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45 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Unidade II 5 A COMUNICAÇÃO VISUAL EM MASSA 5.1 A mídia radiofônica O rádio, diferentemente de outras mídias, faz uso somente de uma linguagem, a sonora, e suas características se baseiam em quatro elementos fundamentais: a palavra, a música, os efeitos sonoros e o silêncio, cujas definições vimos na Unidade I deste livro‑texto. Após um século da invenção do rádio, esse equipamento que transmite as ondas sonoras a distância ainda é onipresente nos lares (e celulares) do homem contemporâneo. O estopim foi a descoberta da eletricidade, em 1780, por Benjamin Franklin, mas foi o físico alemão Heinrich Rudolf Hertz o responsável por desenvolver o princípio das ondas radiofônicas em 1887, quando, baseado nos estudos teóricos de James Maxwell comprovando a existência de ondas eletromagnéticas em 1863, conseguiu demonstrar sua experiência “fazendo saltar faíscas através do ar que separava duas bolas de cobre” (VAMPRÉ, 1979, p. 2). Hertz provou com essa experiência que as ondas eletromagnéticas tinham a mesma velocidade que as ondas de luz. Observação Essas ondas ficaram conhecidas como ondas hertzianas, e ainda hoje utilizamos o hertz como unidade de frequência das ondas do rádio. O detentor da patente do transmissor de ondas sonoras, porém, foi o italiano Guglielmo Marconi, em 25 de setembro de 1896, data conhecida como o Dia do Rádio. Outra corrente atribui a responsabilidade pela invenção ao cientista brasileiro Padre Landell de Moura, cujas primeiras experiências de transmissão de ondas magnéticas a distância datam do período entre 1893 e 1894; porém, ele registrou a patente depois de Marconi, em 1900 (FORNARI, 1984). Landell demonstrou sua experiência transmitindo sons narrados do bairro paulistano de Santana para a Avenida Paulista, e o atraso no reconhecimento do sucesso de seu aparelho ocorreu pelo fato de a Igreja Católica local acreditar que o cientista tivesse ligações demoníacas. Antes da virada do século XIX, Landell já havia demonstrado em público o funcionamento de diversos aparelhos de telefonia, estabelecendo princípios básicos fundamentais para a evolução das comunicações, inclusive, firmando teses que previam a telegrafia sem fio, a radiodifusão, a radiotelefonia, os satélites de comunicação e os raios laser. Em 1904, o The Patent Office at Washington, órgão oficial de registro de patentes nos Estados Unidos, concedeu ao Padre Landell de Moura as patentes do telégrafo sem fio, do telefone sem fio e do transmissor de ondas sonoras. 46 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Na virada do século XIX para o XX, marcada por um período de mudanças drásticas e grandes invenções, afirmar com certeza quem foi o inventor do rádio ainda é uma tarefa difícil para os historiadores, pois, assim como ocorreu com a fotografia, o rádio também encontrou no espírito da modernidade o impulso decisivo para fazer a sua aparição pública. Tal aparição oficial não deixa dúvidas: foi em 1906, quando o sueco Ernest Alexanderson, radioengenheiro da empresa norte‑americana General Electric, e o químico canadense Reginald Fessenden demonstraram um espetáculo de canto, música e discursos na noite de Natal, por meio de uma máquina de alta frequência operando em onda contínua a altas velocidades. A apresentação em Massachusetts, EUA, é considerada a primeira transmissão radiofônica comprovada da história. A radiodifusão, no entanto, foi oficialmente constituída em 1920, com o estabelecimento da primeira difusora comercial da história, a KDKA, de Pittsburgh, criada pela Westinghouse Electric Company, indústria americana que já havia produzido milhares de rádios para as tropas da Primeira Grande Guerra. Em 1947, surge o que foi considerado a grande evolução da mídia radiofônica: o transistor, apresentado pelos cientistas da Bell Telephone Laboratories John Bardeen e Walter Houser Brattain. Os transistores de silício e de germânio, componentes utilizados na época como materiais semicondutores, substituíram as válvulas, que possuíam grandes dimensões e consumiam enorme energia, e conferiram aos aparelhos de rádio maior mobilidade, já que estes poderiam ser utilizados com pilhas. Tecnologicamente, o transistor é um dos mais significativos inventos para o rádio. Criado em 1947, passa a ser realmente utilizado após os anos 1950. Torna o meio radiofônico complementar à televisão e responde à pergunta de um período em que a individualidade das pessoas está acentuada. Os indivíduos são considerados consumidores em potencial das novidades tecnológicas fabricadas em larga escala. O período registra ainda a miniaturização em diferentes áreas, e o interesse é pela portabilidade, que amplia o alcance e o mercado (CUNHA, 2005/2006, p. 3). O transistor permitiu não somente a portabilidade, mas a possibilidade de transformar a mídia radiofônica em um sistema de comunicação em massa, principalmente, por meio do deslocamento de equipes de reportagem. Assim surgiu, em 1954, pesando somente 375 gramas, o primeiro rádio com receptor transistorizado, O Regency TR‑1 (FERRARETTO, 2001). O transistor, para muitos historiadores, causou a evolução eletrônica da Era Moderna, tornando possível a revolução dos computadores e dos equipamentos eletrônicos. A partir de então, o rádio continuou se desenvolvendo até se tornar o meio de comunicação mais importante do mundo, ultrapassando os jornais impressos. Transmitiu músicas, notícias de guerras, telejornais, telenovelas e programas variados, tornando‑se o aparelho preferido nas cinco primeiras décadas do século XX, até o surgimento e a popularização da televisão, nos anos 1950. 47 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo 5.2 História da TV 5.2.1 O início da televisão Na história da televisão, há vários envolvidos; por esse motivo, não se pode dar o crédito a uma única pessoa. Grandes matemáticos e físicos estavam preocupados com a transmissão de imagens a distância. Foi por meio da invenção do fax (fac‑símile) que se deu o pontapé inicial, pois foi com o invento de Alexander Bain, em 1842, que se obteve pela primeira vez a transmissão telegráfica de uma imagem. O surgimento da televisão data de meados de 1920 e 1930, época em que diversos cientistas estavam envolvidos em variadas pesquisas. Entretanto, foi por meio da General Electric que surgiu a primeira televisão da história, em 1928, em Nova Iorque, com a descoberta do engenheiro sueco Ernst F. W. Alexanderson. A primeira transmissão foi feita apenas para três casas. Com o passar dos meses e com o aumento da experiência da GE com o sistema, a televisão sofreu avanços significativos, e seus elementos básicos foram implantados, ganhando novos reparos até se transformar em um produto de maior viabilidade comercial. Nessa época, a imagem transmitida era em preto e branco. A televisão em cores vai aparecer somente em 1954, nos Estados Unidos. 5.2.2 A chegada da televisão ao Brasil Foi inaugurada no dia 18 de setembro de 1950 a TV Tupi de São Paulo, PRF‑3 TV, exibida pelo Canal 3. O Brasil teve essa conquista por intermédio do pioneiro da comunicação Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, que acabava de concretizar um sonho. Na época, ele já coordenava os Diários Associados, que contemplavam uma cadeia de jornais e emissoras de rádio. Figura 34 – Logo da TV Tupi 48 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Figura 35– Francisco de Assis ChateaubriandBandeira de Melo O primeiro programa exibido foi TV na Taba, apresentado por Homero Silva e dirigido por Cassiano Gabus Mendes. Contou com a participação de Aurélio Campos, Ciccillo Vadeco, Hebe Camargo, Ivon Cury, Lia Aguiar, Lima Duarte, Mazzaropi, Lolita Rodrigues, Wilma Bentivegna e, ainda, do jogador Baltazar e da orquestra de George Henri. Figura 36 – Homero Silva e Francisco de Assis Chateaubriand na cerimônia de estreia da TV na Taba Meses antes, aconteceu uma pré‑estreia, no dia 3 de abril, no saguão dos Diários Associados, com a apresentação de Frei Mojica, que era padre e cantor mexicano. As imagens se restringiram a esse espaço, que tinha apenas alguns aparelhos de TV instalados. 49 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Figura 37 – Pré‑estreia, no dia 3 de abril, com a apresentação de Frei Mojica Saiba mais Não deixe de ler: MORI, K. Falha técnica quase adiou a estreia da televisão. Folha de S. Paulo, São Paulo, 13 jan. 2004. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com. br/folha/cotidiano/ult95u88519.shtml>. Acesso em: 19 mar. 2014. Após a inauguração da TV Tupi, Chateaubriand importa duzentos aparelhos de TV e espalha pela cidade; porém, o problema que não havia sido previsto era a programação dos dias seguintes. Todos estiveram semanas concentrados e preocupados apenas com a inauguração. Com a ajuda dos profissionais do rádio, do jornal e do teatro, foi ao ar o primeiro telejornal: Imagens do Dia, transmitido no período da noite. No ano seguinte, 1951, existiam 7 mil aparelhos de televisão entre São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1960, já havia 200 mil aparelhos receptores de TV. Os primeiros aparelhos que chegaram ao Brasil eram importados dos EUA. Com o avanço da tecnologia, os televisores foram modificando seu design, tornando‑se menores e mais acessíveis aos consumidores. 50 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Saiba mais Conheça o Monitor RCA do estúdio 3 da TV Tupi: CONGO, M. Televisão com glamour: quando o aparelho era o principal móvel da sala. Radar Tecnológico, São Paulo, 8 fev. 2013. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/radar‑tecnologico/2013/02/08/ televisao‑com‑glamour‑quando‑o‑aparelho‑era‑o‑principal‑movel‑da‑sala/>. Acesso em: 25 mar. 2014. Figura 38 – Monitor RCA do Estúdio 3 da TV Tupi Figura 39– A primeira: TV Motorola (1948) 51 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Figura 40 – TV Colorado, comercializada na TV por Silvio Santos (anos 1970) Os aparelhos de televisão tinham um espaço reservado e de grande importância na sala de estar das famílias brasileiras. As pessoas se reuniam em casa para ver seus programas preferidos. 5.2.3 Primeiro telejornal O primeiro telejornal existente foi Imagens do Dia, que teve sua primeira exibição em 19 de setembro de 1950, um dia após a inauguração da TV Tupi de São Paulo, em que noticiava um desfile cívico‑militar pelas ruas da cidade de São Paulo. O telejornal não tinha um horário fixo, pois dependia da programação exibida no dia (ao vivo). Na época, a programação da TV Tupi se iniciava a partir das 20 horas. Ia ao ar entre as 21h30 e as 22 h e terminava quando não havia mais noticias a apresentar. Ruy Rezende era produtor e redator do jornal. Percebe‑se que o modelo em que as notícias eram apresentadas foi herdado do rádio, em que o locutor lia as notícias. Na televisão, o apresentador ia narrando os acontecimentos e mostrando imagens filmadas anteriormente pelos cinegrafistas. O telejornal Imagens do Dia ficou no ar por três anos. A respeito dele, Silva (2011) comenta: Tratava‑se de um telejornal que era apresentado de forma bem simples: uma bancada com um locutor de notícias em quadro, que lia as notícias ao vivo e que trazia às vezes imagens do fato noticiado. [...] Em síntese, podemos propor que o Telejornal Imagens do Dia ofereceu uma relevante contribuição para o telejornalismo. Diferente dos telejornais que o sucederam que traziam já no título o compromisso com seus anunciantes (Telenotícias Panair, Repórter Esso, Jornal Ultranotícias, Telejornal Brahma etc.), o Imagens do Dia se preocupava com as notícias da cidade, com o relato informativo. A influência do rádio e do cinejornalismo contribuíram para dar forma a uma prática jornalística que diariamente se faz presente na vida de milhares de brasileiros: o jornalismo de televisão (SILVA, 2011, p. 13). 52 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II 5.2.4 Telenovelas brasileiras A primeira telenovela foi invenção da TV Tupi. Começou a ser exibida em dezembro de 1951, duas vezes por semana, com o título Sua Vida me Pertence e capítulos semanais, encenada por Vida Alves e Walter Forster, que era também autor e diretor da telenovela. Ficou famosa também pelo primeiro beijo da televisão brasileira, que foi, na verdade, um “selinho”, ocorrido no último capítulo. Figura 41 – Primeira telenovela: Sua Vida me Pertence A trama teve 15 capitulos, de 20 minutos cada um, e era apresentada ao vivo. Notou‑se a necessidade de prender o público à historia; assim, a solução seria uma telenovela diária, que fizesse os espectadores ligarem todos os dias seus aparelhos de televisão no mesmo horário. Na sequência, foi transmitida a primeira telenovela diária, que foi ao ar em 1963, intitulada 2‑5499 Ocupado, uma produção da TV Excelsior. Figura 42– 2‑5499 Ocupado, uma produção da TV Excelsior 53 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Em 1965, vai ao ar pela TV Tupi o primeiro grande sucesso: O Direito de Nascer, com adaptação de Talma de Oliveira e Teixeira Filho do original cubano de Félix Caignet. Na época, não se podia imaginar que estava nascendo a maior produção de arte popular da nossa televisão, a telenovela. 5.2.5 Principais emissoras 5.2.5.1 Histórico Estas são as principais redes de televisão brasileiras: • TV Tupi: inaugurada em 1950 – pioneira, lança a primeira telenovela e o primeiro telejornal; • TV Paulista: criada em 14 de março de 1952, foi a segunda emissora de televisão da cidade de São Paulo; • TV Record: inaugurada em 1953, causou impacto na imprensa, pois já iniciou com o que havia de mais avançado na época; • TV Cultura: inaugurada em 1960 pelos Diários Associados e reinaugurada pela Fundação Padre Anchieta em 1969. De caráter educativo e cultural, representa uma experiência pioneira em ensino pela TV (telecurso); • TV Excelsior: inaugurada em 1960; adquire modernos equipamentos e constrói estúdio de dramaturgia, possuindo também um programa musical com Bibi Ferreira; • TV Globo: inaugurada em 1965, foi pioneira na implantação da TV em cores e em 1969 iniciou a operação em rede no Brasil, com o Jornal Nacional; • TV Bandeirantes: inaugurada em 1967, a emissora recebeu a concessão do então presidente militar Artur da Costa e Silva; • TV Manchete: teve sua implantação em 1981 e foi ao ar pela primeira vez em 1983; seu primeiro programa exibido foi Mundo Mágico. Atualmente a Rede Globo de Televisão é considerada a maior rede televisiva em operação no Brasil. Segundo o Jornal do Brasil (TOLIPAN, 2012), passou a ser a segunda maior emissora do mundo em renda comercial, superando a americana CBS, agora em terceiro lugar. A primeira colocada é a ABC, dos Estados Unidos. Veja a seguir algumas das primeiras telenovelas da Rede Globo:54 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Figura 43 – Anastácia: a Mulher sem Destino (1969) Figura 44 – A Rosa Rebelde (1969) Figura 45 – Selva de Pedra (1972) 55 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Figura 46 – O Bem‑Amado (1973) Figura 47 – Pecado Capital (1975) Figura 48 – Roque Santeiro (1955) 56 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Figura 49 – Que Rei sou Eu (1989) 5.3 Animação, dando vida às gravuras A palavra animação vem do verbo latino animare, que significa “dar vida a”, e somente no século XX vem a ser utilizada para descrever imagens em movimento. Antes de se tornar sinônimo de ilusão do movimento, os primeiros registros de animação surgem por volta de 2000 a.C., traduzindo uma intenção de código social, no Egito antigo, em pinturas feitas nas paredes. Nas sequências de lutas e cenas de adoração, obviamente, não havia movimento mediante nenhuma sucessão rápida dessas imagens, mas o sentido de movimento é nítido no que diz respeito ao espaço e ao tempo das histórias figuradas. Figura 50 – Exemplo clássico da narrativa egípcia ligada à representação do movimento: a luta wrestling egípcia pintada na parede há 5 mil anos Ao longo da história, podemos observar vários exemplos de imagens estáticas que guardavam, no íntimo de sua técnica, o desejo do movimento. Leonardo Da Vinci, em sua obra O Homem Vitruviano, parece buscar a animação ao representar um homem exibindo o dobro de seus membros. Outro exemplo seria Marcel Duchamp, na obra Nu Descendo uma Escada, cuja personagem de inspiração futurista estampado no quadro, apesar de estática, evoca uma sequência de movimentos. 57 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Figura 51 – O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci Foi no período renascentista, porém, que houve um desenvolvimento científico e técnico da prática da animação; ambiente propício para que os avanços da técnica dessem os primeiros passos para o desenvolvimento da animação tal qual a conhecemos hoje. Por meio da invenção da lanterna mágica, por Athanasius Kircher, em 1645, as primeiras imagens pintadas puderam ser apresentadas como uma história em movimento. Observação Lanterna mágica é uma caixa com uma fonte de luz e um espelho em seu interior, possibilitando a projeção de discos de vidro pintados como se fossem slides. Apesar de até aquele momento a trajetória da animação ser explorada principalmente pelo seu potencial artístico, a maioria das inovações técnicas até então era decorrente de avanços científicos. Experiências com o intuito de estudar o movimento humano e animal por meio da utilização de sequências fotográficas tornaram‑se frequentes nas comunidades científica e artística no final do século XIX. Eadweard Muybridge, como já vimos na Unidade I, foi um desses precursores. O estudo realizado por Muybridge sobre o movimento influenciou o pintor francês Marcel Duchamp em uma de suas maiores obras, Nu Descendo uma Escada, de 1916. Nessa pintura, Duchamp contrapôs às ideias futuristas seu interesse pela análise do movimento, na qual ele decompõe o movimento em instantes sucessivos de imagens fixas. 58 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Figura 52 – Estudo de mulher descendo escada, de Muybridge (1887) – Fotografia Figura 53 – Nu descendo uma escada, de Marcel Duchamp (1916) – Técnicas variadas A vertente da animação, porém, foi atribuída ao francês Émile Cohl, que, em 1908, produziu Fantasmagorie, considerado o primeiro desenho animado. Cohl é visto como um pioneiro em vários aspectos: desenhava no papel a nanquim e fotografava cada desenho, além de gerar imagens que se metamorfoseavam em outras. Também foi o primeiro a animar uma sequência com simulação de zoom. Saiba mais Assista ao primeiro desenho animado da história: FANTASMAGORIE. Direção: Émile Cohl. Produção: Émile Cohl. França: Gaumont, 1908 (2 min). Quem revoluciona, porém, o cinema de animação nesse mesmo período é o americano Winsor McCay, que já desfrutava de fama e reconhecimento como cartunista e ilustrador. Por essa razão, sua obra dispunha de um complexo domínio narrativo, sólida tridimensionalidade do desenho e senso de 59 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo perspectiva. Dentre as criações mais famosas, destaca‑se Gertie the Dinosaur, de 1914, estabelecendo vários princípios da animação. O maior deles foi criar um cenário estático redesenhado mais de cinco mil vezes, entrave tecnológico que foi entregue a um assistente. Figura 54 – Gertie the Dinosaur, de Winsor McCay (1914) Após 1908, os produtores ainda não viam o cinema de animação como produto de consumo de massa, de rápida e constante produção, diferentemente do que ocorria com a produção cinematográfica. O trabalho de produzir milhares de imagens para concluir uma obra de animação de curta duração, muitas vezes, demorava anos, e, para suprir essa carência produtiva e conduzir o processo da animação de forma mais rápida, atendendo a prazos e orçamentos curtos, os animadores começaram a se unir, apoiando‑se em novas técnicas e procedimentos administrativos. Paralelamente a essa fase de desenvolvimento da animação, em 1914, é anunciada uma grande descoberta: o acetato. A partir do impacto dessa simples tecnologia e da necessidade de produção em larga escala, foram criados os grandes estúdios, as séries de personagens e, com o impacto da TV, as séries televisivas. Walt Disney, fundador dos Estúdios Disney, foi o ícone da ruptura na história da animação entre os anos de 1920 e 1940. Responsável pelos conceitos fundamentais da arte de animação, percebia o potencial e o sentido de uma mídia, estabelecendo paradigmas no mundo do cinema. Criou novas categorias profissionais, contribuiu no avanço da técnica da animação e foi pioneiro na introdução do som no cinema de animação, com o filme Steamboat Willie, que estreou a personagem Mickey Mouse, em 1928. Ganhador de muitos prêmios, Disney perde a liderança estética após 1970 e só volta na década de 1980. Ninguém chegou nem perto da inovação técnica, dos conceitos artísticos e da estratégia de suas produções em tão pouco tempo, nem mesmo após o surgimento da animação digital. 60 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Observação Em 2006, os Estúdios Disney compraram a Pixar, especialista em desenho digital e parceira nos maiores sucessos de bilheteria da Disney, pelo valor de US$ 7,4 bilhões. A Disney vivia um momento de crise criativa, comprometendo o futuro do estúdio. O negócio milionário tornou Steve Jobs o maior acionista individual da Disney, dono de 7% do seu capital. Com o impacto da TV entre as décadas de 1940 e 1950, surgem novas técnicas, tendências estéticas e uma vida além dos princípios formulados por Disney. Popeye, Betty Boop e o Gato Félix são alguns dos exemplos criados por outros estúdios que tentavam desbancar a hegemonia de Disney. Um grupo de animadores, porém, que partia dos princípios de Disney, mas explorando‑os em direções diferentes, começou a se destacar em grandes estúdios dos Estados Unidos. A Warner Brothers e a MGM foram responsáveis pelos desenhos animados maisaloprados e por personagens que marcaram a história da televisão: Pernalonga, Patolino, Frajola, Piu‑Piu, Papa‑Léguas, Coiote, Pepe Legal, entre outros. A televisão, porém, afetou profundamente a trajetória da animação, criando a ideia de animação como produto de consumo infantil. Sob pena de estagnar‑se como arte, o futuro da animação sempre esteve atrelado à liberação do artista da tarefa mecânica de execução de milhares de desenhos. As técnicas da animação continuaram se desenvolvendo e direcionando as pesquisas básicas a conceitos científicos, impulsionando o desenvolvimento da animação computadorizada. Por esse motivo, pela busca do domínio da técnica e pela necessidade de conhecimentos especializados, as pesquisas básicas sobre a automatização da animação foram sendo assumidas por profissionais da ciência da computação. 5.3.1 Animação digital e cinema Paralelamente ao processo de desenvolvimento da computação gráfica, como vimos no tópico anterior, muitas tentativas de automatização da animação ocorreram fora do âmbito computacional, servindo para expandir conceitos de percepção e lógica. Soluções automatizadas não visavam, necessariamente, a conceitos computacionais, mas ao método de gerar a animação “a partir de informações ou procedimentos‑chave introduzidos pelo artista para possibilitar a execução das imagens por processo mecânico, óptico ou eletrônico – analógico ou digital” (LUCENA JÚNIOR, 2002, p. 317). A computação gráfica aplicada à animação enfrentou uma série de empecilhos que implicavam a demora de resultados que comprovassem o processo como suporte promissor ao desenvolvimento da animação digital, vindo a mostrar o que poderia proporcionar nessa área apenas nos anos 1970. Atualmente, o processo digital substituiu quase por completo o analógico, viabilizando tecnologicamente a animação, sem alterar seus fundamentos artísticos. A animação digital se divide em animação 2D e animação 3D, e são vários os aplicativos e as técnicas usados no desenvolvimento dos processos. 61 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo A animação gráfica, ou animação digital, é aplicada em diversas áreas de mercado, incluindo o cinema, auxiliando na produção de efeitos especiais que prendem o espectador à tela, levando‑o a uma nova realidade cheia de ilusões e fantasias, antes existente apenas na imaginação do ser humano. A computação gráfica propicia retoques nas imagens de filmes convencionais e filmes de animação, causando efeitos antes impossíveis de alcançar. Em 2004, o lançamento da animação Os Incríveis, produzida pelos Estúdios Pixar, segundo Marques (2004), “vem para consagrar 2004 como o ano em que as animações praticamente dominaram o cenário do cinema mundial”. Em apenas quatro semanas, a animação alcançou uma das maiores marcas em vendas de bilheteria norte‑americana, acompanhada pela animação Shrek 2, desenvolvida pela Dreamworks, que no mesmo ano tornou‑se o desenho animado por computador mais visto em toda a história do cinema. Figura 55 – Filme Up, da Pixar (2009) Apesar do auge em que se encontra a animação no cinema nesse período, com as animações Os Incríveis e Shrek 2, em que se está alcançando uma superioridade técnica e artística, não se pode considerar a explosão da animação cinematográfica como recente. Em meio à crise de faturamento que o mercado de Hollywood enfrenta com os games nesse período, as animações passam por um excelente momento. O interesse popular pelos desenhos tende a crescer ainda mais, visto que a distribuição dos filmes da Pixar gera disputa acirrada entre os grandes estúdios. Nesse momento, percebeu‑se que uma grande parte do mercado voltou‑se para a animação buscando a resolução de problemas de publicidade e animação artística, bem como o número de escolas de animação começou a crescer. Diante de tais acontecimentos, é nítida a crescente evolução da animação digital no meio cinematográfico. Vários podem ser os fatores, mas certamente a animação por computador, propiciando meios de transcrever o irreal para o real, foi um dos pontos fortes para o despertar do interesse da população. 62 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II O nível de realismo encontrado nos filmes desenvolvidos com o auxílio da animação gráfica é impressionante, como visto no filme O Expresso Polar (2004), da Warner, permitindo ao ator Tom Hanks desempenhar o papel de cinco personagens ao mesmo tempo ‑ o garoto protagonista, o pai do menino, o condutor do trem, o Papai Noel e um andarilho. Figura 56 – Imagem do filme O Expresso Polar, Warner (2004) 5.3.2 A revolucionária Pixar A Pixar Animation Studios, criada em 1984, foi uma das responsáveis por uma boa parte da revolução e da virada na animação digital. Em 1995, dirigida por Steve Jobs, desenvolveu o primeiro longa‑metragem 100% em computador, o sucesso de bilheteria Toy Story. O longa conquistou o Oscar de realização especial, e, a partir daí, o crescimento e o sucesso da empresa foram constantes. Conquistou também o Oscar de animação para o filme Procurando Nemo, que, em 2003, foi o terceiro filme mais visto no Brasil. 6 FUNDAMENTOS SONOROS 6.1 A percepção subliminar do som O papel do som no audiovisual assume diversas facetas, causando variadas sensações no receptor. Vimos na Unidade I que o receptor é o próprio sistema auditivo, que intercepta e decodifica o estímulo adquirido pela onda sonora. No contexto audiovisual, vamos chamá‑lo de espectador. O espectador é apto a distinguir os vários elementos visíveis numa cena; porém, com o som, não consegue ser tão analítico, pois trata‑se de uma percepção subliminar, capacidade do homem de capturar mensagens inconscientemente, sem, no entanto, provocar uma resposta consciente. Há diferenças entre percepção subliminar e a persuasão subliminar. A persuasão subliminar é a manipulação de uma mensagem para influenciar o receptor inconscientemente. Ao contrário da percepção, a persuasão subliminar nunca foi comprovada cientificamente. Um exemplo são as gravações de áudio com mensagens subliminares de autoajuda. A mensagem sonora, portanto, sob o ponto de vista da percepção subliminar, quando manipulada corretamente, leva o espectador a sensações emocionais. O som de gaivotas sobrevoando o mar e de ondas batendo na costa reveste‑se de um significado envolvente de paz. 63 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo A estrutura do som tem, ainda, a capacidade de induzir o espectador, mentalmente, a fundir aquilo que ouve com aquilo que está realmente vendo. Também cria a sensação de interligar elementos diferentes em uma produção visual, isto é, se um áudio permanecer constante na edição de um filme, mesmo que as cenas se modifiquem, a sensação será a de que houve uma mudança no ponto de vista. É o significado do interlúdio. As aparências iludem, e o som tira proveito dessa percepção. Um objeto plástico poderá ter o som metalizado se a edição for bem‑empregada. Os registros disponíveis em bibliotecas de sons permitem “mascarar” as cenas e, por esse motivo, são classificados de acordo com as sensações do ser humano. 6.2 O som no contexto audiovisual: a banda sonora A razão que permite a interação de som e imagem é a confluência de sentidos a que a arte é capaz de nos transportar. As obras audiovisuais são idealizadas no intuito de transmitir as mais diferentes sensações, em uma união simbiótica da imagem e do áudio. Porém, curiosamente, é o áudio que tem maior relevância em um produto audiovisual. Ouvir um filme sem a imagem tem mais significados quever um filme sem som. Em contrapartida, criar uma narrativa forte apenas com imagens é muito mais complexo e difícil. A banda sonora é conhecida em inglês como soundtrack, que, no contexto audiovisual, significa o conjunto técnico sonoro de uma produção, aquilo que confere o norte, por meio das seguintes categorias mais comuns: os efeitos sonoros, a voz (narração e diálogo), a música e o silêncio. O soundtrack representa uma tentativa de tramar o som no design e na comunicação, sempre no intuito de fortalecer a mensagem ou a marca. A escolha das categorias pelo designer do som, profissional da área responsável pela banda sonora, depende do resultado ao qual se pretende chegar, e para executar um trabalho fílmico ou publicitário de qualidade é preciso passar ao espectador (ou simplesmente ouvinte, no caso de uma mensagem radiofônica) uma mensagem clara e intensa. 6.2.1 Efeitos sonoros O papel dos efeitos sonoros é pontuar o aspecto visual, tendo como objetivos principais dissimular a realidade, designar a ilusão e situar o ambiente. Baseia‑se na premissa de que uma imagem estará sempre à espera de um som para completar a imersão na sensação do que se propõe o roteiro. Os efeitos sonoros podem ser realistas, como um cão latindo do lado de dentro de uma fábrica, ou produzidos para criar uma experiência, como os passos de alguém invisível perseguindo uma personagem. 6.2.2 A voz, ou a palavra falada A voz é o conteúdo falado de uma obra audiovisual e um dos elementos mais importantes de sua narrativa. Enquanto os efeitos sonoros pontuam a ação, a voz transmite história na ação. O dom da palavra falada não se restringe às qualidades sonoras da voz, mas abrange também as técnicas de voz e o conhecimento do conteúdo, envolvendo coerência, simetria e ordenamento. 64 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II O elemento voz pode ser empregado de duas formas diferentes: pela narração ou pelo diálogo. 6.2.3 A música No contexto audiovisual, o diálogo provê o conteúdo, assim como os efeitos sonoros conferem realismo à cena. Qual é, então, o papel da música? A música combina harmoniosamente os sons, criando um ambiente que complementa as imagens, por exemplo, uma trilha sonora que eleve o receptor a uma jornada através do tempo e do espaço. Além de ambientar e harmonizar o conteúdo, a força emocional da música cria atmosferas eficazes no contexto que se deseja alcançar. Como visto na Unidade I, a música era utilizada nos filmes mudos com esse propósito. 6.2.4 O silêncio O silêncio, desconsiderando sua definição técnica, confere expressividade a uma produção audiovisual arquitetada previamente. Sugere emoções e estimula os sentidos, pois “fala” quando expressa sentimentos, dúvidas e reflexões. O silêncio também ressalva e valoriza a expressão da linguagem, além de ser utilizado para diminuir o ritmo e a velocidade de uma cena ou entre as cenas. No cinema, o maior exemplo da expressividade do silêncio está nos filmes de Charles Chaplin, que, apesar de não pronunciar nenhum diálogo, conseguiu traduzir as mais diversas emoções humanas. Saiba mais Nos primeiros 30 minutos do filme de animação Wall‑E (2008), produzido pela Pixar, não existe sequer uma linha de diálogo. Nessa parte do filme, em que a história é narrada com imagem, música e ruído, o diretor Andrew Stanton conseguiu transmitir com maestria uma infinidade de sensações ao espectador, simplesmente, por meio do silêncio. O filme foi vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação e aparece na lista da revista Time dos 100 Melhores Filmes da Década. Assista! 7 RELATO HISTÓRICO DOS FORMATOS DE REPRODUÇÃO E GRAVAÇÃO DE ÁUDIO 7.1 O cilindro Thomas Alva Edison desenvolveu o primeiro aparelho de gravação sonora da história, em 1877, batizando‑o de tin‑foil. O som era registrado pela ranhura de uma agulha em um cilindro de estanho, 65 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo que, quando percorrido novamente, reproduzia o som registrado, por meio de uma corneta. O tin‑foil ficou conhecido como fonógrafo, que era, na verdade, qualquer dispositivo manual que utilizasse um cilindro inventado anos antes pelo francês Charles Cross. Figura 57 – Protótipo do tin‑foil, construído por Thomas Edison Figura 58 – Fonógrafo de Edison, em cartaz de 1877 Até 2008, a mais antiga gravação de som era atribuída a Thomas Edison (1877), quando um grupo de historiadores de áudio norte‑americanos descobriu, em um arquivo em Paris, uma gravação de 10 segundos feita por Edouard‑Leon Scott de Martinville, em 1860, no aparelho, criado por ele, chamado fonoautógrafo, ou fonoautograma. O registro de uma canção rabiscada em uma folha de papel foi traduzido por cientistas do laboratório Nacional Lawrence Berkeley, em Berkeley, na Califórnia. Para Scott, um impressor e mecânico amador, o intuito era criar um registro da voz humana em papel, significado de fonógrafo, isto é, “escrever a fala”. Não se sabe se ele almejava ou não decifrá‑la um dia. 66 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Thomas Edison, apesar disso, continua a ser considerado o maior contribuinte na evolução fonográfica, tendo em vista os vários aperfeiçoamentos que realizou no fonógrafo. O maior ponto fraco dos cilindros fonográficos era a sua durabilidade, pois eram descartáveis, sendo possível a reprodução por apenas três ou quatro vezes. Apesar disso, o fonógrafo abriu perspectivas para novos horizontes da indústria do som. Graham Bell aperfeiçoou o fonógrafo e patenteou, em 1886, o graphophone, introduzindo um cilindro removível de papelão revestido de cera. Edison o seguiu, fabricando um cilindro maciço de cera de carnaúba, inovando também ao introduzir o conceito de agulha flutuante. Edison ainda desenvolveu cilindros já gravados em 1902, utilizando novos materiais e formatos, atingindo maior durabilidade do cilindro e maior duração de gravação. Nessa fase histórica, eram produzidos cilindros com 4 a 6 minutos de duração, trazendo registros em que predominavam gravações de fala. 7.2 O gramofone Em 1887, Emile Berliner, alemão radicado nos Estados Unidos, construiu o gramophone e o disco plano, patenteando seu invento em 1888. O sucessor do fonógrafo era acionado, inicialmente, por uma manivela, e sua patente foi vendida para uma empresa alemã de brinquedos, para fabricar discos de bonecas falantes. Em 1894, sob a carteira de patentes de Berliner, o disco é lançado no mercado, pela empresa United States Gramophone Company. Inicialmente fabricado em vulcanite, o disco tinha maior resistência e uma capacidade maior de duração de registro, sendo rapidamente adotado por empresas interessadas em reproduzir músicas, as gravadoras. Berliner cofunda, em 1901, a empresa Victor Talking Machine e lança a “victrola”, uma espécie de gramofone, porém com uma corneta, em vez de um cone, melhorando significativamente o prolongamento da sensação auditiva. Mais tarde, a Victor se tornaria a RCA Victor, potência na fabricação de válvulas, microfones, rádios, televisões e, ainda hoje, gravadora e um dos selos fonográficos de maior prestígio mundial. Figura 59 – “Victrola” modelo nº 80, primeiro equipamento comercializado pela Victor, em 1924 67 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Sinônimo popular de toca‑discos, a palavra vitrola – que a onda digital vem tentando transformar em arcaísmo, mas por enquanto não conseguiu – tem uma história curiosa. E fértil. Quando surgiuem inglês em 1905, Victrola era a marca registrada do gramofone da Victor Talking Machine Co. Segundo declarado na época pelo fabricante, o nome “tinha um som sugestivo de música”. Mais tarde, no Brasil, a palavra passou a ser empregada como sinônimo tanto de eletrola (palavra que inspirou), aparelho que incorporava toca‑discos, amplificador e alto‑falante, quanto simplesmente de toca‑discos (DA VITROLA..., 2013). No que concerne à revolução tecnológica da indústria fonográfica, a invenção mais significativa foi a do sistema elétrico de gravação, desenvolvido pela Columbia Records, em 1925, com o lançamento do disco do pianista americano Art Gillham. Com o processo elétrico, o sistema de gravação muda completamente, não apenas do ponto de vista industrial: com a transformação do som em ondas eletromagnéticas, são criados os equipamentos de amplificação, mudando radicalmente a cultura do mercado fonográfico. 7.3 O disco de vinil O Long‑Play, ou simplesmente LP, criado em 1948, foi uma das maiores revoluções da indústria fonográfica. Até então, os discos estavam sendo produzidos em goma‑laca; eram muito mais pesados, mais frágeis, de menor flexibilidade e gravados em 78 rotações por minuto. O LP, fabricando com um material de PVC vinílico, além de ter melhorado significativamente tais falhas, era gravado em 33 rotações, aumentando o número de músicas e melhorando infinitamente a qualidade sonora. O LP também trouxe um atrativo de arte de capa nunca visto antes no mercado fonográfico. Produzido por um complexo processo mecânico, o LP não levava mais que meia hora para ser produzido, o que diminuiu os custos de fabricação e o acesso à cultura de massa da música. A mídia possuía ranhuras espiraladas capazes de conduzir a agulha do equipamento de toca‑discos; por meio das vibrações, essas ranhuras são transformadas em sinais elétricos, que, amplificados, originam os sons audíveis. Apesar de o LP ser considerado uma mídia frágil demais às intempéries, comprometendo a qualidade sonora, audiófilos garantem que o processo de armazenamento do vinil é muito mais fiel que o som digital, pois o grande problema do vinil, o ruído, é na verdade sua maior qualidade. No processo digital, com o objetivo de diminuir ruídos, cortam‑se as frequências sonoras mais altas e as mais baixas, eliminando a naturalidade e a espacialidade do som analógico. O LP resiste até hoje! 68 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II 7.4 O cartucho 8‑track Formato pouco popular no Brasil, essa mídia foi criada em 1958 por um consórcio de empresas que incluía a Ford Motor Company, a General Motors, a Motorola e a RCA Victor Records, e foi a precursora no desenvolvimento de equipamentos sonoros portáteis. Os cartuchos 8‑track possuíam uma fita magnética enrolada de forma contínua em uma única bobina. Muito pesados, encontraram nas emissoras de rádio sua maior utilidade prática, pois eram gravados na quantidade exata de fita para uma música ou um jingle, sem necessidade de serem rebobinados. Figura 60 – Equipamento da Muntz Stereo Pak, de 1692, o primeiro toca‑fitas automotivo O cartucho 8‑track logo caiu em desuso, pois o aparelho que o tocava era caro e difícil de ser transportado, vindo a ser substituído pela fita cassete. 7.5 A fita cassete Apesar da menor qualidade com relação ao cartucho 8‑track, a fita cassete, ou K7, acabou se tornando uma mídia de fita magnética de gravação de áudio mais prática e confiável. Nas primeiras versões da mídia, em razão de falhas mecânicas, esta era utilizada somente para gravação de entrevistas e palestras. Lançada oficialmente em 1963, pela empresa holandesa Philips, a fita cassete era constituída por dois carretéis alojados em uma caixa plástica de 10 cm x 7 cm, por onde circulava a fita pelo cabeçote magnético. A Philips também foi responsável pelos primeiros gravadores portáteis de K7, mas foi com a invenção do walkman, pela japonesa Sony, no final dos anos 1970, que o cassete se popularizou. O aparelho compacto de bolso com fones de ouvido gerou uma explosão de portabilidade jamais vista. 69 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Até meados da década de 1990, o cassete era, com o disco de vinil, uma das duas mídias mais comuns, popularizadas principalmente pela venda de conjuntos integrados de som. Deixou de ser fabricada no final da década de 2000, após ter sido desbancada pelas mídias digitais. 7.6 O Compact Disc Com a invenção do Compact Disc, o CD, o registro sonoro finalmente entrou na era digital. Tecnologia criada em 1979, essa mídia de armazenamento e reprodução de arquivos de áudio foi desenvolvida em um trabalho conjunto, entre a Philips e a Sony, de tecnologia laser e discos ópticos digitais, lançando sua comercialização em 1982. Os CDs possibilitaram à reprodução sonora maior capacidade, durabilidade e clareza, e dominaram o mercado até o início dos anos 2000, inspirando o desenvolvimento de formatos de armazenamento e reprodução de vídeo, como o DVD e o Blu‑Ray. No início dos anos 2000, com o baixo custo dos equipamentos de gravação de CD e a popularização da internet, vieram a pirataria e a crise da indústria fonográfica, quando gravadoras fecharam as portas ou reduziram custos. Selos pequenos e independentes entraram em cena, mais ágeis e com conhecimento de uma nova realidade. Desde então, a indústria vem tentando se adaptar às novidades do mercado, assim como as bandas, os produtores e outros profissionais da área. Figura 61 – Formato laser de leitura óptica – o CD (1983) Algumas vertentes de miniaturização do CD foram criadas, como o MiniCD, em 1990. Essa mídia foi um fracasso para ser usada na reprodução de músicas e hoje é fabricada em baixa escala, para fornecer informações ou conteúdos de suporte para equipamentos eletrônicos. Outra vertente miniaturizada, surgida em 1992, foi o MiniDisc (MD). Criada pela Sony com a capacidade de regravação de até 1 milhão de vezes, a tecnologia teve grande sucesso somente em seu país de origem. 70 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II 7.7 O MP3 player Como vimos na Unidade I, em 1987, iniciaram‑se os primeiros estudos de compressão de áudio, baseados nos conhecimentos existentes da psicoacústica desenvolvidos pelo cientista Georg Ohm. Desse estudo se originou o formato MP3, cuja sigla significa MPEG Audio Layer‑3, padrão de arquivos digitais de áudio estabelecido pelo Moving Picture Experts Group (MPEG), popularizando‑se em razão da perda quase imperceptível ao ouvido humano quando comprimido, revolucionando a tecnologia de armazenamento de áudio e de vídeo. O primeiro aparelho compacto de reprodução de MP3 foi desenvolvido pela empresa sul‑coreana Saehan, em 1998, e se chamava MPMan 10, mas foi a americana Apple que popularizou a categoria em 2001, com a invenção do iPod, que carregava 15 músicas em dez segundos, enquanto o aparelho da concorrência levava cinco minutos. O iPod ditou o design de todos os players de MP3 e dos demais produtos da empresa. A decadência do iPod veio a partir do lançamento de outro aparelho da própria Apple, o iPhone, e de todos os aparelhos celulares que reproduziam o formato MP3. Diante da portabilidade e da qualidade sonora, o leitor de MP3 liquidou com todas as tecnologias antecessoras de reprodução de áudio. 7.8 A memória flash A memória flash é a tecnologia utilizada no pen drive, dispositivo plástico que dispõe de um cartão de memória interno ou externo que permite conexão em uma porta USB (Universal Serial Bus), sem necessitar de configuração prévia de reconhecimentoe compatível com a maioria dos sistemas operacionais. Por esse motivo, não foi criado, primeiramente, com o intuito de ser um reprodutor de áudio, mas de ser um substituto aos dispositivos de armazenamento, principalmente, dos disquetes e dos CDs. A memória flash trouxe portabilidade, segurança, rapidez, resistência e capacidade de armazenamento de dados na área da informática. O pen drive começou a ser comercializado pela IBM em 2000, com o nome de DiskOnKey, com uma capacidade de 8 MB (espaço correspondente a cinco vezes o do disquete de 1,44 MB) e, com a popularização de eletrônicos com portas USB, o dispositivo se alastrou além dos computadores e laptops, sendo utilizado em TVs, aparelhos de som, incluindo os automotivos, home theaters, e atingiu, finalmente, sua maior utilidade: ser um dispositivo para armazenamento e reprodução de áudio. O iPod foi o primeiro leitor de MP3 a utilizar a memória flash. Atualmente, a tecnologia da memória flash se encontra na terceira geração, versão chamada 3.0, com tecnologia de conexão sem fio (wireless), alguns dispositivos com capacidade de até 1 TB (terabyte) de memória RAM, o que equivale a 728 disquetes de 3,5 polegadas, podendo armazenar uma média de 180 mil músicas. 71 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Figura 62 – Disquete de 3,5 polegadas Figura 63 – Modelos de pen drive 8 A REVOLUÇÃO DOS MEIOS 8.1 A aldeia global Na tradição imagética, o computador apresenta‑se como realidade virtual, como motor gráfico e como manipulador perceptivo, que integra e expande a tradição da fotografia, do cinema, da televisão e mesmo da pintura de representação, potencializando assim todas as práticas que constituíram a tradição cultural da modernidade: a da utilização das imagens. A Internet foi o motor propulsor dessa revolução. Relacionada originalmente a uma possível guerra nuclear, a Internet nasceu no início da década de 1970, denominada Arpanet, como estratégia de descentralização das conexões de comunicação, ou seja, uma rede sem centro que pudesse continuar em operação mesmo se uma bomba atômica destruísse parte dos Estados Unidos. Em 1983, o governo norte‑americano cria uma rede militar, a Milnet, e abandona a Arpanet, que passa a se chamar Internet. 72 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Observação Arpa é a sigla de Advanced Research Projects Agency, e net, de rede, entidade financiadora da pesquisa (BAIRON, 1995). No mesmo período em que a Arpanet começava a se subverter como propagadora de informações não militares, outro fragmento não linear desses acontecimentos revolucionários acontecia paralelamente em uma pequena cidade californiana chamada Vale do Silício. A complexidade de elementos propícios nesse cenário envolvia não só abundância e variedade de componentes eletrônicos, artefatos e refugos informáticos aos milhares, mas também estudantes e pesquisadores das universidades de Stanford e de Berkeley, além de empresas como Nasa, Hewlett‑Packard, Atari e Intel. Do Vale do Silício emergiu um dos momentos mais criativos no âmbito tecnológico‑acadêmico até então, criando as bases de um novo mundo. Silicon Valley [Vale do Silício], mais do que um cenário, era um verdadeiro meio ativo, um caldo primitivo onde instituições científicas e universitárias, indústrias eletrônicas, todos os tipos de movimentos hippies e de contestação faziam confluir ideias, paixões e objetos que iriam fazer com que o conjunto entrasse em ebulição e reagisse (LÉVY, 1993, p. 43). O que se evidenciou aqui foi a formação de uma ecologia cognitiva, ambiente propício a desvendar conexões, associações e relações que desenvolvem não uma inovação técnica, mas o que traz junto de si: um conjunto de significações culturais, políticas e sociais. Esse quadro propulsor de uma nova sociedade não estaria completo, porém, se não abordássemos outra variante de significação tecnológica e cognitiva desse todo: o hipertexto. Observação Ecologia cognitiva é o estudo das dimensões técnicas e coletivas da cognição, e esta deve ser compreendida como uma frequente autorreorganização (BAIRON, 1995). Tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertextos. Os itens de informação não são ligados linearmente, como em uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de modo reticular (LÉVY, 1993, p. 33). Junto do surgimento do computador pessoal e da linguagem hipertextual, outra linguagem foi determinante na formação dessa nova sociedade: a linguagem binária, responsável pela digitalização de 73 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo todas as fontes de informação. A estocagem e o tratamento de todo o contexto multimídia, bem como os altos níveis de compressão e codificação, alcançaram uma evolução muito mais rápida do que previa a maior parte das pessoas. Com a digitalização, os suportes tornaram‑se compatíveis, e a transmissão se tornou mais rápida; hoje, o meio de comunicação mais utilizado é a Internet. A qualidade perfeita e a estocagem menos onerosa tornaram rápido o desenvolvimento da multimídia, na convergência de vários campos tradicionais, das quatro formas principais da comunicação humana: • o documento escrito: imprensa, revista, livro; • o audiovisual: televisão, vídeo, cinema; • as telecomunicações: telefone, satélites, cabos; • a informática: computadores e softwares. A fusão digital dos meios, permitindo maior rapidez na distribuição da informação, junto do hipertexto, talvez tenha sido a maior responsável pela explosão da Internet e pelo surgimento do que previu o teórico da comunicação Marshall McLuhan (1911‑80), ao popularizar a expressão aldeia global, no livro A Galáxia de Gutenberg, lançado em 1962. Para McLuhan (1977), essa nova sociedade se libertaria das amarras oriundas da cultura impressa e criaria, por meio das mídias eletrônicas, uma retribalização das formas de se comunicar, alterando os processos cognitivos para uma forma não linear. Essa visão só encontrou sua concepção no labirinto de possibilidades encontrado na linguagem hipertextual. 8.2 O futuro dos suportes visuais e sonoros A internet radicalizou todo o processo de conhecimento da Era Moderna, e não foi diferente sob o aspecto da reprodução dos meios visuais e sonoros. Veremos duas vertentes tecnológicas dessa nova fronteira da Era Digital, imprescindíveis para entender como acessamos os registros audiovisuais e vislumbrar, mesmo timidamente, o futuro desses registros: o streaming e o cloud computing. 8.2.1 O streaming A tecnologia streaming consiste em uma forma de distribuir e transmitir informações de vídeo e áudio pela Internet. Trata‑se de um serviço utilizado por meio de aplicativos e servidores capaz de ser executado quando o arquivo ainda está sendo baixado na rede. A rapidez dessa tecnologia é possível porque a música ou o vídeo não é arquivado no dispositivo do usuário (a não ser o tipo de arquivo temporário cache comum em todo download de arquivo). Se o acesso à Internet tiver uma boa velocidade, a sensação de reprodução será em tempo real. Outra vantagem da transmissão streaming é que, por não haver download do conteúdo, sites que transmitem conteúdo multimídia ficam protegidos de violação de direitos autorais, tornando‑se semelhantes ao rádio ou à televisão aberta. O maior exemplo desses sites é o Youtube, criado em 2005,o qual permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital. 74 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II A tecnologia streaming também é utilizada por sites de jogos on‑line, de armazenamento de arquivos e outros que necessitam de velocidade no carregamento, como os de emissoras de televisão e rádio on‑line. O aplicativo de streaming é, ainda, oferecido pelas empresas de cloud computing (assunto do próximo tópico), aumentando ainda mais a velocidade de transmissão. Empresas de compartilhamento de arquivos, como a Spotify, oferecem serviço de transmissão streaming, condicionando sua versão gratuita ao limite de 10 horas de música por mês. Dos 24 milhões de usuários, 6 milhões optam pelo serviço pago. No campo radiofônico, várias emissoras já dispõem de suas versões on‑line de transmissão streaming, por meio de podcasts e playlists. Duas empresas americanas brigam pelo crédito do direito e pelo reconhecimento histórico no pioneirismo de transmitir suas programações via Internet: a AudioNet, transmitindo a rádio KLIF, em setembro de 1995, e a Broadcast.com, na transmissão on‑line de várias emissoras, também em setembro de 1995. A primeira rádio on‑line brasileira foi a Rádio UFPR, criada em 2003, emissora educativa mantida pela Universidade Federal do Paraná. Porém, a primeira rádio concebida para operar exclusivamente via Internet no Brasil e na América Latina foi a Manguetronic, em 1996, criada por dois integrantes do movimento pernambucano denominado Mangue Beat, utilizando o aplicativo de compressão de áudio RealPlayer, pioneiro na utilização de dados via streaming, desenvolvido em 1995. 8.2.2 O cloud computing Vimos que, ao longo dos anos, toda forma de acesso e reprodução de filmes e músicas necessitou de dispositivos mecânicos e digitais, evoluindo em qualidade, capacidade e durabilidade. Ainda estamos evoluindo. Ironicamente, já não precisamos de dispositivos visíveis de armazenamento para acessar música e filmes. Aplicativos em celulares, tablets e aparelhos automotivos, conectados à internet, são as grandes invenções do século XXI. O cloud computing, ou computação na nuvem, é o armazenamento dos dados em um conjunto de servidores na web, com alto poder de processamento e capacidade, que proveem serviços às empresas e aos usuários domésticos. Daí a alusão à metáfora nuvem; o receptor, agora, é um viajante em uma nuvem de informação, que não tocamos, mas acessamos, vemos, escutamos, compartilhamos. O acesso ao armazenamento de dados da nuvem independe do lugar de acesso, do sistema operacional ou da instalação de programas: basta a conexão banda larga da Internet. O surgimento do cloud computing não foi uma invenção, mas uma disseminação do serviço aos usuários domésticos que já era utilizado por grandes empresas e laboratórios, bem como nos ambientes acadêmicos, conforme a Internet foi se tornando acessível. Amazon, Google, IBM e Microsoft foram as primeiras empresas a oferecer o serviço Cloud, mas o sistema utilizado para oferecer o serviço foi criado pelo estudante sueco Fredrik Malmer, que vendeu seus direitos em 1999 para a empresa americana WebOS Inc., que licenciou uma série de tecnologias desenvolvidas por universidades americanas. Por isso, a computação na nuvem não é considerada uma revolução tecnológica, mas um conjunto de tecnologias que se fundiram conforme a tendência natural da evolução, exigência da humanidade e do mercado, que são o acesso e a rapidez da informação. 75 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo Do acesso aos dados, o cloud computing viu no usuário doméstico não só a necessidade de compartilhamento de arquivos, mas do oferecimento de aplicativos de jogos, vídeos e música. Hoje, empresas oferecem serviços de assinatura de filmes, como o NetFlix, de compartilhamento de arquivos, como o Dropbox, de anotações, como o Evernote, de compras coletivas, como o Peixe Urbano, e de redes sociais, como o Facebook. Na área audiovisual, a empresa Animoto, por exemplo, disponibiliza upload de vídeos, áudio em MP3 e fotos, além de ferramenta de edição, e o usuário só paga pelo que usa. Já a empresa Aha implantou, em parceria com as indústrias automobilísticas japonesas Honda e Subaru, aplicativos de áudio e informações que poderão ser acessados em nuvem pelo usuário, por meio da Internet. Resumo Vimos nesta Unidade a massificação dos registros sonoros e visuais por meio do cinema, do rádio e da televisão, tema desenvolvido no Tópico 5. Na história da televisão, vimos a preocupação de grandes matemáticos e físicos com a transmissão de imagens a distância e aprendemos que os aparelhos foram uma consequência da invenção, sendo o primeiro deles fabricado pela General Electric em 1928. No Brasil, abordamos o pioneirismo da TV Tupi e do jornalista visionário Assis Chateaubriand. Vimos ainda que o aparelho nacional, então importado dos Estados Unidos, era tecnologicamente inferior, para que o consumidor brasileiro tivesse acesso. Podemos, ironicamente, lembrar que esse detalhe ainda ocorre na economia nacional. Abordamos também a invenção da fotografia. Quanto ao cinema de animação, observamos como foi direcionado cada vez mais para a digitalização, sob pena de estagnação da animação como arte, pois o futuro do artista estava atrelado à liberação da tarefa mecânica. Por fim, a animação foi engolida pela automação, sendo assumida por profissionais da ciência da computação, mas, nos bastidores, foram criados gênios no desenvolvimento de roteiros. Não descartamos a importância do rádio, que foi inventado num período marcado por mudanças drásticas e grandes invenções, por isso a difícil tarefa de encontrar apenas um inventor do rádio. Esse invento também encontrou no espírito da modernidade o impulso decisivo para fazer a sua aparição pública. Nosso relato deu destaque ao brasileiro Landell, pela genialidade demonstrada num país agrário como o Brasil da época, pois, antes da virada do século XIX, Landell já havia demonstrado em público o funcionamento de diversos aparelhos de telefonia, estabelecido princípios básicos fundamentais para a evolução das comunicações e firmado teses que previam a telegrafia sem fio, a radiodifusão, a radiotelefonia, os satélites de comunicação e os raios laser. 76 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Outro fato de grande significado descrito nesta Unidade foi a invenção do transistor, que permitiu a evolução eletrônica da Era Moderna, tornando possível, no futuro, a revolução dos computadores e de equipamentos eletrônicos. O transistor permitiu não somente a portabilidade, mas também a possibilidade de transformar a mídia radiofônica em um sistema de comunicação em massa. Nessa evolução do rádio, vimos como ele continuou se desenvolvendo até se tornar o meio de comunicação mais importante do mundo, ultrapassando os jornais impressos e vindo a ser o aparelho preferido nas cinco primeiras décadas do século XX, até o surgimento e a popularização da televisão, nos anos 1950. O áudio e sua estrutura foram o tema do Tópico 6, em que vimos o papel do som no audiovisual assumindo suas facetas, causando variadas sensações ao receptor e induzindo‑o mentalmente a fundir aquilo que ouve com aquilo que realmente vê. Entendemos que o som cria a sensação de interligar elementos diferentes em uma produção visual. Adentramos os elementos que configuram a banda sonora, ou o soundtrack, que, no contexto audiovisual, significa o conjunto técnico sonoro de uma produção. Dentre os elementos que configuram o soundtrack,vimos que o silêncio é tão importante quanto os efeitos sonoros, a voz falada e a música, pois, antes de tudo, confere expressividade a uma produção audiovisual arquitetada previamente. Por fim, descobrimos quem é o responsável técnico pelo soundtrack: o designer do som, o conhecedor de todo o processo arquitetônico da banda sonora. No Tópico 7 adentramos novamente o universo histórico, desta vez dos formatos de reprodução e gravação de áudio, e pudemos entender cronologicamente todo o processo de como ouvimos música ao longo da história. Desde os primeiros inventos de Thomas Edison e Edouard‑Leon Scott de Martinville, na invenção de máquinas cilíndricas reprodutoras de áudio, até a construção do gramofone Berliner, observamos que nem todos os inventos acabaram por ter como finalidade aquilo para o qual foram concebidos, mas sua evolução material e comercial foi se desenvolvendo naturalmente no decorrer da história. Passamos pelos gravadores de fita magnética e pelo famoso disco de vinil, até adentrarmos o mundo digital, em 1979, com o CD, desenvolvido não por um cientista isolado, mas em um trabalho conjunto entre a Philips e Sony, tendência que começamos a observar a partir de então. Também observamos tal tendência colaborativa na fusão tecnológica testemunhada no Vale do Silício, onde evidenciamos a formação de uma ecologia cognitiva propulsora da nova sociedade que se formava, assunto abordado no Tópico 8. Além do hipertexto, da Internet e dos computadores pessoais, vimos que, com a digitalização, os suportes tornaram‑se 77 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo compatíveis, e a transmissão tornou‑se mais rápida. Concluímos que a fusão digital dos meios permite maior rapidez na distribuição da informação e que, junto ao hipertexto, talvez tenha sido a maior responsável pela explosão da Internet e pelo surgimento do que previu o teórico da comunicação Marshall McLuhan (1911‑1980), ao popularizar a expressão aldeia global. Finalizamos com o item que aborda o futuro dos suportes visuais e sonoros, em que definimos tecnologias que só surgiram diante dainvenção da Internet, responsável pela radicalização de todo o processo de conhecimento da Era Moderna, não sendo diferente sob o aspecto da reprodução dos meios visuais e sonoros. Exercícios Questão 1. No livro Metáforas em campo: o futebol brasileiro e suas representações no jornalismo popular, Adilson Oliveira estabelece uma relação metafórica entre futebol e novela, pois esses dois eventos populares têm características comuns. Observe a notícia a seguir, retirada do referido livro. Atente‑se para a Manchete e o lead. Fonte: RIVALDO vira personagem da novela de Kaká. Agora, São Paulo, 13 ago. de 2003, p. B‑3. Lead: O Milan quer o meia do tricolor para ocupar a vaga do penta. A negociação entre os dois clubes poderá ser concluída ainda hoje. Fonte: OLIVEIRA, Adilson. Metáforas em campo: o futebol brasileiro e suas representações no jornalismo popular. São Paulo: Giostri, 2014, p. 147. 78 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Unidade II Leia as afirmativas a seguir: I − As palavras “personagem” e “novela”, utilizadas na manchete “Rivaldo vira personagem da novela de Kaká”, pertencem ao domínio novela, pois significam, respectivamente, papel representado por um ator ou atriz a partir de figura humana fictícia criada por um autor; e obra de ficção escrita diretamente ou adaptada para a televisão, apresentada sob a forma de capítulos diários. II − O sentido das palavras “personagem” e “novela”, utilizadas no âmbito do futebol, está relacionado à situação irresoluta do jogador Kaká em suas negociações contratuais com o time italiano Milan, que se estenderam por meses. III − Conforme o lead, o problema contratual pode resolver‑se, já que a negociação entre o clube italiano e o tricolor paulista está próxima de uma conclusão. A definição do passe de Kaká pode ser antecipada em função de um problema muscular de Rivaldo, jogador do Milan, na medida em que este seria substituído por aquele nos jogos. IV − O termo “novela”, utilizado no âmbito do futebol, recupera o sentido de narrativa extensa e de fragmentação diária da novela televisiva; o termo “personagem”, pertencente ao mesmo domínio conceitual, recupera a participação, mesmo involuntária, do jogador Rivaldo no enredo da contratação do jogador são paulino, posto que se possa entender esse último termo como relativo a um ser pertencente à história que participa efetivamente do enredo. Está correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I, III e IV. D) II e III. E) I, II, III e IV. Resposta correta: alternativa E. Análise das afirmativas I − Afirmativa correta. Justificativa: as palavras “personagem” e “novela” fazem parte do domínio novela, pois significam: (i) papel representado por um ator ou atriz a partir de figura humana fictícia criada por um autor; e (ii) obra de ficção escrita diretamente ou adaptada para a televisão, apresentada sob a forma de capítulos diários. 79 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 RegistRo visual e sonoRo II − Afirmativa correta. Justificativa: no domínio futebol, o sentido das palavras “personagem” e “novela” relaciona‑se à situação irresoluta do jogador Kaká em suas negociações contratuais com o time italiano Milan, que, a exemplo de uma novela televisiva, se estenderam por meses. III − Afirmativa correta. Justificativa: o problema contratual pode ser resolvido, pois a negociação entre o clube italiano e o tricolor paulista está próxima de uma conclusão. IV − Afirmativa correta. Justificativa: o termo “novela”, usado metaforicamente no domínio do futebol, recupera o sentido de narrativa extensa e de fragmentação diária da novela televisiva; o termo “personagem”, pertencente ao mesmo domínio conceitual, recupera a participação, mesmo involuntária, do jogador Rivaldo no enredo da contratação do jogador são paulino. Questão 2. A respeito da história do rádio, considere as afirmativas que seguem: I − Em 1947 surge o transistor, considerado a grande evolução da mídia radiofônica. Ele é apresentado pelos cientistas da Bell Telephone Laboratories Ernest Alexanderson e Reginald Fessenden. II − O transistor, do ponto de vista tecnológico, é um dos mais significativos inventos para o rádio. Criado em 1947, passa a ser realmente utilizado após os anos 1950. Torna o meio radiofônico complementar à televisão e responde à pergunta de um período em que a individualidade das pessoas está acentuada. III − Na virada do século XIX para o XX, marcada por um período de mudanças drásticas e grandes invenções, afirmar com certeza quem foi o inventor do rádio ainda é uma tarefa difícil para os historiadores. No entanto, a sua aparição oficial data‑se de 1906, graças aos seus inventores, John Bardeen e Walter Houser Brattain. Está correto o que se afirma apenas em: A) II. B) III. C) I. D) I e II. E) II e III. Resolução desta questão na plataforma. 80 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 CONJUNTOBISONTES.JPEG. Disponível em: <http://museodealtamira.mcu.es/web/imagenes/grandes/ ConjuntoBisontes.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2014. Figura 2 12.JPEG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_1761/12. jpg>. Acesso em: 12 mar. 2014. Figura 3 013.JPEG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9591/013.jpg>. Acessoem: 12 mar. 2014. Figura 4 ALVES, A. S. Laboratório do mundo: ideias e saberes do século XVIII. São Paulo: Imprensa Oficial, 2004. Figura 5 ALVES, A. S. Laboratório do mundo: ideias e saberes do século XVIII. São Paulo: Imprensa Oficial, 2004. Figura 6 Acervo Educação Digital. Figura 7 PRIMEIRA‑FOTOGRAFIA.JPEG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/ conteudo_868/Primeira‑fotografia.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2014. Figura 8 Acervo Educação Digital. Figura 9 Acervo Educação Digital. 81 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Figura 10 Acervo Educação Digital. Figura 11 Acervo Educação Digital. Figura 12 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 13 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 14 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 15 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 16 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 17 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 18 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 19 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 20 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. 82 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Figura 21 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 22 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 23 Arquivo pessoal do Projeto Janela Mágica. Figura 24 987/02.jpg. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_987/02.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2014 Figura 25 Frame extraído do filme. Figura 26 Frame extraído do filme. Figura 27 Frame extraído do filme. Figura 28 Frame extraído do filme. Figura 29 Frame extraído do filme. Figura 30 Frame extraído do filme. Figura 31 Frame extraído do filme. 83 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Figura 32 Frame extraído do filme. Figura 33 Frame extraído do filme. Figura 34 TVTUPI_REPR.JPG. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/fotos/tvtupi_repr.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2014. Figura 35 Acervo Educação Digital. Figura 36 HOMERO_SILVA.JPEG. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/acervo‑historico/exposicoes/ha50anos/ homero_silva.jpg >. Acesso em: 25 mar. 2014. Figura 37 ANOS50_FOTO1_BIG.JPG. Disponível em: <http://portalimprensa.com.br/tv60anos/grid_fotos/anos50_ foto1_big.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2014. Figura 38 MONITOR_RCA250.JPG. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/radar‑tecnologico/ files/2013/02/monitor_rca250.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2014. Figura 39 MOTOROLA250.JPG. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/radar‑tecnologico/files/2013/02/ motorola250.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2014. Figura 40 DSC01064.JPG. Disponível em: <http://www.museudatv.com.br/inicio/wp‑content/uploads/2013/03/ DSC01064.jpg>. Acesso em: 3 mar. 2014. 84 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Figura 41 BOX09.JPG. Disponível em: <http://www.museudatv.com.br/marcosdatv/box09.jpg> Acesso em: 3 mar. 2014. Figura 42 ALENCAR, M. A Holywood brasileira: panorama da telenovela no Brasil. 2 ed. Rio de Janeiro: Senac, 2004. p. 20. Figura 43 REDE Globo 30 anos: uma história ilustrada. São Paulo: Globo, 1966. p. 12. Figura 44 REDE Globo 30 anos: uma história ilustrada. São Paulo: Globo, 1966. p. 12. Figura 45 REDE Globo 30 anos: uma história ilustrada. São Paulo: Globo, 1966. p. 17. Figura 46 REDE Globo 30 anos: uma história ilustrada. São Paulo: Globo, 1966. p. 19. Figura 47 REDE Globo 30 anos: uma história ilustrada. São Paulo: Globo, 1966. p. 25. Figura 48 REDE Globo 30 anos: uma história ilustrada. São Paulo: Globo, 1966. p. 41. Figura 49 REDE Globo 30 anos: uma história ilustrada. São Paulo: Globo, 1966. p. 46. Figura 50 TYLDESLEY, J. A. Egyptian Games and Sports. Buckinghamshire: Shire, 2007. p. 45. 85 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Figura 51 2HOMVITR.JPG. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/ imagens/matematica/2homvitr.jpg>. Acesso em: 22 fev. 2014. Figura 52 RAMÍREZ, J. A. J. Duchamp: Love and Death, Even. London: Reaktion Books, 1998. p. 258. Figura 53 ARGAN, G. C. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. Figura 54 LUCENA JÚNIOR, A. Arte da animação: técnica e estética através da história. São Paulo: Senac, 2002. p. 59. Figura 55 ORTEGA, J. Películas de animación 3D y propiedad intelectual. In: RUIPERES, C. Cuestiones actuales dela propriedad intelectual. Madri: Reus, 2010. Figura 56 ORTEGA, J. Películas de animación 3D y propiedad intelectual. In: RUIPERES, C. Cuestiones actuales dela propriedad intelectual. Madri: Reus, 2010. Figura 57 CARLSON, L. Thomas Edison for Kids: His Life and Ideas. Chicago: Chicago Rewiew Press, 2006. p. 53. Figura 58 CARLSON, L. Thomas Edison for Kids: His Life and Ideas. Chicago: Chicago Rewiew Press, 2006. p. 55. Figura 59 WENAAS, E. P. Radiola: The Golden Age of RCA, 1919‑1929. Sonora: Arizona, 2007. p. 360. Figura 60 REVISTA BILLBOARD. EUA: Nielsen Business Media, v. 78, n. 38, 17 set. 1966. 100 p. ISSN 0006‑2510. 86 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 Figura 61 Acervo pessoal da autora. Figura 62 Acervo pessoal da autora. Figura 63 Acervo pessoal da autora. REFERêncIAS Audiovisuais A CONDESSA de Hong Kong. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. EUA: 1967 (120 min). A INVENÇÃO de Hugo Cabret. Direção: Martin Scorsese. Produção: Martin Scorsese, Johnny Depp, Tim Headington e Graham King. EUA: Paramount Pictures, 2011, 1 DVD (127 min). A PAIXÃO de Joana d’Arc. Direção: Robert Bresson. França: 1962 (65 min). ___. Direção: Carl Theodor Dreyer. França: 1928 (110 min). AS VIAGENS de Gulliver. Direção: Georges Méliès. Produção: Georges Méliès. França: 1902. AVENTURAS de Robinson Crusoé. Direção: Georges Méliès. Produção: Georges Méliès. França: 1902/1903. CANTANDO na chuva. Direção: Gene Kelly e Stanley Donen. Produção: Arthur Freed. EUA: MGM, 1952 (103 min). CASAMENTO ou luxo? Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. EUA: 1923 (93 min). EM BUSCA do ouro. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. EUA: 1925 (96 min). FUNDAÇÃO Coa Parque. Galeria de imagens. Vila Nova de Foz Côa, [s.d.]. Disponível em: <http:// www.arte‑coa.pt/index.php?Language=pt&Page=Gravuras&SubPage=GaleriaImagens>. Acesso em: 18 mar. 2014. IDÍLIO desfeito. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. EUA: 1914 (82 min). L’ARRIVÉE d’un train à la ciotat. Direção: Louis Lumière, Auguste Lumière. França: 1895 (0,8333 min). 87 Re vi sã o: Ju lia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 8/ 03 /1 4 L’HOMME orchestre. Direção: Georges Mèliés. 1900 (80 s). LUZES da cidade. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. EUA: 1931 (81 min). LUZES da ribalta. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. EUA: 1952 (149 min). MATRIX. Direção: Lana Wachowski e Andy Wachowski. Produção: Joel Silver. EUA: Warner Bros, 1999, 1 DVD (136 min). MONSIEUR Verdoux. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. EUA: 1947 (124 min). O CIRCO Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. EUA: 1928 (71 min).
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