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SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO INTEGRAL – FAEF - CURSO DE AGRONOMIA REGULADORES VEGETAIS NA VITICULTURA BRASILEIRA Ana Tereza Portella Domingues Artur Henrique Goffredo Dadalto Cheuslley Gustavo Crezi da Silva Jenifer de Oliveira Pedroza Vagner Aparecido da Cruz Monteiro Vitória Telles dos Santos Garça – São Paulo - Brasil 2020 REGULADORES VEGETAIS NA VITICULTURA BRASILEIRA SILVA, Cheuslley Gustavo Crezi 1 DADALTO, Artur Henrique Goffredo 1 DOMINGUES, Ana Tereza Portella 1 MONTEIRO, Vagner Aparecido da Cruz 1 PEDROZA, Jenifer de Oliveira 1 SANTOS, Vitória Telles dos 1 SILVA, Marcelo de Souza 2 RESUMO A viticultura vem se tornando um setor importante no mercado brasileiro, produzir uvas de qualidade para confecção de vinhos, geleias, doces e outros derivados é o principal papel dos produtos. Mas, realizar isso se torna um pouco difícil uma vez que a uva é uma cultura sensível a mudanças climáticas entre outros. Para solucionar isso são utilizados reguladores vegetais que ajudam as plantas a se desenvolverem melhor e assim alcançar uma alta produtividade. Palavras chave: Desenvolvimento, Fitormônio, Produção. ABSTRACT Viticulture has become an important sector in the Brazilian market, producing quality grapes for making wines, jellies, sweets and other derivatives is the main role of the products. But, doing this becomes a little difficult since the grape is a culture sensitive to climate change, among others. To solve this, plant regulators are used to help plants to develop better and thus achieve high productivity. Keywords: Development, Phytohormone, Production. 1 Discentes do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF E-mail: Gutosilva_15@hotmail.com, Tutugoffredo@gmail.com, Ana.tportella1@gmail.com, Vagner.monteiro@gmail.com, Jheennioliveira@hotmail.com, Vitoria-santoos@hotmail.com 2 Docente do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF E-mail: Mace-lo-souza@hotmail.com 1 1 INTRODUÇÃO A uva é uma das culturas que precisam de mais cuidados durante sua produção devido ser uma cultura sensível há variações no ambiente, para produzir uvas de qualidade é necessário que diversas ações sejam tomadas e para isso são utilizados os reguladores vegetais que ajudam assim a obter uvas de interesse comercial mesmo com mudanças no ambiente como é o caso da alta incidência de chuvas e a baixa amplitude térmica na época de maturação das mesmas, pois tais situações fazem com que os frutos não alcancem um índice ótimo de maturação (BETTONI et al.,2012). Diversas regiões do mundo têm utilizado os reguladores vegetais, no caso os reguladores de crescimento, na viticultura com objetivo de minimizar os problemas causados em situações climáticas desfavoráveis e no Brasil isso não é diferente, diversos atores mostram a eficiência de se utilizar o ácido abscísico e o etefom com o objetivo de se originar frutos com uma maturação mais uniforme e altos teores de antocianinas nas mesmas (CANTÍN et al., 2007; GAGNÉ et al., 2010). Outros exemplos são os reguladores a base de etileno e ácido abscísico que as próprias plantas já sintetizam naturalmente apresentando uma alta relação na síntese de antocianinas, e o etileno é o principal fitorregulador que é utilizado no aumento da coloração dos frutos (KONDO et al., 2014). Com isso o presente trabalho tem como objetivo apresentar esses reguladores vegetais e como os mesmos são utilizados na viticultura brasileira para se obter frutos de qualidade e bem mais desenvolvidos para comercialização. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Viticultura Quando se trata de produzir vinhos, geleias e outros derivados de qualidade é necessário produzir boas uvas e que apresentam características agradáveis de comercialização, a viticultura no Brasil não é uma das áreas de maior produção no país devido se concentrar em áreas mais frias como é o caso do sul e começando em locais de clima quente, mas mesmo assim tal cultura apresenta sua importância no setor agrícola. A uva é uma cultura sensível a mudanças climáticas então sua produção se torna algo delicado, sendo necessário fazer a utilização de meios que ajudem a melhorarem as qualidades das mesmas e assim obter uma boa produção, e é isso que vários produtores tem feito e alcançando ótimos resultados, um 2 exemplo disso é o uso de tecnologias de cultivo e de irrigação em locais de cultivo com clima quente que ajudam a alcançar mais de uma safra ao ano. Assim sendo, a viticultura é um setor que está ganhando mais reconhecimento (ALLEBRANDT et al., 2018). 2.2 Reguladores vegetais Os reguladores vegetais são compostos orgânicos que são sintetizados em diferentes locais das plantas que são translocados a outras partes, eles apresentam papel crucial no desenvolvimento das mesmas, ajudam as plantas a se desenvolverem melhor e a se reproduzirem (MAIA; PIRES, 1992). Os mesmos são também sintetizados artificialmente para serem utilizados como hormônios biossintetizados das plantas para assim melhorar o desenvolvimento das mesmas e resultar em uma alta produtividade (TAIZ; ZEIGER, 2004). 2.2.1 Tipos de reguladores Os principais hormônios vegetais são classificados em cinco grupos atualmente, que são: três tipos de auxinas naturais, algumas citocininas, mais de 100 giberelinas, ácido abscísico e etileno. Existem outros tipos de hormônios vegetais que são os esteroides, e os brassinoesteroides, que apresentam grande papel em realizar vários efeitos morfológicos para o desenvolvimento vegetal. E não só isso, diversas outras moléculas sinalizadoras, que participam em processos de resistência e de defesa contra patógenos e herbívoros tambem foram sendo identificadas, isso inclui o ácido jasmônico, o ácido salicílico e a sistemina (TAIZ; ZIEGER, 2004). As auxinas são produzidas a partir do triptofano, em meristemas apicais, folhas jovens, frutos e sementes que estão em desenvolvimento. Este fitormônio, é responsável por aumentar a extensibilidade da parede celular, isso promove a divisão celular, o crescimento das folhas e raízes, além de regular o desenvolvimento dos frutos. Muitas auxinas foram sintetizadas artificialmente, como é o caso das substâncias indólicas, derivados do ácido benzoico e os tiocarbamatos (TAIZ; ZIEGER, 2004). A síntese das citocininas está localizado nas raízes, brotos, folhas, frutos e sementes, sendo sua produção em maior quantidade nas raiz, elas participam na regulação de diversos processos nos vegetais, como a divisão celular, morfogênese da parte aérea e das raízes, maturação de cloroplastos, o alongamento e a senescência celular. A citocinina e a auxina 3 estão envolvidas nos processos de regulação do ciclo celular vegetal, mostrando assim a importância delas na divisão celular (ALLEBRANDT et al., 2018). As giberelinas são produzidas em tecidos jovens de caules e sementes que estão em desenvolvimento. Ocorrem que tais órgãos vegetais apresentam um aumento de suas células existentes ou que foram recentemente divididas devido a giberelina. Dessa forma, as giberelinas são responsáveis pelo aumento das células e da divisão celular (ALLEBRANDT et al., 2018). O ácido abscísico é sintetizado em alta quantidade em folhas maduras e sementes, sua principal função é por parar o crescimento das plantas em certas épocas do ano. Isso, é uma estratégia fundamental para que uma espécie possa assim se estabelecer em ambientes com climas adversos. Tambem outra função do ácido abscísico é em retardar a germinação de sementes pelo processo de dormência (SANTOS, 2018). O etileno é produzido em diversos tecidos vegetais, sendo que ele tem sua síntesedesencadeada em resposta a algum fator estressante. Esse hormônio apresenta alta produção especialmente em locais que estão em processos de envelhecimento ou de amadurecimento. Seus efeitos são variados, tendo destaque no amadurecimento de frutos, a senescência de flores e folhas, e a abscisão de folhas e frutos (SANTOS, 2018). 2.2.2 Usos Fazer o uso de reguladores vegetais na viticultura começou em 1950, com trabalhos de Weaver e Williams, nos Estados Unidos, e de Coombe, na Austrália (WINKLER, 1965). Daí, seus estudos ajudaram a como fazer o uso dos reguladores vegetais, dessa forma, os mesmos passaram a fazer parte das práticas culturais que são usadas atualmente na viticultura para diversas finalidades, exemplos disso são a cianamida hidrogenada, que regula a brotação, e o ácido giberélico, que aumenta do tamanho dos frutos (PIRES, 1998). Os reguladores ainda não são utilizados em larga escala em cultivos comerciais, mas eles podem ser muito úteis na viticultura, para controlar o crescimento vegetativo, aumentar a fertilidade das gemas, melhorar a fixação dos frutos, desbaste de cachos, suprimir sementes, acelerar ou retardar a maturação dos frutos e controlar seu enrugamento, enraizar estacas e micropropagação (BOTELHO, PIRES, 2001). Em relação as auxinas, existe um composto químico com potencial para tal efeito, que é o Quinmerac. Ele apresenta os mesmos efeitos do fitormônio, ele ajuda na elongação celular, incrementando assim o volume celular, principalmente em bulbos e frutos, ajudando 4 na divisão celular. Com o uso desse produto, ocorre uma facilidade de transporte de assimilados no interior da planta fazendo com que resulte em frutos maiores e mais pesados. A giberelina é muito utilizada na viticultura, e seu uso se dá principalmente em uvas sem sementes, para aumentar o tamanho e a massa delas (ALLEBRANDT et al., 2018). As citocininas começaram a serem usadas na viticultura como forma de substituir à giberelina, devido ela resultar na diminuição da fertilidade das gemas quando aspergida na planta inteira em determinadas cultivares (ALLEBRANDT et al., 2018). Por fim, o uso de ácido abscísico e o etefom (etileno) são usados em conjunto como forma de melhor a maturação dos frutos geralmente em regiões de elevada altitude (ALLEBRANDT et al., 2018). 3 CONCLUSÃO Os reguladores vegetais são de extrema utilidade na viticultura uma vez que os mesmos ajudam a melhorarem o desenvolvimento vegetal alem de ajudarem na produção de frutos de qualidade, seu uso deve ser de forma adequada para que atenda assim as necessidades da planta. REFERÊNCIAS ALLEBRANDT, R. et al. EFEITO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO NA MATURAÇÃO DEUVAS VINÍFERAS EM REGIÕES DE ALTITUDE DE SANTA CATARINA. p. 13, 2018. BETTONI, J. C. et al. ÁCIDO ABSCÍSICO E ETEFOM: INFLUÊNCIA SOBRE A MATURAÇÃO E QUALIDADE DAS UVAS CABERNET SAUVIGNON. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 34, n. 2, p.321-327, 2012. BOTELHO, R.V.; PIRES, E.J. P. USO DE REGULADORES VEGETAIS NA CULTURA DA VIDEIRA. ln: BOLlANI, A. C: CORRÊA, L. S. CULTURA DE UVAS DE MESA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃO. Piracicaba: Algraf, 2001. p. 129-148. CANTÍN, C. L.; CRISOSTO, C. H.; FIDELIBUS, M. W. APPLICATION OF ABSCISIC ACID (ABA) ATVERAISON ADVANCED RED COLOR DEVELOPMENT AND MAINTAINED POSTHARVEST QUALITY OF ‘CRIMSONSEEDLESS’ GRAPES. Postharvest Biology and Technology, v.46, n.3, p.237-241, 2007. GAGNÉ, S.; GÉNY, L.; LACAMPAGNE, S. INVOLVEMENT OF ABSCISIC ACID IN CONTROLLING THE PROANTHOCYANIDIN BIOSYNTHESIS PATHWAY IN GRAPE SKIN: NEW ELEMENTS REGARDING THE REGULATION OF TANNIN 5 COMPOSITION AND LEUCOANTHOCYANIDIN REDUCTASE (LAR) AND ANTHOCYANIDIN REDUCTASE (ANR) ACTIVITIES AND EXPRESSION. Journal Plant Growth Regulation, v.28, p.81-90, 2010. KONDO, S. et al. ABSCISIC ACID METABOLISM AND ANTHOCYANIN SYNTHESIS IN GRAPESKIN ATE AFFECTED BY LIGHT EMITTING DIODE (LED) IRRADIATION AT NIGHT. Journal of PlantPhysiology, v.171, p.823-829, 2014. MAIA, J. D. G.; PIRES, E. J. P. USO DE REGULADORES VEGETAIS NA VIDEIRA NIÁGARA. p. 227-284, 2012. PIRES, E. J. P. EMPREGO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO EM VITICULTURA TROPICAL. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 19, n. 194, p. 40- 43, 1998. SANTOS, V. S. ÁCIDO ABSCÍSICO. Disponível em: <https://alunosonline.uol.com.br/biologia/acido-abscisico.html>. Acesso em 15 de março de 2020. SANTOS, V. S. ETILENO. Disponivel em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/etileno.htm.> Acesso em 15 de março de 2020. TAIZ, L.; ZEIGER, E. FISIOLOGIA VEGETAL. Trad. Eliane Romano Santarém. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.719 p. WINKLER, A. J. GENERAL VITICULTURE. Berkeley: University of California Press, 1965.633 p.
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