Buscar

Resumo Fisiologia Cardíaca 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 Monitora: Fernanda Pereira – Morfofisiologia dos Sistemas Orgânicos – Prof. Silvio Marques 
Resumo Fisiologia 
Cardíaca 
 
Músculo cardíaco e suas características... 
As fibras do músculo cardíaco são estriadas, mas menores 
em relação as fibras do músculo esquelético. As células do 
miocárdio são ramificadas com um ou dois núcleos em 
posição central ou próxima. 
A comunicação entre as células desse tecido ocorre através 
dos discos intercalares. Eles correspondem a complexos 
juncionais, sendo constituídos por interdigitações, junções 
de adesão e desmossomos, que impedem a separação das 
células com o batimento cardíaco, e junções comunicantes, 
que, ao permitir a passagem de íons de uma célula à outra, 
promovem a rápida propagação da despolarização da 
membrana e a sincronização da contração das células. 
 
Figura 1: Histologia do músculo cardíaco. 
Ultraestrutura do músculo estriado 
O aspecto estriado das fibras musculares estriadas, se dá 
pela organização dos miofilamentos e proteínas de ligação 
na unidade morfofuncional destas células - o sarcômero. O 
sarcômero é delimitado por duas linhas Z e partindo destas 
linhas observamos filamentos finos (actina) e entre estes 
encontramos os filamentos espessos (miosina). 
O processo de contração muscular se dá pelo tracionamento 
dos filamentos de miosina em relação aos filamentos actina, 
encurtando desta maneira o sarcômero. Durante o 
relaxamento, observamos o movimento inverso havendo 
então o restabelecimento do tamanho do sarcômero em 
repouso. 
Para que ocorra a contração ou relaxamento muscular três 
aspectos são indispensáveis: impulso nervoso (potencial de 
ação), Ca2+ e energia (ATP). 
 
As células musculares dos átrios são um pouco menores que 
as dos ventrículos e armazenam grânulos contendo o 
peptídeo natriurético atrial. Esse hormônio diminui a 
capacidade dos túbulos renais reabsorverem sódio e água, 
reduzindo a pressão arterial. 
O músculo estriado cardíaco apresenta contração 
involuntária. Há células especializadas na geração e 
condução do estímulo cardíaco, conectadas por junções 
comunicantes. As células do nodo sinoatrial despolarizam-se 
espontaneamente 70 vezes por minuto, criando um impulso 
que se espalha para o nodo atrioventricular e para o feixe 
atrioventricular e assim para todo o coração. 
O coração recebe nervos do sistema nervoso autônomo que 
formam plexos na base do órgão, influenciando o ritmo 
cardíaco: a inervação parassimpática (nervo vago) diminui os 
batimentos cardíacos, enquanto a estimulação do simpático 
acelera. 
A membrana plasmática leva a despolarização para o interior 
da célula através de invaginações (túbulo T) que se situam 
na linha Z. Devido à associação de um túbulo T com somente 
uma expansão lateral do retículo sarcoplasmático, no 
músculo estriado cardíaco, há díades, ao invés de tríades. O 
túbulo T tem um diâmetro 2,5 vezes maior do que aquele da 
célula muscular esquelética e é revestido por lâmina 
externa, que, por ser carregada negativamente, armazena 
Ca2+. Como o retículo endoplasmático é pouco desenvolvido, 
é necessária a contribuição de fontes extracelulares desse 
íon para a contração. 
No momento da despolarização, o Ca2+ entra pelos túbulos 
T, cuja abertura é relativamente larga. Há ainda canais de 
sódio-cálcio. Como no músculo estriado esquelético, o Ca2+ 
liga-se à troponina, fazendo com que sofra mudança 
conformacional e libere o sítio de ligação da actina à miosina. 
A quebra de ATP promove o dobramento parcial da miosina, 
levando junto a actina. A ligação e a quebra de outra 
molécula de ATP provocam a dissociação entre a actina e a 
miosina. O ciclo de ligação e dissociação repete-se várias 
vezes, ocorrendo o deslizamento dos filamentos finos e 
espessos uns em relação aos outros, de modo que há o 
encurtamento dos sarcômeros e assim de toda a fibra. 
Sistema de condução e potenciais (rápido e lento) de 
ação cardíaca 
Como já sabemos o coração possui quatro câmaras 
cardíacas, dois átrios (direito e esquerdo) e dois ventrículos 
(direito e esquerdo). Essa bomba dupla é constituída por 
fibroblastos cardíacos, cardiomiócitos (células musculares 
estriadas cardíacas) e matriz extracelular (colágeno tipo I e 
III). 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Coração. Fonte: AIRES, 2012. 
 
2 Monitora: Fernanda Pereira – Morfofisiologia dos Sistemas Orgânicos – Prof. Silvio Marques 
O sistema de condução cardíaca está imerso no miocárdio 
através de estruturas especializadas na geração e condução 
da atividade elétrica, tecido muscular especializado, sistema 
de condução. 
- Nó sinusal ou nodo sinoatrial (NSA): local onde ocorre a 
gênese da atividade elétrica cardíaca, sendo considerado o 
marcapasso cardíaco. 
- Nó atrioventricular (NAV): próximo ao seio coronariano, 
localizado na superfície endocárdica da porção inferior ao 
septo interatrial. 
- Feixe de His: parte do NAV e se projeta para a musculatura 
ventricular, é especializado em condução. O feixe se divide 
e dá origem a rede de condução intraventricular, as Fibras 
de Purkinje. 
Despolarização: ocorre o potencial da célula aumenta sua 
carga. 
Potencial de ação cardíaco rápido 
Esse potencial predomina na célula ventricular e pode ser 
dividido em 5 fases. 
 
Figura 3: Resposta temporal do potencial de ação cardíaco 
rápido. Fonte: AIRES, 2012. 
Fase 0 (despolarização): corresponde ao momento em que 
ocorre a despolarização do PA rápido, sem despolarização 
diastólica (mediada pela corrente If no PA lento). Então, à 
medida que a célula está em repouso, em aproximadamente 
-80 mV, há o aumento da permeabilidade dos canais de 
sódio e com isso a fase 0 acontece. Nesse momento a 
principal corrente despolarizante é a de sódio dependente 
de voltagem (INa). Isso vai levar propagação da 
despolarização (feedback positivo), o que resulta em um 
rápido influxo de Na+. 
O PA ocorre com menores velocidades no miocárdio atrial e 
ventricular, enquanto nas fibras de Purkinje (tecido 
especializado de condução) a PA ocorre com maior 
velocidade. 
Fase 1: Ocorre a abertura dos canais de cálcio (ICa-L, ICA-T) 
desde o início da despolarização iniciada pelo sódio. Após a 
despolarização inicial ocorre uma rápida e transitória 
repolarização, há a abertura de canais de potássio (Ito1) que 
será ativado pela despolarização. 
Fase 2: também conhecida como fase de platô, característica 
do PA rápido da célula ventricular. Nessa fase ocorre o 
equilíbrio entre as cargas (correntes despolarizantes – 
influxo de Na+ e Ca2+) - e correntes repolarizantes – efluxo de 
K+ e influxo de Cl-). Com isso o fluxo efetivo durante esse 
período é bem reduzido, quase nulo. 
As correntes despolarizantes presentes nessa fase são: 
corrente de cálcio do tipo L; componente de inativação lenta 
de INa; corrente de influxo carreada por trocador de 
Na+/Ca2+. 
Tem-se como corrente repolarizadoras presentes nessa fase 
a corrente retificadora de influxo (IK1) que vai continuar 
aberta durante o período de repouso, e fecha-se com a 
despolarização da fase 0. Com isso, durante o platô essa 
corrente permanece fechada, o que auxilia na manutenção 
da membrana despolarizada. 
Fase 3: é conhecida como fase de repolarização rápida final 
e acontece devido a predominância de correntes de efluxo, 
já que ocorre a redução das correntes de influxo na fase de 
platô. 
Esta fase está diretamente associada à ativação dos canais 
de K+ dependentes de voltagem denominados retificadores 
retardados (IKr, IKs e IKur). Essa ativação é estimulada pela 
despolarização da fase 0, promovendo um grande efluxo de 
K+, o que acarretará uma rápida repolarização. 
A hiperpolarização permite a reabertura do canal IK1, 
responsável por contribuir no processo de repolarização, ou 
seja, IK1 amortece a hiperpolarização e estabiliza o PA na 
fase 4. Por todos esses motivos, a fase 3 é considerada 
aquela determinanteda duração do potencial de ação. 
Fase 4: ocorre o equilíbrio entre as correntes, como na fase 
2, assim o saldo de corrente efetiva é nulo. 
Potencial de ação cardíaco lento 
O potencial lento ocorre nas células do NSA e NAV, nesse 
tipo de potencial não ocorre a participação de canais de 
sódio, só de canais de Ca2+ e K+. Nesses locais a corrente de 
despolarização responsável pela fase 0 é a corrente de canais 
 
3 Monitora: Fernanda Pereira – Morfofisiologia dos Sistemas Orgânicos – Prof. Silvio Marques 
de cálcio lentos (ICa-L) que apresenta uma intensidade 
bastante inferior quando comparado ao INa. 
 
 
Figura 4: Resposta temporal do potencial de ação lento. Fonte: 
AIRES, 2012. 
Fase 4: ocorre uma lenta despolarização causada pela 
abertura dos canais If (também conhecido como a 
corrente marcapasso), influxo de Na+. A despolarização 
na fase diastólica de maneira lenta ocorre até a célula 
conseguir atingir um limiar de excitabilidade (-50/-40 
mV). 
Fase 0: Após a fase 4, observa-se a fase de 
despolarização rápida. Na fase 0 ocorre o predomínio 
de corrente de cálcio, promovendo a despolarização 
(aproximação da positividade). 
Fase 3: Após a fase 0, ocorre uma repolarização, no 
qual os canais de K+, IKr e IKs constituem as principais 
vias de correntes repolarizantes, através da saída de K+ 
da célula. Em seguida, quando o potencial se encontra 
da faixa de -70/-60 mV, ocorre novamente a fase 4, na 
qual a corrente If é auto excitada (sem nenhum 
controle extrínseco). 
O ICa-L e a corrente carreada pelo trocador Na+/Ca2+ 
também contribuem com a corrente despolarizante 
durante todo o potencial de ação lento. 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0057/aula6.
html#topico-03

Outros materiais