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Transtornos depressivos

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Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
Psiquiatria 
Transtornos depressivos 
 
Transtornos do humor 
Pelo menos 5% da população brasileira possui algum tipo 
de transtorno de humor, sendo mais comum em 
mulheres. Esses pacientes além de apresentarem humor 
deprimido, podem apresentar humor irritável. 
Porem, o sintoma mais comum dos transtornos de 
humor é a anedonia → falta do prazer pra fazer as coisas, 
falta de vontade. 
Depressão 
Caracteriza-se como humor depressivo, falta de 
interesse, anedonia, queda da energia, lentidão 
psicomotora, pensamentos e sentimentos negativistas, 
insônia e sintomas físicos. 
É um dos transtornos mais comuns na população, 
quando não tratado está associado a redução da 
qualidade de vida, maior risco de suicídio e piora de 
doenças clinicas preexistentes. 
É mais comum em indivíduos entre 18 e 29 anos do que 
em pessoas acima de 60 nos. É mais comum em 
mulheres começando no inicio da adolescência, o que 
poderia ser explicado por distinções hormonais, 
estressores e parto. Pacientes com doenças crônicas 
também tem maior prevalência do que a população em 
geral. 
Fisiopatologia 
A teoria mais aceita é que o transtorno depressivo seria 
resultado da interação entre fatores biológicos, 
psicológicos, ambientais e genéticos. Achados sobre a 
diminuição da serotonina e aumento do cortisol são os 
fatos mais discutidos sobre a depressão. 
A inflamação também é acompanhada pela produção de 
radicais livres, soma-se isso a desregulação do eixo HHA, 
tireoidiano, anormalidades do sono, desregulação do 
ciclo circadiano, anormalidades imunológicas e 
morfofisiológicas cerebrais. 
Apresentação clinica 
A principal característica de um episódio depressivo 
maior é a presença de um humor depressivo ou perda 
de interesse ou prazer em quase todas as atividades por 
um período de pelo menos duas semanas. os sintomas 
devem estar presentes em quase todos os dias, sendo 
necessários pelo menos 5 sintomas para fechar o 
diagnóstico (critérios no próximo item). 
Um dos sintomas são: humor deprimido, insônia, tristeza 
queixas somáticas, perturbações psicomotoras, culpa, 
diminuição da libido e interesse sexual, alterações no 
apetite, diminuição da cognição, pensamentos sobre 
morte ou ideação suicida, desesperança, etc. 
Marcadores de gravidade 
Risco de suicídio ➔ sexo masculino, solteiros, viver 
sozinhos, transtorno de personalidade borderline, 
sentimentos proeminentes de desesperança. 
Consequências funcionais ➔ o prejuízo pode ser leve ou 
se estender ate a total incapacidade, de modo que a 
pessoa deprimida seja incapaz de dar atenção as 
necessidades básicas de cuidado consigo mesma ou fique 
muda ou catatônica. 
Fatores de risco 
Experiencias adversas na infância aumentam o risco, 
histórico familiar de depressão, uso de substancias, 
transtornos de ansiedade, personalidade, alterações no 
ritmo biológico como privação de sono, história previa de 
depressão, sexo feminino, pouco suporte social, 
demência, condições medicas crônicas ou incapacitantes, 
cultura e gênero. 
Abordagem diagnóstica 
Avaliação clinica (excluir doenças orgânicas), avaliação 
psiquiátrica e exame físico. Avaliar sintomas, cronologia, 
relato de episódio prévio, medicação, impacto na vida do 
paciente, comorbidades e risco de suicídio, além de 
avaliar presença de sintomas de mania e hipomania. 
Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
Subtipos: 
Leve ➔ causa sofrimento, mas não incapacita 
Moderado ➔ afeta parcialmente as funções do individuo 
Grave ➔ incapacita social e profissionalmente 
Exames de rotina 
• Hemograma completo, infecções 
• TSH, T4, T3, hipo e hipertireoidismo 
• Creatinina e ureia (doenças renais) 
• AST, ALT, FA, GGT, TP, KTTP (hepatopatias) 
• Glicemia de jejum 
• Beta-hCG 
• Colesterol total e frações 
• Ácido fólico e vitamina B12 
• Neuroimagem 
• Eletrocardiograma 
Critérios diagnósticos 
Episódio depressivo maior 
5 ou mais dos seguintes sintomas por 2 semanas: 
• Humor deprimido 
• Anedonia 
• Perda ou ganho de peso / perda ou ganho de 
apetite 
• Hipersonia ou insônia 
• Alteração de psicomotricidade 
• Energia → paciente se sente sempre cansado 
• Sentimento de inutilidade ou culpa 
• Cognição e atenção estão prejudicadas 
• Pensamento de morte e suicídio 
A diferença entre pensamento de morte e suicídio é que 
no caso do suicídio o paciente planeja se matar e o 
pensamento de morte ele apenas pensa sobre e imagina 
que se ele morresse não faria diferença na vida das 
pessoas. 
Necessariamente esses fatores devem causar sofrimento 
para ser considerado um episódio de depressão. E não 
pode ser explicado por outro problema de saúde. 
Transtorno depressivo maior 
Para ter transtorno depressivo maios necessariamente 
deve ter episódio depressivo maior, sofrimento, não ser 
explicado por outra causa e mais: 
• Humor deprimido deve estar presente na maior 
parte dos dias ou o dia todo. 
• O episódio não pode ser explicado por outro 
transtorno 
• Não pode haver mania ou hipomania → nesse 
caso o paciente tem episódio de bipolaridade. 
• o sintoma deve ser recente ou em piora do pré-
episodio 
• Déficit cognitivo 
• Alterações psicomotoras → indicam gravidade 
• Humor disfórico → irritabilidade. Muito comum 
em crianças e adolescentes. 
Possui alta mortalidade. 
Desenvolvimento e curso 
O inicio é na puberdade ou quando adulto jovem. Para 
ter o transtorno necessariamente deve-se ter a remissão 
(deixar de ter os sintomas do episódio depressivo maior 
por dois meses completos, ou manteve no máximo 2 
sintomas mais leves por 2 meses). 
A cada novo episodio aumenta o risco de recorrência. 
“O transtorno depressivo maior é caracterizado por 
episódios depressivos maiores distintos e remissões Inter 
episódicas” 
Diagnóstico diferencial 
Nos episódios maníacos podemos ter humor irritável 
também, além disso, as crianças com TDAH podem 
apresentar humor disfórico. 
Os diagnósticos diferenciais mais importantes são: 
• Tristeza 
• Transtorno de adaptação / ajustamento 
o Inicio 3 meses 
o Final 6 meses 
o Não satisfaz critérios para outro 
transtorno 
Comorbidades 
Transtornos relacionados a substancias, transtornos de 
ansiedade, TOC, anorexia nervosa, bulimia nervosa, 
transtorno de personalidade borderline, algumas 
condições medicas. 
 
Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
Transtorno depressivo 
persistente (distimia) 
Humor deprimido por 2 anos ou mais obrigatoriamente, 
tendo 2 ou mais dos seguintes: 
• Alteração do apetite 
• Alteração do sono 
• Alteração de energia 
• Alteração da autoestima 
• ↓concentração e decisões 
• Desesperança 
É um transtorno que não apresenta remissão, é continuo. 
Não apresenta mania ou hipomania., além de ter que 
causar sofrimento e não ser explicado por outros. 
Acompanhamento 
Metade dos pacientes apresentam período prodrômico, 
caracterizado por sintomas ansiosos e depressivos leves. 
O transtorno tende a redimir espontaneamente na 
maioria dos pacientes em um período de 1 a 2 anos, 
contudo pode permanecer sintomas subsindromicos. 
Aproximadamente 1 quarto dos pacientes terá recidiva 
em 6 meses, 58% em 5 anos e 85% nos 15 próximos 
anos após a recuperação. 
O risco de recorrência torna-se mais baixo ao longo do 
tempo, à medida que aumenta a duração da remissão. 
Tratamento 
Drogas ativadoras: pacientes perdem o sono. Drogas 
sedativas: pacientes aumentam o sono. Porem devemos 
ficar de olho no efeito que aquele remédio está fazendo 
em um determinado paciente, algumas drogas possuem 
efeito contrario em algumas pessoas. 
Uma ausência de resposta após 3 semanas em dose 
máxima: devemos mudar o medicamento. 
A medicação e a dose utilizada na fase aguda devem ser 
mantidas. 
Fase inicial: período de latência 
• 1 – 2 semanas• Contornar efeitos colaterais e detectar ideação 
suicida. 
Fase aguda: período de resposta 
• 1 semana – 3 meses 
• Ajustes para alcançar remissão e não só a 
melhora parcial 
Fase de continuação: prevenção de recaída 
• 6 meses (mínimo) após melhora 
• A interrupção eleva o risco de recaída: convencer 
o paciente disso. 
Manutenção: prevenção de recorrência 
• Período indeterminado 
• Em casos selecionados, antidepressivos 
continuamente. 
Medicamentos: 
Tricíclicos: 
• Depressão grave 
• Cardiotoxidade 
• Índice terapêutico baixo 
• Intoxicação grave 
• Amtriptilina, nortriptilina, clomipramina 
Inibidores da monoaminoxidade (IMAOs) 
• Depressão grave / refratária 
• Não são tão utilizados devido aos efeitos 
colaterais e interações medicamentosas 
Outros antidepressivos: 
• Mirtazapina 
o Sedação e ganho de peso 
• Bupropiona 
o Tabagismo 
ISRSs 
• Janela terapêutica ampla 
• Efeitos colaterais (paroxetina) → ↓ libido, 
potência sexual, etc 
• Meia vida (fluoxetina) → longa 
• Citalopram, escitalopram, sertralina 
IRSNs 
• Efeitos terapêuticos mais fortes 
• Menos efeitos colaterais 
• Disfunção sexual 
• Venlafaxina 
 
Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 
 
Eletroconvulsoterapia (polemica) 
• Índice de remissão 80 / 90% 
• Mortalidade (1 em 1000) 
• Estudos comprovam que a mortalidade é maior 
com os medicamentos. 
• Duração inferior do efeito terapêutico

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