados concretos sobre a importância da Municipalização da Segurança Pública, e incentivar o planejamento dos gestores públicos na decisão sobre a criação de uma Guarda Municipal. 1.2-Histórico 1809-o inicio da segurança pública, mas atuava só em breves e esporádicas ações iniciou no RJ, efetuado pela Guarda Real. 1837-iniciou as atividades da BM, início era chamado Força Policial com efetivo de 363 praças. 1890- Houve a reformulação da segurança pública devido a expansão da segurança privada, pois possuía o efetivo maior. 1965-Criado a Polícia Militar e extinto a Guarda Civil(GM) e com aproveitamento na PC. 1967-foi criado a PF para atuar em todas unidades da federação. Na década de 1970, ocorreu um aumento na resistência ao governo militar, e a maioria das polícias militares sofreram intervenções, tendo sido nomeados oficiais do exército para comandá-las. 1988-De acordo CF, dentre direitos sociais e individuais assegurados a todos cidadãos brasileiros destaca a preservação da ordem pública e a defesa das pessoas e patrimônio. 2014 é criado o Estatuto Geral das Guardas Municipais regulamentando e dando Poder de Polícia aos GM e GCM. .Atualmente existem duas polícias estaduais BM e PC, quatro polícias da união PF,PRF,PFF e FORÇA NACIONAL e diversos municípios com a GM ou GCM. 3 2-OBJETIVO: Dissecar as políticas, ações, resultados deficiências e dificuldades de cada instituição baseado em estatísticas criminais da secretaria de segurança pública do estado, em informações de seus órgãos vinculados, e em estudos científicos, publicações estabelecendo a necessária conexão entre fenômenos e as políticas de segurança pública e as políticas carcerárias e chamar à atenção da sociedade participar da gestão da segurança pública, pois só planejamento e discurso político no momento de clamor da sociedade não estão surtindo efeitos no combate a criminalidade. 4 3-FUNDAMENTAÇÃO: A estrutura da segurança pública que está inserida no art. 144 da CF e no RS está disciplinada no art.124 da Constituição Estadual, “É necessário, imediatamente, que o Estado exerça principalmente a função de coordenação do sistema de segurança incorporando organizações não governamentais, empresas públicas, privadas e associações de classe” (SILVA: 2003,P.) Conforme os dados estatísticos abaixo o efetivo total disponível é de 32.645 agentes de segurança no estado do Rio Grande do Sul, desses há cerca de 10% cedidos a outras secretarias da administração pública e outros no setor administrativo, somente na Brigada Militar há cerca de 3.000 mil servidores fora do policiamento ostensivo (cedidos Tribunal de Justiça, Fazenda Estadual, casa militar, segurança interna e externa no sistema penitenciário). 5 Os dados estatísticos abaixo mostram um declínio dos efetivos de integrantes da segurança pública do estado, houve apenas o aumento do efetivo da SUSEPE e GM, paralelamente os índices de criminalidade e população aumentou vultuosamente nos últimos 10 anos. Fonte: SSP/RS e AGMURS Fonte: SSP/RS (referência anos 2013.2014 e 2015) BRIGADA MILITAR GUARDA MUNICIPAL IGP POLICIA CIVIL SUSEPE 2005 2010 2015 HOMICIDIOS ROUBO TRÁFICO DE DROGAS ROUBO DE VEÍULOS LATROCINIO CAXIAS DO SUL ALVORADA SÃO LEOPOLDO 6 As políticas públicas dos governos da União, Estados e Municípios devem englobar o esforço de toda a sociedade no combate ao crime. Em síntese, é preciso estabelecer em que setor está presente à falha do sistema que gera a insegurança, como a falha está interferindo no sistema de segurança pública e como esta se manifesta na atuação dos órgãos responsáveis pela segurança. O aumento dos índices de criminalidade deve ser combatida através da aliança entre poder público e sociedade civil dimensionando os riscos e traçando os objetivos que se almejam alcançar. O que se deve buscar é um elenco de medidas úteis, tendentes a confinar a criminalidade dentro de um patamar preestabelecido como objetivo atingível, e que esse patamar seja considerado aceitável pelas autoridades públicas e seja suficientemente baixo para não despertar o medo generalizado no seio da população. Os defensores da aplicação da lei e da ordem pela polícia sustentam que o temor causado pela efetividade do serviço policial diminua a criminalidade. Já os defensores dos direitos humanos afirmam que o respeito nato da instituição policial impõe por si só o respeito desta para com o cidadão não sendo necessária aplicação da força. Estas concepções evidenciam o fato da polícia ser tida como única guardiã da sociedade e que a contenção da criminalidade está no emprego da polícia. Estamos notando que o foco do problema se encontra na polícia, devido à gênese de sua instituição e pelo autoritarismo decorrente do exercício do Poder de Polícia. O professor Silva salienta que se deve buscar a melhora do ensino e da instrução ofertadas aos policiais. A formação policial dever ser entregue às universidades, em um trabalho conjunto com as polícias e suas unidades de ensino. Almeja-se a constituição de um sistema profissional de ensino policial integrado e vinculado diretamente a sociedade. Discute-se atualmente a unificação das polícias com isto pretende-se associar conhecimentos e práticas das duas polícias (civil e militar). Antes de programar a unificação é necessário avaliar objetivamente as opções disponíveis, os benefícios, os ônus provenientes, a viabilidade, o alcance das mudanças propostas, a adaptação á realidade de cada Estado e o custo desta escolha. O professor Silva defende a tese que o papel da Segurança Pública é justamente o combate à criminalidade e também a eliminação do sentimentode insegurança. Estas atividades não podem estar centradas unicamente no Estado e que a sociedade, em seu conjunto, deve ser parte ativa. Infelizmente, salienta o professor que a responsabilidade pela segurança continua sendo vista como atribuição da Federação e esta passando a responsabilidade prática de contenção dos crimes para os Estados, e este por sua vez, no caso de lacunas, com relação a seus encargos transmite esta responsabilidade para os municípios. Em suma, no Brasil, a 7 concepção dominante atualmente é que a Segurança Pública é responsabilidade unicamente do Estado, as constantes trocas de cargos eletivos, gestor técnico, aliado a falta de recursos e o crime organizado cada dia mais se destacando com ações ousadas e armas letais de última geração, as pessoas de bem aprisionada em suas residências, uma total inversão de valores, pois não há vagas no sistema penitenciário e presos sentem a impunidade de seus atos, pois a maioria do regime aberto e semiaberto cumprem penas alternativas inclusive em sua casa(prisão domiciliar).Gestores eletivos a cada ano reduzem o efetivo das polícias estaduais responsável policiamento ostensivo o lugar que mais carece de investimentos para passar ao contribuinte a sensação da lei e da ordem pública, alegando a falta de recursos e cada gestão elenca prioridades e a segurança pública é lembrada somente em campanhas eleitorais, tem que haver uma vontade política e gestão de governo, pois a cada 4 anos há outras prioridades e através do estudo científicos da área da segurança pública a união está querendo continuar passando quase todas gestão prioritárias ao município, assim como fez com a educação e a saúde e quanto a unificação das polícias cada instituição defende seus privilégios. O governo federal busca desde a Lei do Fundo Nacional de Segurança Pública nº 10201/2001 o compartilhamento de recursos a estados e municípios e que tenha instituído plano local de segurança pública; os integrantes do SINESP que cumprirem os prazos estabelecidos pelo órgão competente para o fornecimento de dados e informações ao Sistema e o município que mantenha GM ou realize ações de policiamento comunitário ou, ainda, institui Conselho de Segurança Pública, instituído no âmbito do Ministério da Justiça, tem o objetivo de apoiar projetos na área de segurança pública e prevenção à violência, enquadrados nas diretrizes do plano de segurança pública do Governo Federal. Administrado por um Conselho Gestor que apoia projetos na área de segurança pública destinados a reequipamento, treinamento e qualificação das polícias civis e militares, corpos de bombeiros militares e guardas municipais através do EAD SENASP. Os sistemas de informações, de inteligência e investigação, bem como de estatísticas policiais estruturação e modernização da polícia técnica e científica; programas de polícia comunitária e programas de prevenção ao delito e à violência, visto que os recursos são escassos a cada gestão busca a integração das forças policiais a exemplo da região metropolitana e serra gaúcha (Caxias do Sul) PRF, BM, PC, Fiscais de Trânsito e GM, sendo que no Rio Grande do Sul de acordo com informações do GSVG há GM apenas em 29 municípios de um total 497 municípios.. Sendo que no momento atual que é sabido por todos, a crise econômica em nosso país, problemas sociais desemprego chegando a quase 14 milhões, impunidade, a migração do crime dos grandes 8 centros está contribuindo para os índices de violência, Os gráficos estatísticos indicam o aumento da criminalidade, crimes contra vida, crimes contra o patrimônio e a redução de efetivos policiais, a crise do sistema penitenciário onde não há vagas com 31.000 presos recolhidos no sistema prisional. E a segurança pública de outros que países que deram resultados positivos, sendo um deles a unificação das polícias, no Brasil a unificação é impossível devido a pressão dos Delegados e Coronéis que querem ficar no poder e a continuar a influência politica no estado (união, estados e municípios). Sendo que a associação dos oficiais da policia militar de Minas Gerais entrou com uma ADIN no STF sobre a competência das GM no policiamento preventivo ostensivo sendo julgado improcedente pelo STF ao invés de defender a união das forças policiais contra o crime organizado e ir de encontro a defesa da sociedade.. Através deste projeto de pesquisas queremos sugerir que a lei 13022/14 foi criada para auxiliar e integrar as forças de segurança pública no âmbito do município assim como já foi feito com a saúde e a educação, ficando fundamentado em gráficos estatísticos de 2013 a 2015 que a criminalidade na maioria dos municípios mesmo com redução do efetivo da BM e PC, municípios com a Guarda Municipal ostensiva e atuando na prevenção da criminalidade os índices de criminalidade houve redução e em outros se manteve em delitos contra o patrimônio, a Guarda Municipal está auxiliando a comunidade no que tange a segurança pública, pois em muitos municípios o efetivo da GM é superior as forças da segurança publica e com a atuação da GM na fiscalização, atendimentos de ocorrências, autuação de trânsito libera a BM para atuar de acordo o art.144 da CF( § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública). No dia de 6 de abril de 2017 o estado e municípios do rio grande do sul se unem no combate à violência e criminalidade, integrar todas as esferas da sociedade é o propósito do governo com o lançamento do sistema de segurança integrada com municípios(SIM)RS. o decreto que institui o sistema foi assinado pelo Governador Sartori, nesse primeiro momento 15 municípios assinaram o termo de cooperação ou manifestaram interesse, dos quais 6 municípios já desenvolvem ações em parcerias como Estado. O SIM/RS e formado por cinco eixos; tecnologia, informação e inteligência; operações policiais integradas: prevenção primária; sistema penitenciário e ressocialização do reeducando (preso em cumprimento de pena).Visando ações conjuntas de combate ao crime, integração operacional e de inteligência é o estado unido aos municípios, em especial as GM e a PRF, elenco de um conjunto como vídeo monitoramento, cerca mento eletrônico, um treinamento padronizado das GM um processo de prevenção que começa no primeiro momento Porto Alegre e Canoas que já participam da 9 rede, o SIM/RS vai ao encontro da lei 13022/14 que redefiniu as competências das GMs, com a atuação do policiamento preventivo, no uso progressivo da força, e na elaboração, de forma integrada com as policias, em ações que contribuam com a paz. A lei 13022/14 autoriza consórcios entre municípios, governo do Estado para qualificação com base a matriz curricular nacional, visto que qualificar 50 ou 80 GMs os custos são os mesmos. MUNICIPIO POPULAÇÃO (IBGE) EFETIVO Alegrete 78.244 24 Alvorada 207.392 29 Cachoeirinha 126.666 80 Canela 42.746 10 Canoas 342.634 129 Caxias do Sul 479.236 184 GMs ´+78 Fiscais Estância Velha 46.877 30 Esteio 84.114 44 Flores da Cunha 29.405 16 Gravataí 273.742 199 Imbé 20.294 10 Montenegro 63.551 34 Nova Santa Rita 26.086 30 Novo Hamburgo 249.113 220 Pelotas 343.651 240 Porto Alegre 1.481.019 906 Rio Grande 208.641 106 Santa Cruz do Sul 126.775 71 Santa Maria 277.309 163 Santiago 50.647 30 São Leopoldo 229.678 174 São Sebastião do Cai 24.825 14 Sapucaia do Sul 138.993 79 Torres 37.342 43 Tramandaí 46.962 6 Uruguaiana 129.720 127 Vacaria 65.135 99 10 População total do Estado 11.322.895 População total atendida pelas GMs 5.230.737 Efetivo total de Guardas Municipais no Estado 3.175 Proporção habitante/GM (RS) 3.667 Fonte:AGMURS e IBGE Muitos municípios estão deixando de investir nas Guardas Municipais de seus municípios, para continuar dar repasses de recursos financeiros e materiais para os órgãos do estado.(3):Para minimizar a insegurança e o medo advindo do aumento da criminalidade deve existir uma política de segurança pública integrada, em nível nacional, visando objetivamente diminuir os elevados índices de criminalidade e dar ao povo brasileiro o sentimento de segurança. A criminalidade não pode ser enfrentada apenas pelo sistema repressivo do Estado e sim por toda a sociedade. Consideramos que é atribuição específica do Estado é a melhoria da organização policial e do sistema prisional dentro de parâmetros democráticos e respeito aos direitos humanos. Não se pode falar em diminuição da criminalidade e sentimento de segurança sem a existência de uma sociedade solidária e que predomine a justiça social. (3) município de Caxias do Sul que possui uma das melhores Guardas Municipais do estado possui veículos(11), micro ônibus(2), motos(5),armas letal(15 pistolas Glock 380 e 14 revólver Taurus 38 ) para um efetivo de 184 GMs e armas não letal(75 Spark e Taser),monitora alarmes em 240 prédios públicos, o município instalou 51 câmeras e é monitorada pela BM, todavia foram repassados recursos financeiros em agosto de 2016 no valor de R$ 2.093.755,94 (dois milhões noventa e três mil setecentos e cinquenta e cinco reais e noventa e quatro centavos) aos integrantes da segurança pública do estado a principio somente para Policiais Militares do policiamento comunitário. 11 BIBLIOGRAFIA: DA SILVA, Jorge. Segurança pública e polícia: criminologia crítica aplicada. Rio de Janeiro: Forense, 2003. FURTADO, Giulia Galant: relação entre homicídios e tráfico de drogas,PUCRS,2014 HONNET, Axel: a luta por reconhecimento: à gramática moral dos conflitos sociais, São Paulo: ed 34 2013 BRASIL, Constituição Federal (1988) RIO GRANDE DO SUL, Constituição estadual(1989) CAPEZ, Fernando, curso de direito penal- Vol.2-14ª ed.2014 Lei 10.999/97 Estatuto Servidores Militares da Brigada Militar Lei 13022/14 Estatuto Geral das Guardas Municipais Lei Provincial n° 7, de 18 de novembro de 1837. Portaria no 179/SSP do Estado do Rio Grande do Sul 22https://pt.wikipedia.org/wiki/Inspetoria_Geral_das_Pol%C3%ADcias_Militares Portal da transparência do município de Caxias do Sul. 12 . SUMÁRIO DE ABREVIATURAS ADIN: Ação Direta de Inconstitucionalidade AGMURS: Associação dos Guardas Municipais do Rio Grande do Sul MJ: Ministério da Justiça CF: Constituição Federal CONGM :Conselho Nacional das Guardas Municipais EAD: Escola Aprendizado à Distância GCM: Guarda Civil Municipal GM: Guarda Municipal GSVG: Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas Municipais(BM) SENASP: Secretaria Nacional de Segurança Pública SINESP: Sist. Nacional de Informações de Seg. Pública, Prisionais e sobre Drogas PRONASCI: Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania BM: Brigada Militar (Polícia Militar ) PC: Polícia Civil PF: Polícia Federal PFF: Polícia Ferroviária Federal PRF: Polícia Rodoviária Federal SUSEPE: Superintendência de Serviços Penitenciários SIM/RS: Sistema Integrado dos Municípios do Rio Grande do Sul SSP: Secretaria de Segurança Pública STF: Supremo Tribunal Federal
Compartilhar