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Unidade II 
 
 
 
ARTES VISUAIS NA PRÉ-HISTÓRIA 
 
 
 
 
 
 
Profa. Janaína Santiago 
A arte pré-histórica: sistemas de representações 
 Se entendermos a arte como um processo ligado às 
técnicas desenvolvidas pela ação humana e a relação 
entre sua capacidade mental e de ação, podemos 
associar essa produção aos povos pré-históricos. 
 Podemos considerar que esses povos têm comportamentos 
semelhantes aos nossos, como o prazer visual ou tátil. 
Porém, a palavra arte é contemporânea, não existia na época. 
 Desde tempos remotos, o homem representa o seu mundo 
e sua realidade por meio de imagens. Para os seres humanos, 
a ordenação visual sempre esteve presente, quer de forma 
figurativa, quer de forma abstrata. 
 Essa ordenação do mundo por meio de imagens, da 
criação de símbolos, não pode ser considerada obra 
do acaso, deve ser admitida como representação do 
comportamento simbólico e social dos grupos que 
o produziram. 
 A humanidade sempre teve necessidade de interpretar 
e organizar o mundo por meio dos elementos visuais. 
 O que leva um homem que ainda não domina técnicas que 
garantam sua sobrevivência de forma adequada a externar, 
por meio de símbolos, o mundo que o cerca? 
 
 É a partir de uma realidade dada que esse “artista” cria um elo 
entre o espectador e o mundo e estabelece uma multiplicidade 
de percepções e de interpretações desse mundo que o cerca. 
 A seleção das imagens expressa um recorte que não é apenas 
pessoal, mas que representa informações relevantes tanto 
para quem as produziu quanto para o grupo que vai visualizar 
e relacionar-se com o objeto da produção. 
 A compreensão de uma imagem é feita a partir do repertório 
daquele que a observa. As referencias pessoais e do grupo 
são fatores determinantes para isso. 
 
 
 Assim, a produção de uma imagem não pode ser 
considerada obra do acaso, pois está inserida em 
um universo de representações e significados. 
 As imagens rupestres, de várias partes do mundo, 
demonstram as tentativas do homem de externar o 
que via ao seu redor, criando assim uma gramática 
visual própria, uma linguagem, por assim dizer. 
 
 
 São exemplos desta criação 
as cores a partir de pigmentos 
naturais, as linhas simples e 
as formas estilizadas que 
representam realidades distantes. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pintura rupestre 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/Pages/> 
Acesso em 10/03/2014. 
 Trata-se de uma produção estética que foi feita para ser vista. 
Logo, dá supremacia à visão e concretiza de forma plástica 
o mundo que os rodeia. 
 No Paleolítico, temos representações naturalistas e figurativas 
de extrema fidelidade ao real. No Neolítico, vemos um mundo 
representado de forma geométrica. 
 Mais do que o real, as pinturas e gravuras rupestres são 
símbolos e conceitos que se desvendam aos olhos de um 
observador que vê um mundo descortinando-se em sua frente. 
 
 
 O espectador tem a possibilidade de desvendar 
os códigos dessa produção imagética e o processo 
de fruição das imagens representadas. 
 É a partir delas que podemos descobrir a relação que 
o homem estabelecia com o mundo, seus símbolos, 
suas crenças e sua forma de compreensão do “real”. 
 Se podemos compreender um símbolo como um conceito 
ou figuração de uma determinada realidade, esse processo 
de figuração traz uma simbologia moral e intelectual que 
representa o momento em que foi produzido. 
 O sentido só pode ser dado se for datado 
no momento mesmo em que é produzido. 
 
 
 
 A presença da arte pré-histórica não é exclusiva de um único 
povo ou agrupamento, mas está presente nos mais diversos 
sítios arqueológicos de múltiplas e variadas regiões. 
 Onde quer que esses vestígios sejam 
encontrados, encontramos também um 
universo simbólico e de representações. 
 Segundo os pesquisadores, essa universalidade 
da arte pré-histórica ocorreria a partir da presença 
do Homo sapiens em todos os continentes. 
 A universalidade antrópica da arte pré-histórica envolve 
a pesquisa antropológica a partir da evolução cerebral 
alcançada pelo homem moderno, disperso por todos 
os continentes. 
 É a partir desse momento que surgem os 
primeiros sistemas de representações rupestres. 
 A segunda categoria é a ubiquidade natural, que pressupõe 
a existência da arte pré-histórica em todos os continentes 
habitados pelo homem (de fato, as pinturas rupestres são 
encontradas em todos eles). 
 
 A terceira é a unidade das representações, que parte do 
pressuposto de que a arte apresenta formas limitadas 
com a representação de sinais (formas geométricas) ou 
as representações figurativas (formas de seres vivos). 
 Isso ocorreria, provavelmente, devido à homogeneidade 
cerebral dos “artistas” e à ubiquidade natural. 
 
 
 
 
 
 A quarta e última 
categoria é a 
heterogeneidade cultural 
da arte pré-histórica e 
refere-se à grande 
diversidade de culturas 
existentes no mundo do 
homem moderno. 
 
Fonte: Gravuras rupestres. Vale do Encanto, Chile. 
Acervo pessoal. 
 A arte pré-histórica é uma arte que se apropria da natureza 
que cerca o homem que a produz, demonstrando o vínculo 
dessas sociedades com o entorno em que viviam. 
 Dessa forma, podemos afirmar que o “artista” pré-histórico 
representou o ambiente em que estava inserido. 
 A arte pré-histórica, portanto, representa, entre outras coisas, 
a expressão das sociedades desse período a partir de sua 
complexidade cultural e de sua relação com o seu entorno. 
 
Interatividade 
Assinale a alternativa correta sobre a 
arte pré-histórica e suas representações: 
a) A produção de uma imagem pode ser considerada obra 
do acaso, pois não possui nenhum significado especial. 
b) As imagens rupestres de várias partes do mundo demonstram 
as tentativas do homem de externar o que via ao seu redor. 
c) A presença da arte rupestre em todos os continentes 
relaciona-se com a ausência da complexidade do 
pensamento do homem pré-histórico. 
d) A arte rupestre não se relaciona com 
o universo simbólico de quem a produziu. 
e) O sentido da arte rupestre pode ser dado em 
qualquer momento, independentemente do 
período em que foi produzida. 
Resposta 
Assinale a alternativa correta sobre a 
arte pré-histórica e suas representações: 
a) A produção de uma imagem pode ser considerada obra 
do acaso, pois não possui nenhum significado especial. 
b) As imagens rupestres de várias partes do mundo demonstram 
as tentativas do homem de externar o que via ao seu redor. 
c) A presença da arte rupestre em todos os continentes 
relaciona-se com a ausência da complexidade do 
pensamento do homem pré-histórico. 
d) A arte rupestre não se relaciona com 
o universo simbólico de quem a produziu. 
e) O sentido da arte rupestre pode ser dado em 
qualquer momento, independentemente do 
período em que foi produzida. 
 
A arte rupestre: definições e temáticas 
 
 O que é arte rupestre? O que induziu o homem pré-histórico 
a produzir arte rupestre? Existe uma arte rupestre? Essas são 
questões que, apesar de sua aparente simplicidade, geram 
muita polêmica até mesmo na atualidade. 
 Alguns arqueólogos defendem que o termo arte para a 
Pré-História seria equivocado. Para esses pesquisadores, 
nas sociedades pré-históricas não haveria um artista e, 
portanto, não existiria arte. 
 Porém, muitos são os estudiosos que defendem o conceito 
de arte rupestre e que os arqueólogos não podem ignorar 
esses registros rupestres na sua dimensão artística. 
 Não devemos desconsiderar a habilidade manual e o poder 
de abstração e de invenção que levaram o homem a usar 
recursos técnicos e operativos nas representações rupestres. 
 Apesar de muitos pesquisadores utilizarem termos 
como registros rupestres ou grafismos, a expressão 
arte rupestre ainda é a mais comum. 
 Mas desde quando os pesquisadores se 
preocuparam em analisar a arte rupestre? 
 Do século XV até meados do século XX essas 
representações foram, basicamente,analisadas 
como arte pela arte, sendo ignoradas como fonte 
de informação sobre os povos que as produziram. 
 Somente a partir da década de 1950 é que se iniciou 
uma discussão em torno da necessidade de se criar 
uma metodologia de estudo da arte rupestre e se 
defendeu a existência de uma estruturação lógica 
para as representações rupestres das cavernas da 
França, especialmente Lascaux e Chabot. 
 Desde então, as análises das representações 
rupestres procuraram compreender o homem 
e o mundo que as produziu. 
 A interpretação da arte pré-histórica sempre foi motivo de 
muita polêmica e todos os pesquisadores, de uma forma 
ou outra, abordaram o seu significado e sua função. 
 
 A maior parte das interpretações, contudo, era vaga 
e durante muito tempo os pré-historiadores buscavam 
em sociedades contemporâneas respostas para as 
questões da Pré-História, ignorando, geralmente, as 
especificidades de cada povo e de cada realidade. 
 Ao longo do século XIX e início do século XX 
surgiram algumas interpretações balizadas pela 
concepção evolucionista de mundo. 
 No início, essas interpretações defendiam, 
principalmente, a ideia da “arte pela arte”. 
 Segundo essa teoria, o homem do Paleolítico 
teria muito tempo livre em períodos como o 
inverno, quando não ocorreria a caça. 
 Assim, esse homem teria se preocupado em enfeitar 
o entorno em que vivia durante o seu período de “ócio”. 
 Como vimos anteriormente, essa linha de interpretação 
foi questionada em meados do século XX pelo trabalho 
de alguns pesquisadores franceses. 
 
 A análise da arte rupestre é realizada por novos campos 
de interpretação, como o estudo de gênero, fenômenos 
astronômicos, biológicos, xamânicos e acústicos. 
 Para muitos pesquisadores as imagens possuem 
também o papel de ilustração narrativa, sendo uma 
complementação das narrativas verbais. 
 Essa hipótese seria possível devido à força comunicativa 
da imagem ou mesmo por uma necessidade de transmitir 
o conhecimento de forma mais eficiente. 
 
 
 Apesar de todas essas linhas interpretativas, a hipótese 
mais corrente ainda é a que defende uma finalidade mágica 
para essas pinturas e gravuras, relacionadas com rituais 
que tinham o objetivo de garantir a sobrevivência do grupo. 
 O homem do Paleolítico Superior desconhecia a agricultura 
e a criação de animais. Vivia na incerteza de uma boa caçada, 
dependente da sorte e das inclemências do tempo para a 
garantia de seu sustento. Representar animais significava 
possuí-los, propiciando a caça necessária. 
 
 Dessa forma, a representação possuía o poder de aprisionar 
o animal e, ao pintá-lo, o caçador praticamente convocava a 
caça, possibilitando que a capturasse com maior facilidade. 
 Nesse sentido, é significativa a presença de pinturas 
de animais atravessados com flechas. Além disso, 
acredita-se que se utilizava a imagem para assegurar 
a morte do animal mais difícil de capturar ou para 
proteger-se contra seus ataques. 
 Por isso, na Europa era comum a presença 
dos bisões na arte rupestre, enquanto os cervos, 
principal fonte de alimentação segundo os vestígios 
encontrados nessa região, está praticamente ausente, 
pois eram “fáceis de caçar”. 
 Sob essa perspectiva de interpretação, 
a caverna adquire o papel de santuário. 
 Um consenso, porém, entre os pesquisadores atuais 
é de que, independentemente da linha interpretativa, a 
análise de uma pintura ou gravura em rocha não pode 
ser feita de uma maneira isolada, mas sim levando-se 
em conta todo o contexto em que ela se encontra. 
 
 Além disso, apesar de todas essas controvérsias, devemos 
nos lembrar de que o artista do Paleolítico e do Neolítico – 
independentemente da intenção prática da sua pintura, que 
podia variar desde a magia ao desejo de retratar a vida de 
seu grupo – desejava que o desenho fosse bonito segundo 
seus próprios padrões estéticos. 
 Assim, quais foram os elementos dignos 
de registros para os homens pré-históricos? 
 
 O repertório do homem 
desse período envolvia a 
natureza que o cercava, 
tornando a temática da 
arte rupestre mundial 
homogênea, com a 
presença das 
representações de 
animais, seres humanos, 
desenhos geométricos e 
imagens representando 
plantas. 
Fonte: Gravuras rupestres. Vale do Encanto, Chile. 
Acervo pessoal. 
 A presença de figuras humanas, animais, sinais geométricos 
e símbolos da natureza como o Sol e a Lua são, portanto, 
elementos comuns na arte parietal das grutas e cavernas 
encontradas na Espanha, França, Portugal, África e Brasil, 
entre outros países ao redor do mundo. 
 
Fonte: Gravuras rupestres. 
<www.sepi.unip.br/servicos/Biblioteca/unip.aspx> 
Acesso em 11/03/2014. 
As cenas de caçada também são 
uma temática constante na arte 
rupestre mundial, demonstrando 
mais uma vez, segundo os 
pesquisadores, a preocupação do 
homem com a sua sobrevivência. 
Fonte: Pintura rupestre. <http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/Pages/> 
Acesso em 10/03/2014. 
Interatividade 
Assinale a alternativa correta sobre a arte rupestre: 
a) A principal temática da arte rupestre são as cenas agrícolas. 
b) Segundo as atuais pesquisas, a arte rupestre 
foi feita unicamente com uma finalidade estética. 
c) Segundo a hipótese que defende a arte rupestre como uma 
consequência do ócio, as manifestações artísticas tinham a 
finalidade de ilustrar uma narração. 
d) Uma das hipóteses mais aceitas para a arte rupestre é a que 
defende uma finalidade mágica para essas representações, 
relacionadas com rituais que tinham o objetivo de garantir 
a sobrevivência do grupo. 
e) Não existe uma temática comum nas imagens 
representadas nas pinturas e gravuras rupestres. 
Resposta 
Assinale a alternativa correta sobre a arte rupestre: 
a) A principal temática da arte rupestre são as cenas agrícolas. 
b) Segundo as atuais pesquisas, a arte rupestre 
foi feita unicamente com uma finalidade estética. 
c) Segundo a hipótese que defende a arte rupestre como uma 
consequência do ócio, as manifestações artísticas tinham a 
finalidade de ilustrar uma narração. 
d) Uma das hipóteses mais aceitas para a arte rupestre é a que 
defende uma finalidade mágica para essas representações, 
relacionadas com rituais que tinham o objetivo de garantir 
a sobrevivência do grupo. 
e) Não existe uma temática comum nas imagens 
representadas nas pinturas e gravuras rupestres. 
A arte rupestre do Paleolítico: Espanha e França 
 Os pesquisadores, para facilitar os estudos, dividiram o 
Paleolítico em períodos e organizaram uma classificação 
levando em consideração a antiguidade dos vestígios 
encontrados e as técnicas utilizadas pelos homens para 
a elaboração de suas ferramentas. 
 Assim, existiam várias culturas paleolíticas, sendo a 
aurignaciana a mais antiga (40 mil a.C. – 28 mil a.C.), sucedida 
pela cultura gravetiana (28 mil a.C. – 20 mil a.C.) que, por sua 
vez, foi sucedida pela solutreana (20 mil a.C. – 10 mil a.C.) e, 
por fim, a última seria a magdaleniana (10 mil a.C. – 5 mil a.C.). 
 Foi durante o período aurignaciano que 
começaram a ser produzidas as primeiras 
imagens e representações simbólicas. 
 Os desenhos apresentam traços simples realizados, entre 
outras técnicas, com os dedos em argila mole. No repertório 
desse período, a presença de animais era comum e eram 
pouco frequentes as representações humanas. 
 Outra representação desse período são as marcas 
de mãos, que apareciam em positivo ou negativo, 
dependendo da técnica utilizada. 
 A principal característica da arte rupestre 
do Paleolítico é o naturalismo, ou seja, o 
realismo de suas representações. 
 Além disso, outra característica da 
arte parietal paleolítica é o fato de os 
desenhos serem feitos em grutas e 
cavernas de difícil acesso. 
 Na Europa, as pinturas e gravuras 
rupestres encontradas na região 
franco-cantábrica são muito significativas 
e, desde sua descoberta, muito se 
avançou em suas análises. 
Fonte: Sítiosde arte pré-histórica. 
<http://www.objetivo.br/Conteudo
Online/mp/Pages/> 
Acesso em 10/03/2014. 
 
 Na arte parietal destaca-se o naturalismo das imagens e a 
capacidade do homem do Paleolítico em recriar a natureza 
que o cerca, com representações de bisões, renas e cavalos. 
 Outra característica se refere às cores utilizadas, 
que variam da monocromia à policromia. Os homens 
pré-históricos utilizavam o preto, que conseguiam a 
partir do carvão vegetal, e cores como o amarelo e o 
vermelho, que obtinham do óxido de minerais. 
 Esses pigmentos naturais eram mesclados com gordura 
animal e se utilizavam, provavelmente, os dedos e pincéis 
feitos de penas e pelos para a pintura. 
 Além disso, era comum que os artistas se aproveitassem 
das reentrâncias e das saliências das paredes para realizar 
as pinturas encontradas, principalmente, nas áreas pouco 
iluminadas do fundo das cavernas e grutas. 
 As famosas grutas de Altamira apresentam pinturas do 
período aurignaciano e magdaleniano. Os artistas dessa gruta 
utilizaram inúmeras técnicas para os seus desenhos, sendo 
comum a sobreposição ou a presença de figuras inacabadas. 
 Acredita-se que muitos “pintores”, inicialmente 
com o auxílio de uma pedra afiada, gravavam sobre 
a parede da gruta a figura que desejavam. Na sequência, 
contornavam o desenho com carvão e o coloriam com os 
pigmentos nas cores vermelho, ocre e marrom, obtidos 
a partir do óxido de ferro. 
 A temática mais frequente nas pinturas de Altamira é 
o bisão. Outros animais também impressionam por seu 
realismo, como os cavalos, cervos e mamutes. Seu conjunto 
de pinturas é muito impressionante e, por isso, ganhou o 
título de “Capela Sistina da arte quaternária”. 
 Outra gruta que também impressiona pelas figuras 
representadas é Lascaux. As pinturas dessa gruta 
demonstram diversas técnicas, desde as figuras 
monocromáticas, passando pelas bicromáticas 
(nas quais se destacam as combinações de amarelo 
e preto, vermelho e preto) e pelas policromáticas, 
com destaque para o vermelho, amarelo e preto. 
 
 A temática comum é a presença 
de animais, com uma grande 
frequência de cavalos, 
touros e bisões. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pinturas rupestres de Lascaux. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/
mp/Pages/> Acesso em 10/03/2014. 
 No sul da França, encontramos a gruta de Niaux, 
uma das mais famosas do mundo. As pinturas, 
pertencentes ao período magdaleniano, destacam-se 
pela sua policromia e pelo uso do carvão e do óxido 
de ferro. A temática presente nas representações são 
animais como cavalos, cabras, bisões e cervos. 
 
 Em Niaux existe uma grande sala circular subterrânea 
chamada de Salão Negro, onde a arte parietal se caracteriza 
pela presença de figuras delineadas em negro e policromáticas. 
Uma dessas figuras retrata um bisão ferido por flechas com os 
traços negros delineados com grande efeito realista. 
 
 
Fonte: Pintura rupestre de Niaux. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/
Pages/> Acesso em 10/03/2014. 
 Apesar de diversas grutas com arte parietal terem sido 
encontradas na região francesa de Ardèche desde o século 
XIX, essas figuras não despertaram o mesmo interesse que 
aquelas da região franco-cantábrica. Porém, isso mudou 
quando, em 1994, três amigos descobriram uma gruta que 
recebeu o nome de Chauvet. 
 Além de ser o último descobrimento em relação a sítios de 
arte rupestre, o que mais ocasionou o repentino interesse 
dos pesquisadores pela gruta? O que o fez foram as datações 
iniciais com Carbono-14, que comprovaram que as pinturas e 
gravuras não eram do período áureo da arte rupestre, como se 
pensava pelas análises interpretativas – ou seja, não eram do 
final do Paleolítico Superior, mas sim dos primórdios 
dessa arte, durante o período aurignaciano. 
 As datações a partir dos carvões vegetais presentes 
nas pinturas e resíduos de tochas da gruta comprovaram 
que o local fora ocupado em dois momentos pelos homens 
do Paleolítico. A primeira ocupação teria ocorrido em torno 
do período de 32.000 a.C. a 29.000 a.C. A segunda ocupação, 
por sua vez, teria ocorrido no período de 27.000 a.C. a 
24.500 a.C. Essas ocupações englobariam então os 
períodos aurignaciano e gravetiano. 
 Apesar dessa datação com o Carbono-14, a discussão sobre 
a antiguidade desse sítio continuou, sendo resolvida somente 
em 2012, quando as pesquisas geológicas comprovaram que 
a entrada da gruta tinha sido vedada por um terremoto há 
mais de 21 mil anos. 
 O dinamismo e realismo 
das representações são tão 
surpreendentes que podemos 
imaginar a cena de criação 
dessa arte. 
 O artista aproveitava-se das 
saliências e reentrâncias das 
paredes para conseguir 
o volume e representar 
a musculatura das figuras, 
recriando o movimento 
e a ação. 
 
Fonte: Pintura rupestre de Chauvet. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/
Pages/> Acesso em 10/03/2014. 
 Na pintura, os materiais mais usados eram o carvão, a argila 
vermelha e outros pigmentos minerais, sendo as cores mais 
comuns o preto, o vermelho e o amarelo. 
 Uma técnica utilizada era a raspagem da superfície parietal 
até surgir uma camada mineral branca, em que os gravadores 
talhavam com pedras as figuras por eles escolhidas ou alguns 
pintores realizavam seus desenhos. 
 Muitas figuras eram diretamente esboçadas nas paredes 
com carvão vegetal sem a raspagem prévia. Havia uma 
variedade de animais representados, como mamutes, 
cavalos, rinocerontes, leões, cervos gigantes (megáceros), 
ursos e até mesmo representações únicas no mundo, 
como panteras e corujas, além da representação de 
mãos impressas. 
Interatividade 
Assinale a alternativa que não apresenta 
características das arte rupestre do Paleolítico: 
a) O homem do Paleolítico pintou, esculpiu e modelou 
formas naturais com o objetivo de fazer obra de arte. 
b) A principal característica da arte rupestre do Paleolítico é 
o naturalismo, ou seja, o realismo de suas representações. 
c) Uma característica do Paleolítico é o fato de os desenhos 
serem feitos em grutas e cavernas de difícil acesso. 
d) Na Europa, as pinturas e gravuras rupestres encontradas 
na região franco-cantábrica são muito significativas. 
e) O artista do Paleolítico aproveitava-se das saliências 
e reentrâncias das paredes para conseguir o volume 
e representar a musculatura das figuras, recriando 
o movimento e a ação. 
Resposta 
Assinale a alternativa que não apresenta 
características das arte rupestre do Paleolítico: 
a) O homem do Paleolítico pintou, esculpiu e modelou 
formas naturais com o objetivo de fazer obra de arte. 
b) A principal característica da arte rupestre do Paleolítico é 
o naturalismo, ou seja, o realismo de suas representações. 
c) Uma característica do Paleolítico é o fato de os desenhos 
serem feitos em grutas e cavernas de difícil acesso. 
d) Na Europa, as pinturas e gravuras rupestres encontradas 
na região franco-cantábrica são muito significativas. 
e) O artista do Paleolítico aproveitava-se das saliências 
e reentrâncias das paredes para conseguir o volume 
e representar a musculatura das figuras, recriando 
o movimento e a ação. 
A arte mobiliária do Paleolítico e a arte do Neolítico 
 O homem do Paleolítico, preocupado em levar adiante 
a aventura de sua sobrevivência, desenvolveu uma arte 
mobiliária, ou seja, pequenas estátuas que carregava 
consigo durante suas migrações. 
 Esses artefatos provavelmente estavam relacionados ao culto 
de fertilidade e, mais uma vez, representavam simbolicamente 
a realidade dos nossos ancestrais. 
 Acredita-se que o homem pré-histórico dava ênfase 
ao corpo feminino, pois ele representava a fecundidade. 
Estátuas com formas femininas foram encontradas em 
quase todos os lugares por onde ele passou. 
 
 Por serem representações femininas, 
essas estátuas receberam a 
denominação de “Vênus”. 
 Eram pequenas, mais ou menos do 
tamanho da palma da mão, possuíam 
a cabeça surgindo comoprolongação 
do pescoço, seios volumosos, 
ventre saltado e grandes nádegas. 
Fonte: Vênus de Lespugue. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/Pages/> 
Acesso em 10/03/2014. 
 Todas apresentam um estilo 
comum: o corpo feminino é 
apresentado com um grande 
realismo anatômico, apesar 
de exagerado, e o rosto está 
praticamente ausente ou é 
pouco detalhado. A mínima 
preocupação com o rosto, 
as pernas e os braços 
contribuem para a hipótese 
de que essas figuras fossem 
realmente ligadas ao culto 
da fertilidade. 
 
Fonte: Detalhe de uma Vênus paleolítica. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/Pages/> 
Acesso em 10/03/2014. 
 Esculpidas em marfim, madeira, pedra 
e ossos ou modeladas em terracota, 
por suas dimensões tão pequenas 
as estátuas podiam ser facilmente 
transportadas e, consequentemente, 
difundidas por esse homem nômade 
que buscava na caça e na coleta a sua 
forma de sobrevivência. 
 
Fonte: Vênus de Willendorf. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/Pages/> 
Acesso em 10/03/2014. 
 A presença de representações masculinas 
é raríssima nas esculturas do Paleolítico. 
 Assim como existe uma grande discussão em torno da 
representação da arte rupestre, o mesmo acontece com a 
escultura: existem hipóteses que defendem que a presença 
predominante dessas estátuas femininas representaria a 
importância do papel da mulher na organização do grupo. 
 Outras defendem que essas estátuas com os exagerados 
traços femininos reforçariam a existência de uma divisão de 
trabalho entre homens e mulheres e que o papel feminino 
seria somente o de procriação. 
 A hipótese mais aceita é a de que essas estátuas 
estariam relacionadas aos rituais de fertilidade. 
 Um grande destaque da arte pré-histórica ocorre 
a partir do Neolítico e é a presença da arquitetura, 
como comentado anteriormente. 
 As mudanças ocorridas durante o Neolítico possibilitam 
o sedentarismo, o aumento demográfico e, posteriormente, 
o aumento da força de trabalho. 
 Desse modo, esse homem não precisa mais dedicar todo 
o seu tempo às atividades de produção, pois passa a ser 
produtor do seu alimento e a garantir sua sobrevivência. 
 Como não precisa mais mudar-se com regularidade, 
o homem do neolítico passar a pensar na construção 
de moradias utilizando matérias mais resistentes, 
como a pedra e o adobe. 
 Ainda no período Neolítico, encontramos os chamados 
monumentos “megalíticos”, que são blocos de pedras 
de dimensões gigantescas, provavelmente associados 
a questões de caráter religioso, já que, na maioria das 
vezes, encontram-se junto a eles sepulturas que 
apresentam um padrão de enterramento. 
 Esses monumentos aparecem dispostos de formas variadas 
como, muitas vezes, numa única estrutura de pedra fincada 
ao chão – menir –, duas estruturas com mais uma sobreposta 
ou, ainda, estruturas dispostas em forma de círculos. 
Entre os monumentos megalíticos, podemos destacar: 
 menir – grandes pedras isoladas erguidas em sentido vertical; 
 dólmen – duas pedras verticais que sustentam 
uma terceira, posicionada horizontalmente; 
 
 
Fonte: Dólmen. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/Pages/> 
Acesso em 10/03/2014. 
 henge – aterro circular 
acompanhado por uma 
vala interna paralela; 
 cromlech (cromeleque) – 
pedras agrupadas em um 
ou mais círculos em torno 
de um dólmen. 
 
Fonte: Monumento megalítico. 
<www.sepi.unip.br/servicos/Biblioteca/unip.aspx> 
Acesso em 11/03/2014. 
 Um dos monumentos megalíticos 
mais conhecidos é o de Stonehenge. 
 
Fonte: Stonehenge. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/mp/Pages> 
Acesso em 10/03/2014. 
 Uma curiosidade específica de Stonehenge é sua disposição, 
pois sua base inferior tem uma orientação que coincide com 
o nascer do sol, justamente quando se dá o solstício, o que 
permite inferir que está diretamente ligado a honrarias ao Sol. 
 O surgimento desse tipo de monumento megalítico é 
recorrente em toda a Europa. No entanto, são considerados 
os mais representativos, além do cromlech de Stonehenge, 
outros encontrados na Grã-Bretanha, França e Espanha. 
 
 Além da arquitetura, você imagina outras mudanças 
tecnológicas relacionadas com as novas condições 
econômicas e sociais do homem do Neolítico? 
Com o excedente de produção, cresce a preocupação 
em armazenar os grãos em recipientes e, assim, surge 
a cerâmica. 
 A metalurgia é outro destaque que surge no Neolítico, 
já em sua fase final, permitindo que, aos poucos, o homem 
do período possa substituir os instrumentos de pedra. 
 As esculturas de metais são encontradas principalmente na 
Escandinávia e na Sardenha. É provável que utilizassem uma 
técnica chamada de método com forma de barro ou técnica 
da cera perdida para produzi-las. 
 A pintura do Neolítico é marcada por representações 
estilizadas ou simbólicas, ao contrário do naturalismo 
do Paleolítico. 
 A figura humana aparece mais frequentemente e se 
representam cenas de caça e de dança. Outra característica 
é que essas pinturas são predominantemente monocromáticas, 
com predomínio do vermelho, embora também existam 
algumas em preto e branco. Primeiro, faziam o contorno 
do desenho e, depois, este era preenchido completamente. 
 
 Outra característica é que essas 
pinturas foram realizadas ao ar 
livre, em abrigos rochosos, ao 
contrário das pinturas e gravuras 
do Paleolítico. 
 A temática da arte mudou, 
pois começaram as representações 
da vida coletiva. Como as pessoas 
passaram a ser representadas 
em suas atividades cotidianas, 
o artista procurou dar ideia 
de movimento por meio da 
imagem fixa. Fonte: Pintura neolítica. 
<http://www.objetivo.br/ConteudoOnline/
mp/Pages/> Acesso em 10/03/2014. 
 Assim, o caminho da arte rupestre é longo, 
percorrendo um trajeto que vai do naturalismo 
e de uma representação da realidade até as 
figuras esquemáticas quase abstratas, antecipando 
nossa tendência contemporânea ao abstracionismo. 
 
Interatividade 
Assinale a alternativa correta sobre a arte na Pré-História: 
a) No Paleolítico a pintura era estilizada. 
b) A pintura do Neolítico era naturalista. 
c) No Neolítico a pintura era estilizada. 
d) A escultura neolítica era marcada pela presença 
de estátuas conhecidas como Vênus. 
e) Os menires e dólmens são característicos 
da arquitetura paleolítica. 
Resposta 
Assinale a alternativa correta sobre a arte na Pré-História: 
a) No Paleolítico a pintura era estilizada. 
b) A pintura do Neolítico era naturalista. 
c) No Neolítico a pintura era estilizada. 
d) A escultura neolítica era marcada pela presença 
de estátuas conhecidas como Vênus. 
e) Os menires e dólmens são característicos 
da arquitetura paleolítica. 
 
 
 
 
 
ATÉ A PRÓXIMA! 
	Slide Number 1
	A arte pré-histórica: sistemas de representações
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	Resposta
	�A arte rupestre: definições e temáticas�
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	A arte rupestre do Paleolítico: Espanha e França
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	Resposta
	A arte mobiliária do Paleolítico e a arte do Neolítico
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