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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL Campus de Aquidauana – Matemática/Licenciatura Disciplina: Álgebra Elementar; Prof.: Fernando Batista Acadêmic@: 11 de junho de 2013 Técnicas de Demonstração Tipos de demonstração Para além das demonstrações por indução, por redução ao absurdo, pela proposição "contra- recíproca", ou outras, existem alguns tipos de demonstração mais divertidas... Demonstração por facilidade: "A demonstração é tão fácil que nem é preciso escrevê-la." Demonstração por consenso: "Todos concordam que é verdade?..." Demonstração por fé: "Bem, vamos acreditar que é verdade..." Demonstração por conveniência: "Ajuda muito que seja verdade, por isso..." Demonstração por imperativo teórico: "Se isto não fosse verdade, a teoria não funcionava." Demonstração por plausibilidade: "Soa tão bem que deve ser verdade." Demonstração por intimidação: "Não seja tolo; claro que é verdade." Demonstração por falta de tempo: "Como não temos muito tempo, deixamos a demon- stração como um exercício." Demonstração por anexo: "A demonstração é longa e maçadora e por isso segue em anexo." Demonstração por acidente: "Uau, o que é que temos aqui??!" Demonstração por censura: — — — descrição omitida — — — Demonstração por definição: "Vamos definir como sendo verdade." Demonstração por tautologia: "É verdade porque é verdade." Demonstração por referência: "Como vemos na página 289,..." Demonstração por referência perdida: "É mesmo verdade, já vi essa demonstração..." Demonstração por incapaciade: "A demonstração requer muita matemática, por isso vamos "saltá-la"." Demonstração por aborrecimento: "É verdade! Alguém quer ver a demonstração?" Demonstração por intelegibilidade: " É verdade porque limp ÿ fp ż δxdxq ` c 1 2 πiq “ ´8 " Demonstração por enunciado: "Se o enunciado diz para provar, então é porque é verdade." Demonstração por teimosia: "Não me interessa esse argumento... é mesmo verdade!" Demonstração por alternativa: "Se não é verdade neste enquadramento teórico, vamos construir um onde seja!" Demonstração por autoridade: "Se o Euler disse que era verdade, então deve ser..." Demonstração por intuição: "O meu sexto sentido diz-me que é verdade..." 1 Técnicas de Demonstração (Agora a sério) Antes de começarmos a discutir técnicas de demonstrações, façamos algumas definições: g Um teorema é uma proposição que é garantida por uma prova. g Um axioma é uma proposição que se assume como verdadeira e que não precisa de prova. g Uma conjectura é uma proposição que ainda não foi provada e nem refutada. Raciocínio Indutivo e Dedutivo Raciocínio indutivo é algo que se conclui baseado na experiência. g Por exemplo, observando que, em diversos casos nos quais sempre P é verdade, Q também o é, formula-se uma conjectura: Quanto mais verifica-se que Q segue de P, mais confiante que a conjectura é verdadeira. Raciocínio dedutivo é a verificação de fato se a conjectura é verdadeira. g Produzir uma demonstração que P Ñ Q, transformando a conjectura em um teorema. g Ou encontrando um contra-exemplo, mostrando que a conjectura está errada, com um caso onde P é verdadeiro e Q é falso. g Não é simples a decisão de qual a abordagem: provar ou buscar um contra-exemplo. Demonstração Exaustiva Encontrar um contra-exemplo pode não ser simples. Então o caminho para provar uma conjec- tura é usar métodos para demonstrá-la. g Quando temos uma conjectura sobre uma coleção finita, ela pode ser provada verificando se ela é válida para cada elemento da coleção. g Uma demonstração por exaustão significa que foram exauridos todos os casos possíveis. Demonstração Direta Uma demonstração ou prova é dita direta quando pressupões verdadeira a hipótese e, a partir desta, prova ser verdadeira a tese. 2 Contraposição Se a demonstração direta P Ñ Q não foi atingida pode-se tentar algumas variantes da técnica de demonstração direta. g Se puder provar o teorema Q1 Ñ P 1, pode-se concluir que P Ñ Q, usando a tautologia pQ1 Ñ P 1q Ñ pP Ñ Qq; g Q1 Ñ P 1 é a contrapositiva de P Ñ Q; g A técnica de provar P Ñ Q através de uma demonstração direta de Q1 Ñ P 1 é chamada de demonstração por contraposição; g A tautologia pQ1 Ñ P 1q Ñ pP Ñ Qq vem da regra de inferência onde P Ñ Q pode ser deduzida de Q1 Ñ P 1. Absurdo Quando a demonstração de P Ñ Q, consiste em supor a hipótese P, supor a negação de Q e concluir uma contradição (em geral Q^Q1), a demonstração é chamada de por absurdo. g Lembrando que uma contradição é uma proposição cujo valor lógico é sempre Falso. Ela pode ser denotada por 0. Ż Por exemplo, a proposição A^ A1 tem sempre valor falso. g Para provar P Ñ Q, podemos levar em conta a seguinte proposição: pP ^ Q1 Ñ 0q Ñ pP Ñ Qq. Ż Construindo a tabela verdade, concluímos a que a proposição é uma tautologia. g Então se provarmos que P ^Q1 Ñ 0, isto implicará em P Ñ Q. Portanto, na demonstração por absurdo, assume-se o oposto do que se quer provar, ao chegar a uma contradição, a prova é finalizada. 3 Resumo das Técnicas de Demonstração Técnica Abordagem para provar P Ñ Q Observações Contraposição Suponha Q1, de- duza P Use a técnica se Q1 parece dar mais mu- nição que P . Absurdo Suponha P ^Q1, deduza uma con- tradição Use essa técnica quando Q disser que alguma coisa não é verdade. Direta Suponha P, de- duza Q Abordagem padrão – o que se deve ten- tar em geral. Exaustão Demonstre P Ñ Q para todos os casos possíveis Pode ser usada para provar um número finito de casos. 4
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