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Diagnóstico Psicopatológico e Alterações Neuropsiquiátricas

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Bruna Oliveira de Paula - UFMT / Medicina 
 
Psiquiatria 
Psicopatologia
Diagnóstico psicopatológico 
Baseado em sinais e sintomas. É diferente do diagnóstico 
psiquiátrico, neste enquadramos o paciente dentro de uma 
classificação (DSM), no outro, classificamos o paciente 
conforme sua sintomatologia. 
Conceito de normalidade 
Normalidade é ausência de doença. Devemos considerar 
sempre o “ideal” para uma determinada sociedade e o comum 
para cada uma. 
Estatística → nem tudo que é comum, é normal ou causa 
bem-estar. 
Funcionalidade → o normal é que o individuo consiga ser 
funcional em todos os aspectos da sua vida. 
Processo → o desenvolvimento está normal? A senilidade 
encontra-se dentro dos parâmetros normais? 
Subjetividade → tem a ver com o que o paciente sente. Se 
aquele determinado sintoma causa dano ou prejuízo funcional 
não pode ser considerado normal. 
Liberdade → o quanto esse paciente tem de autonomia e 
liberdade para fazer suas coisas. 
Consciência 
Neurologia → abordamos o nível de consciência. 
Psicopatologia → abordamos o contato com a realidade 
daquele paciente, a percepção e o reconhecimento. 
Alterações normais: sono normal e sonho. 
Alterações patológicas: quantitativas e qualitativas 
Quantitativas: 
1. Rebaixamento do nível de consciência: 
o Alerta 
o Obnubilação – paciente encontra-se pouco 
sonolento e não responsivo. 
o Esturpor – precisa de um estimulo muito forte 
para fazer contato. 
o Coma – não se realiza a comunicação. 
Síndromes associadas: delirium e estado onírico. 
2. Estados crepusculares → paciente encontra-se alerta 
porem em um determinado momento sua 
consciência apaga e ele realiza as atividades normais 
porem sem consciência. 
3. Estado segundo → é como se fosse o estado 
crepuscular, porem o paciente em vez de realizar suas 
atividades normais, muda de “personalidade”, faz 
coisas incomuns. 
4. Dissociação da consciência → paciente que as vezes 
muda seu estado de consciência após receber uma 
notícia ruim, por exemplo (pode ser considerado uma 
forma de defesa). 
5. Transe → ausência de consciência. 
6. Possessão → substituição de uma identidade por 
outra. Pode ser comum em algumas religiões. 
7. Estado hipnótico → paciente encontra-se com 
hipertenacidade em algum objeto. Essa atenção 
excessiva altera o estado de consciência. 
8. Experiencia de quase morte → luz no fim do túnel. 
Atenção 
• Atenção voluntária 
• Atenção espontânea → quando nos distraímos com 
algo que não queremos. 
• Tenacidade → fixar atenção 
• Vigilância → capacidade de mudar de foco. 
Alterações: 
✓ Hipertenacidade 
✓ Hipervigilancia 
✓ Hipoprosexia / Aprosexia → diminuição da 
concentração. 
✓ Hiperprosexia → capacidade muito grande de se 
concentrar 
✓ Distração 
✓ Distraibilidade 
Transtornos que podem alterar a atenção: mania, depressão, 
esquizofrenia, TDAH. 
Orientação 
Situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente. 
• Autopsiquica → “eu mesmo” 
• Alopsiquica → tempo e espaço. 
Bruna Oliveira de Paula - UFMT / Medicina 
 
A orientação temporal é mais sofisticada que a espacial, por 
isso os pacientes encontram-se mais facilmente desorientados 
com relação ao tempo do que com o espaço. 
A orientação é facilmente influenciada com a disfunção do 
dano cerebral. 
Alterações: nível de consciência, memória, apatia, delirante, 
dissociação. 
Sensopercepção 
Junção da sensação com a percepção. 
Sensação → aquilo que é captado pelos órgãos dos sentidos. 
Percepção → processamento do que é sentido que leva a 
consciência daquilo. 
Representação → imagem mnêmica (imagem criada na 
memória). Lembrança de algo que aconteceu ou que não 
aconteceu (fantasia). 
Alterações quantitativas 
1. Hiperestesias → magnificação das sensações. Comum 
em esquizofrenia e mania (ou problemas 
neurológicos). 
2. Hipoestesias → redução das sensações. Comum na 
depressão (mundo cinza). 
3. Parestesia → sensação tátil desagradável. 
4. Disestesia → mudança de percepção e sensação. 
Alterações qualitativas 
1. Ilusões → tem a sensação, porem a percepção é 
diferente. Existe o objeto, mas a interpretação do 
objeto é diferente. É comum em rebaixamento de 
nível de consciência, em estados afetivos (ouvindo voz 
de alguém que já se foi, por exemplo). As ilusões mais 
comuns são as visuais. 
2. Alucinações → são mais importantes que as ilusões se 
formos levar em conta os critérios diagnósticos. As 
alucinações auditivas, nesse caso, são mais 
importantes do que as visuais, além de serem mais 
comuns em transtornos psicóticos (sendo as visuais 
mais comuns em transtornos orgânicos). 
Alucinações auditivas simples: zumbidos; e complexas: 
escutam vozes, frases. 
Alucinações visuais simples: escotomas (comum em 
transtornos oftalmológicos); complexas: veem coisas que 
realmente não existem (objetos). 
3. Alucinose → semelhante a alucinação, diferindo no 
sentido de na alucinose o paciente ter consciência de 
que aquilo não é real, mas causa desconforto (por 
exemplo bichos subindo pelo braço). 
Memória 
Para ter memória precisamos manter o que aconteceu, 
registrar e evocar posteriormente. 
Tipos de memória: relacionada ao tempo 
• Imediata → até 3 minutos 
• Recente → até 6 horas 
• Remota → dura anos 
Lei de Ribot → perde-se as memorias mais recentes 
primeiramente do que as remotas e aquilo que não causou 
muito vinculo afetivo perde com mais facilidade do que as 
lembranças que geraram mais afetividade. 
Tipos de memória: relacionada a funcionalidade: 
• De trabalho → informação que sera utilizada em 
pouco espaço de tempo. Funcionalidade imediata 
• Episódica → experiencia recente (o que almoçou 
ontem) 
• Semântica → “sabe o que é um determinado objeto?” 
• Procedimento → “sabe escrever, andar de bicicleta, 
jogar bola...” 
Alterações de memória: quantitativas 
1. Hipermnésias → possui memória porem tem a 
interpretação prejudicada. Pode ser observada em 
quadros de mania. 
2. Amnésias → perder a memória, pode ser de dois 
tipos: retrógrada – tudo que aconteceu antes do 
acontecimento é perdido; anterógrada – o que 
acontece posterior a caso não é mantido, lembrado. 
Alterações de memória: qualitativas 
1. Ilusões mnêmicas → lembra de uma experiencia falsa 
dentro de um pacote verdadeiro (por exemplo 
lembrar de uma pessoa que não estava em uma festa 
que realmente aconteceu). 
2. Alucinações mnêmicas → tudo é falso, a pessoa não 
existe e nem a festa aconteceu. 
3. Confabulações → alteração de memoria em que a 
pessoa não consegue lembrar de coisas da própria 
vida, nesse caso o cérebro cria situações que não 
existiam para tapar o buraco (exemplo: eu tenho 25 
anos, com 15 fui pra marte, com 19 virei um físico 
famoso, com 22 ganhei um prêmio Nobel..) 
Alterações do reconhecimento 
• Agnosias 
• Delirantes 
o Falso desconhecimento: não sabe quem é 
uma pessoa que ele conhece. 
Bruna Oliveira de Paula - UFMT / Medicina 
 
o Falso reconhecimento: reconhece uma 
pessoa que ele não conhecia. 
o Capgras: o paciente acredita veemente que 
algumas pessoas ao seu redor são impostos 
e se fazem de “parentes” por exemplo. 
o Capgras invertido: quando o paciente acha 
que ele próprio é o impostor. 
• Não delirantes 
o Já visto, ouvido, pensado e vivido 
o Jamais visto 
Afetividade 
A vida afetiva é a dimensão psíquica que da cor, brilho e calor 
a todas as vivencias humanas. Sem afetividade, a vida mental 
torna-se vazia, sem sabor. (humor x afeto) 
Humor → experiencia que a pessoa está tendo (com brilho ou 
sem brilho). É o que a pessoa sente. 
Afeto → como vc reage ao estimulo. É o que a pessoa 
demonstra, devendo ser condizente com o humor. 
Alterações 
• Humor 
o Hipotimia → tristeza/ humor deprimido 
o Hipertimia → felicidade/ humor exaltado 
o Disforia → chateado / nervoso 
• Afeto 
o Empotamento → não conseguimos 
perceber a tristeza ou felicidadeatravés do 
comportamento da pessoa. Pessoa sem 
expressão. 
o Hipomodulação → o afeto não está 
condizente com o humor (ex: uma pessoa 
que fala que esta triste, mas demonstra estar 
feliz). 
o Labilidade → qualquer estimulo deixa ela 
muito triste ou feliz, mudando de um para o 
outro com muita facilidade. 
o Anedonia → incapacidade de sentir prazer 
em coisas que antes davam prazer. 
Pensamento 
Curso → avaliação da velocidade do pensamento. Podendo 
estar acelerado (taquipsiquia) ou retardado/ lentificado 
(depressão) 
Forma → forma como o é apresentado a você. Nesses 
aspectos devemos avaliar não só o que a pessoa fala, mas 
como ela fala (se ela enrola muito, se ela da muitos exemplos, 
se as ideias se perdem, se concluem, etc.) existem vários tipos, 
devemos ficar atentos na descrição desses eventos. 
Conteúdo → o que a pessoa pensa. Delírio = percepção 
errônea da realidade. O principal delírio é o persecutório, 
onde a pessoa acha que está sendo perseguida. 
O delírio é caracterizado por 3 fatores: 
• Incorrigibilidade 
• Influenciabilidade 
• Incompreensibilidade → a pessoa não consegue 
explicar o motivo. 
Não esquecer de sempre avaliar a psicomotricidade e a vontade 
de todos os pacientes que formos avaliar.

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