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MARÍLIA ARAÚJO – P2 Fisiologia cardiocirculatória ● Transporte de gases: CO2 e O2. Apesar do nitrogênio também ser transportado, não se sabe sua função fisiológica, então é desconsiderado. ● Transporte de nutrientes: Macro (proteínas, lipídios e carboidratos) e micro (vitaminas e sais minerais), os quais são absorvidos pelo intestino. ● Transporte de hormônios ● Regulação da temperatura corporal: Quando a temperatura corporal está muito alta, há uma vasodilatação periférica, fazendo o sangue ficar mais próximo à pele e o calor ser liberado. Por isso a pessoa fica avermelhada. ● Transporte de células de defesa: Leucócitos. ● Transporte de enzimas ● Equilíbrio ácido-base: Pelo mecanismo de tamponamento químico, respiração e renal. ● Regulação da pressão: Por definição, pressão é a força que o sangue exerce na parede arterial. Quando, por exemplo, a pessoa tem uma perda sanguínea, há uma hipotensão, pois o volume de sangue é determinante para a pressão arterial. Ou, quando é prescrito um diurético, o objetivo é eliminar o excesso de líquido no sangue para evitar uma hipertensão. ● Coração Estruturalmente temos quatro câmaras, as inferiores e as superiores são separadas por um septo fibroso. A pressão é diferente do lado direito e esquerdo, então, por vezes é mencionado como bomba direita e bomba esquerda. → Átrio direito: Possui o músculo pectinado, uma porção lisa e outra rugosa. A região rugosa produz um hormônio hipotensor, o peptídeo natriurético atrial (PNA ou ANP), que é produzido, lançado na corrente sanguínea e atua nos túbulos distais dos rins provando natriurese (prova o aumento da diurese, o indivíduo perde sódio, água e diminui a volemia, decaindo a pressão arterial). O aumento da produção desse hormônio é um quadro de estresse do AD. Além disso, tem uma estrutura que provoca auto excitação para o coração, o nó sinusal ou nó sinoatrial, que se despolariza ritmicamente, para que o potencial chegue ao músculo cardíaco, provocando a contração dos átrios e dos ventrículos. Ele é o marcapasso cardíaco. Depois dele, o impulso segue pelos feixes internodais até o nó átrio ventricular. O sangue chega para o AD pelas veias cavas superior e inferior, e pelo ósteo do seio venoso, que drena todo o sangue que irrigou o músculo cardíaco de volta para o AD. Então, do AD passa para o VD, transpondo a valva atrioventricular direita, a valva tricúspide. → Ventrículo direito: Tem as trabéculas cárneas (uma musculatura trabecular/irregular) e os músculos papilares (musculatura cônica que se projeta concentricamente). Na extremidade do músculo papilar existem as cordas tendíneas, que seguram as valvas. Quando o ventrículo contrai, tenta expulsar o sangue em todas as direções, inclusive de volta para o átrio. Porém, o sangue (que exerce muita pressão) não volta devido a MARÍLIA ARAÚJO – P2 válvula tricúspide, que é empurrada para cima e se fecha. Quando o músculo ventricular contrai, toda a musculatura ventricular contrai inclusive o músculo papilar e as cordas tendíneas, a tendência é abrir a valva, mas não ocorre. O ventrículo contrai, tenta ejetar o sangue de volta para o átrio, a valva se fecha e deveria se everter para o lado do átrio, mas não acontece, pois, o músculo papilar fica contraindo a valva e a puxando para baixo. O músculo papilar puxa a valva para baixo e o sangue empurra a valva para cima, esse é o equilíbrio dinâmico que mantem a valva tricúspide sempre ocluída. OBS: Se o paciente tiver com infarto agudo do miocárdio nessa face diafragmática e pegar o músculo papilar posterior, o espaço (a valva) vai prolapsar, esse paciente na hora que o ventrículo contrair ele expulsa o sangue e o sangue vai ficar refluindo para o átrio, pois não tem mais uma das lâminas sendo sustentada pelo musculo papilar, ela fica evertendo. Quando tem uma contração do ventrículo se a valva tiver prolapsada, durante a sístole terá um refluxo para o átrio, é o ventrículo contraindo mandando sangue pela artéria e parte dele fica no átrio por que está prolapsada, então ausculta um sopro, neste exemplo é um sopro sistólico. Tem que entender onde o sopro está localizado, se é sistólico ou diastólico. No ventrículo direito o sangue sai por um tronco, se bifurca nas artérias pulmonares e vai para os pulmões, volta oxigenado pelas veias pulmonares e entram no átrio esquerdo, passa pela valva bicúspide ou mitral e ganha o ventrículo esquerdo. O ventrículo esquerdo é mais espesso que o direito (pois a pressão exercida por ele é maior), o sague sai pela aorta e vai para todo o corpo. Na raiz do tronco pulmonar e da aorta tem valvas semilunares, cujos folhetos têm a forma de meia lua. A valva pulmonar fica na raiz do tronco pulmonar e na aorta tem a valva aórtica, a função é impedir o refluxo. OBS: Se o nó atrioventricular entrar em falência o indivíduo não morre, pois os feixes de his assumem a despolarização ventricular, porém numa frequência bem mais baixa (20 a 40 batimentos por minuto). O paciente precisará de marcapasso. ● De dentro para fora temos as seguintes camadas: 1) Endocárdio: porção de revestimento histologicamente individualizada das outras 2) Miocárdio: músculo cardíaco 3) Epicárdio: camada mais externa, se funde com a pleura OBS: Caso → paciente com sinusite infectada, purulenta, faz raio x, prescreve antibiótico e manda para casa. Esse paciente também está fazendo tratamento ortodôntico paralelamente e o ortodontista explicou que ele tinha que tirar o terceiro molar. Vai ao dentista, não fala o que está acontecendo e faz exodontia, e ocorre que fica com uma porta de entrada gotejando pus e as bactérias seguem pelo sangue e vão até o endocárdio e fazem uma endocardite infecciosa. Outra situação é uma idosa que chega com falta de ar, pernas inchadas, vê um radiograma de tórax com coração grande, está diante de uma cardiomegalia chagásica, essa paciente tem infecção especialmente no miocárdio, pois o Trypanosoma cruzi o afeta, ou então tem um paciente vítima de lesão perfuro cortante na cavidade pleural, tratou, mas teve infecção no mediastino e aquela infecção chega na bolsa pericárdica e consegue chegar e afeta o epicárdio, vai ter uma inflamação ou edema na cavidade pericárdica, afetando o epicárdio, mas o endocárdio e o miocárdio estão íntegros. → O coração é envolvido por uma bolsa (pericárdio) que possui algumas camadas: ● Pericárdio seroso que é mais interno. Ele se divide em duas lâminas: uma lâmina colada na víscera, ao coração chamada de visceral e outra colada ao fibroso (parede externa) chamada de parietal (epicárdio). A lâmina visceral e a parietal deslizam entre si, permitindo os movimentos cardíacos e possuem uma pequena quantidade de liquido dentro que é o liquido pericárdico. ● Pericárdio fibroso que é mais externo. MARÍLIA ARAÚJO – P2 Possuímos vasos sanguíneos e vasos linfáticos. Os sanguíneos se dividem em artérias, veias e capilares ● Artérias: - Retiram o sangue do coração para os tecidos - Estão submetidas a várias pressões - Transportam sangue arterial (com exceção das artérias pulmonares) - São pulsáteis - Lúmen mais estreito - Camada muscular lisa espessa - Possuem fibras elásticas: as fibras elásticas se dividem em membrana limitante elástica interna e membrana limitante elástica externa. Elas individualizam as camadas (túnica externa, túnica média e túnica interna) Já que o ventrículo contrai e relaxa, por que o sangue não circula em blocos, e sim de forma contínua pelo corpo? Isso se deve a característica pulsátil das artérias, uma hora o ventrículo está propelindo o sangue, e quando ele relaxa, quem propele o sangue é a força de contração das artérias. - Espessura da parede é grande: Isso acontece devido à grandepressão a que elas estão submetidas - São destituídas de válvulas: não há risco de refluxo de sangue pois a pressão nelas já é elevada OBS: A somatória da área de secção transversa das artérias é 4x menor que a das veias, ou seja, tem muito mais sangue circulando nas veias do que nas artérias. O sangue venoso, que está em maior quantidade no corpo do que o arterial, representa uma reserva de sangue em casos de hemorragia OBS: O coração propele o sangue do coração até as periferias, mas quem manda o sangue de volta da periferia para o coração? Por ser um sistema fechado, a inércia ajuda na volta desse sangue, porém, principalmente a contração do músculo estriado esquelético que faz com que esse sangue retorne. Então, por exemplo, o indivíduo está caminhando, e quando a panturrilha contrai, ela empurra o sangue dos vasos; a intenção desse sangue é ir em todos para todos os lados, porém, ele não consegue voltar para baixo devido as válvulas ali presentes que impedem o refluxo, e o sangue vai apenas na direção ascendente, nunca no sentido descendente. Pergunta: A gravidade tem importância para o trajeto do sangue? Resposta: Pouca importância, apenas na cabeça, que as veias não possuem válvulas pois o sangue vai retornar com a ajuda da gravidade, por isso o indivíduo não consegue ficar muito tempo de cabeça para baixo. Existe 3 camadas: externa (adventícia), média (músculo liso) e interna (endotélio). Mas o que separa essas camadas? Existe uma camada de fibras elásticas que é chamada de membrana limitante elástica, existindo a interna e a externa, a interna separa a camada média do endotélio, já a externa separa a camada adventícia da média. ● Veias - Levam o sangue ao coração - Não possuem pressão - Não são pulsáteis - Não possuem fibras elásticas - Possuem muito pouco músculo liso - Espessura da parede pequena (apesar do calibre do vaso/diâmetro interno ser, em geral, maior que o das artérias) - Possuem Válvulas que evitam o refluxo OBS: As veias têm capacidade de reflexo miogênico, mas normalmente elas não o desenvolvem. Esse MARÍLIA ARAÚJO – P2 reflexo consiste numa contração reflexa em virtude de uma distensão, para haver distensão num vaso deve haver pressão, as artérias têm pressão, mas nas veias a pressão é zero, assim não vai haver distensão nas veias, e consequentemente não haverá reflexo miogênico se desenvolvendo. Porém, numa condição patológica pode haver aumento de pressão nas veias, desenvolvendo um reflexo miogênico. ● Capilares - Estabelecem trocas de líquidos, gases, nutrientes e excretas - Os capilares tem permeabilidade - Possuem apenas a camada de endotélio OBS: O que passa nesses capilares? ✓ Gases, como oxigênio e CO2, são apolares, e por serem apolares eles atravessam a membrana plasmática sem nenhum problema, por difusão. ✓ Água ✓ Íons, como potássio, cálcio, cloreto, fosfato, carbonato, etc. • Capilares com fenestração são ainda mais permeáveis e são encontrados nos rins • A água passa livremente pelas fendas intercelulares, entre uma célula endotelial e outra. Além da água, íons também passam livremente. Já as proteínas e os elementos figurados (glóbulos brancos, vermelhos, etc) de modo geral não devem passar. Ex: você recebe um paciente no posto que se queixa de ardência ao urinar, diminuição do volume urinário (oligúria), baixa ingestão de água, perda de peso e você solicita um exame sumário de urina que apresenta albuminúria (presença de proteínas na urina) e hematúria (amarelada - perda de glóbulo vermelho na urina). Sabendo que as proteínas e os glóbulos brancos não devem passar, percebe-se então uma lesão nos túbulos renais. • Assim, nos capilares, há uma certa permeabilidade seletiva para algumas substâncias como nutrientes (glicose, aminoácidos, etc), excretas, algumas células de defesa, etc. OBS: Há capilares mais permeáveis que outros, isso depende da região em que se encontra. Isso pode ser visto nos rins, uma vez sua função de filtração volumosa. Porém, há locais como o fígado que são tão permeáveis que até as proteínas podem passar, haja vista a própria produção no fígado de proteínas e sua necessidade de cair na circulação. ➔ Microscopia eletrônica com contraste de um capilar miocárdico. Imagem 1: Um capilar e o núcleo da célula endotelial. Imagem 2: dentro do capilar, passando se “espreitando” nele tem-se a hemácia. MARÍLIA ARAÚJO – P2 ➔ Aqui a gente tentava descobrir o mecanismo de formação de uma placa de ateroma. Esse animal aqui é saudável, esse é o músculo liso e a membrana limitante elástica interna está íntegra. Esse animal recebeu então uma dieta hipercalórica com adição de ácido fólico - protocolo para produzir placas- então esses lipídios começam a ficar impregnados na parede, não permitindo que passem os nutrientes pelo vaso, consequentemente vai ocorrendo uma lesão no endotélio. Essa lesão afeta também a membrana limitante elástica interna, a qual rompe, quando isso ocorre, há uma migração de músculo liso para endotélio, havendo um avolumamento em sua parede, placa de ateroma, que pode obstruir um vaso do coração. ➔ Aqui é uma imagem para demonstrar o retorno do sangue graças a contração do músculo estriado esquelético e a presença de valvas. Mais uma vez, quando você está relaxado o sangue vai circulando lentamente, já na situação 2 com a contração do gastrocnêmio, a tendência é o sangue ser empurrado em todas as direções, porém, ele não retorna, apenas segue a direção ascendente. ➔ Representa de 7-8% do peso corporal Ao estudar o sangue, coloca-o em uma centrífuga e analisa a sua composição: MARÍLIA ARAÚJO – P2 ➔ Parte de corpo de fundo: hematócrito- 45% nos homens, 40% nas mulheres ➔ Plasma: 55% ➔ Leucócitos e plaquetas: baixa representação quantitativa, alta qualitativa Os glóbulos vermelhos estão relacionados ao transporte de gases; os leucócitos à defesa. OBS: O hematócrito nas mulheres é menor em razão do fluxo menstrual mensal, como também a maior presença de testosterona nos homens, este hormônio estimula a produção de eritropoetina nos rins, assim, a eritropoiese, ou seja, produção de hemácias. ● O plasma é composto por: ➔ Água, íons, moléculas orgânicas, elementos traço e vitaminas e gases (CO2, O2) Principais moléculas orgânicas: ➔ Aminoácidos, glicose, lipídeos, resíduos nitrogenados e proteínas (albumina, globulina e fibrinogênio) • A albumina é uma proteína de transporte, está relacionada à pressão coloidosmótica. As globulinas também transportam proteínas, porém lipídios em menor quantidade. Por sua vez, o fibrinogênio está relacionado à coagulação. Porcentagem da concentração de sangue em cada compartimento corporal: ➔ Coração: 7% ➔ Veias pulmonares 9% ➔ Veias e vênulas sistêmicas: 64% ➔ Artérias e arteríolas sist. 13% ➔ Capilares sist. 5% Nós temos quatro vezes mais sangue no leito venoso do que no arterial, e a vantagem disso é que as veias consistem em um reservatório de sangue. OBS: As arteríolas possuem um decaimento de pressão em relação às artérias, elas são elásticas e possuem músculo liso, podendo tanto contrair quanto dilatar, regulando o fluxo sanguíneo e a pressão arterial • Um paciente (criança) que tem o volume sanguíneo em torno de 3 litros, quando está em choque hipovolêmico, desidratado, com diarréia, tem, em média, apenas meio litro de sangue no leito arterial. O esperado é que ele tenha um decaimento de pressão arterial e morra, pois, ao perder plasma, a pressão decai e pode levá-lo a um choque hipovolêmico e, posteriormente, à morte. Isso não ocorre porque à medida que a pressão cai, ela estimula o centro cardiovascular e este, por sua vez, estimula o Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS),que contrai as arteríolas, aumentando a resistência vascular periférica, o que aumenta a pressão. O SNAS vai até o leito venoso e contrai o músculo liso das veias, fazendo com que o diâmetro diminua, assim, o sangue venoso vai para o leito arterial. Por isso é difícil tirar sangue de uma criança desidratada. MARÍLIA ARAÚJO – P2 • O professor conta um caso no qual prestou socorro a uma senhora vítima de um acidente de carro, e ao realizar o exame físico notou que o lado direito do seu tórax estava hiperemiado (vermelho), pois o impacto do acidente havia sido no lado que ela estava sentada, além disso, ela apresentava pulso taquicárdico, pele pálida, abdome tenso e sentia sede. O que aconteceu com essa senhora é que o carro bateu no seu lado direito, e provavelmente lesionou o fígado, causando hemorragia digestiva, assim, o abdome ficou tenso (distendido, globoso) e ela ficou pálida, pois estava perdendo sangue para a cavidade abdominal. Nesse momento, devido ao decaimento de pressão, o centro cardiovascular estimula o Sistema Nervoso Autônomo Simpático, fazendo com que haja uma constricção dos vasos (generalizadamente), ao se contrair, a arteríola mantém a pressão arterial, pois impõe uma resistência, mas, ao mesmo tempo, a porção dos vasos que recebe sangue das arteríolas passa a receber menos sangue, o que provoca palidez. O SNAS também contrai as veias, e ao fazer isso, o sangue em reserva nas veias é todo ofertado ao leito arterial, isso ajuda a manter a pressão. O decaimento da pressão é acompanhado de um aumento da frequência cardíaca - taquicardia. A senhora estava taquicárdica, após isso, o pulso foi ficando cada vez mais fino, ela apresentou palidez, abdome tenso, a princípio estava orientada e depois ficou com confusão mental, além disso, estava pedindo água. A sede tem uma informação semiológica importante, o paciente quando pede água é porque estimulou o centro da sede e está com quadro hipovolêmico. A hipovolemia estimula o centro cardiovascular e o centro cardiovascular aciona o hipotálamo a induzir sede no indivíduo. A sede é uma vantagem evolutiva para aumentar o volume sanguíneo, ela não é eficaz porque o tempo que a água precisa para ser absorvida não é rápido o suficiente para aumentar a volemia, mas a importância de se saber da sede é para ajudar a perceber que a pessoa está num quadro hipovolêmico. • No suporte avançado, em pacientes desse tipo, o médico dá um adrenérgico para aumentar a ação do SNAS, a fim de segurar a pressão, e, quando chegar ao hospital, pode se ofertar uma bolsa de sangue e levar direto para a cirurgia. A noradrenalina (por sua ação duradoura em relação à adrenalina, que tem ação rápida e enérgica) é prescrita para provocar constrição dos vasos, no caso as arteríolas. Se colocar muita adrenalina, o capilar não recebe sangue adequadamente ● O Débito Cardíaco é o volume de sangue que o coração ejeta em um minuto, para saber o seu valor é só multiplicar o volume que sai em cada batimento pelo número de batimentos. Esse volume de sangue, é, em média, 5 litros. Ele será distribuído para os órgãos a partir de um certo percentual: → 20 a 25%: sistema gastrointestinal (cerca de 1litro); → 4 a 5%: coração (250 ml); → 20%: rins (1litro); → 3 a 5%: ossos (250 ml); → 15%: cérebro (750ml); → 4 a 5%: pele (250 ml). Ex: Hebert e Cael vão correr na praia e precisam de muita energia e de muito sangue para os músculos, quando ele começa a correr, primeiro ele tem o aumento do debito cardíaco, em outras palavras, ele tem um aumento da frequência cardíaca, o coração passa a ejetar mais sangue por minuto, uma taquicardia. Outra coisa, as veias contraem, se as veias contraem, todo aquele sangue que estava reservado nas veias vai para o leito arterial, isso também aumenta o débito cardíaco. O coração contrai mais fortemente diante da descarga simpática, então isso tudo em conjunto pode aumentar em 5x o volume do sangue ejetado pelo coração por minuto (o débito cardíaco pode aumentar em até 5 vezes). Então, por essa análise direta pode-se dizer que Hebert e Cael terão 5x mais sangue nos músculos do que o normal, só que existe outro fator. A distribuição de sangue também vai variar, vai ser alterada. Os sistemas que precisarão de sangue receberão percentualmente mais sangue do que aquelas que não precisarão de sangue. Vocês acham que durante essa corrida, o sistema urológico de hebert e cael precisa estar em franco funcionamento? NÃO! Mas os músculos precisam? SIM! Então percentualmente muda a distribuição de sangue: → Sistema gastrointestinal: recebia cerca de 20% e agora passa a receber 3 a 5%, ou seja, recebe uns 0,5l de sangue, menos do que receberia normalmente, então não comam antes de fazer exercício físico, nem sangue terão para promover a digestão. → O coração: 4 a 5% e continua isso, mas de 25L, pois o débito cardíaco aumentou isso significa dizer que o volume de sangue para o coração vai de, por exemplo, 250 ml para 1L por minuto; → Os rins: antes tinham 20% de sangue, agora 2 a 4%, menos sangue vai para os rins; → Ossos: 0,5% (quase nada de sangue para os ossos); → Cérebro: 15% e agora vai de 3 a 4%, entretanto como aumentou em 5 vezes o débito, o volume fica mais ou menos o mesmo; → Pele: de 4 a 5%, ficou praticamente nada; MARÍLIA ARAÚJO – P2 → Músculos: Recebiam de 15 a 20%, agora recebem de 80/85% de sangue, de 25 l, porque você tem muito mais necessidade de sangue nos músculos. OBS: Quando o indivíduo começa a correr, para contrair o músculo ele precisa gerar energia. A informação sai do córtex cerebral, segue para a medula, vai para os nervos eferentes, o potencial de ação chega nos músculos para que eles se contraiam. Os músculos contraem às custas de energia, que é conseguida através do consumo de O2 e da produção de CO2. Consumindo oxigênio implica dizer hipóxia e o excesso de CO2 significa hipercapnia (ambas são vasodilatadoras). Parte da energia é dissipada na forma de calor, tendo o aumento da temperatura tecidual, que também é vasodilatora (os vasos dilatam e o sangue é sequestrado para os músculos). OBS: Diante de um exercício físico, o sistema nervoso autônomo simpático tende a PROMOVER uma constrição arteriolar. Entretanto, os vasos sanguíneos musculares dilatam intensamente, causado pela presença de mediadores locais. Então, o sist. nervoso autônomo não mantém a vasodilatação e sim os mediadores.
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