Buscar

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO
DEFINIÇÃO
Neuropatia compressiva do nervo mediano durante sua passagem pelo túnel do carpo. Acomete cerca de 4 a 5% de toda população geral, com predomínio em mulheres dos 40 a 60 anos. A causa é desconhecida na maioria dos casos.
https://blogdescalada.com/o-que-e-e-como-tratar-a-sindrome-do-tunel-do-carpo-as-dores-na-regiao-do-punho/
FISIOPATOLOGIA
O túnel do carpo é uma estrutura anatômica com pouca distensibilidade. Quando ocorrem alterações que aumentam o volume das estruturas que são contidas nesse canal, pode haver compressão mecânica do nervo mediano. 
https://www.slideshare.net/melmedina3382/sndrome-tnel-do-carpo
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
· Quadro clínico
 A principal queixa é a de dor no punho, que se irradia para a face palmar dos I, II, III e metade radial do IV quirodáctilos, com características neuropáticas. Em alguns pacientes, essa distribuição da dor irradiada pode não ser típica. Há relatos de dor que se estende proximalmente, podendo, raramente, atingir inclusive o ombro ipsilateral. No início do quadro, ocorre predomínio noturno da dor; com a progressão, pode se tornar contínua.
Quando há compressão prolongada, ocorre atrofia da musculatura tenar e paresia no movimento de pinça.
Algumas condições, como diabetes mellitus, hipotireoidismo, gestação e amiloidose, estão associadas à ocorrência de síndrome do túnel do carpo bilateral.
Marcadores de gravidade: Atrofia tenar e paresia dos movimentos relacionados ao nervo mediano.
· Fatores de risco
Sexo feminino, idade entre 40 a 60 anos, história familiar positiva, atividades manuais repetitivas, exposição à vibração e ao frio, artrite reumatoide, artrites microcristalinas, diabetes mellitus, hipotireoidismo, gestação, amiloidose e tabagismo.
· Exame Físico
As manobras classicamente utilizadas para o diagnóstico da síndrome do túnel do carpo são a manobra de Tinel (percussão digital ou com martelo de reflexos sobre a face volar do punho; positivo: dor e parestesia que irradia para os dedos, semelhante aos sintomas habituais do paciente), teste de Phalen (hiperflexão de ambos os punhos, obtida colocando os dorsos das mãos em contato, por um minuto; positivo: dor e parestesia que irradia para os dedos, semelhante aos sintomas habituais do paciente) e teste de Durkan (compressão digital da face volar do punho, sobre o túnel do carpo; positivo: dor e parestesia que irradia para os dedos, semelhante aos sintomas habituais do paciente).
https://www.mdsaude.com/ortopedia/sindrome-do-tunel-do-carpo/
MANOBRA DE PHALEN
https://en.wikipedia.org/wiki/Phalen_maneuver
Com a evolução do quadro, pode haver atrofia tenar, paresia do movimento de pinça e abdução do polegar no plano frontal.
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
O diagnóstico é clínico. Não há necessidade de realização de exames adicionais em casos não complicados.
Quando ocorre síndrome do túnel do carpo bilateral, é importante investigar a presença de doença sistêmica capaz de provocar tal complicação, como diabetes mellitus, hipotireoidismo ou amiloidose.
A ultrassonografia do punho pode identificar a presença de espessamento do nervo mediano, que passa a apresentar 10 mm2 ou mais de área transversal. Além disso, pode haver sinal de Doppler em casos de artrite de punho que evoluem com síndrome do túnel do carpo.
O uso de eletroneuromiografia deve ser reservado para os casos de dúvida diagnóstica e nos que estão em programação cirúrgica.
Exames de rotina: Não são necessários em casos não complicados. Hemograma, VHS, PCR, creatinina, TGO, TGP, TSH, glicemia de jejum, em casos de síndrome de túnel do carpo bilateral. Nos casos em programação cirúrgica, eletroneuromiografia de membros superiores.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
· Síndrome do Interósseo Anterior; 
· Radiculopatia cervical;
· Síndrome do Canal de Guyon; 
· Diabetes mellitus;
· Hipotireoidismo; 
· OA da primeira carpo metacárpica (Rizartrose); 
· Osteoartrite secundária intracarpal;
· Artrite Reumatoide; 
· Artrite microcristalina;
· Fenômeno de Raynaud. 
TRATAMENTO
O tratamento da síndrome do túnel do carpo envolve medidas farmacológicas e não farmacológicas.
· Não farmacológicas
 O uso de órteses para túnel do carpo, com discreta extensão do punho, deve ser indicado, principalmente durante o repouso noturno e/ou durante as atividades que provoquem dor. O uso contínuo de órteses não deve ser recomendado, visto que pode provocar atrofia muscular por desuso. Além disso, caso sejam identificados fatores desencadeantes de dor no trabalho, deve-se realizar a orientação ergonômica do paciente.
· Farmacológicas
 A infiltração com corticoide apresenta boa evidência de melhora dos desfechos relatados pelos pacientes e pode ser indicada. Seu impacto é ainda maior nos casos em que a síndrome foi desencadeada por artrite de punho, como na artrite reumatoide e nas artrites microcristalinas. Nesses casos, caso esteja disponível, a infiltração guiada por ultrassonografia é preferível, visto que reduz o risco de injeção de corticoide intraneural. Caso o paciente se recuse a realizar a infiltração com corticoide, o uso de corticoide oral parece ter algum benefício. O uso de AINE's e medicamentos para dor neuropática não apresentam boas evidências de eficácia.
· Cirúrgico
 Indicado na falha do tratamento clínico. Pode ser realizada a descompressão do túnel do carpo via aberta ou endoscópica.
TRATAMENTO AMBULATORIAL
Infiltração perinervosa:
· Dipropionato de betametasona + fosfato dissódico de betametasona  (5 mg/mL + 2 mg/mL) 1 mL;
· Acetato de metilprednisolona  (40 mg/mL) 1 mL + Cloridrato de lidocaína  sem vasoconstritor 1 mL;
Observação: cuidado para não aplicar no interior dos tendões ou do próprio nervo mediano (se experimentar resistência, recuar um pouco a agulha e tentar novamente). Não se deve utilizar hexacetonida de triancinolona.
Alternativa: Prednisona  0,25-0,5 mg/kg VO de 24/24 horas, por 5-7 dias. Depois, suspender a medicação.
FONTE: WHITEBOOK
Autor(a) principal: Gustavo Guimarães Moreira Balbi (Clínica Médica e Reumatologia).
Revisor(a): Renato Bergallo (Medicina de Família e Comunidade).
Equipe adjunta:
Gabriel Quintino Lopes (Clí­nica Médica e Cardiologia);
Lívia Pessôa de Sant'Anna (Clínica Médica e Hematologia);
Maikel Ramthun (Clínica Médica, Nefrologia e Medicina Intensiva).

Continue navegando