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RESUMO_ Micotoxicoses

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Micotoxicoses
Adrielly Alves Araújo
São causadas pela ingestão de fungos e
suas toxinas.
Fatores que favorecem o
desenvolvimento de fungos:
- umidade
- alimentos com altas
concentrações de carboidratos
- temperaturas mais altas
- pH superior a 5
- ambiente pouco arejado
Micotoxinas
São toxinas produzidas e
liberadas pelos fungos durante seu
crescimento e metabolismo. Podem ser
Aflatoxinas, Fumonisinas, Zearalenonas,
Tricotecenos, Ocratoxinas e Citrinas.
Aflatoxinas
São produzidas por fungos do
gênero Aspergillus, principalmente A.
flavus e A. parasiticus.
As espécies mais sensíveis são
aves e suínos.
As aflatoxinas são metabólitos
secundários, ou seja, não estão ligados
ao crescimento das colônias fúngicas,
sensíveis à altas temperaturas. São
encontradas em alimentos como milho,
amendoim, feijão, e outros grãos.
Os principais compostos tóxicos
produzidos por Aspergillus são as
aflatoxinas B e G classificadas como B1,
B2, G1 e G2, que produzem efeitos tóxicos
agudos, mutagênicos, carcinogênicos e
teratogênicos, sendo a AFB1 a com
maior potencial tóxico e carcinogênico.
O fígado é o principal alvo
levando a danos hepáticos agudos ou
crônicos. Como agudos causam mais
problemas de crescimento e produção
do que de mortalidade em si. Causam
lesões hepáticas que são evidenciadas
pelo aumento das enzimas hepáticas, já
como danos crônicos podem ocorrer
insuficiência hepática, carcinogênese
hepática e cirrose, principalmente
levando a quadros de coagulopatias
com hemorragias intestinais,
subcutâneas e cardíacas,
hipoproteinemia, icterícia,
hipoalbuminemia, além de outros sinais
como prostração, anorexia, depressão,
fraqueza, dispneia, vômito, menor taxa
de crescimento, queda na produção,
carcinogênese e teratogênese,
alterações na resposta imunológica
com aparecimento de doenças
recorrentes, principalmente digestivas e
respiratórias.
OBS: Existe uma crença de que os
bovinos não são afetados pelas
aflatoxinas e micotoxinas no geral, visto
que o rúmen inativaria sua ação, porém
pode sim ocorrer aflatoxicose em
bovinos dependendo da quantidade
ingerida, eles são tão sensíveis quanto
os suínos.
Fumonisinas
São produzidas por fungos de
gênero Fusarium, como o F.
moniliforme, F. verticillioides. São os
principais invasores de grãos de milho
no armazenamento, mas também ainda
no campo.
Até hoje foram isoladas 16
moléculas de fumonisinas sendo as
mais importantes as B1 e B2 por
causarem Leucoencefalomalácia em
equinos devido a sua estrutura similar a
Esfingosina, um componente formador
dos esfingolipídios, uma classe de
lipídeos que forma membranas
celulares incluindo os fosfolipídeos
esfingomielina da bainha de mielina dos
neurônios. As fumonisinas então
assumem o lugar da esfingosina
inibindo a produção de esfingomielinas
o que leva a degeneração neuronal.
Os equinos são os mais sensíveis
apresentam leucoencefalomalácia que
é aguda e quase sempre fatal com
sinais clínicos de apatia, tremores
musculares, paresia do lábio inferior e
língua, convulsões tônicas e morte.
Suínos também são sensíveis,
porém apresentam sinais respiratórios
causados por severo edema pulmonar e
hidrotórax.
Além disso, as fumonisinas
também apresentam efeito
hepatotóxico observada pelo aumento
das enzimas hepáticas, e efeito
carcinogênico.
Zearalenona
Também chamada de micotoxina
F2, é um metabólito secundário de
fungos de gênero Fusarium,
principalmente pelas variedades do F.
roseum e F. graminearum. Também é
um fungo muito comum no milho e
outros cereais, é termoestável
resistindo ao calor e à peletização.
Os suínos são os mais sensíveis e
suscetíveis uma vez que possuem a
alimentação baseada no milho, por isso
podem e devem ser utilizados
adsorventes na ração que impedem a
metabolização da micotoxina pelos
suínos, neles a zearalenona possui
efeito anabólico e estrogênico.
No organismo a toxina F2
(zearalenona) é metabolizada em alfa e
beta zearalenol que utilizam os
receptores celulares estrogênicos
competindo com o do 17-beta-estradiol
causando hiperestrogenismo em doses
acima de 1 ppm na dieta desses
animais.
O hiperestrogenismo causa sinais
de edema de vulva e de glândula
mamária, atrofia de ovário, prolapso
retal e vaginal em marrãs; Em porcas
adultas causa ninfomania, e
pseudoprenhez; Em prenhes pode
causar abortamentos, redução dos
fetos nascidos vivos, malformações,
redução do peso da prole; Já nos
cachaços jovens pode ocorrer edema de
prepúcio, atrofia testicular, queda na
libido e na qualidade do esperma.
Os sinais que alertam para
ocorrência de intoxicação por
zearalenona nas granjas são os
problemas reprodutivos, nascimento de
leitões já com edema de vulva ou
mesmo em leitoas pré púberes como
se estivessem no cio e/ou prolapso.
Tricotecenos
São produzidos por diversas
espécies de fungos dos gêneros
Fusarium, Cephalosporium,
Myrothecium, Stachybotrys e
Trichoderma.
São classificadas em grupo A -
toxina T-2, HT-2, 15-MAS e
diacetoxiscirpenol (DAS), e grupo B -
vomitoxina ou desoxinivalenol (DON) e
nivalenol (NIV). Atuam inibindo a síntese
protéica e a atividade da enzima
Transferase peptídica. Assim como as
outras micotoxinas, os tricotecenos são
encontrados em grãos e cereais.
Causam sinais de vômito e/ou
recusa de alimento e náusea (DON),
gastrite, enterite, e até alterações
hematológicas e neurológicas (menos
comum).
Ocratoxina A e Citrininas
A ocratoxina é produzida por
fungos Aspergillus, como os A.
ochraceus, A. alliaceus, A. niger, entre
outros, além de Penicillium verrucosum
e P. nordicum.
As citrininas são metabólitos
secundários de Penicillium como P.
citrinum, P. viridicatum, e de Aspergillus
como os A. niveus e A. terreus.
Ambas podem ser encontradas
em trigo, aveia, centeio, soja, etc. São
nefrotóxicas, hepatotóxicas,
imunossupressoras, teratogênicas e
cancerígenas, porém instáveis nos
processos de industrialização, sendo os
animais mais suscetíveis os suínos que
se alimentam de cereais mofados
causando a nefropatia suína no Brasil
(citrinina) e na Dinamarca (ocratoxina).
Alcalóides ergóticos
Ergotamina, Ergonovina e
Ergotoxina são produzidos por fungos
do gênero Claviceps e causam a
intoxicação chamada de ergotismo que
possui duas formas: Gangrenosa e
Nervosa.
O fungo Claviceps purpurea pode
ocorrer no trigo e no centeio, já outras
espécies como Claviceps paspali
tendem a crescer em gramíneas
forrageiras, principalmente no
Paspalum dilatatum causando a forma
nervosa.
A forma gangrenosa afeta
principalmente bovinos e também
ovinos, nela os metabólitos dos
alcalóides ergóticos promovem
vasoconstrição afetando o suprimento
sanguíneo para as extremidades do
corpo, causando necrose de
extremidades (gangrena)
principalmente na cauda e patas. Causa
também a Síndrome Distérmica nos
suínos, abortamentos, supressão da
lactação.
A forma nervosa é convulsiva,
afetando diretamente o SNC, causando
hipersensibilidade, ataxia,
incoordenação e convulsões.
Diagnóstico de micotoxicoses
Independente dos sinais clínicos,
a única forma de se fechar o
diagnóstico por micotoxinas é por meio
da detecção das toxinas nos alimentos
acima dos níveis tolerados.
Testes qualitativos podem ajudar
na suspeita como a cromatografia,
ELISA e fluorescência (lâmpada de
Wood usada nas suspeitas de alimento
contaminado com aflatoxinas, as B
brilham em azul enquanto as G brilham
em verde).
Tratamento
É de suporte, com administração
de vitaminas e antitóxicos para aliviar
os danos hepáticos e permitir que o
organismo se recupere sozinho.
Retirada da fonte de alimento
suspeita de estar contaminada e uso de
adsorventes na ração.
Me ajudou:
Aflatoxinas: conceitos sobre
mecanismos de toxicidade e seu
envolvimento na etiologia do câncer
hepático celular:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=
sci_arttext&pid=S0034-891019970004
00011
ASPECTOS RELACIONADOS À
OCORRÊNCIA E MECANISMO DE AÇÃO
DE FUMONISINAS:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=
sci_arttext&pid=S0103-847820020005
00026
Digestibilidade e metabolismo de dietas
de suínos contendo zearalenona com
adição de organoaluminossilicato:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X20070002
00010
Micotoxinas: Importância na
Alimentação e na Saúde Humana e
Animal:
https://core.ac.uk/download/pdf/154270
08.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101997000400011
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101997000400011
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101997000400011
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782002000500026
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782002000500026
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782002000500026
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2007000200010
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2007000200010
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2007000200010
https://core.ac.uk/download/pdf/15427008.pdf
https://core.ac.uk/download/pdf/15427008.pdf

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