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LUDICIDADE, PSICOMOTRICIDADE E O IMAGINÁRIO INFANTIL

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1 LUDICIDADE, PSICOMOTRICIDADE E O IMAGINÁRIO INFANTIL 
1 
 
 
 
 
 
 
 
LUDOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO 
LUDICIDADE, PSICOMOTRICIDADE E O IMAGINÁRIO 
INFANTIL 
 
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2 LUDICIDADE, PSICOMOTRICIDADE E O IMAGINÁRIO INFANTIL 
2 
 
Sumário 
LUDICIDADE, PSICOMOTRICIDADE E O IMAGINÁRIO INFANTIL ........................... 1 
LUDICIDADE .............................................................................................................. 5 
FUNDAMENTAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA LUCIDICADE COMO FERRAMENTA 
DIDÁTICA DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SABER ..................................... 7 
CONTEXTOS DA LUDICIDADE: CONCEPÇÃO DA INFÂNCIA ................................. 9 
CONCEITOS E SABERES DIDÁTICOS ................................................................... 10 
DIDÁTICA: CONCEITOS, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES 
LUDICAS .................................................................................................................. 11 
A ATIVIDADE LÚDICA COMO PROPOSTA DIDÁTICA ............................................ 13 
TIPOS DE JOGOS .................................................................................................... 13 
EXPRESSÃO CRIATIVA ........................................................................................... 16 
ATIVIDADES LÚDICAS BASEADAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO ....................................................................................................... 17 
A BRINCADEIRA NA FORMAÇÃO DE APRENDIZAGEM E SOCIALIZAÇÃO ......... 18 
Aprender através do lúdico ............................................................................. 20 
Jogos e brincadeiras contribuindo para o desenvolvimento infantil ........................... 23 
O professor e seu papel frente à ludicidade .................................................................... 24 
PSICOMOTRICIDADE .............................................................................................. 28 
Princípios Básicos .............................................................................................................. 29 
Qual a importância da Psicomotricidade para o desenvolvimento infantil e para 
aprendizagem? ......................................................................................................... 32 
O IMAGINÁRIO INFANTIL ........................................................................................ 36 
CONTOS DE FADAS E IMAGINÁRIO INFANTIL ...................................................... 42 
A LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................. 43 
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 45 
 
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3 LUDICIDADE, PSICOMOTRICIDADE E O IMAGINÁRIO INFANTIL 
3 
INTRODUÇÃO 
 
Para entender os atuais desafios na vida dos 
educadores é preciso retornar ao passado e descobrir as 
raízes da Educação Infantil no Brasil. 
As primeiras instituições dedicadas ao cuidado 
infantil surgiram na Europa em decorrência do grande 
número de crianças órfãs e abandonadas durante as 
guerras, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. 
No Brasil, a situação durante a Segunda Guerra 
Mundial era diferente, mas certos movimentos como a 
revolução industrial impactou profundamente a sociedade: 
as mulheres, que antes ficavam em casa cuidando dos filhos, começaram a entrar no mercado 
de trabalho. Diante desse cenário, onde e com quem ficariam seus filhos? 
Algumas mulheres nessa época não podiam trabalhar por motivos de saúde ou idade e 
por isso, recebiam em suas casas os filhos dos vizinhos que precisavam trabalhar. 
Assim começou a caminhada da educação infantil no Brasil. 
Foi só na década de 30 que o Estado começou a investir na educação pré-escolar ou das 
crianças menores de 6 anos. Nesse momento, o cuidado era totalmente assistencialista, ou 
seja, supria apenas as necessidades alimentares e de higiene das crianças. 
A Educação Infantil foi reconhecida como um direito da criança no Brasil no final de 
década de 80. Creches e pré-escolas então foram formalizadas como centros educativos. 
Mais tarde a Lei de Diretrizes e Bases da Criança dizia que “A educação infantil, primeira 
etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os 
seus anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a 
ação da família e da comunidade” (LDB 9394/96, art.29). 
 
 
 
 
 
 
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4 LUDICIDADE, PSICOMOTRICIDADE E O IMAGINÁRIO INFANTIL 
4 
No entanto, o cuidado com as crianças não 
mudou drasticamente como no papel, e até hoje 
ainda é possível encontrar casos de 
assistencialismo na educação. A verdadeira 
Educação Infantil valoriza o brincar, o lúdico e o 
imaginário infantil. 
O brincar é o jeito mais rico e natural de 
aprendizado durante a primeira infância. É brincando que a criança pequena descobre o 
mundo e amplia seus conhecimentos. 
A palavra “lúdico” inicialmente significa “jogo”. No entanto, com o passar do tempo e 
os estudos desenvolvidos sobre a sua importância na psicomotricidade da criança, acabou 
recebendo um significado mais profundo. 
O lúdico, portanto, está relacionado à aprendizagem por meio de atividades que 
promovam o desenvolvimento completo da criança, sejam brincadeiras, jogos ou brinquedos. 
As atividades lúdicas, por sua vez, influenciam diversas áreas do desenvolvimento infantil e 
refletem nos aspectos sociais, cognitivos e afetivos. 
Quando uma criança brinca com um pedaço de madeira, pode imaginar que é um 
foguete ou um carro. Nesse momento ela dá um significado diferente ao objeto. 
Enquanto os brinquedos possuem esse aspecto transitório do físico para o imaginário, 
as histórias transpassam essa barreira. 
Quando a criança muda o significado do objeto, quer dizer que dentro dela existem 
anseios impossíveis de serem realizados naquele exato momento e por isso, apela para o seu 
mundo imaginário, onde todos os seus desejos podem ser realizados. 
Se o brincar da criança é a imaginação, por que não utilizar histórias como ferramenta 
para aplicar o lúdico na educação? 
Rubem Alves, psicanalista e educador, certa vez citou que “Um livro é um brinquedo 
feito com letras. Ler é brincar”. Reflete-se nessa frase o mundo interno da criança, onde a 
imaginação é protagonista no seu dia a dia. 
É contando histórias para os pequenos, que os adultos transmitem conhecimentos, 
experiências e valores. 
Por isso, é importante entender a estrutura, as simbologias e os personagens presentes 
nos contos de fadas para aplicá-los como ferramentas educativas. 
 
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5 LUDICIDADE 
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LUDICIDADE 
 
 
 
Atualmente observa-se a necessidade da ludicidade está sempre presente no 
cotidiano escolar e isso vem contribuindo com as concepções psicológicas e 
pedagógicas do desenvolvimento infantil. Dessa forma as atividades lúdicas ajudam 
a vivenciar fatos e favorecer aspectos da cognição. 
Brincadeiras e jogos podem e devem ser utilizados como uma ferramenta importante 
para o auxílio do ensino aprendizagem bem como para que se estruturem os conceitos 
de interação e cooperação. 
É notável a importância dos jogos e brincadeiras no processo de ensino 
aprendizagem, sobretudo na Educação Infantil e a ludicidade como caminho para a 
aprendizagem e a construçãodo conhecimento através de brincadeiras, jogos e 
brinquedos. 
Existem formas em que a atividade lúdica pode contribuir para a aprendizagem 
na Educação Infantil, pois notamos a sensação de prazer que envolve as crianças em 
suas atividades lúdicas, que por sua vez, desenvolvem maior interação com 
professores e colegas. A brincadeira e os jogos não são apenas um passatempo, são 
também formas de despertar na criança autoconfiança, desenvolvimento psicomotor, 
afetividade e são as principais formas de socialização, pois, através do brincar, a 
criança aprende regras e limites no qual usará respeitosamente no dia a dia com os 
colegas. 
 
 
 
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6 LUDICIDADE 
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O brincar está presente no cotidiano da criança, pois é a fase fundamental e 
mais importante para o desenvolvimento. Sabendo-se que um dos principais objetivos 
da escola é proporcionar a socialização, por esse motivo não se deve deixar as 
crianças presas em suas bancas, porém incentivar os trabalhos em grupos, a troca de 
ideias, a cooperação que acontece por ocasião dos jogos. 
 
 
 
É importante ressaltar que brincadeiras e jogos que contribuem para o 
desenvolvimento da autoestima da criança pode ser o início para se trabalhara 
ludicidade e também investigar como a criança vivencia atividades lúdicas na sala de 
aula, no seu contexto familiar, além de analisar se a criança consegue aprender um 
conhecimento mais rápido através das atividades lúdicas. 
A aprendizagem através do lúdico, a função dos jogos e brincadeiras e suas 
contribuições para o ensino aprendizagem na Educação Infantil é muito importante no 
cotidiano escolar e o papel do professor frente à ludicidade se faz relevante na medida 
em que o mesmo possa oferecer as crianças interação, aprendizagem e 
possibilidades. A brincadeira é uma rica fonte de comunicação, o jogo é uma maneira 
de as crianças interagirem entre si. 
É através do jogo que a criança é capaz de impor aos elementos significados 
distintos, desenvolver sua capacidade de abstração e começar a agir 
independentemente daquilo que vê, operando com os significados diferentes da 
simples percepção dos objetos. 
O jogo depende da fantasia e, é a partir dessa situação imaginária que se traça 
a passagem à abstração. É necessário que a escola observe a importância do 
processo imaginativo na constituição do pensamento abstrato. 
 
 
 
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FUNDAMENTAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA LUCIDICADE COMO 
FERRAMENTA DIDÁTICA DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO 
SABER 
7 
 
FUNDAMENTAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA LUCIDICADE COMO 
FERRAMENTA DIDÁTICA DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SABER 
 
 A educação infantil vendo sendo trabalhada no Brasil a cada ano, com uma 
intensidade e grande seriedade, essa modalidade de ensino, como a primeira etapa 
do processo de ensino e de aprendizagem da criança, é considerada como a mais 
importante, visto que é o primeiro momento de contato da criança com o meio social, 
ou seja, com indivíduos diferentes com personalidades e percepções diferentes, 
culturas e capacidades diferentes. 
Segundo Cury (1998, p.10), anteriormente à Constituição de 1988, a questão 
da infância no âmbito constitucional restringia-se ao “amparo e à assistência”, 
contrapondo-se à questão do dever e do direito. As duas primeiras constituições 
brasileiras, a de 1824, outorgada no período imperial, e a de 1891, a primeira 
Constituição Republicana, nada mencionam a respeito da infância. 
Efetivamente, somente com a Constituição de 1988, foi então dar uma atenção 
mais específica à infância e aos direitos infantis, bem como uma legislação específica 
e atenciosa a esse público que, conforme Angotti (2006), com a promulgação da Carta 
Magna em 1988, emerge e se reconhece o estado de direito do cidadão criança, um 
novo estatuto social deve e terá que ser desenhado para o cotidiano, exigindo 
investimentos distintos e integrados na consolidação de uma nova ordem social. 
Andrade (2010) afirma: A Carta Magna estabeleceu a responsabilidade do 
Estado pela educação infantil em creches e pré-escolas, conforme o artigo 280, inciso 
IV, e também o direito dos trabalhadores (homens e mulheres) em ter assegurada a 
assistência gratuita aos seus filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos em 
creches e pré-escolas, de acordo com o artigo 7º, inciso XXV,4 ampliando 
significativamente o proposto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 1943. 
Estabeleceu como competência da União prestar assistência técnica e 
financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para garantir equalização 
das oportunidades e padrão mínimo de qualidade (ANDRADE, 2010, p.90). 
 
 
 
 
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FUNDAMENTAÇÃO E ARTICULAÇÃO DA LUCIDICADE COMO 
FERRAMENTA DIDÁTICA DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO 
SABER 
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Ainda segundo Andrade (2010), conforme o artigo 211, § 2o, foi determinado 
que os municípios atuassem prioritariamente no ensino fundamental e na educação 
infantil, revelando o princípio da descentralização da educação por meio de uma 
política de desarticulação entre as esferas do governo e a indefinição de papéis no 
atendimento aos diferentes níveis de ensino. 
Foi a partir do processo e da legislação da constituição federal que a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) foi elaborada e nela enfatizada a 
importância da infância e da educação infantil. 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a Lei n° 9.394/96, a LDB, 
informa que a Educação Infantil passa a ser a primeira etapa da educação básica, 
devendo ser oferecida em creches e pré-escolas, com a finalidade de promover o 
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade. 
Em seu art. 29, a Lei n° 9.394/96 define a educação infantil sendo primeira 
etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança 
de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, 
complementando a ação da família e da comunidade. 
E em seu artigo 30, define-se que a educação infantil deverá ser ofertada por 
creches ou entidade equivalentes para crianças de até três anos de idade e em 
préescolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. 
E, ainda em seu artigo 31, apresenta-se uma série de parâmetros que deverão 
ser seguidos como, por exemplo, carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) 
horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional e 
ainda controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a 
frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas. 
Ainda nesse dispositivo legal, contempla-se ainda a diversidade de 
pensamento, o pluralismo da diversidade e ainda assegura a obrigatoriedade do 
Estado na oferta de educação infantil por meio das instituições públicas de ensino. 
 
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9 CONTEXTOS DA LUDICIDADE: CONCEPÇÃO DA INFÂNCIA 
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CONTEXTOS DA LUDICIDADE: CONCEPÇÃO DA INFÂNCIA 
 
Maia (2012) afirma que a palavra infância (etimologicamente originária do latim, 
significa ausência de fala e ainda dependência). Trata-se de um termo cujo significado 
é difícil precisar, pois são muitas as definições, por sua diversidade, por ser de um 
tempo, passando entrelaçado de geração em geração. 
Ribeiro (2011 apud Brasil, 1998) esclarece que a criança é um sujeito social e 
histórico que tem direitos; que faz parte de uma organização familiar que está inserida 
numa sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento 
histórico. A infânciaé uma fase em que as crianças aprendem valores que servirão 
para a vida toda; para que isso ocorra, devemos valorizar suas particularidades. 
De acordo com Serviço Social do Comércio (SESC), as crianças, atores que 
ganham espaço na sociedade contemporânea, pertencem a um campo tenso e fértil 
– conforme a sociologia da infância apresenta – de discussões e reflexões que aqui 
são lançadas; pois, quando brincam de forma espontânea, tornam o momento vivido 
extremamente prazeroso, como é o caso das brincadeiras. 
Ainda de acordo com SESC, a Sociologia da Infância entendida como uma construção 
social reconhece a criança como um sujeito ativo, dá voz a elas, essas que estão 
inseridas em um universo suscetível a grandes possibilidades e desafios. 
A criança, ao compreender o meio social em que convive, finca os pés ao chão 
em um terreno constituído pelo mundo das brincadeiras, da imaginação, enfim, dos 
acontecimentos belos da infância, como o prodígio do brincar. 
Maia (2012) apud Lajolo (2006) percebe muitas concepções de infância, desde 
os primórdios, em que se via a criança como um adulto em miniatura, depois como 
um ser diferente do adulto, como uma tábula rasa, predeterminada pelo adulto, pela 
sociedade; enfim, percebemos que tais concepções foram criadas, ou seja, 
constituídas ao longo do tempo e que continuam presentes em muitos 
espaços/tempos. Marita Redin (2007) acredita na criança como narradora da sua 
própria história, das coisas que ela descobre que faz e em que acredita. 
Para a autora, a criança não chega a ser ouvida nos estudos que investigam “o 
que é ser criança”, ou “como é ser criança” (p. 15) em um mundo tão complexo em 
que vivemos atualmente. 
 
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10 CONCEITOS E SABERES DIDÁTICOS 
10 
 CONCEITOS E SABERES DIDÁTICOS 
 
Segundo Cavali (2012), a prática da ludicidade para ensinar os conteúdos do 
currículo escolar pode propiciar o sucesso da aprendizagem dos alunos. Lembrando 
que os benefícios dessas atividades vão além das salas de aula, pois esses recursos 
promovem uma maior interação entre os alunos. Além disso, muitas vezes uma 
atividade desenvolvida na escola, na qual o professor tenha participação efetiva ou 
colaborativa proporciona um relacionamento mais próximo entre ele e o aluno. 
Nessa concepção, busca-se então apoio da didática para buscar estratégias de 
alinhar a ludicidade com o currículo escolar, sendo ainda papel da escola colaborar 
com todo o processo educacional. 
É de fundamental importância a participação de todos os atores envolvidos no 
processo educacional para o sucesso do aprendizado do aluno através do lúdico, 
partindo ainda da concepção da infância, tudo que ele aprender, por menor que seja, 
possui um grande significado para ele e isso deve ser valorizado. A didática é um 
recurso que busca trabalhar objetos da aprendizagem e a conversão desses objetos 
em conhecimento e métodos de ensino. 
Para Libâneo (1992, p. 25), a didática é o principal ramo de estudo da 
Pedagogia. Ela investiga os fundamentos, as condições e os modos de realização da 
instrução e do ensino. A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em 
objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos. 
Santos (2003) complementa ainda que, ao se apresentar a didática tida como 
responsável pela investigação dos fundamentos, condições e modos de realização da 
instrução e do ensino, ela passa a ter caráter de “ciência da educação e assume o 
lugar da própria Pedagogia”. 
Portanto, considera-se a ludicidade como ferramenta didática, objetivando a 
produção do conhecimento partindo da concepção da infância, alinhando técnicas 
pedagógicas e lúdicas para se trabalhar na educação infantil e se aprender brincando. 
 
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DIDÁTICA: CONCEITOS, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DAS 
ATIVIDADES LUDICAS 
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DIDÁTICA: CONCEITOS, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DAS 
ATIVIDADES LUDICAS 
 
Sabe-se que a didática é uma ferramenta que busca interpretar os objetos da 
aprendizagem resultando no processo de ensino e de aprendizagem; entretanto, o 
processo didático, as aulas, as atividades lúdicas devem possuir um planejamento, 
uma avaliação e um controle objetivando um melhor andamento do processo 
educacional e um melhoramento dos usos das ferramentas disponíveis. 
O processo de planejar é um processo sistêmico e organizado das ações do 
professor, é um instrumento da racionalização do trabalho pedagógico que articula a 
atividade escolar com os conteúdos do contexto social (LIBÂNEO, 1991). 
Planejamento é um processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos 
e objetivos, na busca da melhoria do funcionamento do sistema educacional. 
Como processo, o planejamento não corre em um momento do ano, mas a 
cada dia. A realidade educacional é dinâmica. Os problemas, as reivindicações não 
têm hora nem lugar para se manifestarem. Assim, decide-se a cada dia a cada hora 
(SOBRINHO, 1994, p.3). O planejamento consiste em si no planejamento das 
atividades a serem realizadas com os educandos, ou seja, o famoso e conhecido 
plano de aula. 
Segundo Silva, (2010), o plano de aula funciona como um instrumento no qual o 
professor aborda de forma detalhada as atividades que pretende executar dentro da 
sala de aula, assim como a relação dos meios que ele utilizará para sua realização. 
De maneira bem sintetizada, pode-se dizer que o plano de aula é uma previsão 
de tudo o que será feito dentro de classe em um período determinado. É importante 
lembrar ao professor que a elaboração de um plano de aula não o isenta de preparar 
as aulas a serem ministradas; pelo contrário, ele deve sempre preparar uma boa aula, 
apresentando um esquema e uma sequência lógica dos temas trabalhados. 
Silva (2010) ainda afirma que um plano de aula tem como principal objetivo 
fazer a distribuição do conteúdo programático que será trabalhado durante o ano, o 
semestre, o trimestre, etc. e nele ainda deverá constar o número de aula e o tempo 
necessário para cada assunto abordado dentro da disciplina. É importante ressaltar 
que o plano de aula deve ser encarado como uma necessidade e não como exigência 
ou obrigação imposta pela coordenação do colégio. 
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DIDÁTICA: CONCEITOS, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DAS 
ATIVIDADES LUDICAS 
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O planejamento de atividades lúdicas deve ser pensado em um todo, 
respeitando as diferenças e as inteligências individuais dos alunos; devem ser 
contempladas nas atividades lúdicas todo o processo de cognição, psicomotor, 
desenvolvimento da escrita e da leitura. 
Haetinger (2013) afirma que: Outro aspecto observado é uma sensível evolução no 
uso da recreação escolar. Nas escolas de Educação Infantil, notamos a importância 
dessas atividades e percebemos também a evolução dos jogos e práticas propostas. 
Dos ultrapassados “Atirei o pau no gato” e “Escravos de Jó”, estamos 
mergulhando em jogos e atividades recreativas que vão além desses jogos do 
passado e possibilitam ao aluno vivências mais amplas para o desenvolvimento de 
suas competências psicomotoras (HETINGER, 2013, p.19). 
Após todo o planejamento e aplicação de atividades, devem existir métodos 
avaliativos, segundo Haetinger (2013), sabe-se que, na educação infantil, o método 
avaliativo deve ser diferenciado, avaliando tanto as atividades lúdicas quanto as 
recreativas. Como entendemos, o processo avaliativo é importante nestas atividades 
para que geram impressões em nossos alunos para toda a vida. 
Ainda na visão de Haetinger (2013, p 73), a avaliação é um processo natural 
do homem; a todoo momento, consciente ou inconscientemente, estamos nos 
avaliando. Nossas ações, gestos, pensamentos e palavras são mediados por 
processos internos de avaliação. 
Haetinger (2013) afirma ainda que a avaliação das atividades lúdicas deve 
respeitar diversos parâmetros, como exemplo, avaliar individualmente, respeitando o 
ritmo de cada aluno, pensar globalmente, valorizando as experiências e a caminhada 
de cada indivíduo, entender o ser e suas necessidades, qualidades e limitações. 
Precisamos valorizar a todos, pensando sempre nas competências de nossos 
aprendentes, sem a preocupação principal de atribuir uma nota 10 ou 100. 
 
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13 A ATIVIDADE LÚDICA COMO PROPOSTA DIDÁTICA 
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A ATIVIDADE LÚDICA COMO PROPOSTA DIDÁTICA 
 
Sabe-se que o lúdico é tudo aquilo que é feito pela criança de maneira natural 
e que a proporcione prazer na realização. 
Cavalli (2012) afirma que os recursos lúdicos são capazes de contextualizar os 
conteúdos e assim o aluno passa a ver sentido naquilo que está aprendendo. Os 
jogos, por sua vez, desenvolvem o raciocínio lógico, estimulam o pensamento 
independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. 
Dinello (2004) esclarece que, através das atividades lúdicas, as crianças 
manifestam, com evidência, uma aprendizagem de habilidades, transformam sua 
agressividade em outras relações criativas, crescem em imaginação e se socializam, 
melhorando o vocabulário e se tornando independentes. 
As atividades lúdicas podem se dar de várias formas, como por exemplo, jogos, 
cantigas, memorização, expressão dramática escolar, ou, até mesmo, abrangendo 
mais por meio de tecnologias de comunicação e informação. 
 
TIPOS DE JOGOS 
 
Heatinger (2013) afirma que o jogo é, sem dúvida, a atividade mais importante na 
Educação. Essa palavra sempre causou muita discussão quanto a sua definição e a 
ação prática e até hoje suscita livros e escritos, buscando-se uma definição que 
abranja toda a diversidade contida no ato de jogar. 
Ainda nessa visão, o autor esclarece que: Na Educação, estas discussões 
sempre estiveram ligadas às atividades lúdicas, fundamentais na formação dos jovens 
e crianças e verdadeiras facilitadoras dos relacionamentos e das vivências dentro da 
sala de aula. Atividades lúdicas são aquelas que promovem a imaginação e, 
principalmente, as transformações do sujeito em relação ao seu objeto de 
aprendizagem. 
O caráter de integração e interação contido nas atividades lúdicas fez com que 
a Educação Infantil e o Ensino Fundamental utilizassem constantemente essas 
atividades para integrar o conhecimento com uma ação prática dos nossos alunos 
(HEATINGER, 2013, p 5). 
 
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14 TIPOS DE JOGOS 
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Nessa visão, cabe também efetuar a classificação dos jogos como atividade 
lúdica, bem como suas aplicabilidades e exemplos, conforme apresentados no 
Quadro 1. 
O professor deve conhecer os tipos de jogos que podem ser aplicados como 
ferramentas lúdicas, pois esse é um passo fundamental para o desenvolvimento das 
habilidades específicas dos aprendentes, bem como um grande avanço no processo 
didático; entretanto, o jogo deve ser vivenciado e todos os tipos de jogos devem ser 
usados, haja vista que cada um consegue desenvolver uma competência diferente no 
aluno. 
De acordo Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (2000), “é importante 
que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar 
a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja 
desenvolver” (BRASIL, 2000, p. 43). 
Portanto, entende-se que os jogos são uma prática livre e espontânea da 
criança, fazem parte de seu processo de cognição; de acordo com Piaget (apud 
FREITAS e ASSIS 2006), os aspectos cognitivos e afetivos surgem na fase simbólica 
da criança, através da assimilação do meio em seu jogo. 
Logo, percebe-se que os jogos e a prática de brincar possuem várias etapas e 
cada uma de suas etapas irá desenvolver uma habilidade diferente na criança: as 
regras do jogo ensinarão a criança ter disciplina, as estratégias do jogo ensinarão a 
criança a desenvolver seu raciocínio lógico; dependendo do jogo, irá contribuir para 
sua coordenação motora, noção de espaço, lateralidade e, principalmente, inter-
relacionamento com as pessoas. 
 
Quadro 1 - Tipos de Jogos. 
Tipos de Jogos Conceito Aplicabilidades 
Jogos artísticos 
São jogos que operam com as 
competências artísticas. Abaixo, os que 
se destacam. 
Atividades de artes plásticas: 
desenhos, gravuras, recortes, 
colagens, maquetes, móbiles, 
trabalhos com tinta, esculturas, 
massa de modelar, dobraduras, 
quadros, mosaicos, máscaras, 
vitrais etc. Atividades teatrais: 
jogos dramáticos, peças, 
dramatizações, improvisações 
teatrais, fantoches, mímicas, teatro 
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15 TIPOS DE JOGOS 
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de sombras etc. Atividades 
musicais: montagem de 
instrumentos, ritmos, canto, 
composição, paródias, coral, 
dicção. 
Jogos Expressivos 
São aquelas atividades que valorizam a 
expressão corporal e sensitiva, ou 
melhor, valorizam o homem e sua 
expressão de forma mais ampla. 
Atividades de expressão corporal, 
dança em todos os seus gêneros e 
de todas as épocas, e jogos de 
ritmo e movimento. 
Jogos Sensitivos 
Servem de referência para o 
desenvolvimento da observação e da 
concentração nas comunidades orientais 
de todo o mundo. Mais modernamente, o 
mundo ocidental tem percebido os efeitos 
positivos das atividades sensitivas para 
pessoas de todas as idades. 
Os jogos sensitivos são as 
atividades de relaxamento, 
relaxação, ioga, biodança, 
massagem. 
Jogos Recreativos 
e brincadeiras 
Estes jogos fazem parte de nosso 
cotidiano desde o nascimento. São todos 
os jogos e brincadeiras que realizamos, 
mediados por objetos reais ou 
imaginários, e feitos em grupo ou 
individualmente. O nome recreativo 
deve-se ao caráter lúdico e livre desses 
jogos que possibilitam às crianças 
vivências alegres e descontraídas. 
São as atividades mais variadas, 
desde o jogo de damas até os 
brinquedos de roda. 
Jogos desportivos 
Às vezes, esses jogos perdem o seu 
valor como atividade que desenvolve o 
indivíduo quando a competição passa a 
ser mais importante do que a vivência. E 
é justamente esse o fator mais relevante 
para que o jogo seja valorizado pelo 
educador infantil. Os jogos desportivos 
entre crianças devem valorizar as 
atividades físicas, motoras e emocionais, 
e não a competição, sob pena de serem 
excludentes e não inclusões. 
No Brasil, estes jogos são uma 
mania nacional. Podemos dizer 
que o futebol é o mais famoso 
entre eles. Os jogos desportivos 
fazem parte do nosso universo 
cultural (vôlei, futebol, basquete, 
handebol, caçador, corridas) 
Fonte: Adaptado de Haetinger (2013). 
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16 EXPRESSÃO CRIATIVA 
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EXPRESSÃO CRIATIVA 
 
Podemos compreender que toda a atividade, teatral, musical, dramatização, 
dança, é uma atividade criativa e muito proveitosa, que, por sua vez, contribui muito 
para o desenvolvimento motor e psicomotor da criança, fazendo com que ela descubra 
seu corpo e descubra o mundo. 
Nesse sentido, Heatinger (2013) afirma que as danças escolares, assim como 
as dramatizações, visam às vivências corporais com o ritmo (não nos referimos às 
apresentações ou coreografias, embora elas possam acontecer mais adiante). 
O autor, seguindo a visão da dança escolar, afirma que: Sabendo disso, aEducação empírica ou científica sempre usou a música como estímulo para o 
desenvolvimento de várias habilidades e competências humanas. E quem trabalha 
com Educação Infantil não pode abrir mão dos jogos musicais, das rodas cantadas – 
enfim, da música na prática pedagógica diária. Já nas creches, a música é muito 
utilizada como fator lúdico e expressivo. Com ela, estabelecemos vínculos e 
aproximamos a escola da vida dos alunos (HEATINGER, 2013, p. 67). 
São diversas as ferramentas que a ludicidade oferece aos docentes objetivando 
ser incorporado em sua prática docente, como exemplo, o desenhar, o dançar, o 
brincar, desenvolver artesanatos que buscam desenvolver a psicomotricidade, o 
jogar, que busca construir sentimentos de socialização e desenvolvimento de regras 
de convívio social e ainda o ler e o uso de softwares educacionais, que buscam 
desenvolver também a parte cognitiva voltado para o letramento e a tecnologia. 
 
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ATIVIDADES LÚDICAS BASEADAS EM TECNOLOGIA DA 
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
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ATIVIDADES LÚDICAS BASEADAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
E COMUNICAÇÃO 
 
Com a grande tendência pedagógica do uso da tecnologia da informação e da 
comunicação, percebe-se uma grande inclinação de tecnologias informatizadas e 
computacionais no processo lúdico, essa inclinação traz benefícios de grande peso, 
visto que essa ferramenta pode ser usada para estímulo da criatividade e simulação 
de várias atividades. 
Conforme afirma Falkembach (2006), o uso das ferramentas computacionais, 
de forma lúdica, propicia flexibilidade e criatividade fazendo o aluno explorar, 
pesquisar, encorajando o pensamento criativo, ampliando o universo, saciando a 
curiosidade, alimentando a imaginação e estimulando a intuição e tudo isso contribui 
para o aprendizado. 
Segundo Stahl (2002), um jogo educativo por computador é uma atividade de 
aprendizagem inovadora, na qual as características do ensino apoiado em 
computador e as estratégias de jogo são integradas para alcançar um objetivo 
educacional específico. 
 Portanto, percebe-se uma grande variedade de atividades que podem ser 
trabalhadas de maneira lúdica com o objetivo de motivar e reforçar o processo de 
aprendizagem da criança de maneira divertida e dinâmica. 
 
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A BRINCADEIRA NA FORMAÇÃO DE APRENDIZAGEM E 
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A BRINCADEIRA NA FORMAÇÃO DE APRENDIZAGEM E SOCIALIZAÇÃO 
 
Rolim (2008) alega que a brincadeira tem sido fonte de pesquisa na Psicologia, 
devido a sua influência no desenvolvimento infantil e pela motivação interna para tal 
atividade. O brincar, tão característico da infância, traz inúmeras vantagens para a 
constituição da criança, proporcionando a capacitação de uma série de experiências 
que irão contribuir para o desenvolvimento futuro dela. 
Ainda, segundo Bertoldo (2000 p.119), designa a brincadeira como ação 
metafórica, livre e espontânea da criança e como fato muito importante para o seu 
desenvolvimento, especialmente nos primeiros anos de vida. 
Rolim (2008) reitera ainda que o brincar relaciona-se ainda com a 
aprendizagem. Brincar é aprender; na brincadeira reside a base daquilo que, mais 
tarde, permitirá à criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, 
uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no processo ensino-
aprendizagem. 
Segundo Guerra (2012), o brincar estimula a criança em várias dimensões, 
como a intelectual, a social e a física. A brincadeira leva para novos espaços de 
compreensão que a encorajam a prosseguir, a crescer e a aprender. 
 Vygotsky (1998) articula a respeito do processo de brincar. 
A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; 
pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às 
restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança 
opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no 
brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta 
de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a 
seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte 
renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação 
impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo (VYGOTSKY, 1998, p. 130). 
Quando o autor fala acerca de situações reais alienadas a brincadeira, ele 
infere que no brincar a criança está simulando situações reais e adquirindo 
experiências, aprendendo regras de socialização e, sobretudo, aprendendo, 
adquirindo conhecimento. 
Rolim (2012) apud Vygotsky fala que o brinquedo e a brincadeira ajudarão a 
desenvolver uma diferenciação entre a ação e o significado. A criança, com o seu 
evoluir, passa a estabelecer relação entre o seu brincar e a ideia que se tem dele, 
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deixando de ser dependente dos estímulos físicos, ou seja, do ambiente concreto que 
a rodeia. 
Segundo Melo e Valle (2005), é por meio do brinquedo e de sua ação lúdica 
que a criança expressa sua realidade, ordenando e desordenando, construindo e 
desconstruindo um mundo que lhe seja significativo e que corresponda às 
necessidades intrínsecas para seu desenvolvimento global. 
Vygotsky (1998, p. 137) afirma: “A essência do brinquedo é a criação de uma 
nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, 
entre situações no pensamento e situações reais”. Essas relações irão permear toda 
a atividade lúdica da criança. Será também importante indicador do seu 
desenvolvimento, influenciando sua forma de encarar o mundo e suas ações futuras. 
Guerra (2012) esclarece que é possível entender que o brincar e o brinquedo 
auxiliam a criança nesse processo de aprendizagem. Ele vai proporcionar situações 
imaginárias em que ocorrerá o desenvolvimento cognitivo e irá proporcionar, também, 
fácil interação com pessoas, as quais contribuirão para um acréscimo de 
conhecimento. 
Diante do exposto anteriormente, percebe-se que a recreação, os brinquedos, 
as brincadeiras em grupo configuram na educação do aprendente diversas 
influências, bem como faz com que este sujeito desenvolva capacidade de convívio 
em grupo, socialização, respeito ao próximo e ainda saiba viver em uma sociedade, 
pois através das brincadeiras se pode simular muitas coisas e situações do cotidiano. 
 
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Aprender através do lúdico 
 
 
 
Aprendizagem significativa é o processo que se dá entre a composição 
antecipada de conteúdos estudados ou absorvidos anteriormente e que influenciam 
na maneira de recebimento dos conteúdos novos. Estes, por sua vez, passam a 
influenciar as antigas informações, tornando a aprendizagem cognitiva, ou seja, a 
integração do conteúdo aprendido numa estrutura mental ordenada. Há, no processo, 
uma interação cujo resultado modifica tanto a nova informação, que passa então a ter 
significado, como o conhecimento específico já existente, relevante, na estrutura 
cognitiva do indivíduo sujeito da aprendizagem (Moreira, 2001). 
Para que a aprendizagem ocorra deve haver a apreensão dos conteúdos 
expressados relacionando-os às experiências anteriores vivenciadas pelos alunos, 
permitindo a formulação de problemas que incentivem o aprender mais, o 
estabelecimento de relações entre fatos,objetos, acontecimentos, noções e 
conceitos, desencadeando mudanças e contribuindo para a utilização do que é 
aprendido em diferentes situações. Assim, sendo a aprendizagem significativa, 
critérios avaliativos decorrerão de objetivos claros acerca de conteúdos que são 
efetivamente relevantes dentro de cada disciplina, “a partir dos mínimos necessários 
para que cada um possa participar democraticamente da vida social” (Luckesi,2005).
 O lúdico faz parte da atividade humana e atualmente escolar; caracteriza-se 
por ser espontâneo, ativo e satisfatório. O lúdico acontece a partir do brinquedo, 
brincadeiras e jogos, pois é o momento que a criança entra no seu mundo da 
imaginação brincando. 
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 A palavra lúdico quer dizer jogo, e evoluiu 
levando em consideração as pesquisas em 
psicomotricidade, de modo que deixou de ser 
considerado apenas o sentido de jogo. Na 
extensão lúdica, a aprendizagem dá-se 
através do exercício de jogos, brinquedos e 
brincadeiras tendendo promover o 
desenvolvimento absoluto do estudante. 
A atividade lúdica tem o objetivo de produzir prazer, diversão e ao mesmo 
tempo em que se pratica esta atividade percebe-se que ela vem acompanhada de 
inúmeras brincadeiras para enriquecer nossos conhecimentos de forma prazerosa na 
educação. Na educação infantil o lúdico propicia as crianças uma série de 
desenvolvimentos favoráveis, que vai desencadeando seu aprendizado. 
O professor deve procurar formas para contribuir na formação de cidadãos, ao 
refletir em sua prática pedagógica e ao trabalhar a atividade lúdica de forma que o 
aluno aprenda brincado. De acordo com Freire (1996, p. 59), “Saber que deve respeito 
à autonomia do educando exige de mim uma prática coerente”. 
Essas palavras levam-nos a refletir sobre a necessidade de uma prática 
pedagógica que respeite a individualidade do aluno. “Para brincar de modo efetivo, as 
crianças precisam de companheiros de brincadeiras, materiais, áreas, oportunidade, 
espaço, tempo, entre outros” (MOYLES, 2002, p. 106). 
Através das brincadeiras a criança pode expressar seus sentimentos, dúvidas 
e alegria, descobrir as regras do jogo, as emoções, sentimentos e novos 
conhecimentos; e principalmente o contato com outras crianças faz com que a própria 
criança possa viver melhor socialmente, ou seja, a brincadeira possibilita situações 
imaginárias e faz com que acriança siga regras, pois cada faz de conta supõem 
comportamentos próprios da situação, ao brincar com um tijolo de madeira fingindo 
ser um carro, por exemplo, a criança se esquece do objeto e só lembra o seu 
significado. 
Na escola, as crianças só integram as atividades escolares no momento da 
execução e dificilmente participam das decisões e das escolhas. Indagando as 
crianças e resgatando suas brincadeiras, possibilita-se a participação das crianças, o 
professor coloca-se em condição de igualdade e abre caminho para a partilha, a troca, 
a cooperação, o diálogo, o aprendizado recíproco e a busca de convergências, ou 
seja, desenvolve os princípios dos jogos cooperativos. (CORREIA, 2006, p.58). 
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O espaço lúdico colorido atrai a criança para o imaginário, no entanto cabe ao 
professor e aos pais proporcionar jogos e brincadeiras que despertem conhecimentos. 
Desse modo vemos a importância do jogo na vida da criança, sendo o mesmo uma 
atividade construída socialmente e culturalmente. É uma forma de a criança estar em 
contato com a cultura. 
As atividades lúdicas podem ser uma 
brincadeira, um jogo ou qualquer 
outra atividade que permita tentar 
uma situação de interação. Porém, 
mais importante do que o tipo de 
atividade lúdica é a forma como é 
dirigida e como é vivenciada, e o 
porquê de estar sendo realizada. 
Toda criança que participa de 
atividades lúdicas, adquire novos 
conhecimentos e desenvolve 
habilidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse em aprender e 
garante o prazer. Na educação infantil, por meio das atividades lúdicas a criança 
brinca, joga e se diverte. Ela também age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. As 
atividades lúdicas podem ser consideradas, tarefas do dia a dia na educação infantil. 
O jogo ao ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera de familiaridade, 
segurança emocional e ausência de tensão ou perigo proporciona condições para 
aprendizagem das normas sociais em situações de menor risco. A conduta lúdica 
oferece oportunidades para experimentar comportamento que, em situações normais, 
jamais seriam tentados pelo medo do erro ou punição. (KISHIMOTO, 2003, p. 140). 
Os jogos em suas diversas fases contribuíram sensivelmente com os aspectos 
formativos dos seres humanos, tendo em vista que na Educação Infantil o mesmo 
serve como recreação, favorecendo a aprendizagem da leitura e escrita e, ao mesmo 
tempo, pode ser utilizado como recurso para adequar o ensino às necessidades 
infantis. 
Conforme a vasta oportunidade de recursos que envolvem o lúdico, não se 
pode perder de vista o referencial da cultura, que por sua vez, é muito importante, pois 
retrata a história de um povo e nesse contexto, o jogo tem um elo com historicidade 
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dos antepassados da humanidade que deixaram um legado de modalidades lúdicas 
que servem como entretenimento e lazer. 
No dia a dia, percebe-se uma grande dificuldade de falar sobre o lúdico, pois 
por alguns não é considerado coisa séria. Na sala de aula, o lúdico deve ser tratado 
no sentido de dedicação ou atribuição de significados, pois o trabalho com ludicidade 
requer do professor dedicação e seriedade. 
 
Jogos e brincadeiras contribuindo para o desenvolvimento infantil 
 
Os jogos além de ser um elemento sociocultural é uma atividade natural no 
desenvolvimento dos processos psicológicos básicos da criança, por isso o ideal é 
fazer sem obrigação externa e imposta, normas e controle. De acordo com Piaget, 
2003, p. 51: Na idade infantil a criança começa a pensar inteligentemente com certa 
lógica, começa a entender o mundo mais objetivamente e a ter consciência de suas 
ações, discernindo o certo do errado. Nesta fase, os jogos transformam-se em 
construções adaptadas, exigindo sempre o trabalho efetivo e participativo no processo 
de aprendizagem que começa com a sistematização do conhecimento existente. 
Nesse aspecto o jogo tem o intento de trabalhar o raciocínio lógico ajudando a 
criança a organizar seus pensamentos e ideias e a fazer suas descobertas. Ao usar 
os jogos a criança adquire regras e limites e desenvolve o cognitivo e o emocional. 
Aprende resolver conflitos e lidar com seus medos e extravasar suas agressividades 
porque interage de forma descontraída, e as aprendizagens surgem de maneira 
natural. “O jogo sempre inclui uma intenção lúdica do jogador”. (KISHIMOTO, 2010, 
p. 28). Por isso, os jogos e as brincadeiras devem permear a atividade pedagógica, 
permitindo aos educandos o contato com temas relacionados ao mundo em que vive.É 
através da brincadeira que a criança poderá ampliar a sua própria liberdade e sua 
expressão, bem como sua criatividade ao manipulá-los. É na interação com os 
próprios brinquedos e o meio que as crianças vão construindo os seus conhecimentos, 
ou seja, através das atividades lúdicas dentro das suas variedades, elaborando e 
reelaborando. 
O jogo é uma atividade que contribui para o desenvolvimento da criatividade da 
criança tanto na criaçãocomo também na execução. Os jogos são importantes, pois 
envolvem regras como ocupação do espaço e a percepção do lugar. De acordo com 
Piaget (2003), o caráter educativo do brincar é visto como uma atividade formativa, 
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que pressupõe o desenvolvimento integral do sujeito quer seja, na sua capacidade 
física, intelectual e moral, como também a constituição da individualidade, a formação 
do caráter e da personalidade de cada um. Enquanto que na fase dirigida há a 
presença das brincadeiras como atividades cujo objetivo específico é o de promover 
a aprendizagem de um determinado conceito, ou seja, além de serem marcados pela 
intencionalidade do educador. 
Conforme Maluf, 2003, p. 21: “Toda criança que brinca tem uma infância feliz, 
além de tornar-se um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, 
conseguirá superar com mais facilidade os problemas que possam surgir no seu dia 
a dia”. 
A criança privada dos jogos, brinquedos e brincadeiras poderá ficar com 
traumas profundos por não viver esse período em que a brincadeira e os jogos são 
muito importantes. Quando a criança brinca ela está vivenciando momentos alegres, 
prazerosos, além de estar desenvolvendo habilidades. 
Por isso precisamos enfatizar sempre a importância do brincar na vida de 
nossas crianças para que elas tenham oportunidade de ter um desenvolvimento 
infantil saudável que favoreça a sua formação integra. 
O desejo de brincar com o outro, de estar e fazer coisas com o outro é a 
principal razão que leva as crianças a se engajarem em grupos. Para brincar juntas, 
precisam ter um espaço interativo para que haja a partilha de objetos, valores, 
conhecimentos e significados, disputas e conflitos. Nesse contexto, as crianças 
adquirem laços de sociabilidade e constroem sentimentos de amizade e 
solidariedade. 
 
O professor e seu papel frente à ludicidade 
 
Debater o conceito de ludicidade presume-se entender a significação de jogos, do 
brincar, da brincadeira e do brinquedo, e como estes, esta maneira de brincar se 
diferenciam de uma cultura para outra. 
As atividades lúdicas não podem ser abalizadas em jogos ou brincadeiras, pois elas 
incluem qualquer atividade que seja um momento de integração, inteiração e de 
prazer. Sendo assim, as atividades lúdicas englobam muitos outros conceitos, que 
vão além do lúdico e da ludicidade. 
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De acordo com Cardoso (2008,p.57), o lúdico apresenta a seguinte acepção: A 
etimologia do vocábulo lúdico surge do latim ludusque significa brincar ou jogar. 
Convém ressaltar que, na língua portuguesa, o termo lúdico é um adjetivo lusório, 
embora venha sendo utilizado sem justificativas gramaticais, como substantivo e 
tradução do francês jeu, do inglês play e do alemão Spiel. Assim, no intuito de tentar 
abranger os variados termos, existe o termo ludo e, modernamente, o neologismo 
lúdico cinco ou ludicidade. 
Considerando-se os vários significados em torno da palavra ludicidade, hoje no 
Brasil, as acepções mais comuns e utilizadas no contexto educacional são: jogo, 
brincadeira, brinquedo, lazer e recreação. Esses termos têm sido utilizados, ao 
mesmo tempo, como sinônimos, sem diferenciação no emprego, ocorrendo 
contradições conceituais e metodológicas. Cipriano Luckesi (2005, s/d) define “a 
atividade lúdica como aquela que propicia a “plenitude da experiência”, ressaltando 
com esta afirmação que a vivência lúdica exige do sujeito uma entrega total física e 
mental”. 
 
A ludicidade possibilita ao educando estimular/revelar aspectos interiores, 
espontâneos e naturais, fundamentais para o desenvolvimento de sua aprendizagem. 
Lembramos que o RCNEI sinaliza a importância de se destinar esse tempo para 
atividades lúdicas, pois: 
As brincadeiras de faz de conta, os jogos de construção e aqueles que possuem 
regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos 
tradicionais, didáticos, corporais etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos 
infantis por meio da atividade lúdica. É o adulto, na figura do professor, portanto, que, 
na instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das 
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crianças. Consequentemente é ele que organiza sua base estrutural, por meio da 
oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e 
arranjo dos espaços e do tempo para brincar. Por meio das brincadeiras os 
professores podem observar e constituir uma visão dos processos de 
desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando 
suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e 
dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. (BRASIL, 1998, p. 28. v.3). 
Ressalta-se que, de acordo com o RCNEI (BRASIL, 1998), é o professor quem 
deve administrar o tempo das atividades, não podendo as crianças ficar sem um 
direcionamento, pois se não houver um direcionamento das atividades, estas podem 
não contribuir para o desenvolvimento dos participantes. 
O educador tem ampla responsabilidade em estar bem informado sobre a 
pedagogia do brincar em sala de aula, desde que sejam oferecidas atividades lúdicas 
de alta qualidade, pois ele é o responsável pelo avanço do processo de ensino 
aprendizagem. Cabe a ele desenvolver novas práticas educativas que permitam as 
crianças um maior aprendizado. “A participação em jogos representa uma conquista 
cognitiva, emocional, moral e social para a criança e um estímulo para o 
desenvolvimento do seu raciocínio lógico”. (PCN, 1997, p. 49). 
Observa-se que quando as crianças participam de jogos e brincadeiras, elas 
aprendem a conhecer e a dominar a realidade, cooperam entre si e amadurecem em 
um ambiente de aceitação. O jogo permite o erro e a exploração de novas maneiras 
de resolver problemas em um clima de cooperação e as aprendizagens surgem de 
maneira natural. No livro A educação do homem (2001, p. 47), Froebel expõe, em 
diversas passagens, seu entendimento acerca do papel dos jogos e brincadeiras no 
desenvolvimento infantil: 
O brincar, o jogo - o mais puro e espiritual produto dessa fase de crescimento humano 
-, constitui o mais alto grau de desenvolvimento do menino durante esse período, 
porque é a manifestação espontânea do interno, imediatamente provocada por uma 
necessidade do interior mesmo. É, ao mesmo tempo, modelo e reprodução da vida 
total, da íntima e misteriosa vida da natureza no homem e em todas as coisas. 
Por isso, engendra alegria, liberdade, satisfação e paz, harmonia com o mundo. 
Do jogo, emanam as fontes de tudo que é bom. 
Segundo Fortuna (2003), é importante que o educador insira o brincar em um projeto 
educativo, com objetivos e metodologia definidos, o que supõe ter consciência da 
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importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem das 
crianças. 
Ressalta-se que a aprendizagem é o mais frequente motivo pelo qual o jogo é 
considerado importante para a educação, em que o brincar se torna realmente 
significante com a ajuda dos seus educadores. Embora muitas vezes observa-se que 
alguns professores usam os jogos em sala de aula, apenas como passatempo 
deixando as crianças brincando sem nenhuma orientação, tornando a aulasem 
nenhum objetivo para o ensino aprendizagem e muitas vezes a criança perde o 
estímulo com o jogo e principalmente o aprendizado. “As crianças precisam não 
apenas de tempo e espaço para brincar e praticar habilidades, elas precisam também 
de pais que as ajudem a aprender essas habilidades”. (MOYLES, 2006, p. 46). É 
importante não só a participação dos professores no processo de ensino 
aprendizagem através do lúdico, mas os pais devem incentivar os filhos desde cedo 
lhes trazendo brinquedos, brincadeiras e jogos adequados a faixa etária em que a 
criança se encontra. 
Por meio da brincadeira que as crianças passam a compreender e a utilizar 
convenções e regras que serão empregadas no processo de ensino e aprendizagem 
e tal compreensão favorece a integração delas num mundo social bastante complexo, 
proporcionando ainda as primeiras aproximações com futuras teorizações. 
 
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PSICOMOTRICIDADE 
 
 
 
A psicomotricidade é uma ciência que procura estabelecer a conexão entre três partes 
determinantes na vida de todos nós: emocional, físico e cognitivo. A busca por esse 
equilíbrio torna possível o aprendizado pedagógico, além das diversas situações 
internas e externas ao indivíduo. 
A educação infantil é responsável pela formação, estruturação e estimulação da 
criança. As diversas etapas na vida de um aluno são essenciais para que o estudante consiga 
desenvolver habilidades que sejam ligadas ao percurso acadêmico. 
A função da escola, associada ao aspecto psicomotricista, revela-se, então, como 
fundamental no crescimento do pequeno; seja pelo lado cognitivo, emocional ou físico. 
A contribuição da psicomotricidade no cotidiano do estudante está na busca pela 
realização de atividades adequadas em cada etapa vivenciada pelo por ele. A importância do 
viés psicomotricista na educação infantil pode ser visto também nas habilidades, devidamente 
trabalhadas em um tempo correto. 
Se essas práticas não forem treinadas na fase adequada, as crianças podem aprendê-
las posteriormente, mas sem a mesma intensidade que seria na idade ideal. A psicomotricidade 
significa, então, a otimização de aptidões da criança nas três áreas já mencionadas (emocional, 
cognitiva e física). 
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O convívio com os demais coleguinhas contribui de maneira significativa na vida do 
pequeno, uma vez que ele estará em um espaço completamente propício para o aprendizado 
e aperfeiçoamento de suas habilidades psicomotoras. 
 
Princípios Básicos 
 
Os princípios básicos da Psicomotricidade estão relacionados aos elementos 
psicomotores. As denominações e terminologias utilizadas para cada elemento deste grupo 
podem ser diferenciadas em determinados lugares do mundo, porém, suas definições e 
conceitos são iguais. Para que você inicie seus estudos na área da Psicomotricidade, deve ter 
os conceitos e definições a seguir bem claros. São 9 elementos psicomotores, os quais podem 
ser conhecidos a seguir: 
• Esquema corporal – Considerado o principal elemento relacionado à 
Psicomotricidade na Educação, o esquema corporal é caracterizado pelo 
conhecimento pré-consciente do indivíduo em relação ao seu próprio corpo, de modo 
que seja possível executar movimentos e lidar de forma madura com objetos e pessoas 
em seu entorno, bem como o espaço e ambiente. Para que o esquema corporal se 
desenvolva é necessário relacionar as informações proprioceptivas ou cinestésicas. 
Com o passar dos anos tais informações vão amadurecendo, se desenvolvendo e se 
moldando à estrutura corporal do ser humano. Exemplo: a criança sabe que a cabeça 
está em cima do pescoço e sabe que ambos fazem parte de um conjunto maior que é 
o corpo. 
• Imagem corporal – A imagem corporal é o elemento necessário para a 
construção do esquema corporal. Ambos são dependentes. Trata-se da representação 
inconsciente que temos acerca do nosso próprio corpo. Tal representação é oriunda 
dos traços maternos e paternos, além de nosso desejo interno. Essa representação 
começa a tomar forma já a partir dos 6 meses de idade, fase em que os bebês já 
conhecem decifrar suas imagens refletidas em um espelho. Um exemplo de como se 
dá sua construção é o estágio do espelho que começa aos 6-8 meses de idade, quando 
a criança já se reconhece no espelho, sabendo que o que vê é sua imagem refletida. 
• Tônus – O conceito de tônus muscular está diretamente ligado à 
fisiologia: quando em repouso, os músculos recebem uma tensão leve, proporcionando 
equilíbrio estático e dinâmico, coordenação e postura, independente da posição em 
que o indivíduo se encontra, sejam parados ou em amplo movimento. 
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Exemplo: a maioria das pessoas portadoras da Síndrome de Down possui uma 
hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou tensão menor do que a normal, o que faz com 
que haja um aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma diminuição do equilíbrio, 
da postura e da coordenação. 
• Organização espaço-temporal – Para que haja um cenário de 
organização espaço-temporal, é indispensável que o indivíduo tenha noções básicas 
de espaço como perto, longe, em cima, embaixo, dentro, fora, ao lado de, antes e 
depois. A organização espaço-temporal está atrelada à capacidade de movimentação 
e orientação num espaço e tempo dispostos. 
Exemplo: a brincadeira “Batatinha frita 1, 2, 3”. 
• Ritmo – O ritmo é caracterizado pela execução ordenada de um 
movimento, como por exemplo, pular corda ou dançar uma música seguindo uma 
sequência determinada de passos. Vale salientar que para que exista o ritmo é 
imprescindível a existência de organização espaço-temporal. 
Exemplo: pular corda. 
 
 
• Coordenação global ou motricidade ampla – Na coordenação global 
ou motricidade ampla, há a utilização de diversos grupos musculares na execução de 
movimentos amplamente complexos e voluntários, sempre de forma simultânea. O 
principal exemplo deste elemento psicomotor é a ação de caminhar: para que haja o 
deslocamento do corpo, os músculos e membros inferiores e superiores movimentam-
se através da coordenação motora ampla, de forma alternada. 
Exemplo: para caminhar utilizamos a coordenação motora ampla em que membros 
superiores e inferiores se alternam coordenadamente para que haja deslocamento. 
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• Motricidade fina – A motricidade fina é definida pela capacidade do 
indivíduo em realizar pequenos movimentos coordenados, sendo que estes 
movimentos são executados utilizando os grupos musculares das extremidades. São 
os chamados movimentos de precisão. Podem exemplificar este elemento psicomotor 
as ações de bordar, costurar, escrever, cortar com o auxílio de uma tesoura ou digitar. 
Há de se saber que a motricidade fina é um dos elementos principais da 
Psicomotricidade que devem ser trabalhados com força nos primeiros anos de vida, 
com observância na Educação Infantil. Exemplo: escrever, costurar, digitar. 
 
• Lateralidade – A lateralidade pode ser observada facilmente ao longo do 
nosso dia a dia. Trata-se da capacidade do indivíduo em utilizar os dois lados do corpo 
para a execução de tarefas simples como abrir uma porta, por exemplo. Um indivíduo 
canhoto, quando está com sua mão ocupada, é capaz de abrir a porta utilizando a mão 
direita. Este elemento deve ser diferenciado da dominância lateral, que consiste em 
possuir mais habilidade em um dos lados do corpo, como acontece com a ação da 
escrita em pessoas destrase canhotas. Quem escreve com a mão direita, por exemplo, 
possui dominância cerebral direita. 
• Equilíbrio – É definida como equilíbrio a capacidade do indivíduo em 
manter-se firme sob uma base reduzida, parado ou em movimento, através de ações 
musculares específicas. O equilíbrio pode ser dinâmico ou estático; sendo o dinâmico 
caminhar sobre um trajeto estreito, como uma prancha, por exemplo, e o estático 
manter-se sentado em uma cadeira em uma mesma e correta posição. 
 
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Qual a importância da Psicomotricidade para o desenvolvimento infantil 
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Qual a importância da Psicomotricidade para o desenvolvimento infantil e para 
aprendizagem? 
 
 
 
Nos movimentos das crianças se articula toda sua afetividade, desejos e suas 
possibilidades de comunicação. O que é psicomotricidade? Sua definição. 
No princípio, a psicomotricidade era utilizada apenas na correção de alguma debilidade, 
dificuldade, ou deficiência e ainda está em formação, já que à medida que avança e é aplicada, 
vai-se estendendo a distintos e variados campos 
Hoje, vai mais longe: a psicomotricidade ocupa um lugar importante no 
desenvolvimento infantil, sobretudo na primeira infância, em razão de que se reconhece que 
existe uma grande interdependência entre os desenvolvimentos motores, afetivos e 
intelectuais. A psicomotricidade é a ação do sistema nervoso central que cria uma consciência 
no ser humano sobre os movimentos que realiza através dos padrões motores, como a 
velocidade, o espaço e o tempo. 
A psicomotricidade, como estimulação aos movimentos da criança, tem como meta:
 
- Motivar a capacidade sensitiva através das sensações e relações entre o corpo e o exterior (o 
outro e as coisas). 
 
- Cultivar a capacidade perceptiva através do conhecimento dos movimentos e da resposta 
corporal. 
 
- Organizar a capacidade dos movimentos representados ou expressos através de sinais, 
símbolos, e da utilização de objetos reais e imaginários. 
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- Fazer com que as crianças possam descobrir e expressar suas capacidades, através da ação 
criativa e da expressão da emoção. 
 
- Ampliar e valorizar a identidade própria e a autoestima dentro da pluralidade grupal. 
 
- Criar segurança e expressar-se através de diversas formas como um ser valioso, único e 
exclusivo. 
 
- Criar uma consciência e um respeito à presença e ao espaço dos demais. 
Considerando-se que na primeira infância existe uma forte correlação entre os 
desenvolvimentos motores e intelectuais, e de suma importância a estimulação do desenho 
infantil, que representa seu primeiro “tesouro” expressivo, que muito irá contribuir para o 
desenvolvimento infantil e consequentemente para a construção de sua linguagem / 
aprendizagem. 
O desenho é uma atividade espontânea e como tal, deve-se respeitá-la e considerá-la 
como a grande obra das crianças. Se a criança tem vontade de desenhar, anime-a sempre que 
o faça. O ideal seria que todas as crianças pudessem ter, desde cedo, algum contato com o 
lápis e o papel. Começarão com rabiscos e logo estarão desenhando formas mais 
reconhecíveis. Quanto mais a criança desenhar, ela se aperfeiçoará, e mais benefícios se notará 
no seu desenvolvimento. 
O desenho facilita e faz evoluir a criança na: 
 - 
psicomotricidade fina; 
- Aprendizagem ( leitura e escrita); 
- confiança em si mesma; 
-exteriorização de suas emoções, 
sentimentos e sensações; 
- comunicação com os demais e consigo mesma;
 - 
criatividade 
-formação da sua personalidade; 
- maturidade psicológica. 
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A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do 
esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas 
as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, 
criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os 
educadores recomendam que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar de destaque no 
programa escolar desde a Educação Infantil. 
A Psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da ação, como um meio de 
tomada de consciência que une o ser corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser 
sociedade. A Psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o 
indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente. 
Vitor da Fonseca (1988) comenta que a "PSICOMOTRICIDADE" é atualmente concebida 
como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança 
e o meio. 
Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando 
conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da Psicomotricidade irá permitir a 
compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de 
se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento 
humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como 
expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante. É 
necessário que toda criança passe por todas as etapas para o desenvolvimento da linguagem.
 
O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base 
indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para 
que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da 
recreação a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do 
comportamento psicomotor.Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão 
motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. 
A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas 
que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo. 
Segundo Barreto (2000), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na 
prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional 
idade, da lateralidade e do ritmo”. A educação da criança deve evidenciar a relação através do 
movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os 
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seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as 
funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora o 
ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento 
intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca. 
Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem 
a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, 
a socialização, a criatividade; tudo isso visando à formação da sua personalidade 
 
SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS PSICOMOTORES: engatinhar, rolar, balançar, dar 
cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma 
linha no chão e materiais variados (passeios ao ar livre) 
 
 
 JOGOS E BRINCADEIRAS: (dedoches, encaixe de formas; lego, banhode bonecas, 
campo de futebol; bola. etc) 
Pode-se afirmar, então que a psicomotricidade está inteiramente ligada ao 
desenvolvimento infantil e ao processo de aprendizagem. 
 
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O IMAGINÁRIO INFANTIL 
 
Santos (apud MACHADO, 2004) afirma que o brincar vem sendo cada vez mais utilizado 
na educação, constituindo-se numa peça importantíssima na formação da personalidade, nos 
domínios da inteligência, na evolução do pensamento e de todas as funções mentais 
superiores, transformando-se num meio viável para construção do conhecimento. As 
atividades lúdicas aproximam a criança do adulto e das outras crianças, sobretudo através 
jogos cooperativos. O jogo em si já constitui um acordo entre seus participantes, estimulando 
a interação e facilitando o desenvolvimento social e cognitivo, além de estabelecer relações 
entre os objetos culturais e a natureza. Em suma, uma síntese cultural é internalizada pelas 
intermediações que se dão por conta das aproximações realizadas nas brincadeiras. Froebel 
(apud KUHLMANN, 2001) acredita que o desenvolvimento interno e externo se 
complementam; nessa perspectiva, o desenvolvimento integral da natureza infantil estaria 
condicionado a um forte estímulo tanto à cultura física como ao desenvolvimento mental. 
 
Para verificar a relação entre o aspecto lúdico e as funções mentais superiores, Ferreira 
(2000) lembra que Vygotsky aponta a existência de uma atmosfera emocional na qual é 
essencial para a criança a concepção de regras. O citado autor afirma que, para Vygotsky, não 
existe brinquedo sem regras. No momento em que se cria uma situação imaginária, regras de 
comportamento surgem com ela. 
As regras ocultas do jogo o dominam quando se tornam claras e, inversamente, o jogo 
se torna oculto. Vygotsky (apud FERREIRA, 2000) aponta a faixa etária entre dois e seis anos 
como a fase em que prevalecem situações imaginárias e o jogo de regras. Ferreira (2000) 
descreve o desenvolvimento da percepção nas crianças através da relação entre o campo do 
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significado e o campo da ação: “Num primeiro estágio a criança se vê submetida à lei sensorial, 
às condições físicas ditadas pelos objetos”. 
O citado autor se baseia no que diz Vygotsky para explicar o processo em que a ação da 
criança determina outro tipo de percepção, na qual a cognição é o meio por que o indivíduo 
age sobre o objeto, indo além da imagem visual e agindo com independência em relação ao 
objeto, a despeito do que apenas via anteriormente. 
Na ação voluntária, entendida como movimentos coordenados, considera-se sua 
relação com a fala. Vygotsky (apud FERREIRA, 2000) destaca que, em relação ao brinquedo, “a 
ação numa situação imaginária ensina a criança a dirigir seu comportamento não somente pela 
percepção imediata dos objetos ou pela situação que a afeta de imediato, mas também pelo 
significado dessa situação”. A criança desenvolve seu pensamento de forma gradual; quando 
já consegue operar com o significado de ações, alcança o pensamento abstrato. Este lhe vai 
permitir diferenciar significados de objetos. Vygotsky (apud FERREIRA, 2000) esclarece: “O 
brinquedo fornece um estágio de transição nessa direção sempre que um objeto (um cabo de 
vassoura, por exemplo) ornasse o pivô dessa separação (no caso, a separação entre o 
significado ‘cavalo’ de um cavalo real)”. Dessa maneira estrutura-se o pensamento verbal-
lógico. 
A internalização da fala representa um avanço para a criança, pois proporciona um 
pensamento com significado. Vygotsky (apud FERREIRA, 2000) afirma que quando a criança 
lida como os significados como se fossem objetos, demonstra progresso para futuras 
operações com significados. A fala concebida como forma de expressão dirigida e formatada 
para as diversas situações em que é utilizada só é adquirida pela criança em seu período 
escolar. Antes de dominar voluntariamente a fala, a criança já a utiliza, e a funcionalidade das 
palavras acaba a ser aplicada nos brinquedos, tornando concreto o uso delas. 
A memória semântica também se encontra ligada à ludicidade. Uma situação 
imaginária próxima que seja muito semelhante a uma situação real geralmente constitui a 
reprodução de uma situação real. Isto ocorre porque a memória é o elemento mais presente 
em um brinquedo do que uma situação imaginária nova. As funções mentais superiores se 
estruturam primordialmente na atenção. Este elemento, em relação ao brinquedo e a 
operações práticas, determina o nível de capacidade ou incapacidade de focalizar a atenção, o 
que constitui um dado essencial para avaliar o desenvolvimento. Sobre a construção da 
atenção a partir de experiências lúdicas e da função social do jogo, Vygotsky (apud FERREIRA, 
2000) assim expõe seu pensamento: No final do desenvolvimento surgem as regras, e, quanto 
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mais rígidas elas são, maior a exigência de atenção da criança, maior a regulação da atividade 
da criança, mais tenso e agudo torna-se o brinquedo. 
Correr simplesmente, sem propósito ou regras, é entediante e não tem atrativo para a 
criança. Consequentemente, na forma mais avançada do desenvolvimento do brinquedo, 
emerge um complexo de aspectos originalmente não desenvolvidos – aspectos que tinham 
sido secundários ou incidentais no início, ocupam uma posição central no fim e vice-versa (p. 
17). 
A construção do pensamento e da linguagem recebe influências da ludicidade. Vygotsky 
apresenta as formas de pensamento, as etapas da construção da linguagem (fala) e a relação 
entre os processos. O campo da significação é onde pensamento e linguagem se encontram. 
Para Ferreira (2000), o pensamento se encontra baseado, em sua construção, em dois sistemas 
de sinalização, o primeiro deles estando voltado para a orientação externa (interpsíquica); o 
segundo, relacionado à orientação interna (intrapsíquica). 
O primeiro sistema de sinalização, também chamado de pensamento de construção, 
engloba a inteligência prática usada no manuseio de instrumentos primitivos. Caracteriza-se 
ainda pela orientação externa, de acordo com a presença de estímulo. Organiza-se a partir das 
respostas reflexas. O pensamento verbal-lógico (o segundo sistema de sinalização), concentra 
a inteligência simbólica e a orientação externa, a qual pode prescindir da presença de estímulo. 
O controle do comportamento condiciona a organização deste sistema, que se organiza com o 
auxílio da fala. De acordo como Ferreira (2000), “a relação entre pensamento e linguagem é 
muito estreito e, praticamente, devido basicamente à função linguística e do uso dos signos é 
que podemos caracterizar as Funções Mentais, enquanto Superiores”. 
 O pensamento humano é estruturado em um duplo aspecto, segundo Luria a 
experiência sensorial, similar à estrutura animal, e a 
construção significante, em que os símbolos evocam 
imagens, sugerem ações, estabelecem relações e atribuem 
qualidades designadas pela palavra. Através da estrutura 
apresentada para a organização do pensamento, verifica-se 
como se torna possível sua integração com a linguagem, 
possibilitando ao homem pensar em objetos ausentes e 
planejar atividades futuras. 
Consideramos que o desenvolvimento total evolui da seguinte forma: a função 
primordial da fala, tanto nas crianças quando nos adultos, é a comunicação, o contato social. 
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A fala mais primitiva da criança é, portanto, essencialmente

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