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Vias de Dor
Bases anatômicas das vias de dor
A anatomia da via da dor é constituída basicamente por fibras aferentes do tipo Aδ e C, pouco mielinizadas. Contudo, em uma escala decrescente das fibras tipo A consideradas espessas por abundância de axoplasma, esta é considerada a de calibre menor e, portanto, com velocidade mais rápida na condução do estímulo nervoso da dor, classificada como aguda. 
Outra fibra aferente classificada como condutora do estímulo da dor, agora, crônica, é a do tipo C, amielínica, com axoplasma quase inexistente, apresentando-se com estímulo nervoso doloroso de velocidade mais lenta. Ambas apresentam, em suas extremidades periféricas, receptores do tipo terminações nervosas livres, que captam da pele e das vísceras os estímulos nocivos térmicos, químicos e mecânicos, em uma tentativa de informar ao córtex sensitivo (área 3, 2, 1 de Brodman) a agressão acometida, para que se obtenha uma resposta compatível ao fato.
Ao serem estimuladas, percorrem um trajeto com início nas terminações nervosas livres. Passam pelos gânglios espinais, adentram a medula espinal, ascendem ao tronco encefálico, à formação reticular, ao tálamo, às áreas límbicas e, finalmente, ao córtex sensitivo do cérebro. Na realidade, os estímulos dolorosos transitam por duas vias distintas específicas para cada tipo de dor. A dor aguda utiliza a via espinotalâmica lateral e a crônica, a via espinorreticulotalâmica. Cada uma obedece a um trajeto, a localização no sistema nervoso central (SNC) e o número de fibras envolvidas, o que determina o tipo de dor.
TRATO ESPINOTALÂMICO LATERAL
Embriologicamente, é a mais recente via neoespinotalâmica. Iniciada por estímulos mecânicos ou térmicos, utiliza-se de axônios com velocidade de condução mais rápida, as fibras Aδ (12 a 30 m/s). É a via que produz a sensação da dor aguda, em pontada, lacerante e bem localizada. Seu impulso é transmitido da periferia do SNC ao córtex cerebral, através de três neurônios:
· Neurônio I Do tipo pseudounipolar, cordonal (longo), seu prolongamento periférico segue das terminações nervosas livres aos nervos espinais, em suas raízes dorsais, chegando aos glânglios espinhais. Seu prolongamento central ganha a medula pela divisão lateral da raiz dorsal no sulco lateral posterior. Ganha a coluna posterior da medula, onde faz sinapse com o neurônio II. 
· Neurônio II Na coluna posterior da medula, ocupa a lâmina I de Rexed. Seu axônio cruza o plano mediano na comissura branca da medula, ganhando o funículo lateral oposto. Uma vez no funículo lateral, ascende como trato espinotalâmico lateral. Ao nível da ponte, esse trato une-se ao trato espinotalâmico anterior (pressão) e passa a ser denominado lemnisco espinal. Ascende ao tálamo no núcleo ventral posterolateral (VPL), onde fará sinapse com o neurônio III. 
· Neurônio III No tálamo, no núcleo posterolateral, essa dor torna-se consciente; forma as radiações talâmicas, ganha a cápsula interna (perna anterior) e a coroa radiada. Chega ao córtex sensitivo do cérebro, no giro pós-central, área 3, 2, 1 de Brodmam. A partir desse giro, aparecem as representações somatotópicas, representações em diferentes partes do corpo, capazes de identificar a área cortical comprometida.
TRATO ESPINORRETICULOTALÂMICO
Embriologicamente, é a mais antiga via paleoespinotalâmica. Inicia-se por fatores químicos (produzidos pela própria lesão) e utiliza axônios de diâmetro reduzido e velocidade de condução lenta (0,5 a 2 m/s) as fibras C. Esta via produz dor crônica, mal localizada, difusa, contínua em queimação. Conduz o estímulo da periferia do SNC até o córtex cerebral, através de vários neurônios.
· Neurônio I Inicia-se da mesma forma que o neurônio I da via espinotalâmica lateral e é um neurônio pseudounipolar, cordonal (longo). Seu prolongamento periférico segue das terminações nervosas livres até o corpo celular nos gânglios espinais, onde ganha o prolongamento central, que adentra a medula espinal em sua coluna posterior. ganha a coluna posterior da medula, onde faz sinapse com o neurônio II.
· Neurônio II Ocupa a lâmina V de Rexed e cruza o lado oposto pela comissura branca ou não cruza. Seus axônios dirigem-se ao funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto e ascendem para constituir o trato espinorreticular. Na medula, junta-se ao trato espinotalâmico lateral. Vai à formação reticular de todo o tronco encefálico, onde faz sinapse com os neurônios III, IV e V em vários níveis da formação reticular.
· Neurônios III, IV, V, VI... Na formação reticular, dão origem às fibras reticulotalâmicas, as quais terminam nos núcleos intralaminares do tâlamo (lâmina medular interna do tálamo), neurônio VI, com grande campo receptivo. Os neurônios fazem sinapse a partir dessa área do tálamo, com neurônios que se dirigem para áreas límbicas e núcleos da base, neurônios VII, VIII, etc. Neste nível, o estímulo doloroso ganha respostas automáticas e emocionais a estímulos nocivos, por entrar em contato com estruturas que fazem parte do sistema límbico (circuito de Papez). Projetam-se a amplas áreas do córtex cerebral sensorial, neurônio IX, podendo chegar até XII.
Bases neurofisiológicas da dor
 Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor, dor é uma sensação desprazerosa e uma experiência emocional associada a uma lesão real ou potencial, ou descrita em termos de uma lesão. Essa definição evidencia a multiplicidade de aspectos envolvidos no processo doloroso, entre os quais, podem ser destacados: 
• experiência sensorial; 
• experiência subjetiva; 
• sintoma não diretamente correlacionado ao dano tecidual.
Neste tópico são descritos alguns dos mecanismos neurofisiológicos envolvidos na recepção, na transmissão, no processamento e na modulação de um estímulo potencialmente nocivo ao organismo, assim como sua percepção e conscientização.
NOCICEPTORES 
São receptores especializados em receber os estímulos potencialmente nocivos. Estão espalhados em quase todos os tecidos corporais. Diferentemente dos receptores de tato e pressão, esses nociceptores são terminações nervosas livres e divididos funcionalmente em duas classes: receptores nociceptivos específicos e receptores polimodais. 
Os nociceptores específicos podem responder a estímulos térmicos ou mecânicos. Aqueles que respondem a estímulos térmicos são sensíveis a temperaturas extremas (>45ºC ou 5ºC), enquanto os mecânicos respondem à pressão intensa. As fibras nervosas que originam esses terminais são fibras Aδ, de pequeno calibre e finamente mielinizadas, com velocidade de condução nervosa de 5 a 30 m/s. 
Os nociceptores polimodais, no entanto, não são seletivos a um único tipo de estímulo e respondem a estímulos tanto mecânicos quanto químicos ou térmicos de intensidade nociva. Essa classe de nociceptores corresponde às terminações livres de fibras do tipo C, ou seja, de pequeno diâmetro, não mielinizadas e, por isso, mais lentas(<1 m/s) De qualquer forma, toda informação nociceptiva é conduzida por fibras relativamente lentas, se comparadas às fibras que conduzem informações proprioceptivas; porém, se comparadas entre si, pode-se dizer que existem fibras de condução de dor rápida (Aδ) e lenta (C).

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