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Espécies de Controle em Contratos Administrativos

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Gestão de contratos 51
4
As espécies de 
controle nos contratos
Além de todas as prerrogativas estabelecidas e direcionadas à Administração 
Pública, uma obrigação adicional é ligada ao efetivo controle dos contratos adminis-
trativos celebrados entre o Poder Público e terceiros, os quais podem ser entes públicos 
ou privados.
Este controle é exercido de diversas formas distintas, indo desde a fiscalização 
de obras e serviços prestados pelas entidades controladas até a parte financeira, 
identificando a dotação orçamentária específica para serem feitos os pagamentos e 
finalizando no efetivo exercício financeiro dos contratos administrativos.
As espécies de controle nos contratos4
 Gestão de contratos52
4.1 Conceito e abrangência de controle
O Poder Público tem não apenas a função, mas também a responsabilidade e a obriga-
ção de controlar e fiscalizar tudo que é contratado. No caso das licitações, essa obrigação de 
controle e de fiscalização deve seguir os ditames da Lei 8.666/93, que é a Lei das Licitações. 
Essa atribuição de fiscalizar inclui a verificação de todos os materiais que serão utilizados 
durante a execução do objeto contratado e dos materiais que vierem a ser utilizados em eta-
pas futuras do mesmo serviço.
As obrigações comerciais também devem ser fiscalizadas e controladas, assim como 
deve ser atestado que toda empresa contratada esteja em dia com as obrigações tributárias, 
trabalhistas e previdenciárias. Outras obrigações, tais como comprovação de que não cau-
sou danos ao meio ambiente ou que atua de acordo com sua função social, também podem 
ser requisitos, além de outros.
A Administração Pública deve orientar os agentes contratados, estabelecendo rotinas de 
trabalhos e normas, e fornecer informações acerca da execução contratual. Quando for identi-
ficado qualquer desvio de ordem operacional, a Administração Pública pode ainda interditar 
os trabalhos, interrompendo a execução por estar em desacordo com o contratado.
Há, ainda, a possibilidade de intervir de maneira mais direta: na forma de assumir os 
trabalhos no lugar da empresa contratada. Tudo isso objetiva garantir a perfeita execução 
dos trabalhos e a melhor utilização dos recursos públicos disponibilizados. É neste momen-
to que é facultado ao Poder Público a terceirização de alguns serviços emergenciais.
Todos os contrato administrativos devem possuir cláusula que estabeleça esta possibili-
dade de intervenção por parte do contratante durante ou após um procedimento de controle, 
sempre que for identificado algo que caracterize um desvio em relação ao objeto contratado.
A Administração Pública deve fiscalizar e acompanhar de maneira ininterrupta a exe-
cução dos serviços. Sempre que for necessário, cláusulas exorbitantes podem ser utilizadas 
como justificativa para que a Administração Pública assuma os trabalhos de maneira direta 
ou por meio da terceirização, desde que totalmente embasada na busca do melhor para o 
interesse público.
Este controle está previsto na Lei 8.666 de 1993, que é a Lei das Licitações, de ma-
neira distinta nos artigos 58, 67 e 80, sendo o segundo artigo citado, n. 67, apenas atribui 
à Administração o poder e o dever do controle, sem deixar explícito como este deve ser 
operacionalizado.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um 
representante da Administração especialmente designado, permitida a contra-
tação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa 
atribuição.
§1° O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocor-
rências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessá-
rio à regularização das faltas ou defeitos observados.
As espécies de controle nos contratos
 Gestão de contratos
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53
§2° As decisões e providências que ultrapassarem a competência do represen-
tante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das 
medidas convenientes. (BRASIL, 1993)
O artigo 58 apresenta a situação de intervenção como forma de ser exercido o controle 
contratual, sendo cabível quando há a ocorrência de qualquer fato estranho que ocasione o 
atraso ou a paralisação do objeto contratado.
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei 
confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de inte-
resse público, respeitados os direitos do contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 
desta Lei;
III – fiscalizar-lhes a execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imó-
veis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessi-
dade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, 
bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§1° As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrati-
vos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§2° Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras 
do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual. 
(BRASIL, 1993)
Nestes casos, o Poder Público pode, para os casos de serviços essenciais que estejam 
sendo prestados, ocupar de maneira provisória bens imóveis e móveis, pessoais e de serviços 
que estejam vinculados ao objeto ora contratado.
O último artigo, 80, estabelece, da mesma forma, que equipamentos, instalações, mate-
riais e pessoal empregado na execução do contrato também podem ser objeto de apropria-
ção temporária por parte do Poder Público. Isso caracteriza a aplicação integral do princípio 
da continuidade do Serviço Público. Este princípio permite ao Poder Público até mesmo a 
retomada do objeto de um contrato, desde que a paralisação ou a execução de maneira ine-
ficiente possam acarretar qualquer tipo de prejuízo para o interesse da sociedade.
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes 
conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encon-
trar, por ato próprio da Administração;
II – ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal 
empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma 
do inciso V do art. 58 desta Lei;
As espécies de controle nos contratos4
 Gestão de contratos54
III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e 
dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos cau-
sados à Administração.
§1° A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério 
da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execu-
ção direta ou indireta.
§2° É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter 
o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de servi-
ços essenciais.
§3° Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autori-
zação expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou 
Municipal, conforme o caso.
§4° A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, 
a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo. (BRASIL, 1993.)
Esses controles mencionadas, quando bem executados, garantem que os recursos públi-
cos utilizados na contratação e na consecução de qualquer obra ou serviço contratado sejam 
utilizados com o máximo de economia e qualidade para a sociedade.
Como consequência, o comprovado descumprimento contratual por parte da entidade 
contratada pode ocorrer de maneira total ou parcial em relação ao objeto contratado. Além 
disso, nem semprehaverá uma parte culpada, pois não é possível garantira não ocorrência 
de infortúnios em qualquer contrato firmado, seja ele administrativo ou não.
Dessa forma, as possibilidades de maior ocorrência são a revisão das cláusulas contra-
tuais vigentes e, se for identificada a necessidade, a resolução contratual, desde que atenda 
aos interesses coletivos, depois de feita análise pela Administração Pública.
São cinco as situações que levam um contrato a ser reavaliado ou extinto em decorrência 
de uma fiscalização por parte do Poder Público; veremos a partir de agora.
A Teoria da Imprevisão está ligada a situações não previstas que podem atingir de 
maneira direta o objeto contratado, fazendo com que a continuidade da prestação do serviço 
se torne inviável econômica ou financeiramente. Há nos contratos de prestações sucessivas 
de serviços uma cláusula denominada rebus sic stantibus, que quer dizer que, se houver mu-
dança significativa nas condições previamente firmadas em contrato, o mesmo não mais 
permanecerá em vigor.
Esta cláusula, atualmente denominada Teoria da Imprevisão, tem o objetivo claro de 
garantir o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, pois estabelece a possibilidade de 
revisão imediata deles sempre que algo for considerado fora da normalidade operacional 
para qualquer uma das partes signatárias.
Como exemplo, podemos citar a impossibilidade de se obter determinado material es-
pecífico ou cuja mão de obra se torne muito escassa, seja por que motivo for. O contrato ficará 
As espécies de controle nos contratos
 Gestão de contratos
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inviabilizado, pois os custos serão elevados, prejudicando não somente a empresa contra-
tada e o governo contratante, mas também a sociedade, a qual será a principal prejudicada.
A segunda situação é conhecida como Fato do Príncipe ou álea administrativa, sendo ca-
racterizada por uma medida de ordem geral, praticada pelo Poder Público, que não está ligada 
de maneira direta a um contrato administrativo vigente, mas que acaba repercutindo nele signi-
ficativamente, causando o desequilíbrio econômico-financeiro e prejudicando o contratado.
Para exemplificarmos esta situação, imagine que um serviço é prestado para um órgão 
público e necessite de uma determinada matéria-prima importada e sem similar nacional. 
Por uma medida ordinária, o governo federal resolve limitar ou suspender a importação 
dessa matéria-prima, tornando a consecução dos trabalhos por parte da contratada pratica-
mente impossível. É notado que tal medida por si só não prejudica diretamente o contrato 
nem a empresa contratada, mas fará com que a consecução dos trabalhos se torne inviabili-
zada simplesmente por falta de material básico disponível.
A terceira situação é denominada Fato da Administração, vista como a mais importan-
te das causas que geram revisão ou extinção contratual em instrumentos firmados com a 
Administração Pública. Ela está relacionada a qualquer ação ou omissão da Administração 
Pública que, quando ocorre diretamente sobre o contrato, diminui o ritmo normal ou invia-
biliza a prestação dos serviços por parte da empresa contratada.
Não há dúvidas de que é uma falta cometida pelo Poder Público e, sem sua reversão, o 
contrato ficará impedido de ser continuado. Como exemplo, podemos citar a obra de uma 
creche que ocorre em um imóvel de terceiros, alugado, cujo atual proprietário não tenha 
mais interesse em alugá-lo para a Administração Pública. Com a transferência de posse do 
imóvel, o Poder Público não mais terá a possibilidade de gerência neste e, consequentemen-
te, a empresa contratada também não poderá ingressar com seus equipamentos e funcioná-
rios em uma propriedade privada sem a devida autorização legal.
O Caso Fortuito é a penúltima situação a ser analisada e, de acordo com sua própria 
nomenclatura, trata-se de uma ocorrência de natureza completamente imprevisível, incon-
trolável e inevitável, que impossibilita a consecução de qualquer serviço contratado com a 
Administração Pública. Podemos citar incêndios, inundações ou qualquer outra catástrofe 
ligada à ação da natureza.
A última situação que pode ocasionar revisão ou resolução contratual é a Força Maior, 
sendo esta uma ocorrência de responsabilidade humana, também imprevisível e, de certa 
forma, inevitável, que impossibilita o bom andamento das obras relativas a um contrato fir-
mado com a Administração Pública. Como exemplo, pode ser citada a greve, que não pode 
ser enquadrada como de responsabilidade direta da empresa contratada, mas que afeta a 
todos os interessados nos serviços firmados entre as partes.
As espécies de controle nos contratos4
 Gestão de contratos56
4.2 Espécies de controle
Já sabemos que o controle é algo que deve ser exercido pelo Poder Público em todos os 
contratos para garantir a satisfação do interesse coletivo, mesmo que ele tenha que se sobre-
por a alguns interesses individuais.
Há diversos tipos de controle que podem ser exercidos. Dentre eles, existe o controle 
financeiro, a supervisão etapa por etapa do serviço, a intervenção – sempre que for julgada 
necessária para garantir o bom andamento das atividades e o interesse coletivo – o acom-
panhamento e a execução do contrato, além da fiscalização de todos os pontos financeiros 
e não financeiros; pontos estes ligados à operacionalidade do contrato, sem que estejam 
ligados diretamente a aspectos monetários.
Esta fiscalização ocorre de maneira constante durante a vigência do contrato e não faz 
com que a parte contratada fique isenta da obrigação de continuar com o que foi previamen-
te firmado no contrato administrativo.
De uma forma geral, este poder de controle exercido pelo Poder Público busca a exatidão 
dos trabalhos contratados, orientando de maneira conveniente a entidade contratada. Devemos 
sempre ter em mente que os interesses sociais devem se sobrepor aos interesses individuais.
Em diversas camadas da sociedade há o questionamento de que o contrato teria a capa-
cidade, por si só, de se autofiscalizar, pois se o serviço não estivesse pronto em determinado 
intervalo de tempo ou se gastasse mais do que o esperado, automaticamente todos veriam 
a incompletude contratual, sem a necessidade de mais gastos com controle ou fiscalizações.
Agora, vamos pensar na seguinte situação: um hospital público possui um contrato de 
serviços continuados com determinada empresa para garantir a limpeza e manutenção das 
instalações para os pacientes e outros usuários. Ocorre que, devido à ampliação das insta-
lações físicas, alguns andares serão temporariamente desativados para melhorias de ordem 
estrutural. A previsão desta obra é ser finalizada em até três meses. Se nenhuma atitude for 
tomada, esta empresa contratada para realizar a limpeza terá seu trabalho reduzido durante 
a duração da obra, gastando menos pessoal menos materiais para limpeza, os mesmos va-
lores previamente firmados com o Poder Público. Sem a devida fiscalização, não haveria a 
possibilidade da identificação da necessidade de um ajuste contratual provisório em virtude 
da redução da demanda de trabalho por parte da Administração Pública. São inúmeros, mas 
este é apenas um dos exemplos de situações em que, se não ocorrer o efetivo controle e fis-
calização por parte dos órgãos públicos, o erário será penalizado sem a devida justificativa 
ou sem o devido fato gerador.
Há, também, a situação em que uma obra, por ser muito grande, é dividida em diversas 
etapas menores. Essa divisão tem como objetivo obrigar a Administração Pública a realizar 
desembolsos menores e periódicos, a fim de que não sejam entregues esqueletos de obras 
para a sociedade.
Vamos a um exemplo: um viaduto precisa ser construído em determinada cidade, 
ligando um bairro a outro. No entanto, esta obra gerará a necessidade de uma série de 
As espécies de controle nos contratos
 Gestão de contratos
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reestruturações de vias próximas por causa do aumento do movimento de veículos além de 
ter prazo total estimado de 24 meses.Dada a complexidade e o tempo de demora da obra, um orçamento deve ser feito para 
todos os serviços a serem prestados, assim como a contratação da empresa responsável, que 
realizará a obra do o início ao fim do prazo contratado.
No entanto, os pagamentos, assim como as entregas de partes das obras, devem seguir 
um cronograma específico. Podemos citar a situação das ruas do entorno do local onde será 
o viaduto, as quais demorarão 6 meses para serem reestruturadas e, após a entrega e confe-
rência do Poder Público, terão a pendência de realização finalizada, assim como o respectivo 
pagamento para a empresa contratada.
Isso ocorre não somente para garantir que a obra seguirá o que foi planejado, mas tam-
bém para garantir o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, pois a empresa contratada 
arcará com diversos custos, tanto de mão de obra quanto de matéria-prima, para fazer com 
que a obra chegue ao fim, pelo menos nesta etapa.
O raciocínio se mantém o mesmo nas outras etapas, desde o início da construção do 
viaduto até a entrega final. Normalmente, estas entregas parciais são fiscalizadas como se 
fossem uma obra completa, pois representam bens públicos prontos ou semiprontos, passí-
veis de recebimento por parte da empresa contratada.
Qualquer obra pública que careça de um tempo maior de execução deverá ter as etapas 
devidamente identificadas e associadas no contrato firmado, garantindo que o acesso para a 
fiscalização ocorra de maneira idêntica ao de uma obra finalizada.
Cabe dizer que o conserto de um banco de uma praça pública merece os mesmos proce-
dimentos fiscalizatórios que um hospital ou um viaduto, diferenciando-se entre eles apenas 
o tempo necessário e o valor total a ser desembolsado dos cofres públicos.
Nenhum bem público é mais ou menos importante que outro, ao passo que nenhum 
merece mais ou menos fiscalização. A grosso modo, todos os bens públicos têm uma única 
origem, que é a arrecadação de impostos. Devem, portanto, ser fiscalizados e mantidos de 
maneira constante por parte não somente das autoridades, mas também da população.
Em muitas cidades, principalmente nas maiores, há a figura do subprefeito, que é res-
ponsável pela gestão de uma parte da cidade, que pode ser um bairro ou um conjunto de 
bairros. Essa delegação de funções não isenta os prefeitos da fiscalização e da responsabi-
lização por quaisquer impropriedades encontradas nos contratos firmados entre o Poder 
Públicos e particulares.
4.3 Controle financeiro
A parte financeira é a parte mais sensível quando tratam-se de contratos administra-
tivos. Existe uma busca incessante por parte da Administração Pública em manter tanto a 
eficiência quanto a eficácia no gasto dos recursos públicos, mantendo suficientes os níveis 
de satisfação da sociedade.
As espécies de controle nos contratos4
 Gestão de contratos58
Formalmente, a lei especifica que o processo de fiscalização deve ser exercido de ma-
neira pontual, contrato por contrato. A fiscalização e o controle financeiro não estão ligados 
apenas à comparação entre o que está escrito e o que foi realizado. É mais que isso, pois 
trata-se de identificar se o que foi feito (ou está sendo feito) possui eficiência, efetividade 
e eficácia. Mas qual é a diferença entre eficiência, efetividade e eficácia? Vamos diferenciar 
estes conceitos a partir de agora.
Eficiência quer dizer que algo é feito de maneira adequada, os problemas são resolvi-
dos e os recursos financeiros são aplicados da melhor forma possível, reduzindo custos e 
cumprindo o dever de manter o nível de satisfação da sociedade. Já a efetividade trata-se de 
continuar apresentando resultados gerais positivos durante todo o processo de trabalho, ou 
seja, durante todo o desempenho do contrato firmado.
Por fim, eficácia é fazer as coisas da maneira correta, além de produzir alternativas cria-
tivas que possam deixar os recursos financeiros utilizados de maneira mais favorável para a 
sociedade – o que gera melhores resultados, no geral.
Vejamos um exemplo cotidiano para identificar a diferença entre eficiência, efetividade 
e eficácia. Tomaremos como base a declaração de imposto de renda de pessoa física, que 
deve ser enviada uma vez ao ano, normalmente entre os meses de março e abril, relativa 
ao ano imediatamente anterior dos contribuintes. O envio possui regras muito claras com 
relação a prazos, penalidades e critérios de isenção de envio ou não. O prazo de envio geral-
mente se encerra nos últimos dias do mês de abril, à meia-noite.
Então, podemos dizer que um contribuinte será eficiente quando ele enviar dentro do 
prazo a declaração, ou seja, antes do final do prazo. No entanto, ele pode ser eficiente sem 
ser eficaz. E de que forma isso pode ser feito? Se ele enviar a declaração sem a mesma ter 
passado por uma revisão dos dados que irão para a receita.
Enviar uma declaração dentro do prazo é sinônimo de eficiência, mas enviar uma de-
claração com todas as informações pertinentes é sinônimo de eficácia ambas devem andar 
juntas. Pensemos juntos: de nada adianta esperar até o mês de maio para enviar tudo corre-
tamente, depois de o prazo ter expirado. O envio deve ser feito com todos os dados e dentro 
do prazo. Isso se chama efetividade: utilizar todos os recursos possíveis para fazer com que 
o resultado seja o melhor e apenas se gaste o mínimo necessário.
No caso de contratos administrativos firmados entre o Poder Público e terceiros para 
a realização de grandes obras, aquisição de bens duráveis e de valor agregado mais eleva-
do ou para serviços de característica continuada, estes representam uma espécie de ponto 
nevrálgico da fiscalização de contratos: o controle financeiro, que deve ser realizado para 
atestar eficiência, efetividade e eficácia no gasto de recursos públicos.
Não é difícil encontrarmos escândalos envolvendo empresas contratadas por meio 
de licitações, seja por obras com valores superfaturados ou produtos adquiridos pela 
Administração Pública por valores que chegam até a 10 vezes o valor de mercado, além de 
obras inacabadas pagas integralmente e aquisição de máquinas inadequadas e com pre-
ço acima do normal. A diferença entre o valor de mercado e o valor pago normalmente é 
As espécies de controle nos contratos
 Gestão de contratos
4
59
dividida entre os entes que participaram do processo de fraude contratual, prejudicando 
toda a sociedade para beneficiar ilegalmente apenas um pequeno grupo de malfeitores.
Não são poucos os mecanismos de fiscalização e controle financeiro, pois há os órgãos 
de controle formalmente constituídos para este fim e, ainda, a Controladoria Geral da União 
(CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), que têm encontrado nos últimos anos cada 
vez mais indícios de desvios e ações que não condizem com a idoneidade em contratos 
celebrados pela Administração Pública. Pensando a nível de estados, Distrito Federal e mu-
nicípios, eles recebem a fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados.
Em nosso país, os procedimentos licitatórios são realizados de acordo com todos os 
critérios de legalidade, buscando a efetividade. Porém, deve haver um controle financeiro 
rigoroso para que não haja desperdício de recursos públicos até o fim da realização do obje-
to contratado.
Diz-se que o processo de realização de uma licitação em conjunto com a formalização 
do contrato correspondem ao processo de gestão de um contrato administrativo.
Quando se contrata um terceiro para a realização de uma obra ou prestação de um 
serviço público qualquer, o Poder Público deve dar para o agente de controle e fiscalização 
a mesma atenção que dá à entidade controlada, pois ele é quem fará com que os recursos 
financeiros sejam bem aplicados, buscando eficiência, eficácia e efetividade na aplicação dos 
recursos públicos.
A Lei das Licitações estabelece que o fiscal de um contrato, ou seja, o agente público que 
realizará efetivamente o controle financeiro, deve ser um servidor público titular, e ainda 
faculta a contratação de terceirospara assisti-lo ou subsidiá-lo de informações que sejam 
pertinentes a esta função.
Com relação ao controle financeiro, alguns conceitos devem ser melhor compreendidos.
A legislação relacionada à fiscalização e ao acompanhamento do contrato relaciona os 
pontos a serem seguidos para que o controle financeiro possa ser feito. A fiscalização e o acom-
panhamento em um contrato administrativo são a verificação da coerência entre o que foi 
contratado e o que está sendo entregue (a maneira, a forma e o tempo de execução), além de 
colocar em prática providências necessárias para o completo cumprimento de tais obrigações.
No caso do representante da Administração Pública, julga-se que este deva possuir vín-
culo com ela, devendo ser um servidor público estável ou um comissionado. Eventualmente, 
este servidor pode ser temporário, o que não o impedirá de exercer efetivamente o controle 
financeiro do contrato administrativo.
Caso ocorra a designação de terceiros para o exercício da função de fiscal de contratos, 
o qual exercerá a função de controle financeiro, tal ato será considerado nulo, pois estes ter-
ceiros apenas poderão auxiliar nas situações de controle, não tendo autonomia de exercício 
fiscalizatório. A própria contratação destes terceiros é uma operação que deve seguir os 
preceitos da Lei das Licitações.
As espécies de controle nos contratos4
 Gestão de contratos60
Considerações
Por mais que legalmente existam artifícios para que se realize o controle de maneira efe-
tiva, eles devem ser seguidos à risca para que os procedimentos não extrapolem os preceitos 
legais. Por exemplo, quando houver um tribunal de contas municipal ou estadual que possa 
responder, o TCU não pode realizar a fiscalização de maneira prioritária.
Não somente os órgãos em si, mas as formas pelas quais devem ser realizados os proce-
dimentos também devem seguir os parâmetros legais. Se o controle é de procedimentos ou 
financeiro, isso deve estar claro antes do início dos trabalhos por parte do órgão fiscalizador.
Tudo isso tem como objetivo que o procedimento fiscalizatório não obtenha nulidade 
de eficácia e precise ser refeito, gerando retrabalho e perda de tempo e de recursos públicos.
 Ampliando seus conhecimentos
A importância da fiscalização da execução 
dos contratos pela administração pública
(Antônio José dos Santos Filho, 2013.)
A fiscalização da execução dos contratos se reveste de singular importân-
cia para a eficácia e eficiência dos contratos administrativos celebrados 
com a iniciativa privada. Essa fase da contratação, apesar da sua crucial 
importância, ainda não tem merecido uma atenção mais contundente 
dos gestores públicos, como bem salienta a Professora Edite Hupsel, no 
Boletim Informativo n.º 01/2008, publicado pela Secretaria da Fazenda do 
Estado do Amazonas: “se as licitações e as contratações diretas merecem 
toda a atenção dos órgãos de controle, internos à própria Administração 
ou integrantes dos outros poderes, como os Tribunais de Contas e o pró-
prio judiciário, também merece a atenção a execução de contratos celebra-
dos pela Administração”.
Este posicionamento, por si só, já demonstra que essa fase da contratação 
é de suma importância para o controle regular dos contratos celebrados 
pela Administração Pública. Neste contexto, salutar é afirmar que essa fis-
calização, dentre outras atribuições, se relaciona diretamente com a verifi-
cação do cumprimento das cláusulas contratuais pactuadas, nas quais são 
descritas as obrigações da contratada, os prazos estipulados para a sua 
execução, os indicativos de produtividade e a especificação do objeto. A 
sua correta efetivação constitui-se em um poder/dever da Administração 
e seu resultado se traduz na garantia de que a contratação efetuada foi ou 
As espécies de controle nos contratos
 Gestão de contratos
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está sendo executada, em total consonância com o interesse público e em 
conformidade com as especificações e condições pactuadas no contrato.
A fiscalização da execução do contrato é uma prerrogativa da Administração 
conferida pelo inc. III, do art. 58 da Lei 8.666/93, a qual lhe permite acompa-
nhar, de perto, tudo o quanto se relaciona a execução do contrato, tomando 
as providências para garantir o bom andamento dos trabalhos e, além disso, 
também, é igualmente disciplinada pelo art. 67, da mesma lei. No âmbito 
Estadual, dentre outras legislações existentes, ela é pontuada com destaque 
no Estado da Bahia, nos art. 153, 154 e 155, da Lei n. 9.433/05.
Essas legislações ao tipificarem dispositivos acerca dessa fiscalização da 
execução do contrato, visam preservar o interesse público e evitar, dentre 
outras nuances, que sejam utilizados materiais de qualidade inferior e 
especificações contrárias às exigências contidas no projeto e na licitação. 
Aliado a isso, elas impõem que se atente, também, para a exata qualidade 
do objeto que foi licitado, à quantidade adquirida, às especificações técnicas 
contidas no edital e ao prazo de validade de produtos (medicamentos, 
alimentos ou outros bens sujeitos a prazo).
Indiscutível é a importância da fiscalização da execução do contrato, haja 
vista que a deficiência neste campo poderá resultar, quando da entrega do 
bem, obra ou serviço, no recebimento de um objeto em completa descon-
formidade com o que fora especificado no contrato celebrado, gerando, 
destarte, sérios prejuízos ao erário público.
É importante destacar, ainda, nessa contextualização, a existência nesse 
processo de fatores adversos que prejudicam a realização de uma boa prá-
tica fiscalizatória, podendo-se citar: falta de estrutura, carência de pessoal 
e a não qualificação profissional para o exercício dessa atividade, dentre 
outros. Esses fatores adversos tornam o controle dos contratos, em um dos 
pontos mais vulneráveis à fraude no serviço público e o resultado dessa 
vulnerabilidade, são os escândalos cotidianamente propagados nos meios 
de comunicação, envolvendo fraude nos processos licitatórios e o paga-
mento de serviços e/ou obras inacabadas pela Administração Pública.
A exemplificação explícita dessa vulnerabilidade foi a denúncia que a Rede 
Globo de Televisão exibiu em 18 de março de 2012, através do Programa 
“Fantástico”, na qual mostrou a participação de empresários e agentes 
públicos em processo fraudulento de licitação em hospitais públicos na 
Cidade do Rio de Janeiro. Logo, fica claro que a falta de estrutura, a carên-
cia de pessoal e a não qualificação profissional, são pontos contundentes

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