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SUMÚLA PSICOPATOLOGICA
APARÊNCIA
Remete aos cuidados higiênicos e estéticos relativos ao corpo (incluindo cabelo, barba, unhas e dentes), roupas, maquiagem e adereços.
ALTERAÇÕES
Ou está cuidada ou descuidada (desleixo). No 2° caso o pcte se apresentará com higiene comprometida (roupas sujas, desalinhadas, mau cheiro, cabelo despenteado...). Outra forma de descrever seria em adequada, bizarra (extravagante, excêntrica, destoante do usual para o ambiente, “insano”, qualitativamente diferente) e exibicionista (excessiva exposição do corpo, denota aumento da libido ou comportamento sedutor).
	Exemplos 
	Depressão) o desinteresse ou anergia gera desleixo, pode mesmo inviabilizar os cuidados pessoais. 
	Mania) varia entre o pcte descuidado (a agitação não permite que completem atividades, inclusive se arrumar), a uma aparência extravagente (colorido excessivo, decote, roupas muito curtas), excessos (maquiagem, perfume, acessórios...) etc. 
	Esquizofrenia) varia com o nível de desorganização do pensamento ou separação pensamento-afeto, os apáticos-abulicos podem ser apenas descuidados, hebefrênico podem ser bizarros, nas paranoides a aparência pode refletir o delírio (“medalhas” por condecorações no d. de grandeza…). 
	Demência) o descuido por apraxia pode ocorrer.
	Transtorno conversivo e trans. dissociativo) na antiga histeria a aparência exibicionista é comum. 
ATITUDE ou COMPORTAMENTO
Engloba a fala, gestos, mimicas, movimentos corporais... ou mais especificamente o modo como o pcte se coloca em relação ao entrevistador. 
ALTERAÇÕES 
Basicamente podem ser atitudes desejáveis (cooperante, amistosa, de confiança, interessada...) muito relacionadas a presença de insight, ou atitudes não desejáveis.
	Atitudes indesejáveis (não cooperantes)
	De oposição) negativista, o pcte se recusa a participar da entrevista
	Hostil) ofende, ameaça, agride...
	De fuga) reflete medo
	Suspicaz ou desconfiada) “há câmeras aqui?” “Você é mesmo médico?”.
	Querelante) ofende ou briga por se sentir prejudicado/ofendido 
	Reivindicativo) exige aquilo que crê ser seu direito, que está sendo negado
	Arrogante) o pcte sente-se superior, usa de desdém 
	Evasiva) evita responder certas perguntas sem se recusar explicitamente 
	Invasiva) deseja entrar na vida do médico, mexe sem pedir autorização em coisas
	Esquiva) não deseja contato 
	Inibida ou contida) não encara o examinador, demonstra estar pouco à vontade 
	Desinibida) nada o constrange, fala de qualquer coisa de seu passado, ou vida. Viola normas, pode assediar o entrevistador.
	Jocosa) faz piadas, brinca.
	Irônico) as piadas e tom de voz reflete arrogância e agressividade.
	Lamuriosa) queixa-se o tempo todo de seu sofrimento, autopiedade.
	Dramática) hiperemocionalidade.
	Teatral) parece estar fingindo ou exagerando, querendo chamar atenção.
	Sedutora) tenta agradar, elogiar, seduzir o medico 
	Pueril) faz pirraça, brinca, chama de tio, age como criança.
	Gliscroide ou grudento) é difícil encerrar a conversa
	Simuladora) simula doença ou sintoma
	Dissimuladora) oculta o sintoma existente visando alta
	Indiferente) não se sente incomodado pela entrevista ou presença do medico
	Manipuladora) tenta obrigar o médico a fazer o que ele quer, por vezes com ameaças, chantagem...
	Submissa) atende sem questionar ao examinador
	Expansiva) deseja intensamente o contato social, trata o médico como se fosse intimo 
	Amaneirada) caricatural, histriônica 
	Reação de último momento) após intenso negativismo, quando o médico está prestes a abandonar o pcte passa acooperar.
Algumas síndromes tem comportamento especifico, na mania (pode haver atitude expansiva, desinibida, jocosa, irônica, arrogante...), depressão (lamuriosa, desinteressada...), esquizofrenia (pode haver desde a indiferença, a oposição- na catatonia, reação de último momento, suspicaz, hostil, querelante, de fuga- na paranoide...), delirium/demência (indiferença por não compreensão), retardo mental (pueril), etc.
CONSCIÊNCIA OU VIGILÂNCIA 
A palavra consciência inclui a consciência moral, a psicológica e a vigilância. A psicológica é a síntese, integração de todos os processos mentais num determinado momento é uma vivencia interna, a distinção do eu/não eu, é um dar-se conta de suas vivencias internas e de seu mundo externo, é reflexiva.
A vigilância é um termo definido como capacidade fisiológica (do sistema nervos) que serve de suporte a uma atividade e adaptativa, qualquer que seja a modalidade desta. Um termo especial é a lucidez de consciência ou vigilância plena, que define uma função iluminadora quanto aos conteúdos mentais, refere a nitidez dos conteúdos mentais e sua identificação.
ALTERAÇÕES FISIOLOGICAS (qualitativas) 
Normalmente ocorrem pequenas oscilações na intensidade de sua consciência (geralmente as de atenção) como ao estar cansado, sonolento, relaxado ou repousando. O sono em suas distintas fases são sem dúvida as +comuns alterações fisiológicas da consciência.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS PATOLOGICAS 
Rebaixamento do nível de consciência)
Trata-se do limítrofe entre a lucidez e o coma, há uma perda da clareza da consciência: a percepção do externo se torna imprecisa (decorrente do processamento, não dos órgãos sensitivos), há um “aumento do limiar” de excitação para percepção, bem como uma dificuldade para introspecção (apreensão do próprio eu). 
Sempre possui etiologia orgânica (há déficit cognitivo global), a atenção é particularmente afetada, a orientação alopsíquica, pensamento, inteligência, sensopercepção, memoria, afeto e psicomotricidade. Podem ser divididos em obnubilação simples ou oniróide. Outros autores preferem termos como estupor, torpor ou obnubilação. 
a) Obnubilação simples
Ausência de sintomas psicóticos. Sonolência, hipoprosexia, desorientação, pensamento empobrecido e alentecido, dificuldades de compreensão/raciocínio, hipoestesia, hipomnésia de fixação e de evocação, apatia e inibição psicomotora. 
b) Obnubilação oniróide 
Presença de sintomas psicóticos, sobretudo ilusões, pseudoalucinações visuais e ideias deliroides. Há dificuldades de concentração (exacerbação da atenção espontânea), desorientação temporoespacial, desagregação do pensamento, amnesia de fixação e evocação, exaltação afetiva (ansiedade), perplexidade e agitação psicomotora. O delirium tremens é o gold standart desse processo. 
c) Coma 
Do grego “sono profundo”, é a abolição da consciência, o indivíduo não pode ser despertado nem sob estimulo doloroso (diferente do sono, do qual se desperta por estímulos sensoriais). Há perda de motricidade voluntária e da sensibilidade, a vida somática prossegue, mas a atividade mental desapareceu. 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS FISIOLOGICAS
Sonhos)
Vivencias subjetivas durante o sono.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS PATOLOGICAS 
Estreitamento do campo da consciência) 
O “campo da consciência” ou amplitude é a quantidade de conteúdos que a consciência abarca num determinado momento, sua dimensão horizontal. A consciência estreitada abarca um conteúdo menor do que o normal e fica restrita a determinadas vivências (ideias, afetos, imaginação, ações...), outras vivencias internas e estímulos externos tornam-se inacessíveis à consciência. Há uma interrupção da continuidade e unidade psíquica da personalidade e perde-se a capacidade de reflexão. 
	Delirium) ocorre por uma perturbação difusa no metabolismo cerebral, que pode ser causado por: intoxicação por drogas (álcool, anticolinérgicos), abstinência, encefalopatia metabólica (cetoacidose diabética, coma hepático), infecções, epilepsia, TCE, etc.
Por definição é um quadro agudo com prejuízo cognitivo global, com rebaixamento do nível de consciência (todas as demais alterações derivam dai), ao longo do dia há flutuação da consciência.
	Esquizofrenia, transtornos do humor e demência) ocorrem sob lucidez da consciência. 
	Alcoolismo) na intoxicação há um rebaixamento do nível da consciência (pode chegar ao coma). O delirium tremens é um excelente exemplo de obnubilação oniróide. 
ATENÇÃO 
Processo pelo quala consciência é direcionada para determinado estimulo (de origem externa ou interna), que pode ser uma imagem perceptiva ou representativa, um afeto ou um pensamento. Há uma concentração da atividade mental sobre um ou poucos objetos específicos em detrimento dos demais. Sem essa função psíquica não seria possível a atividade psíquica como um todo, visto que a quantidade de estímulos externo e internos (distratores) inviabilizaria a atividade psíquica.
É a função mais próxima da consciência, sendo sua irmã e auxiliar. 
Se distinguem 4 funções da atenção: atenção seletiva (prestar atenção a algo e ignorar os demais), vigilância e detecção de sinal (espera passiva de um estimulo que pode surgir a qualquer momento), a sondagem (procura ativa por um estimulo em particular) e a atenção dividida (distribuição de nossos recursos entre 2 ou mais atividades em simultâneo). A atenção pode ser ainda voluntária ou espontânea. 
Tenacidade (ou capacidade de concentração) é a capacidade de manter a atenção em determinado objeto por certo tempo. A capacidade de mobilidade da atenção frequentemente é chamada vigilância, sendo qualidades opostas a vigilância e a tenacidade (se uma aumenta a outra decai). 
ALTETRAÇÕES QUANTITATIVAS
Hipoprosexia) 
Diminuição global da atividade da atenção, afetando a tenacidade e a mobilidade. Há uma rápida fatigabilidade associada ao esforço para se concentrar e ocorre um aumento do limiar de estimulação. Fisiologicamente isso ocorre na fadiga, tedio ou sonolência. Pode ocorrer na esquizofrenia (apatia), depressão, demência, etc.
Aprosexia) 
Abolição da atenção, o sono profundo, rebaixamentos da consciência muito profundos (coma, demência avançada, estupor, etc). 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Rigidez da atenção)
É um estado de hipertenacidade e hipovigilancia, o indivíduo permanece concentrado num único objeto e não é capaz de desviar-se dele. Há uma exacerbação ou da atenção voluntária ou da espontânea. Pode se dar fisiologicamente, como ao ouvir uma música ou ler um livro em detrimento do mundo externo, mas também patologicamente, pode se voltar exclusivamente para determinadas vivencias internas como na depressão (pensamentos e recordações dolorosas), esquizofrenia (delírios e alucinações), TOC (pensamentos recorrentes).
Labilidade da atenção) 
Estado de hipotenacidade e hipervigilância (ou hipermobilidade), a pessoa torna-se incapaz de manter a atenção num mesmo objeto. Ocorre na mania, nas intoxicações por álcool, anfetaminas ou alucinógenos. Alguns autores se remetam a esse como distraibilidade.
	Mania) tipicamente hipervigilância(mobilidade) e hipotenacidade. Nos transtornos bipolares a atenção fica mais comprometida na fase maníaca, e nem tanto na eutimia e na depressão.
	Depressão) hipoprosexia por uma falta de interesse generalizada ou então rigidez da atenção voltada para penosos impulsos. 
	Esquizofrenia) há uma sincera dificuldade de concentração, pois são facilmente distraídos por estímulos irrelevantes. A atenção pode ser diminuída por apatia e desinteresse (predomínio de sintomas negativos). Na catatonia (síndrome de Kahlbaum) pode haver aprosexia.
SENSOPERCEPÇÃO 
É a primeira etapa da cognição (conhecimento do mundo externo). É preciso distinguir sensação de percepção, a sensação é fenômeno passivo, periférico e objetivo (transdução de sinais organolépticos, cor, temperatura, vibração, etc). A percepção é um fenômeno ativo, psíquico, central e subjetivo (processamento da informação), trata da associação das impressões sensoriais parciais e da associação destas as representações mentais. 
Podem ser classificadas ainda em interoceptivas (cenestésicas, fome, sede, bem ou mal-estar), exteroceptivas (visuais, auditivas, gustativas...) e proprioceptivas (cinestésicas, movimentos corporais, posições corporais...).
Uma imagem pode ser perceptiva ou representativa. A perceptiva possui corporeidade (tridimensionalidade), extrojeção, nitidez (contornos precisos), frescor sensorial (percepção vivida), estabilidade (imagem cte), ausência de influência pela vontade. Já a imagem representativa não possui corporeidade (imagem bidimensional), introjeção (imagem mental), imprecisão, falta de frescor sensorial, instabilidade e possibilidade de influência pela vontade.
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS 
Agnosia) 
Distúrbio do reconhecimento de estímulos visuais, auditivos ou táteis na ausência de déficits sensoriais. A sensação permanece normalmente, porém a associação as representações não é plausível (há um comprometimento do ato perceptivo).
Na agnosia visual p.e. a pessoa descreve as cores e as formas, mas não identifica o objeto. 
Hiperestesia) 
Também chamada hiperpercepção, é um aumento global da intensidade perceptiva, as impressões sensoriais tornam-se mais intensas, vívidas. São exemplos a mania, as intoxicações por anfetaminas, cocaína, maconha, alucinógenos etc. pode ser considerada também uma hipersensibilidade a estímulos sensoriais comuns que, patologicamente, tornam-se incômodos (depressão, ansiedade, enxaqueca, intox. alcoólica...). 
Hipoestesia)
Dirá hipopercepção é uma diminuição global da intensidade perceptiva, o mundo fica “mais escuro, sem brilho...” se vê em quadros estuporosos (abolição da psicomotricidade), depressão, esquizofrenia ou delirium
Anestesia) 
Abolição da sensibilidade.
Alucinação negativa) 
Aparente ausência de registro sensorial de determinado objeto presente no campo sensorial do pcte, p.e. ele não vê uma pessoa ou alguma parte do ambiente. 
Macropsia, micropsia e dismegalopsia) 
Objetos parecem respectivamente maiores ou menores do que realmente são. Na dismegalopsia eles são deformados. Esses quadros são comuns no delirium e na intoxicação por alucinógenos. 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS 
Ilusão) 
Do latim significa engano, logro, fantasia, trata-se de uma percepção falsa da realidade, no lugar do que está a sua frente o pcte vê outra coisa, portanto é uma deturpação do mundo real. A imagem ilusória possui os atributos de corporeidade, projeta-se no espaço exterior, é aceita como realidade e não influenciada pela vontade. Pode ocorrer em pessoas normais.
Na ilusão catatímica a deformação tem origem em um afeto intenso relacionado a um desejo ou temor, confundir alguém na rua, ver numa arvore um assaltante tarde da noite...
A ilusão onírica muito se relaciona a um quadro de rebaixamento do nível de consciência, no delirium p.e há fortes implicações com ilusões visuais e fenômenos alucinatórios. 
Pareidolia)
É uma imagem criada intencionalmente a partir de percepções reais de elementos sensoriais incompletos ou imprecisos. Não é patológica e está relacionada a atividade imaginativa.
 
 
Alucinação) 
Do latim significa “dementado, enlouquecido, privado da razão”, é classicamente definida como percepção sem objeto, ou seja se interpreta como se houvesse algo no mundo real que na realidade não está lá. A atenção não é capaz de removê-las, ao contrário do que ocorre nas ilusões por desatenção ou catatímica. 
Uma alucinação pode levar secundariamente a ideias deliroides criadas como explicação para aquelas. As vivencias alucinatórias podem ser alucinações verdadeiras, pseudoalucinações ou alucinose. 
a) Alucinações verdadeiras
Apresentam todas as características de uma imagem perceptiva real. Possuem uma irresistível força de convencimento, ou seja são aceitas pelo juízo como realidade, ainda que o ego possa apontar aquilo como estranho ou minimamente curioso/especiais. 
b) Pseudoalucinações (alucinações psíquicas) 
Não há corporeidade e localização no espaço subjetivo interno, nos demais aspectos podem se parecer tanto com a imagem perceptiva quanto com a imagem representativa. Há, como nas alucinações verdadeiras, plena convicção quanto a realidade do fenômeno. 
Só foram descritas nas modalidade visual e auditiva, as pseudoalucinações são especialmente frequentes na esquizofrenia, embora possam ocorrer no delirium e em estados crepusculares (como o d. tremens). 
c) Alucinose 
Como nas alucinações verdadeiras o objeto é visto no ambiente externo, porém aquias percepções são clara e inequivocamente identificados criticamente pelo indivíduo, há um reconhecimento de que aquilo é patológico. Ocorrem na lucidez de consciência. 
São relacionadas a distúrbios orgânicos (lesões do pedúnculo cerebral p.e.), intoxicações por alucinógenos, no fenômeno do membro fantasma, etc. 
	Vivencias alucinatórias 
	Alucinações visuais) podem ser simples (elementares) clarões, chamas, fotopsias. Ou complexas (elaboradas) figuras, objetos pessoas, etc. São comuns no delirium, incomuns na esquizofrenia e em psicoses afetivas.
	Alucinações auditivas) são mais comuns, podem ser elementares (zumbidos, sinos, silvios...) ou complexas (fonemas, frases, palavras...). As vozes são as +comuns e um dos sintomas de 1° ordem de Kurt Schneider. 
	Alucinações olfativas e gustativas) raras, o pcte experimenta sabores ou odores frequentemente desagradáveis. São muito relacionadas a quadros orgânicos e ao transtorno delirante.
	Alucinações cutâneas) incluem o toque, sensações térmicas, dolorosas, hídricas, etc. queimaduras, choques, espetadas, ou de pequenos animais (insetos normalmente, síndrome de infestação ou de Ekbom). Comum no delirium tremens, intox por cocaína ou anfetaminas. 
	Alucinações cenestésicas) ditas viscerais, são sensações localizadas nos órgãos internos, os pctes creem que há algo de errado em seus órgãos, irradiações, descargas elétricas, podem se sentir tocados (violentados ou tendo orgasmos), de que seu cérebro se encolhe ou o fígado está estragado, etc. são comuns na esquizofrenia e se associadas a delírios de influência se chamam de síndrome de Cotard (ou do morto-vivo). 
	Alucinações cinestésicas) falsas percepções de movimento (Ativos ou passivos) de todo o corpo ou de segmentos, quando estão na verdade imóveis, pode se sentir girando, voando, sendo arremessados, sente que fala (ou que falam por ele) estando calados. Podem ocorrer na esquizofrenia, no delirium tremens, etiologias orgânicas. 
	Formas especiais de alucinações 
	Liliputianas e Guliverianas) veem personagens ou animais minúsculos ou gigantescos respectivamente. Ocorre em quadros de delirium.
	Extracampina) o objeto é percebido fora de seu campo perceptivo (p.e. ouve que falam a 1km de distância).
	Funcional) desencadeada por estímulos sensoriais reais que são da mesma modalidade. Por exemplo o pcte ao ouvir um jorro d’água tem alucinações auditivo-verbais, que cessam ao fechar a torneira.
	Sonorização do pensamento) o pcte ouve o próprio pensamento, reconhecido como tal, no espaço objetivo externo. Podendo se dar antes, no momento ou após o pensamento ser formulado. Ocorre na esquizofrenia. 
	Autoscopia) é a visão da projeção do próprio corpo no espaço externo. Acompanhada de medo e sofrimento muitas vezes. A intoxicação por alucinógenos. 
	Alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas) em geral são visuais, podem ser auditivas ou táteis e se relacionam na transição sono-vigília: ao adormecer ou despertar respectivamente. Ocorrem em pessoas normais e na narcolepsia. 
	Alucinações reflexas) um estimulo sensorial real em uma modalidade desencadeia uma alucinação em outra. Kahlbaum descreve que ao ouvir um miado o pcte via o gato. Difere da alucinação funcional porque lá ocorrem na mesma modalidade sensorial. 
	Esquizofrenia) há aqui grande riqueza alucinatória, sobretudo na forma paranoide, as cenestésicas e auditivas são o cargo chefe (sintomas de1°ordem de Kurt Schneider). Alucinações visuais são raras e as pseudoalucinações predominam sobre as alucinações verdadeiras. 
	Transtornos do humor) nos quadros afetivos com sintomas psicóticos as auditivas são as mais frequentes. Hiperestesia e hipoestesia podem ocorrer na mania e depressão respectivamente. 
	Delirium) o predomínio aqui é de alucinações visuais, em bora auditivas e táteis possa ocorrer, sendo pseudoalucinações derivadas da perda de lucidez da consciência (segundo Jaspers), no delirium tremens prevalece as zoopsias e as táteis. 
	Intoxicação por alucinógenos) hiperestesia, alucinações visuais, com conteúdo de formas geométricas, são alucinose na verdade.
MEMÓRIA
O aprendizado é o processo por meio do qual adquirimos novos conhecimentos, memória é o seu armazenamento. São informações de nossas experiências perceptivas e motoras, assim como vivencias internas.
As etapas do processo mnêmico envolvem três processos: fixação/aquisição, conservação/retenção e evocação/rememoração. 
	Fixação) remete à aquisição de novas informações. Processo dependente do nível de consciência (vigilância), atenção (tenacidade), sensopercepção e capacidade de apreensão (Apercepção).
É notável que se fixam melhor as informações que despertam nosso interesse ou tem conotação emocional. 
	Conservação) manutenção, em estado de latência, das informações fixadas.
A lei que rege o lento processo de desintegração do que foi fixado é a lei de regressão mnêmica de Ribot, a qual postula a perda se faz das informações mais recentes para as mais antigas, das mais complexas para as mais simples, da menos organizada para a mais organizada. 
	Evocação) é o retorno à consciência (ou ao campo da consciência, mais especificamente) das informações apreendidas. 
Classificação das memórias 
No crivo da temporalidade há 3 possíveis memorias: (1) sensorial, dura menos de 1 segundo, existe apenas no tempo necessário para apercepção, sendo muito mais uma função subordinada a atenção do que à memória; (2) de curto prazo, ou memória de trabalho/operacional, é o armazenamento temporário de informações para a realização de tarefas cognitivas, provem de estímulos correntes, cuja impressão é prolongada ou da recuperação de elementos da memória de longo prazo. É uma memória essencial para fixação, evocação e tomada de decisões (planejamento de ação), possui 3 subsistemas: verbal (fonológico, armazena informação auditiva sob a forma de linguagem falada), visuoespacial (mantem ativas imagens visuais) e o executivo central (coordena os outros dois e direciona a atenção) e (3) memória de longo prazo, refere-se as memorias explicitas que contém informações sobre o que é o mundo, que são acessíveis a consciência, podem ser voluntariamente evocadas e expressassem palavras. Esta última se subdivide ainda em explicita e implícita. 
	Memória explícita
	Informações sobre o que é o mundo, acessíveis à consciência. Pode ser episódica ou semântica.
	Memória episódica) eventos autobibliográficos, vivências pessoais do indivíduo, vinculam-se a locais e pessoas. “Minha avó me deu um bolo no dia tal com fulano na mesa...”.
	Memória semântica) memoria explicita é factual, conhecimentos compartilháveis, “na 2° guerra houveram mortes e os nazistas blábláblá”.
	Memória implícita
	Remete ao aprendizado sobre como fazer as coisas, se expressa numa melhora de desempenho com o tempo. Uma espécie de memória automática e reflexa. Há vários tipos de memória implícita (Abaixo).
	Memória de procedimento) práticas e habilidades motoras (andar de bike, amarrar um sapato, tocar piano, a sutura para um cirurgião...), perceptivas (montar quebra-cabeças, descobrir a solução de labirintos gráficos...) e cognitivas (regras gramaticais, psicopatologia...).
	Condicionamento clássico) envolve um estimulo incondicionado (que envolve incomodo, estimulo doloroso...) que desencadeia um estimulo condicionado (reação de fuga ao elemento aversivo, dor, ansiedade, desagrado, angustia...) Um determinado padrão de resposta emocional, expressa comportamental ou fisicamente, pode ser aprendido através de condicionamento clássico e, assim, ser provocado por um estímulo neutro
	Condicionamento operante) o conceito envolve a forma de aprendizagem baseada na consequência que um resposta produz no ambiente, o reforço leva a um aumento da resposta e a punição sua redução. O reforço pode ser positivo ou negativo com o oferecimento ou a retirada do estímulo. 
	Aprendizagem não associativa) aqui o animal é exposto a somente um estimulo (habituação) ou a dois estímulos que não guardam qualquer relação entre si (sensibilização).(A terapia cog. Comp. Usa isso? Acho que sim).
A habituação é a forma +simples de aprendizagem, consiste numa progressiva diminuição da resposta a estimulo inócuos repetitivos. Quando o estimulo é novo, ele produz uma resposta intensa, mas, não tendo qualquer consequências o animal aprende a ignora-lo (p.e. no ano novo os primeiros fogos assustam depois vc se acostuma).
A sensibilização é uma intensificação das respostas a uma variedade de estímulos que ocorrem após um estimulo nocivo intenso. P.e. diante de um beliscão doloroso o animal aprende a fortalecer seus reflexos defensivos, e reagirá vigorosamente ante o próximo ou mesmo diante de um estimulo inócuo como estimulação tátil moderada. 
	Pré-ativação) ou facilitação, a exposição previa ao estimulo favorece o reconhecimento posterior a partir de fragmentos dele (princípio da apresentação de antígenos). Baseia-se muito na aparência e não tanto no significado semântico.
 ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
OBS: elas podem ser classificadas ante o tempo a que pertence a memória (anterógrada, retrograda ou retroanterograda) ou quanto a extensão e ao conteúdo da recordação (generalizada, lacunares e seletivas). 
Amnesia / hipomnésia anterógrada) 
A amnesia/hipomnésia anterógrada (dita de fixação) é a dificuldade ou impossibilidade de formar novas lembranças de longo prazo (adquirir informações) a partir de um ponto. Ex: quadros demências, síndrome de Wernickie-Korsakoff, estados crepusculares, delirium...
Amnesia/hipomnésia retrograda) 
Dita de evocação, é a dificuldade ou impossibilidade de recordar eventos anteriores à atuação, de traze-los de volta ao campo da consciência. Costuma afetar mais as memorias mais recentes para depois afetar as mais remotas (lei de regressão mnemônica de Biot), sua presença “pura” (sem a anterógrada) é rara. Quadros dissociativos e histéricos ou intoxicação por CO. 
Amnesia/hipomnésia retroanterograda)
Dita mista, é a forma mais comum, características dos quadros demenciais e do delirium, ou após o TCE.
Amnesia/hipomnésia generalizada) 
Estão afetadas grande parte de todas as recordações de grande parte do passado, compreendendo os últimos meses ou anos, ou a vida inteira. Pouco frequente, pode ocorrer frente a um TCE.
Amnesia/hipomnésia lacunar) 
A falha se dá em um espaço fixo de tempo, com limites +/- precisos no qual houve um prejuízo na fixação. Todos eventos anteriores e posteriores permanecem intactos. Ocorre no coma, em grandes crises convulsivas ou delirium, pode haver num ataque de pânico também. 
Amnesia/hipomnésia seletiva) 
As lembranças afetadas tem em comum um forte vínculo afetivo, quadros dissociativo, histéricos. Uma moça que esquece completamente o namorado e as lembranças com ele após um termino brutal p.e.
Hipermnésia anterógrada) 
Dita de fixação, chamada de hipertrofia de memória é uma capacidade exagerada de armazenamento de novas informações. Normalmente está restrita a uma habilidade especifica: memorizar grandes sequencias numéricas, nomes, reproduzir na integra um texto longo... 
Comum no retardo mental (idiot savant = idiota sábio; uma associação entre o baixo nível intelectivo e a hipermnésia) e no autismo, trata-se se uma memorização mecânica, sem que haja compreensão do que está sendo memorizado. 
Hipermnésia retrograda) 
Ou de evocação, é vista na síndroma maníaca (primaria ou secundária), há um excesso de recordações num dado momento breve de tempo, embora mais numerosas elas perdem a precisão e a clareza (grande atividade, baixa funcionalidade/aproveitamento). 
Ocorre na ecmnésia (ver a vida passar diante dos olhos, na iminência de morrer) ou memoria panorâmica, estados crepusculares, delirium...
Hipermnésia lacunar e seletiva)
Na lacunar há forte fixação de detalhes e associações de um momento, normalmente traumático, no transtorno de pânico p.e.
Na seletiva ocorre na depressão, quanto a fatos dolorosos ou que despertem sentimento de culpa, na mania se reflete aos sucessos e realizações pessoais, nos quadros delirantes quanto a fatos que pareçam confirmar o seu juízo patológico. 
ALTERAÇÃO QUALITATIVAS 
Alomnésia) “ilusão de memória”
Dita Ilusão de memória, as recordações de um evento real são deturpadas, distorcidas de modo involuntário. Ocorre no delirium, demência, estados crepusculares. Na mania e na melancolia pelo afeto dominante, nas esquizofrenia e no transtorno delirante, como expressão do conteúdo dos delírios. 
Paramnésia) “alucinação de memória”
Dita alucinação de memória, é a recordação de um fato que nunca ocorreu, uma falsa lembrança que para a pcte é verdadeira (lembrar da pcte do House que criou um episódio de estupro). Pode ocorrer na esquizofrenia p.e.
A fabulação (confabulação) seria um subtipo especifico dos quadros amnésticos de origem orgânica, na demência, no transtorno amnéstico e no delirium, assim como na síndrome de Korsakoff. Alguns consideram o processo como um preenchimento de lacunas de memórias.
Déjá vu e Jamais vu)
O Déjá vu (já visto) é uma sensação de familiaridade diante de uma situação ou objeto inteiramente nova, como se ele já a houvesse vivenciado anteriormente. É muito comum, quando vamos a um lugar pela primeira vez a sensação de que já estivemos lá antes. 
No Jamais vú (nunca visto) ocorre o oposto: há uma ausência da sensação de familiaridade diante de uma situação já vivenciada uma ou mais vezes no passado. Como não ser capaz de reconhecer a mãe, pai ou amigo íntimo. 
Criptomnésia) “plágio involuntário” 
É uma falha relativa ao reconhecimento como pretérito. Recordações voltam a mente, mas não são reconhecidas como tais, parecendo a eles ideias novas, criações originais suas. É um plagio involuntário. 
Ecmnésia) “presentificação do passado”
Trata-se de um distúrbio quanto ao reconhecimento como pretérito. Uma presentificação do passado: a recordação é tão intensa, quase alucinatória, que o pcte se comporta como se o evento pretérito estivesse ocorrendo naquele momento, como se vivesse uma época anterior de sua vida. 
	Mania) hipermnésia de evocação, muito relacionada ao estado de hipotenacidade e hipermobilidade (vigilância). Do déficit de atenção pode resultar a posteriori numa hipomnésia lacunar. 
	Depressão) o desinteresse em relação ao mundo externo, a capacidade de fixação na depressão fica reduzida. Em inibição psíquica muito intensa há também uma hipomnésia de evocação. É maior a facilidade para evocar fatos ruins e geradores de culpa (hipermnésia seletiva), enquanto lembranças agradáveis tornam-se raras (“a psicopatologia da depressão, em relação à memória é como um dementador”).
	Esquizofrenia) é possível uma hipomnésia de fixação, a apatia e o desinteresse quanto ao mundo externo, ou por muita ansiedade e agitação. Hipermnésia seletiva para fatos que possam confirmar seus delírios e uma hipomnésia para o que possam contrdizê-los. 
Lembranças podem ser distorcidas ou criadas (Alomnésia ou paramnésias) consoante à temática delirante. 
	Demência) predomina a hipomnésia de fixação, mas a memória de evocação também está comprometida. 
O prejuízo da memória de evocação é progressivo, segue a lei de Ribot, sendo afetada primeiro a recuperação de eventos recentes, enquanto eventos mais antigos se conserva durante algum tempo. A memória explicita é a mais alterada, podendo a memória implícita ser preservada. A memória episódica costuma estar mais prejudicada do que a semântica. 
LINGUAGEM 
É um sistema de signos (fonéticos e gráficos) que funciona como um processo intermediário entre pensamento e mundo externo, uma forma de comunicação. 
É um meio d e comunicação especificamente humana, os animais inferiores possuem modos de comunicação mais estereotipados.
Linguagem e pensamento estão muito intimamente relacionadas não podendo ser facilmente separados, são distintos, porém são avaliados juntamente.
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
Afasias) 
Afasia e disfasia são a perda ou dificuldade quanto a linguagem. São distúrbios adquiridos da capacidade linguística (na compreensão ou na expressão) que ocorrem na ausência de déficit auditivoou de incapacidade motora do órgão fonador. Muito relacionados a lesões corticais, tumores ou processos degenerativos (Alzheimer p.e.).
	Afasia motora) é uma apraxia verbal, o pcte consegue usar os músculos fonadores para outros fins que não a fala. 
Trata-se de uma forma de afasia não fluente. O discurso, emitido com grande dificuldade, caracteriza-se por frases curtas ou fragmentos, há uma perda da estrutura gramatical ou agramatismo. A compreensão da linguagem e a capacidade de nomeação está preservada e a capacidade de repetição (do que o examinador fala) está comprometida. 
A afasia motora está relacionada a lesões na região posteroinferior do lobo frontal esquerdo (área de Brocar).
	Afasia sensorial) é uma agnosia verbal, há uma perda da capacidade de compreender o que lhe é dito, embora a audição p.e. não esteja prejudicada.
É uma afasia fluente, mas há uma dificuldade de compreender até a própria fala. A pronuncia pode ser defeituosa e a sintaxe fica bastante prejudicada. 
Na afasia sensorial há lesão na região posterossuperior do lobo temporal esquerdo (área de Wernickie). 
	Afasia de condução) há fluência, a compreensão é normal, porém a capacidade de repetição fica comprometida. O fascículo arqueado é o que se lesa (ele conecta as zonas de Wernickie e Brocar).
	Afasia global) a expressão, a compreensão e a repetição estão comprometidas.
	Afasia transcortical) nela se preserva a capacidade de repetição, porém não há fluência e pode (ou não) haver comprometimento da capacidade sensitiva. 
	Afasia anômica) dificuldade de nomeação, o resto fica preservada.
 
Agrafia e alexia) 
Incapacidade de escrever e de ler. 
Aprosódica/hipoprosódia e hiperprosódia)
Há uma abolição ou perda da modulação afetiva da fala, ela se torna monocórdica, monótona e pode haver a perda da capacidade de compreensão da prosódia da fala de outras pessoas. As lesões aqui se dão no hemisfério direito.
A hiperprosódia é uma acentuação da inflexão verbal, uma fala enfática e loquaz, ocorre na mania. 
Mutismo, Logorreia e oligolalia)
O mutismo é a ausência da fala, pode expressar negativismo (silencio deliberado) ou inibição psíquica (estupor esquizofrênico, depressivo…). A Logorreia ou verbo(rreia/rragia) é o aumento da expressão verbal, o pcte fala o tempo todo, típica da mania. A oligolalia ou laconismo é o constrição da fala, sem sua abolição. 
Hiperfonia e hipofonia) 
Elevação ou redução do volume da voz.
Taquilalia e bradilalia) 
Remete a um aumento ou diminuição da velocidade da expressão verbal. Correspondem à alterações do curso do pensamento. 
Latência da resposta) 
Refere-se ao tempo de resposta, há demora para responder ao examinador. 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Ecolalia) 
Repetição (eco) da última ou últimas palavras dita/ouvidas ao pcte. Ocorre no autismo, demência ou síndrome catatônica (de Kahlbaum).
Palilalia e logoclonia) 
Repetição involuntária da última palavra que o próprio pcte falou. Ocorre na demência p.e. Na logoclonia ocorre o mesmo, só que com as últimas silabas.
Estereotipia verbal e mussitação)
A estereotipia verbal é uma repetição monótona, inadequada e sem sentido comunicativo da palavras ou frases, o pcte repete frases sem sentido, diz coisas com: “é isto” o dia todo.
Mussitação é uma voz sussurrada, em volume baixo, fala para si próprio, de modo incompreensível, sussurrado. 
Neologismos) 
Consistem em palavras novas, criadas ou preexistentes as quais se atribui novo significado. Podem querer expressar vivencias fantásticas, fusão de conceitos, etc. típico na esquizofrenia. 
Jargonofasia)
Dita salada de palavras, ou esquizofasia, é uma desorganização da linguagem, perde-se a sintaxe, a coerência, a mensagem toma ordem caótica. 
Parafasias) 
Deformação ou troca de palavras, podendo ser literais ou verbais. A parafasia literal (ou fonêmica) caracteriza-se pela substituição de uma palavra por outra de som semelhante (faca por vaca, cadeira por carteira...).
Soliloquio e coprolalia)
No soliloquio há o habito de falar sozinho, pode ser manifestação de alucinação auditiva. Na coprolalia há uma linguagem rica em obscenidades, vulgaridades. Quando se constitui num tique verbal é manifestação típica da síndrome de Tourette (muito relacionada ao TOC e TDAH).
Glossolalia e maneirismos) 
Glossolalia é como se o indivíduo estivesse falando de outra língua. Produz sons ininteligíveis.
Maneirismos tornam a fala pouco natural, afetada, seja pela escolha das palavras (rebuscamentos, uso de palavras difíceis, formalismo exagerado, etc), quanto a pronuncia, sotaque ou a inflexão verbal.
Pedolalia e pararrespostas) 
Na 1° o pcte fala com voz infantilizada, similar a uma criança. Na 2° as respostas são disparatadas em relação as perguntas, “que dia é hoje?” “Pagina azul!”. Comum na esquizofrenia. 
 
PENSAMENTO
Do latim “pendere” significa ficar em suspenso, pesar, ponderar. É uma função psíquica relacionada a antecipação de acontecimentos, construção de modelos da realidade e simulação de seu funcionamento. 
Os atributos intelectivos fundamentais que sustentam o pensamento são: a compreensão intelectual (ou apercepção), ideação, imaginação e associação de representações e ideias. Valendo ressaltar que uma ideia é diferente da imagem representativa (ou mnêmica) por ser imaterial, abstrata e gral, não redutível ao sensorial. 
 
	Atributos fundamentais do pensamento
	Conceitos) identificação dos atributos ou qualidades mais gerais e essenciais de um objeto ou fenômeno. Seria o que Aristóteles chama de essência e Platão de anima. Ex: céu e azul, são as qualidades inerentes a cada um.
	Juízos) estabelece um vínculo/uma relação entre 2 ou + conceitos. Ex: “O céu é azul”, “os homens são fortes” ...
	Raciocínios) representa uma operação mental que relaciona juízos, levando a formação de novos juízos ou conclusões. Pode ser indutivo (do particular para o geral) ou dedutível (do geral para o particular) ou analógico (deu um particular para outro particular). Ex: “fulano passou no vestibular comendo pera", "beltrano come pera” logo “beltrano passará no vestibular”. Note que para ser um raciocínio ele não precisa ser necessariamente verdadeiro. 
São modelos de pensamento a lógica aristotélica (princípios da identidade, da causalidade, da relação da parte com o todo...), a dialética hegeliana, o pensamento magico, etc. 
	Aspectos do pensamento
	Curso) remete a velocidade, ritmo do pensamento, a quantidade de ideias ao longo do tempo.
	Forma) é a estrutura, a arquitetura do pensamento, a relação entre as ideias, o modo como elas se relacionam entre si, seu vínculo.
	Conteúdo) temática do pensamento, qualidade ou características das ideias.
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS (remete sempre ao curso do pensamento)
Taquipsiquismo) 
Dita aceleração do pensamento ou do curso, o pcte fala mais rápido, há uma maior produtividade ideativa e uma maior velocidade no processo associativo. Ocorre na mania, intoxicação por cocaína ou anfetaminas.
Bradipsiquismo)
Dito alentecimento do curso do pensamento, a fala fica mais devagar, há redução no n° de ideias e representações, há uma inibição do processo associativo. Tipicamente constitui a depressão, ocorre no estupor também.
Bloqueio/interceptação do pensamento) 
Interrupção do curso do pensamento, descrita por Bleuer é típico da esquizofrenia, abruptamente o pcte cessa sua fala, frase ou ideia, com o intervalo podendo demorar minutos ou horas, após o qual ele pode completar a ideia ou iniciar outro pensamento. O pcte pode chamar isso de “roubo do pensamento”.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS (podem ser de forma ou conteúdo). 
Fuga de ideias) 
Caracteriza-se pela variação rápida e incessante de tema, com preservação da coerência do relato e da lógica na associação de ideias. A tendência dominante do pensamento está enfraquecida e consequentemente há um afastamento progressivo da ideia-alvo, diversas ideia-alvo se sucedem num pequeno espaço de tempo. O pensar é facilmente desviado por estímulos diversos. Costuma se associar a Logorreia, aceleração do curso, uma manifestação muito comumna síndrome maníaca primaria. 
Desagregação do pensamento)
Há uma perda do sentido logico do pensar, na associação de ideias, se criam associações novas, que são incompreensíveis, irracionais, extravagantes, o pensamento se torna incoerente, fragmentado. Ocorre na esquizofrenia, no delirium, na demência. 
São sinônimos o pensamento desagregado, dissociado, incoerente, descarrilado, etc.
Ex: “Pela alma, pode-se viver bem e fazer coisas, mas deixamo-nos abater, logo a seguir. É como um rapto, que Deus imediatamente cura com unguentos, ligaduras e máquinas metidas no coração.”.
Prolixidade) 
Trata-se de um discurso repleto de detalhes irrelevantes, que se torna tedioso, a ideia-alvo nunca é alcançada ou demora muito. Incapacidade de síntese. Alguns autores chamam de Circunstancialidade e tangencialidade. O pcte possui dificuldade em responder de forma direta e objetiva. 
Minuciosidade)
Ocorre um discurso com número excessivo de detalhes relevantes. Estes são introduzidos para enriquecer a comunicação e ansiosamente para evitar possíveis omissões ou interrupções. Pode ser encontrada no TOC, na personalidade anancástica, etc.
Perseveração) 
Recorrência excessiva e inadequada no discurso do mesmo tema, ou uma dificuldade de abandonar o mesmo tema. Ocorre na demência, no retardo mental e na esquizofrenia p.e. 
As ideias obsessivas (ou obsessões) podem ser consideradas uma forma especial de perseveração, são ideias tidas pelos pctes como absurdas, irracionais (egodistônicas), que recorrem involuntariamente e levam a violenta luta interna com a pessoa se esforçando para afasta-las ou recorre a cerimonias e eventos preventivos ou expiatórios. 
Concretismo) 
Dito pensamento empobrecido, é um discurso pobre em abstrações, metáforas ou analogias, há uma intensa adesão do nível sensorial, leva ao pé da letra o que se diz.
Delírio) alteração do conteúdo do pensamento 
A definição clássica envolve um juízo patologicamente falso, acompanhado de uma convicção extraordinária, não susceptível a influência e de conteúdo impossível (Jaspers, 1997). Hoje se reconhece que é uma alteração relacionada a formação de juízos (ou seja associação de conceitos), por meio dos juízos se distingue o falso do verdadeiro, lembrando que o erro é um juízo falso, mas não patológico, oriundo de ignorância ou desatenção. 
O delírio pode ser verdadeiro! O problema é o modo como se chegou naquele raciocínio, um exemplo: uma pessoa vê um cão latindo e conclui que sua mulher o trai, embora o chifre possa ser real o modo como a associação se deu foi delirante. A impossibilidade do conteúdo é uma ideia bastante questionada, uma vez que muitas vezes o delírio é possível, apenas improvável, nem sempre sendo magico ou fantástico. 
De certo modo, todo delírio é autorreferente, idiossincrático, distingue-se das crenças compartilhadas pela cultura e com os demais. Eles são experiências no campo do saber, não do acreditar, há uma extraordinária convicção na qual o pcte busca encaixar o mundo a sua volta. 
	Delírio primário) ideia delirante autentica, autóctone, pura não deriva de nenhuma outra manifestação psíquica. É incompreensível e não pode ser seguido até sua origem, é um fim em si mesmo. Envolve uma profunda transformação da personalidade (o que a psicanalise chamaria de “psicótico”).
	Delírio secundário) dita ideia deliroide, se origina de forma compreensível psicologicamente de outras manifestações psíquicas patológicas como alterações de humor, da sensopercepção e da consciência.
	Ideia sobrevaloradas) é uma ideia errônea por superestimação afetiva, o afeto afeta a capacidade de julgamento (influencia catatímica), tornando-se pouco racional, a ideia ganha preponderância em relação às demais e passa a orientar a conduta do indivíduo. Ocorre em pessoas normais apaixonadas p.e, vulgo gado. 
CLASSIFICAÇÃO DO DELIRIO 
Sistematização) 
Nos sistematizados há uma maior coerência interna, uma organização e consistência, é defensável por uma rede de argumentação compreensível. 
Os não sistematizados são fragmentários, caóticos, desarticulados e sem uma história lógica por trás. Típicos da esquizofrenia na verdade, o pcte diz que querem mata-lo mas não sabe quem quer ou porquê. 
Mecanismos formadores)
Pode ser intuitivo (cognição delirante, esquizofrenia basicamente), imaginativo (é secundário, imaginação patologicamente aumentada, o fantástico encaixa aqui, a antiga Parafrenia); Catatímico (secundário a um distúrbio do humor, p.e. pela grande tristeza se sente um grande pecador sendo punido), interpretativo (secundário a alterações da personalidade que levam o indivíduo a atribuir a posteriori significados patológicos, normalmente autorreferentes, a situações corriqueiras, típico do transtorno delirante); o delírio sensorial (secundário a ilusões e alucinações), delírio onírico (secundário a alterações sensoperceptivas e do pensamento) e delírio mnêmico (secundário a atividades fabulatórias de pctes amnésticos).
	Tema do delírio
	Perseguição) é o mais comum, o pcte crê que o estão vigiando, conspiram contra ele, querem prejudica-lo ou mata-lo.
	Prejuízo) uma forma atenuada do de perseguição, o indivíduo pensa que os demais são hostis a ele ou o menosprezam.
	Reinvindicação) ou querelante, é um subtipo do delírio persecutório, ele se julga vítima de temíveis injustiças ou discriminações e por isso se envolve em querelas ou disputas. 
	Influencia) outro subtipo do persecutório, o pcte crê que alguém/alguma força externa o controla, sua mente e seu corpo (literalmente).
	Grandeza) o doente se crê muito poderoso, rico, belo, superior de algum modo. O delírio genealógico ou de descoberta, ou de reforma (reformar alguma instituição, empresa, algum destino especial).
	Ciúme) crê que seu parceiro lhe é infiel.
	Erotomaníaco) síndrome de Clérambault, a pessoa crê que é amada a distância por alguém , normalmente alguém superior em hierarquia, poder, riqueza, etc. 
	Autorreferente) o doente atribui a fatos fortuitos, rotineiros, acidentais ocorrem pela sua vontade ou por sua causa.
	De ruina) para o pcte a vida está cheia de desgraças, infelicidades, miséria...
	Somático) o pcte crê que sofre de alguma doença, algum mal, é um delírio hipocondríaco, a pessoa acha que está doente, que “seu fígado pifou” p.e. 
	De infestação) ou síndrome de Ekbom, o pcte se vê infestado de pequenos vermes ou insetos, sobre sua pele.
	De culpa) ou autoacusação o pcte cre que cometeu crimes ou pecados gravíssimos, supervaloriza pequenas falhas, erros...
	De negação) dito niilista, o pcte pode negar qualquer coisa que seu corpo está apodrecendo, o coração que não bate, ou mesmo a própria vida se dizendo morto, neste há a chamada síndrome de Cotard ou do cadáver ambulante. 
	Místico) delírios de natureza religiosa, místicas ou mitológicas.
	Fantástico) temas extraordinários, ou de extrema grandiosidade. É bem comum. 
	As síndromes de Capgras e de Fregoli são os principais delírios de identificação. Na 1° o pcte julga que uma pessoa familiar foi substituída por um sósia, igual fisicamente mas distinto psicologicamente. No 2° o pcte identifica num estranho uma pessoa familiar ou próxima. 
	O pensamento nas principais síndromes psiquiátricas
	Esquizofrenia) o curso do pensamento é interrompido, pode ser normal, acelerado ou alentado no entanto. O bloqueio do pensamento, prolixidade ou perseverança é típico, o afrouxamento nas associações das ideias é também típico.
No conteúdo, o concretismo e o empobrecimento podem acompanhar o delírio. 
O delírio aqui é tipicamente bizarro, seu conteúdo é impossível e é pouco sistematizado. Pode ser primário ou secundário.
	Mania) o pensamento acelerado e a fuga de ideias são normais aqui. O delírio clássico é o de grandeza, mas qualquer tipo pode ocorrer, como o de perseguição pe.
	Depressão) o pensamento se torna alentecido, temas niilistas ou de culpa ocorrem acompanhando o seu delírio (psicose), se presente.
	Demência e retardo mental) pelo déficit intelectivo o pensamento se torna prolixo ou perseverante e concreto.Transtorno delirante) a antiga paranoia, tem muitas vezes como a única alteração o delírio, o conteúdo é possível e pouco bizarro, bem sistematizado, interpretativo e monotemático.
	Parafrenia) termo abandonado, que seria tido pelo CID-10 como transtorno delirante e pelo DSM-V na esquizofrenia paranoide. O típico aqui seria um delírio fantástico e “encapsulado”, ou seja que só atingiria determinadas áreas da vida do indivíduo, lhe dando aspecto normal nas demais esferas da vida.
INTELIGENCIA 
Como conceituar a inteligência? O melhor que se pode assumir seria a “capacidade de compreender e elaborar conteúdos intelectuais que facilitem a realização de novas adaptações, para obtenção de um objetivo apetecido” (Nobre de Melo, 1981). Ou então “Inteligência é a capacidade para aprender a partir da experiência, usando processos metacognitivos para melhorar a aprendizagem, e a capacidade para adaptar-se ao ambiente circundante, que pode exigir diferentes adaptações dentro de diferentes contextos sociais e culturais” (Sternberg, 2000).
Seriam condições instrumentais (ferramentas mentais, pré-condições) a atividade sensorial, memoria, habilidade motora, habilidade verbal e a resistência a fadiga. As condições promotoras são: atenção, vivacidade dos processos instintivos e afetivos e unificação da vontade. Essas condições não são o mesmo que a inteligência mas pré-requisitos para sua expressão. 
Alguns autores defendem a inteligência como um fator geral e unitário, outros como múltiplas inteligências ou entidade multifatorial (composta por uma série de aptidões, +/- independentes as “capacidade primarias” - compreensão verbal, fluência para palavras, habilidade com números, orientação no espaço, memoria, rapidez perceptual e raciocínio). A verdade pode estar numa conciliação entre essas respostas. 
Determinadas fases do desenvolvimento da criança os “períodos críticos” seriam importantes para aquisição de habilidades especificas. Se a aprendizagem não ocorre até determinado período, pode não ser possível a obtenção a posteriori. 
ALTERAÇÕES NA INTELIGÊNCIA 
Existem duas situações em que o rendimento intelectual fica abaixo do normal: no desenvolvimento ineficiente ou na deterioração intelectiva. A 1° se relaciona a problemas na aquisição de habilidades especificas, a síndrome clínica do retardo mental, em que comparativamente a pessoas de mesma idade o rendimento é mais baixo. A 2° é uma queda do rendimento intelectivo em relação ao nível pré-mórbido, ocorre na demência, delirium, entre outros transtornos mentais graves como depressão ou esquizofrenia. 
	Inteligência nos principais transtornos mentais
	Retardo mental) definido como um desenvolvimento interrompido ou incompleto da mente, como um nível global de inteligência reduzido (QI<70). É o resultado de uma aquisição deficiente das aptidões cognitivas, de linguagem, motoras e sociais. 
Leve) QI = 50-69, encontram-se dificuldades em lidar com conceitos, aprendizagem, imaturidade emocional e social, mas há uma total independência quanto aos cuidados pessoais.
Moderado) ou imbecilidade, QI = 35-49, maiores dificuldades de linguagem e capacidade de simbolização, bem como uma necessidade de supervisão para cuidados pessoais. 
Grave) novamente corresponde a imbecilidade, QI = 20-34, semelhante ao moderado, porém há maior comprometimento motor.
Profundo) dito, idiotia, QI < 20, não andam, não falam tem incontinência urinaria e fecal e possuem pouca ou nenhuma capacidade de autocuidado. 
	Demência) dita desintegração progressiva do intelecto, memória e personalidade. Há prejuízo da atenção, capacidade de aprendizagem e capacidade de compreender novos conceitos. O pensar se torna concreto, prolixo e perseverante.
 IMAGINAÇÃO
Relaciona-se a imagens perceptivas e representativas, bem como ideias abstratas. Pode ser definida como a criação de novas imagens ou conceitos, ou de novas conexões entre as representações e conceitos preexistentes. 
A imaginação pode ser produtiva (ligada a arte, invenções tecnológicas, descobertas...) ou reprodutiva (evocação mnêmica). Diferente da inteligência é um pensamento divergente, no qual são feitas associações não usuais e inesperadas e não está restrita à solução de problemas imediatos. 
ALTERAÇÕES DA IMAGINAÇÃO
Não possui alterações qualitativas, apenas quantitativas, que se exacerba na mania e em quadros psicóticos, bem como inibidas na depressão, demência, retardo mental e nos quadros de delirium não psicótico. 
Na pseudologia fantástica (ou mitomania, ou mentira patológica) há relato de histórias fantásticas e heroicas, na qual o pcte é protagonista, criadas para impressionar. Não há certezas se o pcte crê ou não no que diz. 
CONAÇÃO OU VOLIÇÃO OU VONTADE
 Conjunto de atividades psíquicas direcionadas para a ação, incluindo-se aqui os impulsos e a vontade.
Um impulso (estado motivacional ou pulsão) representa uma vivencia afetiva, um estado interno que induz o indivíduo a atuar para satisfazer uma necessidade, basicamente uma necessidade corporal. Na psicanalise seria chamado de id. Que os impulsos não sejam confundidos com instintos, estes são predisposições inatas e estereotipadas compartilhadas entre os animais.
A vontade é um processo psíquico de escolha de uma entre várias possibilidades, uma ação consciente de direcionamento da ação. O processo volitivo possui 4 etapas: (1) intenção (proposito) é uma tendência para a ação, muito relacionada aos impulsos, (2) deliberação (analise) é uma ponderação consciente em relação as alternativas disponíveis, (3) decisão, que é a opção por uma das alternativas disponíveis e (4) execução, é a fase de atividade psicomotora. 
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
Hipobulia ou Abolia) 
Diminuição ou abolição da atividade conativa, uma sensação de indisposição, fraqueza, desanimo ou anergia, indecisão/dificuldade de transformar em decisões ações. Ocorre na depressão, esquizofrenia, delirium sem psicose, etc.
Enfraquecimento de impulsos específicos)
 Distúrbios como perda do apetite (anorexia), sede, libido e o sono (insônia). A anorexia ocorre na depressão, ansiedade, anorexia nervosa... não deve ser confundida com a recusa alimentar (sitiofobia). A insônia pode ser inicial, intermediaria (despertares noturnos) ou terminal, aparece na depressão, ansiedade, agitação psicomotora. A perda da libido pode ocorrer na depressão, substancias antiandrogênicas, neurolépticos e antidepressivos (ADTs e serotoninérgicos) em uso podem causa-la.
Hiperbulia) 
Sensação subjetiva de força, energia, disposição exagerada, aumento de iniciativa e interesse em relação ao mundo, desinibição e aumento da psicomotricidade. Típico da mania.
Intensificação de impulsos específicos)
Bulimia (ou sitiomania ou sitiofilia) é um aumento patológico do apetite, comum na síndrome da abstinência por anfetaminas, na depressão atípica e na ansiedade. A sede excessiva é a potomania (no caso da água, polidipsia) é comum no DM e na ansiedade. Hipersonia ou letargia pode ser vista na depressão ou como efeito colateral de drogas. Desejo sexual exacerbado em homens é chamado de satiríase e nas mulheres ninfomania, típicos da mania. 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Atos impulsivos) 
São súbitos, incoercíveis e incontroláveis, desprovidos de finalidade consciente. Pulam-se neles as etapas da volição, indo da intenção para a ação, sem deliberação ou decisão. Presumivelmente por uma força excessiva dos impulsos ou enfraquecimento dos mecanismos de inibição e refreio. 
Se tornam patológicos quando são empaticamente incompreensíveis para um observador. Ex: comportamento heteroagressivo, autoagressivo e suicidas, frangofilia (destruição de objetos), piromania, dromomania (necessidade de afastar-se, sair por ai), dipsomania (tendência periódica para ingestão de grande quantidade álcool) e os ataques de hiperingestão alimentar. 
Atos compulsivos) 
Atos que o indivíduo se sente compelido a realizar, sua execução não se dá de imediato, e sim somente após alguma deliberação consciente, havendo frequentemente luta ou resistência (egodistônicas),porém não levam sempre a uma sensação de prazer, muitas vezes produzem apenas certo alivio (temporário) para uma vivencia disfórica. 
No TOC p.e. as compulsões podem ser secundárias a ideias obsessivas como forma de combater essas ideias, espécie de ritual que aplaca a ansiedade. Compulsões são comuns também na síndrome de Tourette e na depressão. A toxicofilia é o caráter compulsivo do padrão do uso de drogas psicoativas na dependência química. O mesmo pode ser dito quanto ao consumo alimentar, jogo, objeto sexual, ao roubo (cleptomania), comprar (oniomania) etc. 
Comportamento desviante em relação aos impulsos) 
Podem ser com relação ao impulso da autopreservação (suicídio, automutilação), ao apetite (perversão do apetite, alotriofagia), do comportamento sexual (a perversão sexual, as ditas parafilias, na preferência por objetos ou situações sexuais não usuais, o fetichismo, exibicionismo- do parceiro, frequentemente contra sua vontade, escopofilia-observação do desnudar ou do ato feito por outros, coprofilia, sadomasoquismo, pedofilia, gerontofilia, zoofilia e necrofilia). 
Ambitendencia) 
Dita ambivalência volitiva, é uma incapacidade para decidir na presença da consciência de tendências volitivas opostas. P.e. desejar e ao mesmo tempo temer determinada coisa. 
Negativismo)
Resistência não deliberada, imotivada e incompreensível às solicitações externas. No negativismo passivo ele simplesmente não faz o que se lhe pedem, no ativo faz o oposto ao solicitado. O mutismo pode ser uma forma de negativismo, tal qual a sitiofobia.
Reação de último momento)
Desaparecimento súbito de uma conduta negativista justamente no momento em que o médico desiste de seu empenho em ajuda-lo.
Sugestionabilidade patológica)
Trata-se do oposto do negativismo. O pcte obedece, atende prontamente ao que se lhe peça. Ocorre nos transtornos dissociativos e conversivo (autossugestão).
Os fenômenos em eco: ecopraxia, ecomimia e ecolalia são casos mais graves de sugestionabilidade patológica, ocorrem na síndrome de Kaubaum (catatonia). 
Obediência automática) 
É um exemplo extremo de sugestionabilidade p. é o cumprimento passivo e imediato, sem reflexão ou elaboração, de quaisquer solicitações. Ocorre na síndrome de Kaubaum.
	Conação em alguns transtornos mentais
	Esquizofrenia) Hipobulia é considerada um sintoma negativo, mais característica dos subtipos simples, hebefrênico e residual. 
Podem haver atos impulsivos, suicídio, Ambitendencia, e (particularmente na forma catatônica) negativismo e reação de último momento. 
	Mania) Hiperbulia, aumento da libido, insônia e um fraco controle dos impulsos. 
	Depressão) Hipobulia, anorexia, insônia (raro hipersonia ou aumento de apetite), perda da libido, negativismo e ideação suicida. 
	Transtornos da personalidade antissocial, borderline e explosiva) essas categorias possuem fortes comportamentos impulsivos. 
PRAGMATISMO 
É a capacidade de colocar em prática, de realizar de modo eficaz o que se deseja ou o que foi planejado. A seu modo, não pode ser avaliada ante diminuição da conação, para quem nada quer: nada se põe em prática, se presente serve para medir a eficácia das funções psíquicas em conjunto.
Altera-se somente quantitativamente, e somente para menos: hipopragmatismo e apragmatismo.
Todos os transtornos mentais cursam com algum grau de redução do pragmatismo. Na mania há Hiperbulia, porem o indivíduo se encontra hipopragmatico (seus objetivos mudam constantemente, não se termina o que se inicia).
PSICOMOTRICIDADE
Remete apenas ações psicomotoras de fundo psicológico, ou seja ações voluntárias, uma expressão do psiquismo. É a 4° etapa do processo volitivo, via final de todo evento psíquico. A fala, apesar de voluntaria é avaliada junto com a linguagem separadamente. 
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
Apraxia)
Dificuldade ou impossibilidade de realizar atos motores intencionais, voluntários, na ausência de paresia, paralisia ou déficits. Em suma, perda do movimento aprendido. Se relacionam a lesões corticais, processos demenciais, neoplasias. 
Pode ser ideomotora (perda de capacidade de realizar movimentos simples em resposta à solicitações) ou ideativa (perda de capacidade de realizar movimentos sequenciais). 
Hipocinesia/Acinesia) 
Diminuição acentuada e generalizada dos movimentos voluntários, os movimentos se tornam lentos e feitos com dificuldade. Se acompanha de inibição do pensamento, fala, hipomimica e Hipobulia.
Na acinesia ou estupor há abolição de movimentação voluntária, o pcte pode ficar por um longo período restrito ao leito, sem qualquer reação ao meio, amimica, sitiofobia, e incontinência fecal e urinaria, além de abulia.
Quando o estupor é acompanhada de rigidez muscular e redução da mobilidade passiva e manutenção da postura corporal se denomina catalepsia (uma forma de estereotipia). 
Hipercinesia)
Aumento patológico da atividade motora voluntária, indo da inquietação, agitação e furor (do menos para o mais intenso). É comum e inespecífica, pode ser acompanhada de Logorreia e heteroagressividade.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Ecopraxia)
Repetição automática e despropositada das ações motoras executadas por outra pessoa, que está diante do pcte. São imitados gestos, postura, fala (Ecolalia) ou expressão fisionômica (ecomimia). 
Estereotipias) 
Ações motoras desprovidas de finalidade e sentido (para o próprio doente), sendo repetida de maneira uniforme e com grande frequência. Elas podem ser de gestos ou movimentos (desde movimentos com dedos até marchas), de posição (catalepsia-estereotipia acinética), de lugar (busca reiterada por um local) ou de palavras e frases (verbigeração).
Flexibilidade cerácea) 
Como na catalepsia, há rigidez muscular, porém aqui se vence facilmente a “rigidez a movimentação passiva” o que permite ao médico colocar um segmento do corpo do pcte como deseje, até mesmo em posições dolorosas, com o pcte se mantendo nessa posição. O corpo se torna moldável como cera.
Será vista nos quadros catatônicos, esquizofrenia, síndrome neuroléptica maligna, transtornos do humor etc.
Maneirismos)
Movimentos expressivos, que tem um proposito comunicativo, como mímica, gestos, vocalização... que se tornam excessivos, exagerados, afetados, rebuscados ou desarmônicos. Na esquizofrenia catatônica ou hebefrenica, no retardo mental e no homossexualismo são comuns. 
Interceptação cinética) 
Interrupção brusca e incompreensível do movimento (ação motora) já iniciada, que cessa no meio. O pcte pode atribuir essa incapacidade a força externa e desenvolvendo daí um delírio de influência ou usando isso para confirmar um pré-existente. 
Perseveração motora) 
Representa uma repetição sem sentido de uma ação motora de início executada adequadamente. Por exemplo: se solicita ao pcte que coloque a língua para fora, o que faz, de novo, de novo, de novo e várias vezes. 
A esquizofrenia catatônica e quadro relacionados a doenças cerebrais podem mostrar perseveração motora. 
	A psicomotricidade nos principais transtornos mentais
	Esquizofrenia) exceto a aproxia a catatonia (sin de Kahlbaum) pode apresentar qualquer das alterações da psicomotricidade. A “agitação do esquizofrênico reflete a incoerência de seu pensamento: é despropositada, caótica, desorganizada e independente dos estímulos externos”.
	Mania) a agitação psicomotora é comum, porém mais organizada que na esquizofrenia.
	Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) se espera, por definição, um aumento da psicomotricidade.
AFETIVIDADE
Afetos são estados psíquicos subjetivos que se caracterizam pela propriedade de serem agradáveis ou desagradáveis. Podem ser vistos como uma consequência das ações do indivíduo que visam a satisfação de suas necessidades (corporais ou psíquicas) e conforme o sucesso surgirá o afeto (agradável ou desagradável). 
Possuem ao menos 4 componentes: (1) avaliação subjetiva (o pcte se dá conta de seu estado, alegre ou triste...), (2) crenças cognitivas (atribui seu estado a algo), (3) processos fisiológicos (sensação visceral, frio na barriga, alegria...) e (4) expressãoafetiva (gestos, mímica, etc). 
	Componentes da afetividade
	Afeto) termo genérico para os componentes da afetividade, pode ser também sinônimo de emoção.
	Emoção) ligado a ideia de movimento, estado afetivo súbito, de curta duração, grande intensidade acompanhada de reação física (hiperatividade autonômica).
	Sentimento) que significa “dar-se conta”, estado afetivo menos intenso, mais prolongado (que as emoções) e sem alterações fisiológicas. Possuem um “processamento cognitivo maior” que as emoções. 
	Paixões) possuem a intensidade das emoções, porém uma duração maior, monopolizam e direcionam os pensamentos e ações do indivíduo.
	Humor) “tônus afetivo ou estado de ânimo”, é um somatório dos afetos presentes na consciência (no campo da consciência) em dado momento. Constitui o estado afetivo basal e fundamental, é difuso e não se remete a um objeto especifico, é geral e não reativo. Disforia é o termo empregado para um estado de humor desagradável. 
ALTERAÇÕES QUANTITAVAS 
Exaltação afetiva) 
Corresponde a um aumento da intensidade ou duração dos afetos, ou a uma reação afetiva desproporcional em relação à situação ou ao objeto que a motivou. Na mania p.e há exaltação do humor alegre ou irritável e na depressão do humor triste. 
Os termos hipertimia e hipotimia são empregados por alguns, porém o Cheniaux não recomenda essa nomenclatura, pois haveria uma confusão entre hipotimia e embotamento afetivo p.e., assim como poderia se implicar hipertimia para ambos pctes: maníaco e depressivo, no ‘° por exaltação da alegria e no 2° da tristeza. 
A ansiedade e os quadros de pânico também são exaltações afetivas a seu modo. 
Embotamento afetivo)
Dito aplainamento afetivo, ou empobrecimento, o pcte se torna indiferente ao meio, as pessoas ou tendo apenas expressão emocional constrita. É uma expressão comum na esquizofrenia (hebefrenica e residual sobretudo), transtorno de personalidade (esquizotípica e esquizoide).
Pode haver um embotamento afetivo momentâneo de curto período logo após evento traumático de grande magnitude, como no transtorno do estresse agudo, dito estupor emocional ou paralisia afetiva aguda. 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Podem ser divididas em distúrbios da modulação (regulação) afetiva e distúrbios do conteúdo dos afetos.
a) Distúrbios da modulação
Labilidade afetiva) 
Dita instabilidade afetiva, há uma dificuldade no controle dos afetos, havendo mudanças do humor frequentes e bruscas, que são imotivados ou inesperados. São “saltos” afetivos da alegria, a tristeza, depois irritação, etc. 
Ocorre na mania, T.P. borderline, demência, etc.
Incontinência afetiva) 
É um distúrbio da regulação afetiva mais grave, há perda completa do controle da expressão emocional, há uma falha de certos mecanismos frenadores (adquiridos na educação), exageradas, desproporcionais ao estimulo. Se manifesta como riso ou pranto convulsos, ou raiva extrema. é comum na demência e na intoxicação alcoólica. 
Rigidez afetiva)
Perda da capacidade modulatória da resposta afetiva segundo a situação de cada momento. Em oposição ao que ocorre na labilidade e na incontinência afetiva, a expressão varia menos que o normal, independente dos acontecimentos o estado de humor não se altera.
Ocorre na esquizofrenia, depressão, demência.
b) Distúrbios do conteúdo 
Paratimia) 
Trata-se de uma inadequação do afeto, uma incongruência entre o afeto expresso e a situação vivenciada (semelhante ao que se via no” mallampati 0”) ou entre o que o afeto expressa e o indivíduo verbaliza. P.e. o pcte se rindo diz que fora torturado a pouco. 
Ambitimia) 
Dita ambivalência afetiva, um dos 4 A’s de Bleuer na esquizofrenia (junto com o autismo, afrouxamento das ideias e alterações do afeto). Representa a presença de sentimentos opostos ou contraditórios em simultâneo em relação a uma mesma pessoa ou objeto. Ex: amar e odiar a mesma pessoa.
Neotimia)
Vivencia inteiramente nova, extravagante, inusitada são qualitativamente diferentes de todos os que os pctes havia experimentado em sua vida. Podem ter esse caráter de neotimia alguns sentimentos místicos, de êxtase, desolação, terror, etc. muito comum na esquizofrenia. 
	Afetividade nos principais transtornos mentais
	Mania) alegria (euforia/hiperforia) ou irritabilidade patológica (exaltação afetiva). Labilidade ou incontinência afetiva.
	Depressão) há uma tristeza patológica (exaltação afetiva), pode ocorrer ansiedade ou irritabilidade intensas. O estado de humor sofre poucas variações, a rigidez afetiva é mais comum.
	T.P. Borderline) há uma dificuldade de controle sobre a raiva, havendo exaltação afetiva, labilidade ou incontinência afetiva.
ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA 
Orientação é a capacidade de se situar em relação a si mesmo e ao ambiente. Não é uma função psíquica em si, mas no resultado dos rendimentos e da integração de diversas funções psíquicas (percepção, atenção, memoria, pensamento, inteligência e afeto).
A orientação resulta sobretudo da atividade da apercepção (ou apreensão), a capacidade de relacionar entre si as percepções para alcançar a significação do contexto. Por exemplo ao vermos um campo verde, céu azul, uma cerca e vacas percebemos que se trata do campo.
	Tipos de orientação
	Pode ser autopsiquica ou alopsíquica, a 1° refere à própria pessoa, um dos elementos da consciência do Eu, a 2° se subdivide nas descritas abaixo.
	Orientação alopsíquica
	Orientação no tempo) significa saber o dia da semana, mês, ano, etc. É adquirida mais tardiamente que a espacial, (1° se aprende onde se está e depois quando está).
	Orientação no espaço) significa saber onde se está, diferenciar seu lar de um quarto de hospital.
	Orientação quanto às outras pessoas) significa reconhecer e identificar os outros.
	Orientação situacional) significa saber a razão de estar onde está, sua relação com as pessoas dali, etc. 
ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO ALOPSIQUICA 
Os componentes da orientação não se alteram necessariamente de forma uniforme, a autopsiquica pode se alterar sem tocar na alopsíquica, os distúrbios podem ser desiguais: uma orientação espacial normal com uma temporal afetada.
Um distúrbio de orientação pode ser parcial ou total. Na orientação temporal o distúrbio pode ser parcial, se o pcte não sabe o dia do mês ou semana mas sabe o ano. 
Via de regra, a orientação temporal se perde mais facilmente que a espacial. Na pratica, se vê que a orientação alopsíquica não se altera primariamente mas sim o resultado de comprometimento de outras funções psíquicas. 
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS (DESORIENTAÇÕES) 
Se fazem acompanhar de perplexidade, vivencias de estranheza em relação ao mundo externo. Não se consegue apreender plenamente as informações sensoperceptivas: a atividade de apercepção está prejudicada. As desorientações se classificam segundo a alteração psicopatológica primária.
	Desorientações
	Desorientação confusional) relacionada a um rebaixamento do nível da consciência, consequente ao prejuízo da atenção e funções cognitivas. Se dá no delirium p.e.
	Desorientação amnéstica) relacionada ao prejuízo da memória, sobretudo na capacidade de fixação. Nas demências p.e.
	Desorientação apática) prejuízo quantitativo do afeto ou da conação, se desorienta em relação ao mundo em função de desinteresse. Ocorre nos quadros esquizofrênico em que predominam sintomas negativos e na depressão.
	Desorientação delirante) a síndrome de Capgras é um exemplo, sendo considerada como um tipo de jamais vu. Ela ocorre na esquizofrenia, transtornos afetivos e orgânicos psicóticos e no transtorno delirante.
	Desorientação por déficit intelectivo) a demência ou o retardo dificultam a capacidade de apreensão e pode desaguar em desorientação.
	Desorientação por estreitamento da consciência) a alteração qualitativa da atenção prejudica a apreensão. Visto em estados crepusculares.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS (FALSAS ORIENTAÇÕES)
Novamente são classificadas segundo o distúrbio psicopatológico primário.
	Falsas orientações
	Falsa orientação confuso-oniroide) além do rebaixamento do nível de consciênciahá distúrbios sensoperceptivos. Ocorre no delirium p.e. o pcte crê que um quarto de hospital é o de sua casa, que um médico é seu pai, e por ai vai. 
	Falsa orientação paramnéstica) além da desorientação amnéstica, há uma falsa orientação que surge como uma fabulação. 
	Falsa orientação delirante) a orientação verdadeira se substitui por uma falsa, por exemplo um pcte que vê no hospital uma aeronave. 
A falsa orientação pode coexistir com a verdadeira, havendo dupla orientação. O pcte se vê no hospital e ao mesmo tempo numa aeronave. Muito comum na esquizofrenia.
A síndrome de Fregoli é comum aqui e parece se relacionar ao fenômeno do dejá vu.
	Falsa orientação por estreitamento da consciência) o pcte está tão aderido a determinadas vivencias internas, em detrimento da percepção do mundo externo que essas vivencias podem ser utilizadas (erroneamente) como referência para a orientação alopsíquica. Um exemplo é a ecmnésia, em que o pcte passa a viver outra época de sua vida, como Dona Valdete, que ao conversar com a neta, a via com seus 18 anos (tendo 37) sem se recordar de seu esposo. No entanto, ao recobrar o bisneto passou a viver em dupla orientação e ecmnésia.
	A orientação nos principais transtornos mentais
	Demência) a orientação temporal é a +precocemente perdida, com o avanço do quadro se atinge a orientação situacional e espacial e, por último, a autopsiquica. A desorientação deve-se aos déficits mnêmico e intelectivo. 
	Transtorno amnéstico) ocorre desorientação amnéstica e falsas orientações fabulatórias.
	Esquizofrenia) na paranoide, pode haver falsas orientações delirantes, dupla orientação delirante – uma dupla cronologia ou uma dupla localização no espaço – e, mais raramente a síndrome de Capgras.
Nos quadros apático-abúlicos há uma desorientação apática. 
CONSCIENCIA DO EU 
A vinculação ao eu é uma qualidade inerente a todas as vivencias psíquicas normais. É a propriedade psíquica através da qual o eu se faz consciente de si mesmo. Contrapõe-se à consciência dos objetos, abrange tanto um eu psíquico como um eu corporal, que na verdade são indissolúveis e integram um único e autentico eu.
	Características da consciência do Eu
	Atividade do Eu) ou da autonomia do eu, é saber que nossas vivencias (pensamentos, juízos, ações...) nos pertencem. A consciência de ser o sujeito das próprias vivencias. 
	Existência do Eu) dita vitalidade do Eu, é saber que se está vivo, de existir plenamente, estar presente.
	Unidade do Eu) ou da unicidade do eu, de sua indivisibilidade 
	Identidade do eu) a consciência da identidade do eu é a consciência de ser o mesmo na sucessão do tempo. O sentimento de ter sido a mesma pessoa ao longo da vida, apesar das inequívocas mudanças na personalidade, 
	Limites do Eu) consciência da distinção de si próprio do mundo exterior e dos demais. 
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
Alterações da consciência da existência do Eu)
Ela pode estar diminuída: o pcte se queixa de que suas sensações corpóreas, recordações ou motivação diminuem, algo ligado a “tristeza vital” encontrada na depressão. 
Ela pode estar abolida: o pcte questiona sua existência, afirma que não existe (como no TCC de filosofia em que a tese era a negação da própria existência). Esse fenômeno parece se ligar a um delírio de negação e é visto na síndrome de Cotard, o pcte nega que esteja vivo, diz que seu corpo está podre ou apodrecendo, questiona o porquê não está enterrado, a chamada síndrome do “cadáver ambulante”. 
Desorientação autopsiquica) 
Diminuição ou perda da consciência da identidade do Eu. O pcte não sabe mais quem é, desconhece até o próprio nome. Pode ser parcial, sabe sua idade e seu nome, mas não recobra da profissão p.e.
Ocorre na amnesia psicogênica, demência, retardo mental...
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Alteração da consciência da atividade do eu) 
O pcte se torna mero observador de suas vivencias psíquicas, as quais passa a não reconhecer. O que faz, sente, quer ou pensa é “controlado” por forças externas, se sente como um fantoche. Há frequentemente uma ideação deliroide de perseguição, o pcte se sente perseguido por alguma força maligna (magia, tecnologia, macumba, hipnose...).
São exemplos: inserção de pensamento, roubo d e pensamento, sensações corporais (alucinações cenestésicas), interceptação cinética, interceptação da atenção. Esses fenômenos ocorrem preferencialmente na esquizofrenia (mais ainda na catatonia).
Alterações da consciência da unidade do Eu) 
Vive-se uma divisão de seu eu em 2 ou mais partes, que existem de forma simultânea, parece conflituosa, não harmônica, por vezes os lados se digladiam ou opõe-se diametralmente sobreo que deve ser feito. Aqui se incluem os fenômenos de possessão (quando o invasor não substitui, mas fica ao lado do pcte), autoscopia (quando o pcte não só está consciente do fenômeno perceptivo mas vivencia o desdobramento do eu), a dupla orientação autopsiquica (o pcte se diz José e Napoleão Bonaparte ao mesmo tempo), dupla orientação alopsíquica, paratimia (discordância entre pensamento e afeto), ambivalência afetiva e Ambitendencia (intenções contraditórias concomitantes).
São comuns na esquizofrenia e nas intoxicações por alucinógenos (LSD, mescalina, cogumelos...).
Alterações da consciência da identidade do Eu)
O pcte vivencia profunda mudança na sua personalidade ou corpo, sente-se como se não fosse ela mesma, sobretudo após o 1° surto psicótico, é comum um pcte após o delírio assumir nova identidade, p.e. um pcte hebefrênico deixa de ser um pedreiro e passa a ser um Power Ranger (falsa orientação delirante).
Despersonalização é o termo genérico para essas alterações.
Alterações da consciência dos limites da Eu)
Há uma fusão do eu com o mundo externo: o enfermo identifica-se com os objetos do mundo exterior e não se distingue deles. 
Na apropriação, fenômeno peculiar, o pcte compartilha sensações com os objetos, ao cortar um galho de uma arvore ele sentirá dor, ao desligar um computador o pcte diz que morreria.
No transitivismo o pcte atribui aos outros vivencias que são suas (pensamentos, ações, alucinações...) pode crer que as vozes que ele ouve os outros também ouvem. Outros autores defendem esse termo como algo generalista para as alterações da consciência dos limites do eu. 
Há indistinção dos limites do Eu quando o pcte afirma que pode ler o pensamento dos outros, ou acredita poder influir sobre os outros ou sobre o mundo (delírio de influência).
	A consciência do Eu nos principais transtornos mentais
	Esquizofrenia) no trema (síndrome que costuma preceder a esquizofrenia) é frequente a despersonalização. Quando as psicoses já estão instaladas as 5 características da consciência do Eu podem se alterar, sobretudo nas formas paranoide e catatônica.
Várias alterações da cons. do Eu foram incluídas por Kurt Schneider nos seus sintomas de 1° ordem: sensações corporais impostas, roubo, imposição e divulgação do pensamento, sentimentos, impulsos e vontades impostos ou controlados.
	Mania) exacerbação da cons. de existência do Eu 
	Depressão) diminuição da cons. de existência do Eu, chegando a abolição (sin. de Cotard). Despersonalização é outra forma encontrada.
INSIGHT OU CONSCIENCIA DE MORBIDADE
Remete ao entendimento que o pcte tem sobre o próprio estado de saúde. As dimensões dessa consciência passa por: (1) saber que determinadas vivencias ou comportamentos seus são anormais; (2) saber que uma doença o acomete; (3) saber que sua doença é mental e não física. 
A plena consciência da morbidade é de grande importância para adesão ao tto, é difícil aceitar a medicação (sobretudo quando a medicação causa muitos efeitos colaterais), embora nem sempre haja relação direta entre insight e adesão. 
PRINCIPAIS SINDROMES PSIQUIATRICAS
· Síndrome de ansiedade 
Ansiedade é sensação vaga e difusa, desagradável, de apreensão ou tensão expectante, acompanhada de manifestações físicas (dispneia, taquicardia, tensão muscular...). É um estado afetivo normal que, como a dor, aumenta nossas chances de sobreviver. 
Torna-se patológica

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