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Sistemas de Coleta e Tratamento de Esgoto

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Introdução 
Grande parte da água distribuída nas edificações 
transforma-se em esgoto, que deve ser coletado e 
tratado antes de ser lançado no solo ou em corpos 
hídricos. Existem vários tipos de esgoto, com suas 
características variando em função do uso da água: 
↪ esgotos industriais; 
↪ esgotos hospitalares; 
↪ esgotos domésticos. 
Os esgotos domésticos contêm cerca de 99,9% 
de água e apenas 0,1% de sólidos orgânicos e inorgânicos, 
sendo bem diluído. Sua composição varia em função das 
características da cidade, do clima, da situação econômica 
e dos hábitos da população. 
Por conter dejetos de origem humana (fezes e 
urina), os esgotos domésticos podem conter 
microrganismos patogênicos, além de surtirem impactos 
sobre a vida aquática, provocando consumo do oxigênio 
dissolvido na água. 
Os esgotos industriais, além de matéria orgânica, 
podem conter substâncias químicas tóxicas. 
Por causa desses efeitos, os esgotos precisam 
de ser coletados e ter um destino correto para evitar a 
transmissão de doenças e minimizar os impactos 
ambientais. Dito isso, temos duas soluções para o esgoto: 
individuais – meio rural ou áreas de residência esparsas 
–, ou coletivas – cidades. 
 Fossas 
Fossa seca 
Utilizada em edificações sem instalações hidráulicas, 
sendo os dejetos depositados diretamente na fossa, que 
consiste em buraco escavado no terreno. 
Em alguns casos, é necessário revestir a fossa ou parte 
dela até uma profundidade em que o solo não ofereça 
risco de desmoronar. 
Como em todo projeto há regulamentação a seguir, para 
construção de uma fossa seca recomenda-se: 
↪ afastamento mínimo de 1,5m entre o fundo da fossa 
e o nível máximo do lençol freático, e pelo menos 15m de 
poços e outras coleções de água; 
↪ instalação de tubo de ventilação para saída dos gases; 
↪ em caso de proliferação de insetos e maus odores, 
recomenda-se despejo de cal, cinza, querosene ou óleo 
queimado na fossa; 
↪ NÃO se deve jogar água na fossa; 
Esse tipo de fossa possui algumas subespécies que se 
adaptam para cada situação, sendo elas: 
 
Fossa seca estanque quando 
houver dificuldades de 
instalação ou proximidade 
com lençol freático. O 
depósito deve ter abertura 
para retirada de material 
acumulado; 
 
Fosse seca de fermentação 
possui dois depósitos para 
dejetos de uso alternado, é uma 
alternativa para saneamento 
ecológico, pois o material do 
depósito, tendo sido 
fermentado durante cerca de 6 
meses, pode ser utilizado como adubo orgânico. 
 
Coleta e Tratamento de Esgoto 
Fossa séptica 
Utilizada em edificações que possuem instalações 
sanitárias, sendo os dejetos transportados por via 
hídrica. O sistema é composto, na verdade, por duas 
unidades: o tanque séptico (ou decanto-digestor) e uma 
unidade de disposição do seu efluente (sumidouros, valas 
de infiltração, etc). 
O tanque séptico é um compartimento onde ocorre 
decantação dos dejetos (lodo sedimenta para o fundo) e 
a sua digestão anaeróbia (por isso também é chamado de 
decanto-digestor), cuja eficiência de remoção de DBO 
varia de 30 a 55%. 
Pode ter forma cilíndrica ou prismática e ser de câmara 
única ou em série. 
Sua execução deve ser de material impermeável, não 
devendo haver infiltração de líquido no solo. 
Há 4 alternativas que podem ser unidades de disposição 
de efluentes de uma fossa séptica e elas são 
exemplificadas a seguir. 
↪ Sumidouro 
É uma unidade de absorção do efluente, deve ser 
construído com material permeável (tijolo furado, 
concreto furado), seu volume depende do solo, e deve 
estar afastado, no mínimo, 20m de qualquer fonte de 
abastecimento de água. 
 
↪ Valas de Infiltração 
Assim como o sumidouro, as valas de infiltração são 
undidades de aborção e são usadas quando não se pode 
atingir grandes profundidades, seria um sumidouro 
horizontal. É composta por tubos porosos assentados em 
valas escavadas no terreno, com profundidade de 0,6m 
a 1,00m, envoltas em brita, através dos quais o efluente 
da fossa infltra no solo. 
 
↪ Filtro Anaeróbico 
Diferentemente das unidades anteriores, o filtro 
anaeróbico (fluxo ascendente) é uma unidade de 
tratamento biológico, onde o esgoto passa por uma 
camada de brita grauda. 
 
 
↪ Valas de filtração 
Nas valas de filtração, o efluente é tratado, por processo 
biológico, ao percolar um leito de areia grossa. Ocupam 
áreas grandes, se comparada aos filtros, mas ambos são 
eficientes e semelhantes na remoção de DBO. 
 
Dimensionamento 
O volume das fossas deve ser calculado 
baseando-se em alguns dados, conseguidos em tabelas, 
requeridos pela seguinte fórmula: 
V = 1000 + N (C * T + K * Lf), onde: 
↪ V = volume últil (L); 
↪ N = nº de pessoas ou unidades de contribuição; 
↪ C = contribuição de despejos (L/pessoa*dia ou 
L/unidade*dia); 
↪ T = período de detenção (dias); 
↪ K = taxa de acumulação de lodo digerido (dias); 
↪ Lf = contribuição de lodo fresco (L/pessoa*dia ou 
L/unidade*dia). 
Sistemas Coletivos 
O sistema coletivo é composto por: 
↪ Rede coletora: tubulações dispostas nas vias públicas. 
São subdivididos em: coletores secundários, coletores 
principais, interceptor e emissário; 
↪ Estação de Tratamento de Esgoto (ETE); 
↪ Lançamento final em um corpo receptor. 
Os coletores secundários recebem contribuições 
diretas de esgoto das casas através dos ramais prediais 
e o transportam para os coletores tronco, que também 
podem receber, eventualmente, contribuição das casas. 
Os coletores tronco são ligados a outros canos 
mais largos, os interceptores. Os interceptores correm 
margeando cursos de água e são responsáveis por 
transportar o esgoto na sub-bacia, evitando lançamento 
nos corpos d’água. Não recebe nenhuma contribuição das 
casas. 
O trecho receptor que não recebe contribuição 
ao longo do percurso é chamado de emissário, que pode 
estar montante (antes) ou jusante (depois) das estações. 
Poço de visita (PV) 
são conhecidos como 
bueiros, servem para 
realizar manutenção e 
limpeza da rede coletora. 
Serve para união e quando 
há intercepção de dois ou 
mais tubos na mudança de 
direção. 
A elevatória está presente devido à alta 
profundidade das tubulações e a necessidade de bombear 
os esgotos para um nível mais elevado. A partir dessa 
elevação, os 
esgotos fluem 
pela força da 
gravidade. Podem 
estar presentes 
antes de uma ETE ou no percurso da rede de esgoto, 
quando houver necessidade. 
Finalmente, o esgoto chega às Estações de 
Tratamento (ETE). A finalidade dessa etapa é remover os 
poluentes dos esgotos e levar essa água para o corpo 
receptor. Portanto, alguns fatores devem ser 
considerados: 
↪ a capacidade de o corpo receptor de auto depurar a 
carga poluidora remanescente; 
↪ Os usos da água a jusante do local de lançamento do 
efluente da ETE. 
Ramal predial -> coletores secundários -> 
coletores tronco -> interceptores -> emissários -> 
elevação -> ETE -> depósito final 
 
Processos de Tratamento 
↪ Estação de Tratamento de Esgoto 
São vários os processos de tratamento, os quais 
são utilizados em função: 
↪ da composição do esgoto; 
↪ das características que de desejam para o efluente 
da ETE, as quais dependem da capacidade do corpo 
receptor receber carga poluidora; e dos usos da água a 
jusante (depois) do local de lançamento. 
Os processos podem ser agrupados em níveis: 
↪ Preliminar (toda ETE precisa) 
 Remoção de sólidos em suspensão grosseiros 
(cabelo, fraldas, absorvente); 
 Remoção de areia (desarenador); 
 Remoção de gordura (caixas de gordura) e óleo 
(caixas de óleo). Numa ETE de esgoto doméstico, 
normalmente não há essa etapa, pois os 
sistemas da casa já possuem uma caixa de 
gordura. 
↪ Primário (NÃO é obrigado) 
 Remoção de sólidos em suspensão – sólidos 
menores (decantadores – sedimentos – ou 
flotadores – flutuantes). 
↪ Primário avançado 
 Remoção acelerada (adicionandoreagentes 
químicos ou associando à filtração) de sólidos em 
suspensão pela adição de reagentes químicos ou 
através de filtração. 
↪ Secundário 
 Remoção da matéria orgânica (tratamento 
biológico). Normalmente, é o nível em que o 
processo de tratamento é encerrado. 
↪ Terciário 
 Remoção de nutrientes, metais pesados, 
compostos não biodegradáveis, microrganismos 
patogênicos, sólidos inorgânicos dissolvidos, 
sólidos em suspensão remanescente. (Porém, 
nem sempre há preocupação com essa fase de 
tratamento, o que se torna prejudicial ao meio 
ambiente, trazendo problemas como a 
eutrofização). 
↪ Lagoas de Estabilização 
Lagoas de estabilização são a forma mais simples 
para sistema de tratamento de esgotos. É um sistema 
mais natural pois ocorre sem muita interferência 
humana. 
Essas lagoas são construídas pelo homem e nelas 
há presença de microalgas e bactérias aeróbias vivendo 
em simbiose. Com a entrada do esgoto, as bactérias 
aeróbicas oxidam a matéria orgânica, produzindo CO2 e 
água. Sendo o CO2, junto com a luz solar, alimento das 
microalgas, elas produzem O2, alimento das bactérias e 
assim surge um mutualismo. 
 
↪ Lodo Ativado 
As estações de tratamento de esgoto utilizam 
diversos processos biológicos para promover a 
degradação da matéria orgânica que está presente nos 
efluentes industriais e domésticos. Neste processo, a 
matéria orgânica é depurada e degradada por meio de 
colônias de microrganismos heterogêneos específicos 
que, na presença de oxigênio, formam o lodo ativado, rico 
em nutrientes e microorganismos. Esse tratamento 
precisa de atenção para o processo de descarte do lodo. 
Uma outra característica do sistema de lodos 
ativados é que ele necessita de um alto grau de 
mecanização devido à sofisticação da sua operação. Além 
disso, ele exige um maior consumo de energia elétrica, 
operadores qualificados e o consumo de produtos 
químicos como alcalinizantes. Por esta razão, este 
costuma ser um modelo de tratamento mais custoso em 
relação a outras metodologias. (Fonte: 
https://ambscience.com/lodos-ativados/) 
↪ Reatores Anaeróbios de manta de lodo 
O reator UASB – Upflow Anaerobic Sludge 
Blanket – é um reator anaeróbio de fluxo ascendente de 
alta eficiência. Normalmente, o reator UASB é utilizado 
em processos primários para a estabilização da matéria 
orgânica inicial. É utilizado tanto em Estação de 
Tratamento de Esgoto Sanitário quanto em Estação de 
Tratamento de Efluentes Industriais. (Fonte: 
https://aguasclarasengenharia.com.br/como-funciona-
reator-uasb/)

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