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Aula 07 PLANEJAMENTO E CONTROLE II Iniciaremos nossos estudos da sétima aula, cujo tema abordado é o orçamento empresarial. Assim, vamos conhecer não apenas algumas questões importantes sobre o tema em pauta, como também seus problemas, suas limitações, sua estrutura e desenvolvimento, dentre outras questões relevantes. Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, você será capaz de: • identificar e compreender o orçamento empresarial; • apontar e analisar os problemas e as limitações do orçamento empresarial; • reconhecer a estrutura e o desenvolvimento do orçamento empresarial. Seções de estudo Seção 1 - Introdução ao estudo do orçamento empresarial Seção 2 - Problemas e limitações Seção 3 - Orçamento empresarial – estrutura e desenvolvimento Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 81 Seção 1 - Introdução ao estudo do orçamento empresarial Segundo Braga (1995), o sistema orçamentário traduz, em quantidades físicas e valores monetários, o desenvolvimento e os resultados de todos os planos de unidades operacionais e órgão administrativos da empresa. Os dados são equacionados em um conjunto de quadros orçamentários, observando-se estrutura organizacional da empresa (para identificar os responsáveis pelas atividades planejadas e cumprimentos de metas) e a estrutura de contabilidade geral e de custos (para facilitar a comparação entre dados reais e orçados). Esses dados são apresentados em bases mensais para o próximo exercício social e em bases trimestrais, semestrais ou anuais para períodos mais distantes (BRAGA, 1995). Vale salientar que a definição do cenário econômico, político e social esperado para o período futuro considerados deve preceder à elaboração dos orçamentos. Essa definição envolve previsões sobre o mercado (clientes, concorrentes e fornecedores) que demandam a formulação de hipóteses sobre possíveis alterações nas políticas monetária, tributárias e em outras diretrizes governamentais (COLARES, 2012). Além disso, é preciso considerar também as expectativas sobre o mercado de mão de obra, movimentos sindicais, convulsões sociais etc. Ainda segundo Colares (2012), as mudanças no cenário internacional poderão afetar as importações e exportações da empresa, o fluxo de caixa de capitais estrangeiros para o país e o ritmo dos ajustes das taxas cambiais (maxi ou mini desvalorizações da moeda nacional). Note que a essas previsões adicionam-se aquelas relativas ao comportamento da inflação e às variações nos custos dos insumos, nos impostos e nos preços de vendas dos produtos. Ademais, o grau de incerteza nessas previsões é muito grande em economias instáveis como a nossa e aumenta significativamente com a dilatação do horizonte de tempo (COLARES, 2012). Apesar disso, Colares (2012) ainda defende que, devem-se dispor de um orçamento que necessita de reformulações frequentes do que caminhar completamente às cegas. Assim, revisões orçamentárias a cada trimestre ou semestre constituem uma pratica normal em nosso país. Ao iniciar os estudos da Aula 7, lembre-se de que a organização de um horário de estudo é útil para estabelecer hábitos e, assim, possibilitar que você utilize o máximo de seu tempo disponível para o estudo, de sua atenção e de sua energia. Pense nisso e bons estudos! Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 82 ? VOCÊ SABIA A análise sistemática das informações gerenciais constituem, como aponta Colares (2012), um elemento fundamental para a qualidade do planejamento orçamentário. Essa análise permite conhecer mais profundamente o comportamento das variáveis internas e externas que interferem nas atividades e nos resultados. Amplie seus horizontes, consulte: ZANLUCA, J. C. Como elaborar um orçamento empresarial? Disponível em: <www.portaldecontabilidade. com.br/tematicas/orçamentoempresarial.html>. Acesso em: 5 set. 2012. “Outro aspecto importante refere-se à identificação dos fatores condicionantes da expansão das atividades da empresa” (COLARES, 2012). O comportamento da demanda, a atuação dos principais concorrentes e o custo dos fretes para alcançar localidades mais distantes poderão constituir elementos restritivos ao crescimento das vendas. Nesse ínterim, a capacidade de produção poderá ser limitada pela disponibilidade de matérias-primas ou de mão de obra especializada, pela impossibilidade física de ampliar instalações, pelos altos custos dos financiamentos para compra de equipamentos, para capital de giro, e assim por diante. As empresas mais bem organizadas possuem um Comitê de Orçamentos que fixa objetivos, metas e diretrizes para o desenvolvimento do processo orçamentário. Ao departamento de orçamentos cabe a preparação dos formulários e instruções de preenchimento, o controle do cronograma de elaboração dos orçamentos e a preparação de outras peças orçamentárias a partir dos dados básicos orçados por todas as unidades e órgãos da empresa. Assim, podemos afirmar que os quadros orçamentários finais e demonstrações financeiras projetadas são então submetidos à alta administração. Nessa etapa, é comum haver diversas alterações nos dados orçados antes da aprovação final. Esse processo é repetido anualmente, e os orçamentos deverão ser aprovados antes do inicio do período a que se referem. Que “um sistema orçamentário, pode ser entendido como um plano abrangendo todo o conjunto das operação anuais de uma empresa através da formalização do desempenho dessas funções administrativas gerais” (SCRIBD, 2012 s/p). Nesse contexto, o sistema orçamentário permite (COLARES, 2012): Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 83 a) definir claramente as metas específicas de cada unidade operacional ou órgão administrativo e os responsáveis pelo seu cumprimento; b) equacionar as múltiplas atividades envolvidas em um plano global; c) conciliar as atividades e as metas de todas as áreas com os objetivos da empresa; e d) controlar desempenhos. Vamos entender, agora, as vantagens, ou seja, os benefícios proporcionados pelo sistema orçamentário: a) o fortalecimento do hábito de estudar todos os aspectos envolvidos antes de serem tomadas às decisões; b) o estímulo à participação de todos os responsáveis envolvidos no plano; c) o fortalecimento de critérios para a alocação de recursos escassos; d) a coordenação e a correlação de todos os esforços; e) a revelação dos pontos de eficiências e de ineficiência; f) a obrigatoriedade de avaliar os resultados reais em face dos orçados; g) a geração de eficácia em cada área e na empresa como um todo. Viu como o sistema orçamentário pode ser vantajoso para a empresa? Pois bem, é muito importante que se dedique em aprender e acompanhar todos os conteúdos estudados nesta seção, uma vez que eles serão fundamentais para sua formação acadêmica e atuação profissional, além de serem objetos de referência para a realização de atividades e avaliações. Agora, vamos continuar nossa caminhada rumo ao saber, estudando na próxima seção os problemas e as limitações do orçamento empresarial! Seção 2 - Problemas e limitações A implantação, a manutenção e o aperfeiçoamento orçamentário constituem um trabalho de equipe que envolve todas as áreas da empresa e todos os níveis hierárquicos (SILVA, 2012). A alta administração deve definir objetivos, metas e diretrizes, porém os planos precisam ser elaborados de “baixo para cima” a fim de motivar aqueles que devem executar os planos e cumprir as metas e programas de sua área. Muitas empresas deixam de usufruir os benefícios do planejamento orçamentário porque o alto escalão acaba esquecendo a pasta de orçamentos no fundo de uma gaveta e atua no dia a dia, ignorando tudo aquilo que foi orçado; assim, de nada adianta a empresa possuir um orçamento (COLARES, 2012). É válido salientar que, “impor planos elaborados por assessores que Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 84 Para Refletir não estão envolvidos nas operações não funciona, pois provoca resistências e boicotes”(SILVA, 2012). Também ocorrem problemas quando os orçamentos são elaborados pelas diversas áreas da empresa. Tais problemas decorrem das atitudes dos executivos em relação ao processo orçamentário. A seguir relacionamos seis diferentes atitudes, sendo que somente a última produzira dados orçamentários confiáveis: a) 1ª Ceticismo: é a atitude daqueles que não acreditam no orçamento, geralmente ‘gerentões’ de unidades operacionais, como muito tempo de casa e com certo prestígio à alta administração. Achando que quanto menos papel houver melhores serão os resultados e que o orçamento não passa de uma invenção de alguns burocratas do escritório central, esses gerentes ou diretores de unidades operacionais irão preencher os quadros orçamentários de forma mecânica e terão uma atuação completamente dissociada dos orçamentos (SILVA, 2012). “Só na teoria, o ceticismo vence a prática. Não é verdade?” (Eric Fernandes). b) 2ª Comodismo: é a atitude daqueles que não se esforçam para preparar seus orçamentos, optando por projeções conservadoras que nada mais são do que os dados reais do passado. A preguiça mental e a falta de criatividade nos planos caracterizam essa atitude (COLARES, 2012). c) 3ª Derrotismo: atitude daqueles que, embora tenham boa vontade, revelam excesso de insegurança na preparação dos orçamentos. Vejamos algumas frases que traduzem essa atitude. - “Não sei por onde começar.” - “Como vou adivinhar o que acontecerá no futuro.” - “Meus orçamentos vão furar completamente.” É bastante provável que as projeções estarão muito mais alicerçadas nos dados históricos do que em planos futuros, porém não por preguiça, mas devido a aspectos psicológicos negativos (SILVA, 2012). d) 4ª Pessimismo consciente: esta atitude, que também poderia ser denominada “maquiavelismo”, é praticada por aqueles que subestimam dados relativos à produção, vendas ou receitas e exageram nas projeções das despesas para obter sempre variações orçamentárias favoráveis. Se houver muitas pessoas com este tipo de atitude e seus orçamentos não tiverem sido devidamente Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 85 Para Refletir analisados antes de serem aprovados, os resultados globais do orçamento serão preocupantes, podendo inclusive provocar redução nos investimentos e contenção nos planos de expansão. Adiante será constatado que esses falsos heróis superam suas metas orçamentárias e que a empresa poderia ter sido mais ambiciosa nos seus planos (COLARES, 2012). e) 5ª Otimismo ingênuo: é a atitude daqueles que não preveem nenhum contratempo, apresentando previsões orçamentárias utópicas, pois “o papel aceita tudo” (SILVA, 2012). Esses orçamentos apresentam produção, vendas e receitas superavaliadas e consumo de materiais, quadro de pessoal, custos e despesas subavaliados. Com base nestas projeções, a empresa poderá assumir grandes compromissos contando com resultados orçados que jamais ocorrerão (COLARES, 2012). f) 6ª Realismo motivado: os responsáveis pelas unidades operacionais e demais órgãos administrativos normalmente têm de dedicar muitas horas fora do expediente normal para preparar seus orçamentos, pois este é um trabalho extraordinário para eles. É de se esperar que quanto mais tempo for dedicado ao estudo do comportamento das variáveis que interferem nas operações e nos resultados de sua área, mais acuradas serão as previsões orçamentárias (SILVA, 2012). Denominamos essa atitude de realismo motivado porque, de um lado, devem ser reconhecidas as limitações do orçamento e as dificuldades de trabalhar com estimativas e previsões, mas, de outro, deve-se ter consciência de que os esforços despendidos no planejamento serão compensados a curtíssimo prazo, pois será muito mais fácil gerenciar tendo-se um bom orçamento como guia. As próprias revisões orçamentárias serão completadas com rapidez se os papéis de trabalho das previsões originais demonstrarem em detalhes as hipóteses assumidas e os cálculos efetuados. Tudo isso fará com que aqueles que tenham esta atitude dominem rapidamente as técnicas orçamentárias (COLARES, 2012). Note que as cinco atitudes iniciais trazem reflexos negativos sobre o planejamento orçamentário e principalmente, sobre o desempenho efetivo da empresa. Dessa forma, tais atitudes deverão ser eliminadas por meio de muito treinamento e “doutrinação”. “O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas” (William George Ward). Pense nisso... Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 86 A análise cuidadosa de todas as peças orçamentárias por parte daqueles que deverão aprová-las constituiria um elemento fundamental para eliminar as referidas atitudes. Supõe-se que aquele que tem autoridade para aprovar deve possuir conhecimentos suficientes para detectar as falhas e fraudes apontadas. Entretanto, não é raro essas aprovações serem concedidas na base da confiança, e isto impedirá o aperfeiçoamento do processo. Os analistas do departamento de orçamentos poderão até perceber certas falhas no enorme conjunto de quadros orçamentários preenchidos por todas as áreas da empresa. Contudo, estando responsáveis pelos prazos de conclusão do orçamento global, acabam processando dados de má qualidade. Além do mais, é difícil convencer um diretor de que ele errou ao aprovar determinados orçamentos elaborados pelo seu pessoal. Resumindo podemos apontar as seguintes limitações existentes no processo orçamentário: O planejamento orçamentário baseia-se em previsões e estimativas; sua implantação é demorada e exige muita “doutrinação” e treinamento; são necessárias também revisões periódicas em face de circunstâncias não previstas e, finalmente, o orçamento não funciona por si mesmo, exigindo o esforço de todos na preparação e execução dos planos e no cumprimento de metas (PROFESSOR TEIXEIRA, 2012). Sua aprendizagem não tem limites! Para ampliar seus conhecimentos sobre as limitações do planejamento orçamentário, acesse: ADMINISTRADORES. Controle orçamentário e finanças. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/ producao-academica/controle-orcamentario-e- financas/655/>. Acesso em: 5 set. 2012. Passemos, agora, ao estudo sobre o orçamento empresarial. Seção 3 Orçamento empresarial – estrutura e desenvolvimento Com base no pensamento de Colares (2012), podemos inferir que os objetivos de longo prazo fixados no planejamento estratégico são alcançados por meio do cumprimento de metas anuais atribuídas às áreas de marketing, produção, compras, recursos humanos, finanças, etc. Além disso, Colares (2012) ainda afirma que, a partir de previsões macroeconômicas essas áreas elaboram seus planos táticos e operacionais, Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 87 ATENÇÃO subdividindo suas metas pelas unidades e órgãos. Vamos conhecer, nos subtópicos a seguir, alguns exemplos de planos e metas relativos a uma empresa industrial. “O orçamento é um valioso instrumento de planejamento e controle das operações da empresa, qualquer que seja seu ramo de atividade, natureza ou porte. Estabelece, da forma mais precisa possível, como se espera que transcorram os negócios da empresa, geralmente num prazo mínimo de um ano, proporcionando uma visão bem aproximada da situação futura. É através do orçamento que se estabelece metas com a equipe, dando, assim, uma visão clara de onde a empresa quer chegar. A prática do orçamento empresarial é uma das técnicas administrativas bastante utilizadas pelas grandes instituições empresariais, nacionais e multinacionais” (NAZARRO, 2012 s/p). 3.1 Marketing/vendas Os planos orientados para o aumento no volume de vendas e nas receitas correspondentes poderão envolver: propaganda institucional da marca ou da empresa, promoções de vendas e campanhas publicitárias para produtos específicos, desenvolvimento de novos mercados, lançamento de novos produtos, utilização de outros canais de distribuição, melhoria na assistência técnica,treinamento (e “doutrinação”) do corpo de vendedores e do pessoal das empresas concessionárias de vendas e assistência técnica, etc. 3.2 Produção Nesta área poderá haver metas relativas ao cumprimento do cronograma de investimentos em longo prazo e o aumento do volume de produção e do rendimento da atual capacidade instalada, por meio de maior racionalização de todas as operações envolvidas no processo industrial. Note que isso envolveria: redução nas quantidades de insumos utilizados por unidade de produto (menor desperdício de materiais, maior eficiência na mão de obra direta, etc.), redução dos níveis de estoques, redução nos prazos de atendimento a pedidos etc. 3.3 Compras Seleção dos fornecedores, em termos de qualidade, preços e condições de pagamento e, principalmente, sob o aspecto de confiabilidade no cumprimento da programação de entregas frequentes de pequenos lotes. Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 88 3.4 Recursos humanos Os recursos humanos envolvem os planos de recrutamento, treinamento e desenvolvimento do pessoal de todas as áreas; planos de salários, benefícios e promoções; programas para a redução do absenteísmo (falta premeditada ao trabalho) e do turn-over, para a prevenção de acidentes, etc. 3.5 Finanças Ás finanças estão correlacionadas aos planos para aperfeiçoar a estrutura das fontes de financiamento (participação dos passivos de financiamento, passivos onerosos e capital próprio); a obtenção de financiamento a custos menores e com prazos mais adequados; o bom desempenho das ações em bolsa (visando futuros aumentos de capital); a melhoria da qualidade e nos prazos de obtenção das informações gerenciais; o maior controle na utilização dos recursos financeiros etc. Observe que esses e outros planos e metas visam aumentar as receitas, reduzir os custos e despesas e no final contribuir para alcançar a rentabilidade desejada. Nesse ínterim, o sistema orçamentário costuma ser estruturado por meio de um conjunto de quadros agrupados como segue: a) Orçamentos de Investimentos; b) Orçamentos Operacionais; c) Orçamentos de Resultados; d) Orçamento de Caixa. Cada unidade operacional e órgão administrativo deve preparar seus orçamentos de investimentos e operacionais. A partir dos dados básicos constantes desses quadros, o Departamento de Orçamentos irá elaborar os orçamentos de resultados (contábeis) de todas as áreas, o orçamento global de caixa (e o correspondente ao plano de financiamento) e as demonstrações financeiras projetadas (Demonstração de Resultado Consolidada, Balanço Patrimonial e outras demonstrações) (ADMINISTRADORES, 2012). Importante: “Um verdadeiro orçamento envolve todos os funcionários da empresa, principalmente gerentes e supervisores, pois são estes que irão fazer acontecer. O orçamento consiste em uma série de previsões, que serão feitas com base no que se espera acontecer em cada setor e no mercado em geral, sempre levando em consideração os dados históricos, fatos ocorridos no passado, que permitam o mínimo de previsibilidade” (NAZARRO, 2012). ATENÇÃO Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 89 Julgamos desnecessário apresentar modelos dos diferentes tipos de quadros orçamentários, bem como exemplos numéricos que, pelo volume, acabariam prejudicando a visão estrutural que pretendemos oferecer. Vale salientar que esse detalhamento será encontrado em obras que tratam exclusivamente do orçamento empresarial. Entretanto, desejamos ressaltar alguns aspectos sobre o conteúdo dos grupos de orçamentos apontados. 3.6 Orçamentos de investimentos Os orçamentos de investimentos abarcam (TOMILASV, 2012): a) As etapas dos grandes projetos que integram o plano de investimentos de longo prazo, programadas para o período coberto pelo orçamento; b) Outros investimentos de menor monta que deverão iniciar-se no período, relativo aos ativos fixos industriais e às instalações, equipamentos, veículos etc., de todas as áreas da empresa. Cada investimento específico costuma ser submetido à aprovação superior por meio de um formulário que contém campos para as seguintes informações: a) Unidade/órgão proponente, nº de controle, data etc.; b) Descrição do investimento, justificativa e benefícios esperados; c) Especificação detalhada dos bens a serem adquiridos, dos serviços contratados e daqueles que deverão ser executados pelo próprio pessoal da empresa; d) Cotações de preços realizadas (anexadas as propostas dos fornecedores), condições de pagamento, estimativas dos custos da parte realizada pela empresa. e) Valores monetários distribuídos no tempo, relativos aos desembolsos e às imobilizações. As propostas aprovadas terão seus desembolsos computados no orçamento de caixa, e seus valores contábeis (imobilização, correção monetária e depreciações) registrados nos orçamentos específicos. 3.7 Orçamentos operacionais Os orçamentos operacionais compõem-se de diversas peças orçamentárias descritas nos subitens a seguir. 3.7.1 Previsão de vendas Determinadas em função do mercado e da capacidade de produção, as quantidades de vendas devem ser detalhadas por zona ou região do mercado interno, por país, quando houver exportações, por tipos de clientes e por produto. Associadas aos volumes orçados para as vendas, temos as previsões dos Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 90 preços unitários das participações entre vendas à vista e vendas com diferentes prazos de cobrança. 3.7.2 Orçamentos de produção Os orçamentos de produção envolvem diversos orçamentos elaborados pelas fábricas, complementados por outros preparados por órgãos da administração central (BOMFIM, 2012). “Orçamento de produção é o método empregado em projetar as matérias-primas, a mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação, de acordo com as unidades a serem vendidas e a política de estoques de produtos prontos definida pela empresa” (SCRIBD, 2012). Desse modo, partindo de dados físicos mensais, são calculados, por centro de custos, os valores agregados aos produtos, até se chegar à movimentação contábil dos estoques de produtos acabados (BOMFIM, 2012). Bomfim (2012), ainda aponta que poderá ocorrer de uma fábrica transferir os outros produtos semiacabados e/ou de haver uma rede de depósitos de produtos prontos para serem vendidos. Neste caso, deverão ser orçadas também essas transferências em quantidades e valor (de custo ou preço interno de transferência). Vejamos algumas características básicas dos orçamentos de produção: a) Plano de Produção, em quantidades, por produto. b) Insumos (materiais, mão de obra, energia, etc.,) utilizados por unidade de produto. c) Matérias-primas e Materiais Auxiliares • consumo, compra e estoques em quantidades (Fábrica); • previsões dos preços de compra (Departamento de suprimentos que também projeta os prazos de pagamento); • movimentação e saldos de estoques em valores (Departamento de Custos ou Departamento de Orçamentos). d) Mão-de-obra Direta: • quadro de pessoal, programação de férias e horas extras, por categorias e faixa salarial (Fábrica); • folha de pagamento e outras despesas com pessoal (Departamento de Recursos Humanos). Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 91 e) Custos Indiretos de Fabricação: • supervisores e outros funcionários (idem MOD); • energia (consumo, tarifas previstas e despesas); • depreciação industrial (Departamento de Custos ou de Orçamentos); • outros custos indiretos, inclusive Materiais Auxiliares. f) Custos de Produção e Estoques dos Produtos; • custeio da produção por centro de custos, movimentação e saldos dos estoques de produtos em processo e acabados, em quantidades e valor (Departamento de Custos ou de Orçamentos). g) Orçamentos de Despesas de Vendas, Gerais e Administrativas • quadro de pessoal, programação de férias e horas extras, por categorias e faixa salarial (todos os departamentos da empresa); • Folha de pagamento e outras despesas com pessoal (Departamento de Recursos Humanos); • Comissõessobre vendas (Departamento de Orçamentos); • Depreciações (Departamento de Orçamentos); • Todas as demais despesas operacionais, por departamento e por conta. 3.7.3 Orçamentos de resultados Há grandes empresas que tratam cada unidade operacional ou conjunto dessas unidades como centro de lucros, chegando inclusive ao conceito de centro de investimentos (SCRIBD, 2012). Centro de lucros corresponderia à unidade que gera receita, custos, despesas e, consequentemente, resultados. No centro de investimento são também considerados os recursos aplicados nos ativos, permitindo medir a rentabilidade obtida. Neste caso, haveria balanços específicos para tais centros de investimentos (SCRIBD, 2012, p. 27). Os orçamentos de resultados revelam, segundo SCRIBD (2012), a contribuição de cada unidade ou cada centro de lucros para a formação do resultado global da empresa. Tais orçamentos mostrarão os resultados contábeis orçados para cada mês, trimestre, semestre e o total do ano. 3.7.4 Demonstração do resultado projetada Corresponde à consolidação dos orçamentos de resultados, incluindo Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 92 Para Refletir (BOMFIM, 2012): a) Orçamentos de Despesas Operacionais dos órgãos administrativos que não geram receitas operacionais; b) Orçamentos de Despesas e Receitas Financeiras calculadas a partir do orçamento de caixa e de outros saldos patrimoniais projetados; c) Orçamento de Resultados não Operacionais compreendendo previsões de ganhos e perdas de Capital. 3.7.5 Orçamento de caixa e plano de financiamento Todas as entradas e saídas de numerário decorrentes de transações realizadas antes e durante o período orçamentário são reunidas no orçamento global de caixa, evidenciando os superávits e déficits mensais (BOMFIM, 2012). Assim, Bomfim (2012) aponta que considerando os saldos desejados para as disponibilidades, serão orçadas as aplicações financeiras por prazos mais prolongados ou os recursos adicionais necessários. Estes recursos poderão provir de empréstimos em curto prazo, financiamentos a longo prazo ou integralizações de capital, de forma a estruturar adequadamente as fontes de financiamento dos ativos e preservar a liquidez da empresa (BOMFIM, 2012). 3.7.6 Balanço patrimonial projetado O orçamento empresarial precisa, para Bomfim (2012), ser aprovado antes do encerramento do exercício que antecede ao período orçamentário. Desse modo, é necessário projetar os saldos do balanço do exercício em curso para obter os saldos iniciais de todas as contas ativas e passivas. “Planejar é dar forma ao próprio destino” (Autor desconhecido). Adicionando-se ao saldo inicial projetado de cada conta a movimentação orçada, são obtidos os saldos mensais, semestrais e do final do próximo ano. Assim, monta-se o Balanço Patrimonial projetado. Convém ressaltar que durante todo o desenvolvimento do orçamento não há necessidade de realizar lançamentos contábeis na forma convencional. Bastando apenas computar os valores a serem adicionais e subtraídos em cada conta (BRAGA, 1985, p. 238). Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 93 3.7.7 Outras demonstrações financeiras Dispondo da Demonstração do Resultado e do Balanço Patrimonial projetados, chega-se facilmente à Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, também projetadas (OLIVEIRA, 2012). A partir daí, pode-se aplicar todo o instrumento de análise financeira, como já vimos anteriormente. Agora, é importante verificar suas anotações para averiguar se há alguma dúvida e, em caso afirmativo, eliminá-la antes de prosseguir, bem como realizar as atividades disponibilizadas no ambiente virtual! RETOMANDO A CONVERSA INICIAL Antes de encerrar a sétima aula, é importante que retomemos os conteúdos estudados: Seção 1 - Introdução ao estudo do orçamento empresarial Para iniciar nossos estudos, construímos conhecimentos sobre os pressupostos básicos sobre o orçamento empresarial. Nesse contexto, entendemos que o sistema orçamentário traduz, em quantidades físicas e valores monetários, o desenvolvimento e os resultados de todos os planos de unidades operacionais e órgãos administrativos da empresa. Seção 2 - Problemas e limitações Já na segunda seção, refletimos sobre os problemas e as limitações que podem ocorrer nos orçamentos empresariais, além de conhecer seis tipos de atitudes dos gestores ao realizar o orçamento empresarial: ceticismo, comodismo, derrotismo, otimismo consciente, pessimismo consciente e realismo motivado, sendo que apenas a última foi entendida como confiável. Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 94 Seção 3 - Orçamento empresarial – estrutura e desenvolvimento Para encerrar, conhecemos a estrutura e o desenvolvimento do orçamento empresarial, além de estudar alguns exemplos de planos e as metas relativos a uma empresa industrial. Ao final de cada Aula, é importante lembrar-se de que em caso de dúvidas, ou de dificuldades para a realização das atividades, você não precisa se “afobar”! Procure entrar em contato conosco por meio do ambiente virtual e seguir as dicas recomendadas ao longo da Aula. Para tanto, se adiantar na realização das atividades, poderá ser uma estratégia interessante para ajuda-lo(a) a se organizar e a ganhar tempo para respondê-las de forma mais satisfatória! Pense nisso... Sugestões de leituras, sites e vídeos Leituras BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995. FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997. JOHNSON, Robert W. Administração financeira. São Paulo: Pioneira, 1977. LEITE, H. de P. Introdução à administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1995. MARTINS, E.; ASSAF NETO, A. Administração financeira: as finanças das empresas sob condições inflacionárias. São Paulo: Atlas, 1991. SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C. C. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. Sites ADMINISTRADORES. Controle orçamentário e finanças. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-academica/controle- orcamentario-e-financas/655/>. Acesso em: 5 set. 2012. BOMFIM, D. P. Desenvolvimento de um orçamento de caixa para uma microempresa de confecção. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/ bitstream/handle/10183/24400/000592915.pdf?sequence=1>. Acesso em: 5 set. Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 95 2012. COLARES, L. H. M. Orçamento empresarial. Disponível em: <http://pt.scribd. com/doc/39475166/Orcamento-Empresarial-CRC>. Acesso em: 5 set. 2012. NAZARRO, L. A importância do orçamento no planejamento das empresas. Disponível em: <http://www.acicri.com.br/coluna_detalhes.php?conteudo_ cod=846>. Acesso em: 5 set. 2012. OLIVEIRA, A. M. G. de. Uma pesquisa exploratória sobre utilização de técnicas financeiras. Disponível em: <www.iepg.unifei.edu.br/edson/download/ Dissalexmagno.pdf>. Acesso em: 5 set. 2012. PROFESSOR TEIXEIRA. Apostila. Disponível em: <oprofessorteixeira.com. br/.../APOSTILAAFOEIATUALIZADA2012>. Acesso em: 5 set. 2012. SCRIBD. Desenvolvimento de um orçamento de caixa para uma microempresa de confecção. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/24400/000592915.pdf?sequence=1>. Acesso em: 5 set. 2012. SCRIBD. Administração financeira e orçamentária II. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/39319419/Apostila-Administracao-Financeira-e- Orcamentaia-II-ED-2>. Acesso em: 5 set. 2012. SILVA, J. R. Gestão de processos de contas a pagar. Disponível em: <http:// www.fa7.edu.br/recursos/imagens/File/administracao/ic/vi_encontro/JOEDE_ REIS_DA_SILVA_GESTAO_DE_PROCESSOS_DE_CONTAS_A_PAGAR. pdf>. Acesso em: 5 set. 2012. TOMILASV. Orçamento para investimento. Disponível em: <www.tomislav. com.br/orcamento-para-investimento-no-ativo-permanente>. Acesso em: 5 set. 2012. ZANLUCA, J. C. Como elaborarum orçamento empresarial? Disponível em: <www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/orçamentoempresarial.html>. Acesso em: 5 set. 2012. Vídeos YOU TUBE. As armadilhas do orçamento empresarial. Disponível em: <http:// www.youtube.com/watch?v=__itRPdPV-U>. Acesso em: 5 set. 2012. YOU TUBE. 10 armadilhas do orçamento empresarial. Disponível em: <http:// www.youtube.com/watch?v=gdnfKJvgow8>. Acesso em: 5 set. 2012. Análise de Investimento (AFO) - UNIGRAN 96
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