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Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 1 Perda da água e Percurso de água através da Planta A planta perde água de de formas: Transpiração e Gutação Transpiração É o fenómeno de devolução da água ao meio ambiente pela planta sob forma de vapor ou, é a perda de água no estado gasoso pela planta. A transpiração é um processo endotérmico e engloba um processo físico que é a evaporação. Evaporação é o fenómeno da perda de água duma superfície molhada por acção da temperatura. A cutícula que cobre a superfície exposta da planta serve como uma barreira efetiva para evitar a perda de água e, assim, protege a planta da dessecação. Os estômatos, por sua vez, acoplam a absorção de CO2 (fotossíntese) com a perda de água na forma de vapor (transpiração). A perda de água, entretanto, torna-se mais expressiva devido a três principais causas: a) O gradiente de concentração que controla a perda de água para a atmosfera é cerca de 50 vezes maior do que aquele que controla a absorção de CO2; b) O CO2 difunde-se 1,6 vezes mais lentamente do que a água; c) O CO2 tem um mais longo caminho (membrana plasmática, citoplasma, e a dupla membrana do cloroplasto) a percorrer do que a água, aumentando, desta maneira, a resistência para a difusão de CO2. Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 2 Órgãos de transpiração Epiderme Exoderme Rizoderme Periderme A força motriz da transpiração é o baixo potencial hídrico do ar. Quando o ar é seco (falta de água) a água é retirada da planta para o ambiente. Factores da transpiração Temperatura - Temperaturas elevadas implicam maior transpiração Superfície exposta - Maior superfície implica maior transpiração Pressão atmosférica - A transpiração aumenta com o aumento da pressão atmosférica. Ventilação - Maior ventilação implica maior transpiração Humidade relativa - Com o aumento da humidade a transpiração diminui. Tipos de transpiração Transpiração estomática É directamente controlada pela planta e liberta muita quantidade de vapor de água. É o tipo principal de transpiração. A transpiração estomática dá-se por difusão livre da água; do interior da célula para o ambiente. Classificação da planta segundo a posição das células estomáticas na folha a) Folhas epiestomáticas Com estomas na pagina superior - São geralmente folhas de plantas aquáticas com folhas flutuantes. b) Folhas hipoestomáticas - Com estomas na pagina inferior. São folhas de plantas vulgares. São terrestres. c) Folhas anfiestomáticas - Com estomas nas duas paginas. São folhas das zonas temperadas Nota: Cada planta só pode ter um dos três tipos de folhas e nunca se encontram 2 tipos de folhas numa mesma planta. Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 3 Número de estomas por mm 2 da superfície foliar Planta Estomas na face inferior Estomas na face superior Fiueira 145 0 Nymphaea (aquática) 0 460 Zea mays 68 52 As plantas das regiões temperadas húmidas têm folhas com muitos estomas pois uma vez que a humidade diminui a percentagem da transpiração. As plantas criaram adaptações para poder aumentar os sítios da transpiração. O número elevado de estomas eleva o poder de transpiração; eficiência que se chama . Efeito de margem. A transpiração é mais eficiente nas margens da folha, por isso as margens da folha são as primeiras a secar. Mecanismo de regulação da transpiração A planta regula a transpiração por meio de um mecanismo fisiológico que é o grau de abertura dos estomas. O grau ou a taxa de transpiração é directamente proporcional ao grau de abertura dos estomas. A abertura dos estomas deve-se a um movimento designado fotoactivo ou fotonástico que consiste no aumento da turgescência. Abertura e Fechamento de Estomas Estrututa dos Estomas Figura: Vista Frontal de um estômato mostrando: células-guardas, ostíolo. Fonte: VIEIRA, SOUSA et all. (2010:52). Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 4 Mecanismos de abertura e fechamento estomático Mecanismo da bomba de potássio ou iónica Segundo VIEIRA, SOUSA et all. (2010:58), os principais eventos do mecanismo da bomba de potássio são: Produção de ATP: a luz activa o cloroplasto (fotofosforilação) ou actividade mitocondrial (fosforilação oxidativa) A activação da enzima ATPase na membrana plasmática das células-guardas; Gasto de ATP pela ATPase, causando extorsão de protões (H+), advindos da fotólise da água ou da ionização do ácido málico para o apoplasto. Reduzindo o pH externo (acido) e aumentando o pH interno (básico). Verifica-se a hiperpolarização da membrana plasmática, criação de uma força eletroprôtonica ou potencial electroquímico de iões H + . A hiperpolarização da membrana plasmática, provoca a abertura de canais de potássio (K+) que penetram passivamente nas células-guardas; O influxo de K+ causa um aumento na pressão osmótica, reduz o potencial osmótico e o potencial de água; O gradiente de pH originado entre o interior da célula e o apoplasto causa o influxo de cloro (Cl - ), por antiportes com hidroxilos (OH - ), ou para simporte com protões (H + ), provocando um balanceamento da eletronegatividade celular; Ocorre a produção de um anião orgânico, o malato-2, a partir da hidrólise do amido, em função do pH alcalino interno; Trioses – P (DHAP) originados no ciclo de Calvim-Benson, produz amido (cloroplastos) e sacarose (citoplasma). A sacarose é acumulada no vacúolo; O Cl- e o malato-2, equilibram a concentração interna de K+ O K+, Cl-, malato-2 e sacarose se acumulam no vacúolo das células-guardas, provocando o aumento da pressão osmótica, reduções nos potenciais osmótico e de água; O influxo de água para o vacúolo das células, provoca o aumento de pressão de turgescência e potencial de água, como consequência disso ocorre a abertura estomática. Vias metabólicas responsáveis pela produção de solutos osmoticamente activo. De acordo com VIEIRA, SOUSA et all. (2010:58) a s principais vias metabólicas responsáveis pela produção de solutos osmoticamente activo, visando favorecer a força de sucção de água das células-guardas e posterior abertura do poro osmótico são: a) Influxo de K+ e de Cl- por meio de canais específicos, acoplados a biossíntese de malato-2. b) Produção da sacarose a o partir da hidrólise do amido. Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 5 c) Produção da sacarose através da fixação do CO2 pelo ciclo de Calvim (fotossíntese) nos cloroplastos das células-guardas. Figura 1: Principais etapas do mecanismo da abertura estomática (Bomba de K+) Fonte: VIEIRA, SOUSA et all. (2010:57). Legenda dos números da figura: 1,2: produção da ATP pelo cloroplasto ou e/ou mitocontradrias; 3: Activação da ATPase; 4: hiperpolarização da membrana plasmática; 5: abertura de canais de K + , simporte (H + e Cl - ), antiporte (Cl - e o OH - ), produção da sacarose e dissociação do ácido málico; 6: Acumula de K + , Cl - , Malato-2, e sacarose no vacúolo, redução dos potenciais osmótico e de água do vacúolo; 7: influxo de água obedecendo o gradiente de energia livre da água; 8: Abertura estomática. Mecanismo de fechamento estomático com envolvimento do ABA e o Cálcio De acordo com VIEIRA, SOUSA et all. (2010:58), “o mecanismo de fechamento estomático pode ocorrer em condições de estresse hídrico, onde se verifica a biossintese de ácido abscisico (ABA) em maiores concentrações pelas células do mesofilo foliar”. Após a redistribuição de ABA armazenado nos cloroplastos do mesofilo para o apoplasto, onde fica disponível para a corrente transpiratória levá-la em parte as células-guardas. Essa Aula 7 de FV. Licenciaturaem Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 6 redistribuição é dependente de um gradiente de pH dentro da célula, das membranas e da propriedade ácida do ABA. O ABA age sobre a membrana plasmática das células afectante a bomba de K + , por causar a inibição da ATPase, evitando as variações do pH interno, criação de força eletroprôtonica ou polarização da membrana plasmática e, consequentemente, a abertura dos canais de K + . Em células do mesofilo não estressadas, o pH do estroma do cloroplasto é normalmente maior do que o citoplasma. Essa diferença conduz a acumulação do ABA dissociado (H + + ABA - ) nos cloroplastos. O ABA- não ultrapassa a membrana do cloroplasto (acumulado), nestas condições os estómas permanecem abertos. Em situação de dissecação ou escuro, ocorre a diminuição do pH do cloroplasto em relação ao citoplasma, permitindo a libertação de parte de ABAH (ABH associado ao H + liberado dos tilacoides para o estroma), para o citoplasma e o apoplasto, onde nas células-guardas causa o fechamento estomático. Durante o fechamento, o Cl - também é expelido das células-guardas e a hidrólise do amido em malato-2 ou em sacarose, não se verifica. O cálcio (Ca 2+) surge como mensageiro secundário, actuando na elasticidade das paredes celulares das células-guardas e sobre a ATPase, regulando a fosforilação através de enzimas: proteiquinases e a calmodulina. Sob condições de baixa humidade relativa, salinidade, frio, altas temperaturas, escuro e altas concentrações de ABA, verifica-se: a abertura de canais para o influxo de Ca 2+ do vacúolo para o citosol, inibição da ATPase, despolarização das membranas, fechamento de canais de influxo de K + , abertura de canais de saída possivelmente de K + , Cl - , e malato-2, sendo que o malato -2 pode ser convertido em CO 2 , via respiratória aeróbia, o pH interno permanece ácido, levando a produção de amido a partir do malato -2 . Esse conjunto de alterações conduzem a uma redução da pressão osmótica, aumento nos potenciais osmóticos e de água das células-guardas, e posteriormente saída de água as células subsidiárias, levando a uma perda de turgência (redução do potencial de turgência) e consequentemente, o fechamento estomático. VIEIRA, SOUSA et all. (2010:60). Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 7 Figura 2: Principais etapas do Mecanismo de fechamento estomático com envolvimento do ABA e o Cálcio Fonte: VIEIRA, SOUSA et all. (2010:60). Legenda da figura 3: 1. Aumento da temperatura e humidade relativa; 2. Aumento da síntese de ABA nas células do mesofilo; 3. Inibição da ATPase nas células estomáticas (despolarização), (A) entrada da concentração de Ca 2+ no citosol e (B) aumento da concentração de Ca 2+ no citosol; 4. Fechamento dos canais de entrada de K + e abertura de canais de saída de K+ na membrana plasmática e (C); 5. Aumento dos potenciais osmótico e de água no vacúolo e (E); 6. Aumento da concentração de K+ e (D); 7. Saída de água obedecendo o gradiente de energia livre e (F); 8. Perda da turgescência com o fechamento estomático e (G). Factores que influenciam a actividade Estomática a) Radiação solar b) Temperatura c) Concentracao de CO2 d) Disponibilidade de agua no solo e) Humidade do ar atmosférico Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 8 1. Radiação solar Tipicamente os estomas se fecham na ausencia da luz e se abrem na sua presença (resposta positiva ao mecanismo fotoactivo), desde que haja uma boa disponibilidade de água. O fechamento é mas rapido no escuro. As plantas CAM (Metabolismo Ácido Crassulaláceo), são exceções e este comportamento, abrindo seus estomas à anoite e os mantendo fechado durante o dia visando à economia da água e proteção contra a dissecação. 2. Temperatura Altas temperaturas (30 a 35º C), geralmente causam o fechamentos dos estomas, o mesmo ocorrendo com temperaturas muito baixas (5 a 15º C), isso se deve aos efeitos da temperatura sobre a actividade metabólica das células e sobre o conteúdo interno da agua. Os movimentos estomáticos são mais lentos a temperaturas baixas e ocorrem mas rapidos a medida que à temperatura aumenta. 3. Concentracao de CO2 A abertura estomática ocorre em altas concentrações de gás carbónico ou quando verifica-se concentração a ponto de compensação de CO2 e baixas concentrações do gás carbónico conduzem o fechamento dos estomas. 4. Disponibilidade de agua no solo Quando as taxas de transpiração supera a de absorção de água pelas raízes, desenvolve-se um estado de deficiência hídrica causando o fechamento dos estomas 5. Humidade do ar atmosférico Pode se verificar o fechamento quando se aumenta a diferença de concentração de vapor de agua entre a folha e o ar. A humidade relativa do ar no interior de uma folha, é aproximadamente igual a 100%, podendo haver transpiracao mesmo em um ambiente saturado, desde que a temperatura da folha seja superior à temperatura ambiente. Periodicidade diária de transpiração A transpiração não se dá de igual maneira nos diferentes períodos do dia Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 9 A transpiração deve-se à grande diferença de potencial hídrico entre o interior da folha e o aratmosférico. Como consequência a agua tende a sair da folha para o meio ambiente. Exemplo: Importancia da Transpiração Permite o movimento interno passivo da água e transporte de sais minerais. Sendo um processo endotérmico visa reduzir a temperatura da planta. A planta (ou folha) conserva uma temperatura de cerca de 15° C enquanto estiver muito quente. Deslocação da água através da planta A água circula dentro dos elementos condutores do xilema (células mortas) graças à existência de forças que permitem a ascensão de agua às partes mais acima da planta. Forças que permitem a subida da água às partes mais acima da planta. a) Pressão radicular O potencial hídrico nas raízes é mais negativo que o do solo por isso a agua flui do solo para as raízes. Esta força consegue fazer subir a agua até cerca de 30 m de altura da planta. Aula 7 de FV. Licenciatura em Ensino de Biologia. Docente dr. Balduíno Aleixo. Page 10 b) Transpiração Por causa da transpiração a região das folhas fica menor quantidade de agua (potencial hídrico menor) isto faz com que a agua (da região media da planta) suba até às folhas. c) Força de coesão das moléculas de agua Devido a união entre as moléculas de agua, a subida de uma leva a subida de outras tantas. d) Aderência capilar A aderência das moléculas de agua a paredes capilares é um processo passivo porque nas celulas mortas dos vasos condutores, não há gasto de energia. Gutação É a perda de agua em forma liquida pela planta. Ocorre quando a transpiração é deficiente ou não é possível geralmente devido à temperaturas baixas. A gutação observa-se geralmente nas manhãs. As células que realizam a gutação chamam-se Hidátodos e localizam-se geralmente nas margens da folha. Nota: As gotas de agua que aparecem na superfície da folha não é resultado da gutação mas sim da condensação de vapores de agua da atmosfera. As gotas de agua resultantes da gutação aparecem nas margens da folha (pois os hidátodos localizam-se nas margens). Colocasia nymphaefolia 100 ml H2O por dia Exsudação É a eliminação de soluções aquosas em lugares de ferimentos na planta.
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